Usar conteúdo para a retenção de clientes pode parecer uma estratégia excessivamente digital, mas não é bem assim. As lojas físicas podem proporcionar diferentes espaços para esse tipo de interação.
O Panorama Farmacêutico entrevistou com exclusividade Felipe Castanheira, diretor do Cosmos Pro, unidade de negócios da Procfit. O especialista ressaltou como essa estratégia pode ser empregada nos PDVs mais “clássicos” e também nas redes que adotam o conceito “figital” – que mescla o alcance da operação digital com a capacidade de personalização e humanização do atendimento proporcionada pela loja física.
Conteúdo para retenção de clientes não é coisa nova
Ao pensarem em conteúdo como recurso de vendas, muitos gestores naturalmente associam essa prática a estratégias de marketing digital e SEO. Mas, na verdade, essa conexão é muito mais antiga e está intrinsecamente ligada ao varejo farmacêutico.
“A estratégia da farmácia não pode se limitar ao desenvolvimento de conteúdos por meio de canais digitais, principalmente considerando o poder que o ponto de venda ainda exibe no relacionamento com os clientes. Não era o farmacêutico a autoridade em saúde em muitas cidades e bairros brasileiros no passado? Ele estava usando seus conhecimentos para fidelizar a população local”, explica Castanheira.
Na sua visão, esse cenário torna-se ainda mais evidente com o advento dos modelos de assistência farmacêutica, respaldados pela Lei 13.021 e por resoluções da Anvisa como a RDC 786, que regulamenta a oferta de testes rápidos. “Os programas de orientação clínica também contribuir para engajar e reter os pacientes”, avalia.
Estratégia é replicável em farmácias de todos os portes
Castanheira aponta que existem diferentes abordagens conforme o porte da operação. “Você pode começar colocando cartazes de acordo com a sazonalidade. Por exemplo, explicar a importância do uso de protetor solar durante o verão, ou reforçar o consumo de vitaminas que estimulem a imunidade durante o inverno”, explica.
Empreendimentos com estrutura digital mais bem desenvolvida podem recorrer ao uso de QRCodes nas gôndolas, que direcionam para conteúdos abrangentes sobre a categoria ou o portfólio de produtos. “É possível também implementar TVs e painéis na loja com vídeos sobre um determinado item. Essas ferramentas podem, inclusive, ser embaladas em uma estratégia de retail media”, completa.
Como determinar o melhor conteúdo para o meu público?
Assim como tudo no varejo, determinar o conteúdo mais assertivo para os clientes passa por entender quem é seu público-alvo. Castanheira prega o uso de uma estratégia oriunda do digital. “Uma medida interessante para a farmácia é a adoção de testes A-B, pelos quais a farmácia promove, simultaneamente, duas divulgações distintas e mensura aquela que rendeu mais engajamento”, acrescenta.