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Estado trava descentralização de farmácia de alto custo

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Após mais de um ano de tratativas, o Grande ABC ainda espera pela descentralização da farmácia de alto custo instalada no Hospital Mário Covas, em Santo André, prometida pelo governo estadual para junho. A criação de pontos nos municípios para entrega de medicamentos e suplementos fornecidos pelo Estado visa diminuir a superlotação da única unidade na região, onde os pacientes chegam a aguardar de três a seis horas pelo atendimento.

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A última previsão foi dada em março pelo então secretário estadual da Saúde, David Uip. Em evento no Hospital de Clínicas de São Bernardo, Uip afirmou que a descentralização teria início pela cidade, com a instalação de um posto na unidade do Poupatempo do município, em até 90 dias. O prazo esgotou em junho. A expectativa era a de que, após o projeto piloto, outros postos fossem instalados nas unidades de Poupatempo de Santo André, Diadema e Mauá, o que não aconteceu.

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Segundo o coordenador do GT (Grupo de Trabalho) Saúde do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Geraldo Reple, o momento eleitoral travou o andamento do processo. “O contrato estava praticamente assinado, mas o viés político afetou e vai depender bastante dos futuros governador e secretário (estadual da Saúde) tirarem do papel”, lamentou.

No mês seguinte ao anúncio feito no HC, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) se desincompatibilizou do cargo para concorrer à Presidência da República. Em seu lugar, assumiu o vice-governador Marcio França (PSB), que trocou o comando da Secretaria de Estado da Saúde e colocou no cargo Marco Antonio Zago.

Em nota, a Prefeitura de São Bernardo destacou que “está à disposição para a instalação da descentralização da farmácia de alto custo, já encaminhada no governo do Estado”. A administração relatou que aguarda posicionamento da Secretaria de Estado da Saúde para o andamento do projeto na cidade.

A equipe do Diário esteve no Poupatempo de São Bernardo e confirmou com os funcionários que o local onde serão feitos os atendimentos da farmácia de alto custo já está pronto. No entanto, a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo), responsável pelo equipamento, informou que não existe previsão para implantação do serviço.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que projeto de descentralização da entrega de medicamentos de alto custo no Grande ABC está sendo desenvolvido em conjunto com os municípios da região. “A Pasta vem se reunindo com representantes do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e está analisando as propostas para dar andamento à implantação das farmácias em locais estratégicos da região, incluindo o Poupatempo de São Bernardo.”

AÇÃO

Na edição de ontem, o Diário mostrou que a Justiça indeferiu pedido do MP (Ministério Público) de São Paulo pela imediata descentralização do serviço por parte do governo do Estado. Com a decisão, a medida depende unicamente da Secretaria de Estado da Saúde. A reivindicação da região por novos locais de atendimento se arrasta desde 2014.

Moradores da região relatam problemas com atendimento

A autônoma Thais Bonfim Gomes de Araujo, 30 anos, mora em Mauá e uma vez por mês vai até a farmácia de alto custo do Hospital Mário Covas, em Santo André, retirar suplemento alimentar para o filho Heitor, 3. A criança sofre de uma doença genética e rara, a fenilcetonúria. Thais relata que o tempo médio de espera é de três horas, mas que já passou cinco horas aguardando pelo atendimento. “Certamente, se houvesse outras unidades, a espera seria menor”, afirmou.

A costureira Maria Leiania da Silva Souza, 35, que retira mensalmente o medicamento Xalatan, para glaucoma, além da demora, reclama da falta frequente do medicamento. “Este ano só consegui pegar três vezes”. A Secretaria de Estado da Saúde informou que o remédio citado foi entregue com atraso. A farmácia entrará em contato com a paciente para agendar a retirada. A Pasta afirmou que o tempo médio de espera no equipamento é de uma hora.

Fonte: Diário do Grande ABC

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