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Droga é reprovada em teste clínico

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Mais uma droga contra Alzheimer, que tem como alvo os depósitos amiloides no cérebro, falhou, decepcionando quem apostava na substância solanezumab, um anticorpo monoclonal, como primeiro medicamento a enfrentar a doença diretamente. Hoje, as abordagens disponíveis no mercado conseguem lidar com os efeitos do mal neurodegenerativo, mas não trabalham com as causas de uma enfermidade que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), afeta 47 milhões de pessoas.

O resultado do estudo de fase três — a última etapa de uma investigação antes de o remédio entrar no mercado — com 2.129 pacientes de Alzheimer com demência moderada foi publicado no New England Journal of Medicine e demonstrou que a substância, desenvolvida pelo laboratório Eli Lilly, não retardou significativamente o declínio cognitivo. A pesquisa era o maior ensaio clínico (realizado com humanos) focado no Alzheimer que tinha como alvo os depósitos da proteína amiloide no cérebro.

“Embora estejamos desapontados pelo fato de que essa droga, em particular, não tenha se provado bem-sucedida, o campo está se beneficiando a cada estudo”, relativizou, em nota, Lawrence Honig, professor de neurologia no Centro Médico da Universidade de Columbia, em Irving, que liderou o trabalho.

O neuropsiquiatra Otávio Castello, diretor científico da regional DF da Associação Brasileira de Alzheimer, conta que, entre 2002 e 2012, 473 ensaios clínicos com novas drogas para combater a doença foram encerrados e, desses, 280 estavam na fase 3, como o solanezumab. “Nesses 10 anos, esses ensaios foram parar na lata de lixo. Esse custo é de US$ 1 trilhão em pesquisas. Por enquanto, a indústria não tem nada no radar”, diz.

De acordo com o médico, resultados preliminares indicam que outra droga em avaliação, o aducanumab, é promissora, mas os estudos estão na fase 2. “Só devemos ter mais resultados no fim de 2019, início de 2020. Para este ano não há nada”, afirma. Para Castello, porém, o insucesso das drogas que têm o depósito de proteínas amiloide no cérebro não significa que a hipótese que associa o Alzheimer ao acúmulo da substância deva ser descartada. “O fracasso das drogas como o aducanumab é tão retumbante que há cientistas que andam perguntando: ‘Será que a teoria amiloiode realmente explica a doença de Alzheimer?’. Mas ela ainda é válida, ainda é a mais aceita. Ainda há frentes novas de entendimento da própria teoria, que precisam ser investigadas.” (PO)

Fonte: Estado de Minas Online

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