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Em carta, movimentos sociais da Baixada Fluminense cobram medidas das prefeituras contra o coronavírus

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Recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como forma de reduzir a contaminação pelo coronavírus, o ato de lavar as mãos diversas vezes por dia é considerado luxo para moradores de Austin, em Nova Iguaçu. Isso porque água na torneira é raridade para muitos no local. É o caso da dona de casa Valdineia Vieira da Silva, de 46 anos, que mora com os pais idosos, duas filhas, dois irmãos e um neto no sub-bairro Marileia. Há dois meses, ela armazena água que consegue com a vizinha em galões e latas de tinta, e utiliza para consumo e no preparo de alimentos. Até água da chuva é reaproveitada.

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— Não tem chovido. Quando chove, deixamos o balde no quintal e usamos uma bomba submersa para pegar água dos galões e levar para a caixa. De lá, dá para lavar louça, lavar roupa, usar no banheiro. Mas não dá para lavar as mãos toda hora — ressaltou Valdineia.

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O problema da falta d’água se repete em outros bairros nas 13 cidades da Baixada. Mas há outros desafios para enfrentar o coronavírus na região. Pensando nisso, a ONG Casa Fluminense decidiu elaborar, em parceria com outras organizações, a carta manifesto #CoronaNaBaixada, com reivindicações que serão entregues às prefeituras da região.

No documento, eles cobram a realização de testes em pacientes com sintomas de Covid-19, inclusive os casos leves; medidas de redução da circulação e aglomeração de pessoas, sem uso excessivo da força; renda para trabalhadores informais e formais que tiveram seus contratos suspensos ou foram demitidos; acesso à água potável e higienização periódica das ruas; insumos para a população em situação de rua, pessoas com deficiência e às populações favelada e periférica, como álcool gel, máscaras faciais de proteção descartáveis, copos descartáveis nos bebedouros, produtos de higiene pessoal, entre outras medidas.

— A gente ouviu pessoas com sintomas, mas que não conseguem fazer o teste, relatos de falta d’água, viu comércio de bairro aberto. Por isso, decidimos pautar de forma articulada medidas de prevenção na Baixada — explica Douglas Almeida, coordenador de mobilização da Casa Fluminense.

Em Imbariê, terceiro distrito de Caxias, o movimento era normal ontem de manhã. A prefeitura não decretou o fechamento do comércio. O movimento de pessoas indo trabalhar também era grande. Foi por isso que o geógrafo Osmar Paulino, idealizador do Festival de Artes de Imbariê (Faim), e que assina o documento como o coletivo de artes Faim, decidiu colar cartazes nas ruas do bairro para orientar moradores sobre prevenção.

— Nossa intenção é criar um comitê de urgência e buscar informações. Criamos um manual para que trabalhadores possam se proteger minimamente dentro do transporte público, já que muitos têm que trabalhar — ressaltou Osmar.

A articulação #CoronaNaBaixada reúne 115 assinaturas institucionais e mais de 300 assinaturas de pessoas físicas. A carta pode ser assinada nesse link.

Artistas também se unem

Na Baixada, artistas, produtores, técnicos e trabalhadores da cultura, em conjunto com coletivos, grupos e instituições culturais, também elaboraram uma carta manifesto, a #CulturaBXDdeQuarentena.

Eles recomendam ações de enfrentamento à crise, como isenção temporária de impostos, taxas e contribuições aplicáveis sobre as atividades de produção e difusão cultural (ISS), a antecipação da distribuição de recursos dos fundos públicos existentes e disponíveis, além dos editais e mecanismos de fomento previstos para execução em 2020; sanção ou regulamentação, em caráter de emergência, dos Fundos Municipais de Cultura que se encontram pendentes; criação de editais públicos emergenciais e mecanismos de apoio à manutenção dos coletivos, grupos culturais, ações e iniciativas que mantém o circuito cultural da região, entre outras ações.

O documento, que já reúne dezenas de assinaturas, será enviado nesta semana aos prefeitos, vereadores e secretários municipais de cultura, conselhos de cultura municipais e estadual; à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro e ao governador do Rio; e à Comissão de Cultura da Alerj.

Fonte: Yahoo Brasil

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