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Depois de negociação da Precisa, dose da Covaxin foi de US$ 10 para US$ 15

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O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fechou um contrato para a compra da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, por um valor 50% mais alto do que inicial, de US$ 10 por dose. A informação é do jornal Estado de S. Paulo.

Veja também: Países decidem aplicar doses de vacinas diferentes; Brasil monitora estudos

O acordo, fechado em 25 de fevereiro de 2021, previu pagamento de US$ 15 a unidade. O Estadão cita documentos do Ministério da Saúde em que mostram que o preço aumentou no meio das negociações, depois das acusações de corrupção.

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O acordo, fechado 3 meses depois, prevê que o Brasil pagará R$ 1,614 bilhão por 20 milhões de doses. A negociação sairia inicialmente por R$ 538 milhões.

A primeira reunião técnica do Ministério da Saúde com representantes do laboratório Bharat Biotech e da Precisa Medicamentos foi em 20 de novembro.

‘O valor da vacina é de US$ 10 por dose, que, em razão de eventual aquisição de montante elevado de doses, o valor poderia vir a ser reduzido e estaria aberto à negociação’, informa um documento do Ministério da Saúde, enviado à Câmara em resposta a um requerimento de informação pela deputada Adriana Ventura (Novo-SP).

A reportagem também diz que o coronel Élcio Franco, então secretário-executivo do Ministério, comandou a reunião com o empresário Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, e representantes da Bharat Biotech.

Segundo o Estadão, a negociação da Covaxin durou cerca de 3 meses. Ainda de acordo com o jornal, telegrama da embaixada brasileira na Índia registrou que, em um evento no país asiático, a Bharat Biotech informou que o preço por dose da vacina poderia ser de 100 rúpias, equivalente a US$ 1,34, na cotação da época, quando estivesse disponível.

O valor de compra foi 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela fabricante.

O CASO

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, apresentaram aos senadores da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado suspeitas de irregularidades no contrato da Covaxin. Afirmaram que houve pressões internas no Ministério da Saúde para que a vacina fosse aprovada.

Miranda afirma ter alertado Bolsonaro em janeiro sobre as suspeitas de irregularidades na compra da vacina indiana. Em 20 de março, o deputado e seu irmão reuniram-se com o presidente. Luis Miranda disse que Bolsonaro suspeitou de Ricardo Barros (PP-PR), líder do Governo na Câmara, e teria dito que pediria um inquérito na Polícia Federal sobre o contrato. Não há informações sobre um inquérito do tipo em andamento.

O contrato prevê entrega das doses no valor de R$ 1,6 bilhão. Documento obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo indica que o governo federal foi informado em agosto de 2020 que a Bharat Biotech estimava o preço de 100 rúpias por dose da vacina (cerca de US$ 1,34). O valor acordado de US$ 15 é 1.019% superior.

O MPF (Ministério Público Federal) pede investigação na esfera criminal contra o Ministério da Saúde por identificar indícios de crime de improbidade administrativa no contrato do órgão com a Precisa Medicamentos.

Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu nesta 4ª feira (30.jun.2021) o prazo para concluir a análise do pedido emergencial da vacina indiana contra a covid-19 Covaxin por falta de documentos obrigatórios.

Segundo o órgão, sem essas informações -que são consideradas essenciais-, não é possível atestar a segurança nem a eficácia do imunizante.

Fonte: Poder 360

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