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Dores no quadril e articulações do joelho podem indicar casos de osteoartrite

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Dores no quadril

As dores no quadril e joelho recorrentes, que muitas vezes provocam rigidez nas articulações e comprometem a movimentação diária ou atividades esportivas, podem ser o sinal de osteoartrite (OA).

Trata-se de uma doença articular degenerativa caracterizada pelo desgaste da cartilagem e por alterações ósseas, entre elas os osteófitos, também conhecidos como “bicos de papagaio”. Embora seja mais comum em pessoas com mais de 65 anos, o problema pode acometer jovens e atletas que desenvolvem esforços físicos repetitivos ou atividades de grande impacto como futebol, vôlei e maratona.

A osteoartrite se inicia com sintomas leves, principalmente rigidez matinal, mas pode evoluir por estímulo de alguns fatores, tais como idade, excesso de peso, esforço repetitivo, histórico familiar e alterações hormonais.  Com o aumento da população brasileira acima de 65 anos, é possível que o número de casos também cresça nos próximos anos.

Segundo Márcia Uchoa, professora do Departamento de Ortopedia e Traumatologia do HCFMUSP, estudos apontam que os brasileiros acima de 65 anos passaram de 1,6 milhão, em 1950, para 8,7 milhões no ano 2000. A expectativa é que esse número salte para 42 milhões em 2050. “Haverá, portanto, grande aumento no número de casos de OA, já que sua prevalência tem relação direta com o aumento da idade da população”, explica.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a doença representa cerca de 30% a 40% das consultas em ambulatórios de reumatologia. Pelos 75 anos, 85% das pessoas têm evidência radiológica ou clínica da doença, mas somente 30% a 50% dos indivíduos com alterações observadas nas radiografias queixam-se de dor crônica. Dados da Previdência Social no Brasil apontam que a OA é responsável por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho, sendo a segunda patologia entre as que justificam o auxílio inicial, com 7,5% do total, e em relação ao auxílio-doença, com 10,5%. A osteoartrite também aparece em 4º lugar do ranking dos motivos que determinam aposentadoria (6,2%).

Como tratar as dores no quadril ?

O comprometimento da lubrificação (viscosidade) adequada nas articulações pode levar a um processo inflamatório, crônico e degenerativo, que provoca fortes dores e, nos casos mais avançados, necessita de cirurgia. Para retardar a colocação de uma prótese, vários ortopedistas e reumatologistas indicam a viscossuplementação (VS), que nada mais é que uma injeção de ácido hialurônico (AH) exógeno nas articulações visando restaurar as propriedades reológicas do líquido sinovial, com o objetivo mecânico, analgésico, anti-inflamatório e condroprotetor. O AH é indicado para interromper o desgaste da cartilagem, que é uma estrutura importante para suavizar o impacto de um osso com o outro.

“A osteoartrite não tem cura, mas tem tratamento. A infiltração de ácido hialurônico é uma das alternativas ao tratamento não cirúrgico. A utilização dessa substância sintética contribui no alívio da dor e na preservação do tecido articular por um maior período. Em casos de osteoartrite leve a moderada, o paciente pode permanecer sem dor por um período que varia de seis meses a um ano”, destaca a médica.

De acordo com a especialista, os benefícios do AH estão relacionados à redução das células inflamatórias que causam destruição articular, estímulo da produção do próprio ácido hialurônico endógeno e de células cartilaginosas, além da estabilização do desgaste contínuo da cartilagem articular, garantindo mais qualidade de vida ao paciente.

Desde a década de 90, alguns laboratórios começaram a produzir o ácido hialurônico exógeno (sintético) para os processos de viscossuplementação, que deve ser realizado exclusivamente por um médico especialista (ortopedista, fisiatra ou reumatologista). Atualmente, uma das tecnologias mais modernas é a NASHA. Esse processo produz um AH estabilizado e mais resistente a partir uma molécula de ocorrência natural, que fornece lubrificação e amortecimento em uma articulação normal.

“A viscossuplementação é pouco praticada no Brasil em relação a países da Europa e Estados Unidos. Isso leva a um alto gasto público com cirurgias de prótese. A infiltração de ácido hialurônico é segura e funciona como um lubrificante no local em que houver o desgaste da cartilagem. Ao aumentar a viscosidade, o AH melhora o quadro clínico, além de representar um melhor custo/benefício para pacientes, médicos e clínicas”, explica Hélio Osmo, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica.

Mudança de hábitos

Após identificar as medidas terapêuticas para diminuir a dor e ampliar a capacidade de realizar as atividades, os médicos ressaltam a importância de mudar a rotina, que inclui perda de peso e prática de exercícios físicos para fortalecimento da musculatura que envolve a articulação comprometida.

“Os ossos e os músculos precisam de estímulo para se fortalecer e potencializar o equilíbrio muscular, articular e postural. É importante escolher atividades de baixo impacto, como caminhar ou nadar, sempre com a orientação de um profissional, além de adotar bons hábitos alimentares para evitar a obesidade”, complementa o Osmo.

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