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Covid: especialistas alertam sobre possibilidade de segunda onda

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A segunda onda de infecção pelo novo coronavírus na Europa acende alerta no Brasil, onde os estados retomaram os serviços não essenciais e as aglomerações voltaram. Em Alagoas, o número de óbito reduziu, mas a pandemia ainda não está controlada. Na avaliação do infectologista Renee Oliveira, a situação nos outros países não deve ser vista de forma isolada. “O que acontece lá pode ocorrer aqui. Não podemos nos descuidar, até porque ainda temos muitas mortes sendo registradas todos dias. A higienização das mãos e o uso de máscara devem continuar”, explica. O infectologista lembra que a aglomeração é um risco grande e que o número de casos e mortes em Alagoas ainda é preocupante. “A gente precisa se preocupar sim. O que acontece é que muita gente ainda não foi infectada e quem não teve pode ter ainda. Na Europa o que parece é que nessa segunda onda a gravidade é menor. Lá tem um número maior de casos e menor de casos graves. Não se sabe exatamente o motivo, mas parece que a pessoa ganha alguma imunidade paralela, mas ninguém sabe dizer ainda”, detalha Renee Oliveira.

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“Nós estamos vivendo uma redução de mortes, mas ainda temos um patamar alto e isso precisa ser valorizado. Devemos ter cuidado e usar máscara, porque está mais do que provado que ela funciona, um certo distanciamento e a higienização. Se estivéssemos fazendo como os chineses e os coreanos fazem ou como os neozelandeses fazem nós não estaríamos mais vendo casos de morte não”, analisa o médico.

Para o professor Gabriel Bádue, do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19, vinculado à Faculdade de Nutrição da Ufal, há algumas semanas países europeus vêm observando um expressivo aumento de novos casos que se deu após um período de aparente controle, o que tem se caracterizado como uma segunda onda de infecção do novo Coronavírus. “No entanto, passados cerca de oito meses desde o ‘pico’ da primeira onda, os conhecimentos acerca da pandemia evoluíram de forma com que algumas diferenças têm sido observadas até aqui, e levado a formulação de algumas hipóteses por parte da comunidade científica, que, seguindo o curso natural da produção do conhecimento científico, serão validadas, ou não, no futuro. Neste contexto, uma característica considerável que vem sendo observada em alguns países europeus, entre os que tiveram mais casos na primeira onda, é que o recente aumento no número de novos casos não está sendo acompanhado na mesma proporção pelo aumento de óbitos”, explica o professor e pesquisador. De acordo com Gabriel Bádue, a hipótese mais plausível para explicar esse fenômeno é a evolução dos tratamentos, tanto em relação a utilização de medicamentos como do manejo clínico. Uma outra possibilidade, menos provável, mas que não pode ser descartada, é sobre a mudança no perfil de contaminados. “Quanto a comparação entre esses países e o Brasil, é possível que tenhamos a reprodução desse cenário em algumas regiões brasileiras que tenham uma baixa prevalência, mas essa resposta só pode ser dada a partir de pesquisas sorológicas que tenham como objetivo estimar esse indicador. As profundas diferenças regionais que marcam nosso país tornam essa pergunta complexa e de difícil (quase impossível) resposta, considerando o país como um todo”, completa. O pesquisador explica que, com as informações sobre a ausência de pesquisas mais robustas, entende que a possibilidade de uma segunda onda não deve ser descartada em Alagoas e que ainda há risco de o número de casos e óbitos voltar a aumentar no estado caso as medidas de prevenção não sejam suficientes para conter a transmissão. “Assim, a resposta mais adequada é que podemos registrar a ocorrência de segundas ondas de contaminação aqui no Brasil em locais onde a prevalência do novo Coronavírus seja baixa. Particularmente no caso alagoano, eu não tenho condição de responder essa pergunta com um grau de confiabilidade que o assunto requer pois o Estado não se preocupou até o momento em realizar uma pesquisa sorológica para estimar a prevalência da população, assim qualquer informação sobre uma imunidade coletiva a esta altura é puro chute”, finaliza Gabriel Bádue.

Fonte: Gazeta de Alagoas 

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