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Eficácia x eficiência: compare as vacinas contra covid disponíveis no Brasil

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Mesmo com o avanço da vacinação, a pandemia de covid-19 entra em um momento delicado com a expansão da variante delta, surgida da Índia e presente em ao menos 92 países. À medida que os laboratórios tentam descobrir o quanto seus imunizantes protegem contra as novas mutações do coronavírus, novos estudos sobre eficiência e eficácia são publicados e permitem compreender melhor como combater a crise sanitária internacional.

Para entender as diferenças entre os estudos científicos publicados é importante distinguir três conceitos básicos:

1 – A eficácia de uma vacina é analisada em um ambiente controlado, geralmente em testes da fase 3, e é eficaz quando produz o efeito esperado. Dentro desta perspectiva, as taxas de eficácia das vacinas contra a Covid-19 são:

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– Pfizer: 95%

– Moderna: 95,5%

– Sputnik V: 91,6%

– Novavax: 89,3%

– AstraZeneca: 70%

– Janssen: 66%

– Coronavac: 50,4%

É fundamental ressaltar que essas taxas de eficácia dizem respeito à proteção contra a forma leve da doença. Considerando-se as formas mais graves de desenvolvimento da Covid-19 e os óbitos decorrentes desse agravamento, as vacinas apresentam uma proteção muito maior. A campanha de vacinação visa à imunização de toda uma população, o que permitiria controlar a circulação do vírus, então o fenômeno de escolha de vacinas não se justifica.

2 – A efetividade diz respeito ao mundo real, com todas as adversidades e alcance em massa sob condições adversas – é efetiva quando observada de uma perspectiva realista de impacto e proteção em uma sociedade.

3 – A eficiência é atrelada à relação custo-efetividade, ou seja, leva em consideração seu custo e aplicação (dose única ou dupla).

CoronaVac

Acusada de ter a mais baixa eficácia contra a forma leve da Covid, a vacina produzida no Instituto Butantan também tem sido majoritariamente utilizada no Chile. Um estudo, o primeiro sobre a efetividade da coronavac, publicado no último dia 7 de julho pela revista científica New England Journal of Medicine, com dados de vacinação chilenos, aponta que o imunizante teve efetividade de 86% na prevenção de mortes provocadas pela Covid-19. O levantamento analisou um grupo de 10,2 milhões de chilenos entre 2 de fevereiro e 1 de maio. As conclusões listam as efetividades da Coronavac:

– Prevenção de casos de Covid-19: 65,9%

– Prevenção de hospitalizações: 87,5%

– Prevenção de internações em UTI: 90,3%

– Prevenção de mortes: 86,3%

Aprovada para uso emergencial pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no início de junho, o imunizante do laboratório chinês Sinovac foi submetido a um estudo da Universidade do Chile de eficácia contra as variantes gama e alfa. As conclusões indicam uma redução de eficácia de 2,33 vezes contra a variante gama (originária no Amazonas) e 2,03 menor contra a alfa (oriunda do Reino Unido).

As novas cepas de coronavírus apresentam uma mutação na proteína ‘spike’, que permite ao vírus driblar anticorpos produzidos a partir do coronavírus original. O estudo foi publicado na revista científica medRxiv e foi realizado com 75 pacientes chilenos vacinados completamente com as duas doses da CoronaVac.

Produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, a CoronaVac tem um estudo de eficácia publicado na revista científica The Lancet que mostra que aumentar o intervalo entre as doses de 14 para 21 dias aumenta a eficácia de 50,7% para 62,3%. O estudo reuniu 12 mil participantes ainda em 2020. A pesquisa mostra ainda que a eficácia da vacina variava entre 78% e 100% contra casos graves sob a perspectiva do coronavírus original.

AstraZeneca

Desenvolvida no Brasil em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a vacina teve um novo estudo de eficácia feito pela Universidade de Oxford com 32 mil participantes na Inglaterra que elevaram sua eficácia dos 70% originais para 79% contra casos sintomáticos de Covid-19. Alvo de polêmica pelo risco raro de desenvolvimento de coagulação sanguínea e trombose, é consenso médico que os benefícios da vacina superar em muito qualquer risco de efeito colateral.

No Brasil, a Fiocruz concluiu no início deste mês um estudo de efetividade com 40 milhões de brasileiros a partir dos 60 anos que tomaram AstraZeneca e CoronaVac. Os números confirmam a efetividade de ambos os imunizantes: com uma dose, a efetividade das vacinas foi de 73,7% entre 60 e 79 anos, o que aumenta para 79,8% com as duas doses na mesma faixa etária. Há evidências de eficiência de 92% de proteção contra a variante gama, diz estudo da Public Health England

Na África do Sul, o ministério da Saúde informou que um estudo com a AstraZeneca indicou proteção limitada contra forma leve da Covid-19 causada peloa variante beta.

Janssen

A vacina da Johnson & Johnson possui dose única e apresentou eficácia de 66% que aumenta para 85% (após 28 dias da aplicação) contra casos graves e 100% de proteção contra hospitalização e morte após 28 dias da aplicação. Os dados são do Laboratório Farmacêutico Janssen em parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), com mais de 44 mil voluntários de Argentina, Brasil, Chile, México, Colômbia, Peru e África do Sul.

A Food and Drug Administration, agência reguladora dos Estados Unidos, informa eficácia geral de 72% da Janssen. De acordo com o órgão, a vacina teve eficácia de 64% contra contra casos leves da variante beta e 82% contra as formas severas.

Em relação à variante delta, a chefe do programa de emergências da OMS, Maria van Kerkhove, afirmou no fim de junho deste ano que todas as vacinas disponíveis apresentam percentual relevante de eficácia. ‘A boa notícia é que até agora as vacinas funcionam contra a delta, mas pode haver um momento em que surja uma ‘constelação de mutações’ e tenha uma contra a qual elas percam sua potência. É isso que queremos evitar o máximo que pudermos’, disse Kerkhove em entrevista coletiva.

A Johnson afirma que sua vacina é eficaz contra a variante delta.

Pfizer

Das preferidas dos ‘sommeliers de vacina’ devido à alta eficácia, a vacina Pfizer apresentou efetividade reduzida contra as variantes alfa e beta, de acordo com estudo da agência inglesa de saúde pública (Publich Health England). Foram analisados 14 mil casos da variante delta entre 12 de abril e 4 de junho deste ano.

– 96% de efetividade contra hospitalização provocado pela variante delta após 2 doses – a AstraZeneca apresentou efetividade de 92% nas mesmas condições.

– 88% de proteção contra formas leves de Covid-19 causados pela delta

Outro estudo de eficácia da Pfizer contra a variante delta na Escócia aponta efetividade de 79% contra a nova cepa. O Canadá mediu a efetividade em 87%.

Já uma pesquisa israelense publicada na revista Nature indica que a Pfizer perde eficácia após seis meses da aplicação – sua taxa de proteção contra sintomas leves caiu para 64%.

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/elfa-cria-plataforma-para-integrar-farmaceuticas-e-planos-de-saude/

Apesar das comparações numéricas, não é possível comparar as taxas de eficácia e efetividade das vacinas pois cada estudo é feito em contextos diferentes, com pessoas e países distintos. Importante ressaltar que diversas pesquisas ainda estão em andamento e é natural haver distorções e diferenças entre os imunizantes que, embora apresentem uma proteção menor contra a variante delta, ainda são eficazes e eficientes contra todas as variantes que surgiram até o momento.

Fonte: MSN Brasil

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