A gigante do e-commerce chinês AliExpress trocou a direção no Brasil com um objetivo definido – criar uma versão nacional do Dia do Solteiro. Idealizada em 1993, a Black Friday asiática acontece anualmente no dia 11 de novembro e movimentou US$ 84,5 bilhões no ano passado, mas até agora não emplacou na América Latina.
A primeira tentativa de promover o Dia do Solteiro no varejo brasileiro ocorreu em 2019. Proprietária da AliExpress, a Alibaba desenvolveu uma campanha de marketing massiva na cidade de São Paulo, com descontos agressivos de 70% e cupons de desconto distribuídos por influenciadores digitais. No ano seguinte, investiu na cantora Gretchen e na modelo Gracyane Barbosa como garotas-propaganda. Mas os resultados desapontaram a companhia.
Agora, a AliExpress planeja investir em uma autêntica tropicalização da data. Para isso, recrutou para a presidência no país a executiva Briza Rocha Bueno,
ex-líder de marketing da Americanas e com 13 anos de atuação em players como Submarino e Shoptime. E embora negue oficialmente a informação, a estratégia de abrir um centro de distribuição no Brasil está em análise.
Para evitar um novo fracasso, a AliExpress também procurou encorpar suas operações logísticas em território nacional. Desde 2019, o grupo ampliou de dois para seis o número de voos semanais que fazem o transporte para o país. Além disso, vai abrir a plataforma para comerciantes locais atuarem como revendedores oficiais, decisão inédita nos mais de 200 mercados estrangeiros onde a companhia atua.
Resultados que valem um PIB, mas com desaceleração
A edição de 2021 superou em 14% os indicadores de vendas do ano anterior. Foram 11 dias de promoções cujo volume superou o Produto Interno Bruto (PIB) de países como Guatemala e Luxemburgo. Apesar do lucro recorde, o ritmo de crescimento nos ganhos diminuiu.
A desaceleração fica ainda mais clara quando comparada com o efeito da primeira extensão. Em 2019, o evento durou apenas 24 horas. Com os quatro dias de promoção introduzidos em 2020, os lucros quase dobraram.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
