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RJ investiga a morte por febre amarela de dois turistas

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RIO – Com 12 casos confirmados de febre amarela, sendo sete mortes até agora, a cidade de Angra dos Reis, na Costa Verde, já é o município fluminense com maior número de óbitos pela doença, segundo o último informe epidemiológico da Secretaria estadual de Saúde. Todas as vítimas que não resistiram adoeceram na turística Ilha Grande, onde ainda são investigadas outras mortes suspeitas, entre elas a de dois turistas chilenos: Felipe Santander, de 35 anos, que faleceu na última sexta-feira, e Ernesto Antonio Faúdez, de 20 anos, morto nesta terça-feira. No estado, subiu para 74 o número de casos diagnosticados, com 33 mortes.

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Em relação aos turistas, Felipe passava férias no Brasil com a namorada. Os dois estavam desde o último dia 29 de dezembro na Vila do Abraão, a principal porta de entrada dos visitantes na Ilha Grande. No último dia 8 de fevereiro, ele chegou a atualizar sua foto de perfil no Facebook, em que ele aparecia fazendo malabares numa praia da ilha. Até o dia 11, ele ainda respondia às mensagens dos amigos, alguns que o chamavam de “Loquillo”. Mas, sem a vacina contra a febre amarela, ele adoeceu. No dia 15, uma prima comentou na foto que ele tinha postado:

“Começando um novo dia de esperança de te ver saudável e feliz, primo Felipe Santander. Por isso, faremos uma nova corrente de oração para sua pronta recuperação”.

Já na sexta, dia de sua morte, a namorada que o acompanhava na viagem escreveu:

“Essa foi a última foto que tirei dele. Estava feliz porque lhe deram de presente essas bolinhas e um amigo o ensinou a fazer malabares (…). Felipe é um homem charmoso que me deu a honra de ser sua última companheira. Obrigado a todos seus amigos pelo apoio que têm me dado. Ele esteve no Rio pela última vez, seu lugar favorito do mundo”.

Segundo o Hospital Federal dos Servidores do Estado, onde ele foi internado, Felipe chegou à unidade por volta das 5h de quinta-feira passada e teve morte confirmada pelos médicos às 6h30m da sexta-feira. Ele e a namorada voltariam para o Chile ainda este mês.

Ernesto também estava internado no Hospital dos Servidores. Ele fazia parte de um grupo que passava férias na Ilha Grande, numa casa próxima à mata no Abraão. No Facebook, a prima de Ernesto, Noemí Recabal Faúndez, faz um apelo para repatriar o corpo do jovem:

“Agora precisamos levar meu primo de volta ao Chile, devemos repatriar seu corpo. Por favor, se alguém sabe o que devemos fazer, precisamos de orientação”, postou Noemí.

A Secretaria estadual de Saúde afirma que ainda aguarda os resultados de exames laboratoriais para confirmar a causa da morte dos chilenos. Um terceiro turista do país também está internado, com suspeitas da doença. No caso de Felipe, o Consulado do Chile já tinha dito que, segundo os médicos que o atenderam, ele tinha sido vítima da febre amarela.

Ao saber da primeira morte, o embaixador do Chile no Brasil, Jaime Gazmuri Mujica, informou que o turista já chegou ao Rio em grave estado de saúde.

— Ele foi diagnosticado primeiro no hospital de Angra dos Reis. Seu quadro geral estava muito ruim, então foi transferido para o Hospital dos Servidores do Estado. No entanto, chegou em muito más condições — disse Mujica, que reforçou a importância de outros turistas virem ao Brasil já vacinados contra a doença. — A vacina da febre amarela não é obrigatória para vir ao Brasil, mas recomendamos que os turistas se vacinem antes. Muitos chilenos vêm ao país. Tivemos problemas no estoque de vacinas no Chile, mas que já foram resolvidos — frisou.

Mujica disse que a mãe de Felipe já tinha saído do Chile para cuidar dos trâmites legais após a morte do filho no Brasil e da transferência do corpo para seu país de origem.

MORTES CONCENTRADAS NO OESTE DA ILHA

Sobre os mortos confirmados em Angra dos Reis, a prefeitura afirma que dois adoeceram na Praia de Matariz, dois na Praia do Sítio Forte, um na Praia Longa, um na Praia Passa Terra e outro na Praia Vermelha, todas na porção oeste da ilha virada para o continente. A região fica próxima a paradas tradicionais dos barcos que fazem turismo na região, como a Gruta do Acaiá, a Lagoa Azul e a Freguesia de Santana. Mas já foi encontrado um macaco morto, com febre amarela, na Praia da Parnaioca, no outro lado da ilha, virada para o alto-mar.

O medo dos moradores da Ilha Grande, no entanto, é de que o número de doentes e mortos seja ainda maior. Entre os casos não incluídos no informe da Secretaria de Saúde estaria o de uma adolescente de 13 anos morta esta semana.

Além de Angra, foram registradas mortes por febre amarela em Valença (seis), Teresópolis (cinco), Nova Friburgo (três), Cantagalo (três), Rio das Flores (dois), Sumidouro (dois), Miguel Pereira (um), Paraíba do Sul (um), Carmo (um), Maricá (um) e Engenheiro Paulo de Frontin (um).

Fonte: O Globo

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