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De meio salário mínimo a 26 farmácias associativistas

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farmácias associativistas

Poucos segmentos podem se orgulhar de reunir tantas trajetórias empreendedoras. Uma delas é a de Eduardo da Silva Thomaz, proprietário de 26 farmácias associativistas da Ultra Popular, mas que começou carreira com meio salário mínimo. Ele estreia a seção Minha História, espaço mensal do Panorama Farmacêutico dedicado aos executivos que, silenciosamente, movem o varejo farmacêutico de norte a sul do país.

Sócio de 22 unidades da Ultra Popular no Pará e mais quatro PDVs no Maranhão, Thomaz administra um dos quatro maiores faturamentos entre as redes que integram o ecossistema da Farmarcas. Mas o ciclo de sucesso veio precedido de inúmeros percalços.

Antes das farmácias associativistas, R$ 20 na carteira

A entrada no varejo farmacêutico ocorreu em 1993 e teve como palco a cidade de Penápolis, no interior de São Paulo. “Aos 12 anos fui trabalhar na Farmácia Santa Maria, onde era uma espécie de “faz tudo”. Abria a loja às 6h30, limpava o salão, atendia no balcão, fazia entrega de bicicleta e ia embora à 17h. Ganhava meio salário mínimo e não tinha registro profissional, mas conquistei muitos aprendizados”, lembra.

Após sete anos, o irmão de Thomaz, que atuava com publicidade em Rondônia, o incentivou a trabalhar com ele e tentar a sorte em Rondônia. Com 19 anos, o jovem saiu pela primeira vez da casa dos pais e viajou 2.200 quilômetros no banco de um ônibus. Durou três dias o percurso até Ji-Paraná, cidade a 372 quilômetros da capital Porto Velho.

Descontando o valor da passagem e do lanche, sobraram R$ 20 na carteira. “Com esse valor comprei um saco de laranjas e essa foi a nossa refeição durante o trajeto”, destaca. Era o ano de 2001 e logo em seguida ele conseguiu um emprego de balconista na Drogaria Ideal. “Como sempre tive muita facilidade de comunicação, comecei a me destacar e os clientes sempre queriam ser atendidos por mim. Como a comissão era de 20% na época, meus ganhos totais chegavam a oito salário mínimos. Era uma fortuna”, brinca.

A falta de maturidade, entretanto, cobrou um preço alto. Com a ânsia de querer mobiliar a casa com tudo que tinha direito, acumulou carnês e contraiu dívidas. “No mesmo período meu irmão resolveu ir embora e me chamou para acompanhá-lo, dizendo para deixar as contas para trás. Disse que jamais faria isso e que partiria somente depois de quitar a última parcela. E foi o que aconteceu, pois paguei todos os carnês”, celebra.

Vocação como representante comercial

Empreendedores também têm a sorte de encontrar boas pessoas no caminho. Entre elas esteve José Pereira, o Zezinho da Minas Distribuidora, proprietário da Drogaria Ideal. “Após pouco mais de um ano trabalhando na farmácia, ele decidiu vender o estabelecimento. Como sabia que eu era muito bom de conversa, me levou para trabalhar na distribuidora como representante comercial.”

Com 20 anos, era o vendedor mais novo da empresa, na qual trabalhou por sete anos. “A representação revolucionou a minha vida. Com 24 anos eu já tinha casa própria quitada, carro zero na garagem e uma poupança robusta. Foi onde também conheci minha esposa Paula, com quem tenho dois filhos”, ressalta.

Do sucesso à falência

Quando surgiu a oportunidade de comprar uma farmácia na cidade de Ariquemes, a 175 quilômetros de Ji-Paraná, Thomaz não pensou duas vezes. Vendeu a casa, o carro e sacou a reserva da poupança para adquirir mercadoria. Deixou a esposa no comando da farmácia e continuou trabalhando na distribuidora. E a falência veio com a mesma rapidez. “Hoje, analisando friamente, qualquer negócio que tivesse naquele momento da vida não ia dar certo. Faltavam maturidade, conhecimento e prática de gestão”, acredita.

A dívida de R$ 150 mil, em 2007, era uma soma considerável. Mais uma vez, uma boa alma veio em seu socorro. “O Denilson, um amigo que agora é meu sócio no Maranhão, já tinha duas unidades no município e comprou a minha farmácia por amizade, pagando todos os fornecedores. Ele também me deu uma carta de crédito de R$ 40 mil. Com esse valor, adquiri um carro e utilizei o restante em artigos de beleza e maquiagem na região da 25 de Março, no centro de São Paulo. Passei a revender esses itens para os meus clientes, que compravam por consideração a mim”, explica.

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Um divisor de águas

Passados quatro meses, Thomaz começou a ser abordado para voltar ao mercado da distribuição e iniciou um novo ciclo na Totalmed, considerada um divisor de águas em sua carreira.

“Foi um casamento perfeito. Depois de um ano no departamento de vendas, fui promovido a supervisor e a gerente. Para se ter uma ideia, o sonho dos proprietários era chegar a R$ 1 milhão em vendas. Quando comecei, o faturamento não passava de R$ 400 mil. Quando já atuava na supervisão, a receita atingiu R$ 1 milhão. E ao sair da empresa para abraçar o projeto da Ultra Popular, a Totalmed já estava vendendo R$ 1,6 milhão”, comemora, com orgulho.

Era o ano de 2015 quando chegou em Rondônia – a primeira farmácia da Ultra Popular foi montada em Cacoal, com estrutura de 80 m² e faturamento inicial de R$ 200 mil. A receita chegou a R$ 600 mil, valor muito fora da curva para a realidade do Estado. A loja de Porto Velho, nos primeiros meses, bateu a meta de R$ 1,5 milhão e hoje comercializa mais de R$ 3 milhões. “Pude acompanhar essa evolução desde o início e me encantei. Foi a motivação que precisava para encampar a ideia de ter a Ultra Popular no Pará.”

 

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O início de um sonho

Em uma viagem por Rolim de Moura, a 109 quilômetros de Ji-Paraná, ele recebeu de outro associado da Ultra Popular informações sobre os planos de expansão da Farmarcas no Pará. “Voltei para casa decidido e perguntei aos dois proprietários da Totalmed se eles gostariam de embarcar nesse projeto. Minha esposa mostrou-se muito preocupada com a hipótese de se distanciar da família, mas depois me incentivou a apostar na ideia”, lembra.

Nem os sócios da distribuidora queriam perdê-lo. “Chegaram a me oferecer 5% de participação na empresa. Como gerente eu ganhava R$ 15 mil, com casa própria, carro novo e vida bem estruturada. Mas após um mês, meu sócio Vicente Zanol me ligou e revelou que iria embarcar nesse plano comigo”, comenta.

A cidade escolhida para abrir a primeira farmácia da Ultra Popular no Pará foi Marabá, a 565 quilômetros da capital Belém. Com PIB elevado, o município também está próximo de Parauapebas e Canaã dos Carajás, zona do minério e considerada a parte rica do Estado.

Com o projeto estruturado, o passo seguinte foi segurar a ansiedade e aguardar a aprovação da Farmarcas, o que ocorreu um mês depois. O próximo desafio foi escolher um ponto. “Era dezembro de 2016 quando desembarquei em Marabá e, com a ajuda de um amigo, passei uma semana visitando possíveis locais para abrir a farmácia. Certo dia vimos que havia um ponto fechado na Feira da Folha 28, um dos melhores endereços da cidade. Além de estar sem placa de aluga-se, o ponto ficava ao lado da farmácia mais tradicional da cidade, a Cristo Rei. Fechamos o aluguel por R$ 8 mil no endereço que hoje é a matriz do nosso grupo”, explica.

Em março de 2017, Thomaz mudou-se definitivamente para Marabá e deu início à reforma da loja e à concretização de seu sonho. Mas nem tudo foi fácil. Como sócio-administrador, Thomaz tinha remuneração de R$ 6 mil e, para economizar, passou a morar com a família em um quartinho nos fundos da farmácia. Também conviveu com comentários e deboches dos que achavam que o negócio não duraria mais que seis meses.

“O ponto em que estávamos já havia sido padaria, restaurante, loja de eletrodomésticos, de móveis, supermercado e nada dava certo. Tivemos muita dificuldade em recrutar profissionais, inclusive farmacêuticos. Só conseguimos os recém-formados. As pessoas achavam que éramos os forasteiros aventureiros”, pontua.

A concretização do sucesso

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O projeto apresentado à Farmarcas era abrir dez PDVs da Ultra Popular em quatro municípios. “Nossa primeira loja atingiu vendas de R$ 600 mil já no quarto mês. Posteriormente abrimos uma farmácia de 340 m² em Parauapebas, que se tornou referência na região. E com três lojas, chegamos a quase R$ 3 milhões de faturamento, valor que nós esperávamos alcançar com dez unidades.”

E os planos de expansão continuam. Em agosto, Thomaz prepara-se para inaugurar a 23ª loja no Pará e tem oito PDVs prontos para abertura até 2023. Já no estado do Maranhão, Thomaz tem quatro lojas da Ultra Popular, em sociedade com o amigo que o ajudou em sua primeira incursão no varejo farmacêutico. Duas dessas unidades faturam mais de R$ 1 milhão.

“Toda essa trajetória não seria possível sem o apoio da minha esposa Paula Karine, do meu sócio Vicente Zanol, de toda equipe da Farmarcas e de seu presidente Edison Tamascia, grande fonte de inspiração para quem almeja crescer no varejo farmacêutico”, finaliza, sem esquecer de quem sempre o motivou nessa jornada.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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