Fique por dentro dos principais FATOS e TENDÊNCIAS que movimentam o setor

CPI pedirá contrato de intermediação da Precisa com a Bharat Biotech

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia vai requerer o contrato de representação entre as empresas Precisa Medicamentos e a Bharat Biotech. O pedido foi feito após questionamentos à diretora técnica da Precisa, Emanuela Medrades, sobre como seria efetuado o pagamento da empresa que atuou como intermediária na aquisição de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin, produzida pela Bharat. As informações são da Agência Brasil.

O questionamento foi feito pelos senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Fabiano Contarato (Rede-ES). A diretora técnica disse que não poderia responder à pergunta pois a informação estaria protegida por cláusula de confidencialidade.

‘O contrato que rege a representação entre a Precisa e a Bharat é confidencial. E eu não estou autorizado a dizer aqui’, afirmou Emanuela.

De acordo com Jereissati, o pagamento das doses seria efetuado para a empresa Madison Biotech, pertencente ao grupo indiano e sediada em Cingapura, no sudeste asiático.

‘Existe um contrato de representação entre a Bharat e a Precisa. Nesse contrato, como é o tipo de remuneração que faz jus à Precisa. É uma comissão, é um valor fixo?’, questionou o senador que também perguntou se a Precisa tinha alguma subsidiária no exterior.

A resposta de Emanuela foi negativa. A diretora da Precisa reafirmou que não poderia dar detalhes sobre o contrato por estar protegido por uma cláusula de confidencialidade.

‘O contrato que rege a representação entre a Precisa e a Bharat é confidencial. E eu não estou autorizada a dizer aqui’, disse Emanuela.

Para Jereissati, com a ausência de uma subsidiária da Precisa fora do Brasil, o pagamento da empresa no exterior poderia caracterizar crimes como evasão de divisas e sonegação fiscal.

‘Se esse pagamento era para ser feito direto à Bharat e foi delegado à Madison, como é que a Precisa vai receber sua remuneração se não tem filial no exterior?’ questionou. ‘Estando essa proposta feita toda no exterior e em Cingapura, que é um paraíso fiscal, esse dinheiro provavelmente pode servir de ponto de distribuição da intermediação. Gostaria de pedir que a CPI tenha acesso a toda a documentação de comercialização, contratação e pagamentos’, disse Jereissati.

O presidente da comissão, Omar Aziz, disse que pedirá o contrato. Aziz argumentou que Emanuela poderia até não dar detalhes sobre o valor da remuneração, mas deveria esclarecer a forma de pagamento. O valor total do contrato para a aquisição era de R$ 1,6 bilhão pela compra de 20 milhões de doses da Covaxin.

“A senhora pode até não dizer quanto vai ser a remuneração se é 10%, 20%, mas não a forma como vai ser feito o pagamento’, disse Aziz. ‘Por isso, a gente vai pedir acesso a esse contrato sigiloso entre a Precisa e a Biotech para que a gente saiba qual vai ser a remuneração’, acrescentou.

Fatura

Contarato também questionou a diretora da Precisa sobre a verdadeira data da invoice (fatura) enviada ao Ministério da Saúde. Mais cedo, Emanuela disse que a primeira versão do documento foi enviada ao ministério no dia 22 de março e não no dia 18 de março, conforme afirmou o consultor técnico da pasta William Santana, em depoimento ao colegiado.

‘A primeira invoice foi enviada no dia 22 de março. Se a Madison não faz parte do contrato e a primeira invoice foi enviada em 22 de março, como Luis Miranda saberia da existência da Madison para falsificar a invoice antes disso, no dia 18 de março?’, indagou Contarato.

Em resposta, Emanuela Medrades reafirmou que o envio só ocorreu no dia 22 e disse ter provas materiais disso. De acordo com a diretora, perícia realizada pela empresa apontou que o documento foi encaminhado no dia 22 de março. Ela disse ainda que o material foi enviado para a Polícia Federal.

‘Ela [a Polícia Federal] poderá fazer a perícia de forma oficial e poderá mostrar que essa invoice somente foi encaminhada no dia 22’, disse.

Diante da contradição, os senadores discutiram a possibilidade de acareação entre a diretora e Willian.

Agência reguladora

No depoimento à CPI, Emanuela também foi questionada pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) sobre o risco de a Covaxin não ser aprovada pelos órgãos sanitários do Brasil e da Índia. A senadora também apresentou documentos que apontam pressão da Precisa sobre a Agência Sanitária de Vigilância Sanitária (Anvisa) e sobre o Ministério da Saúde.

A diretora negou a pressão sobre a Anvisa e disse que foram encaminhados para a agência reguladora documentos técnicos sobre a eficácia da Covaxin. Para a senadora, houve empenho do governo federal em negociar a compra da vacina indiana, mesmo sem aprovação da Anvisa e do órgão sanitário da Índia.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


Cadastre-se para receber os conteúdos também no WhatsApp  e no Telegram

Jornalismo de qualidade e independente
Panorama Farmacêutico tem o compromisso de disseminar notícias de relevância e credibilidade. Nossos conteúdos são abertos a todos mediante um cadastro gratuito, porque entendemos que a atualização de conhecimentos é uma necessidade de todos os profissionais ligados ao setor. Praticamos um jornalismo independente e nossas receitas são originárias, única e exclusivamente, do apoio dos anunciantes e parceiros. Obrigado por nos prestigiar!

Leia também: https://panoramafarmaceutico.com.br/brasil-entra-no-top-10-na-venda-de-medicamento-de-alta-complexidade/

Notícias Relacionadas

plugins premium WordPress