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Fakhoury sustenta negacionismo e se coloca na CPI como ‘mártir do bolsonarismo’

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Em quase sete horas de depoimento à CPI da Covid, o empresário bolsonarista Otávio Fakhoury foi taxado de “negacionista” por senadores e criticado por se apresentar como um “mártir do bolsonarismo” ao classificar como “opinião” a divulgação de mentiras para descredibilizar vacinas e o uso de máscaras.

Fakhoury foi convocado a prestar depoimento devido à suspeita de ter apoiado canais e contas nas redes sociais que propagaram fake news em relação a tratamento e a modelos de prevenção para a Covid-19, o que ele nega.

Nesta quinta, senadores apresentaram diversas publicações nas quais o empresário atacava vacinas contra a Covid-19 e defendia o que chamou de ‘tratamento precoce’, modelo que não existe e cujos medicamentos adotados já se provaram ineficazes contra a doença.

Na CPI, o empresário manteve a posição: desqualificou o uso das máscaras e questionou a eficácia das vacinas, dizendo que os imunizantes contra o coronavírus ainda estão em fase de teste.

Horas após a declaração, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou um comunicado no qual contestou a fala.

‘Todas as vacinas usadas no Brasil passaram pelas fases de teste 1, 2 e 3. Então, a vacina é segura. As vacinas autorizadas pela Anvisa também foram autorizadas pela OMS [Organização Mundial da Saúde] e pelo FDA [a agência reguladora norte-americana] e forneceram informações de eficácia e segurança para o seu uso e a partir dos ensaios da fase 1, 2 e 3″, leu Rodrigues.

Durante o depoimento, Fakhoury foi criticado por senadores. ‘Você é um negacionista, você induziu a morte de brasileiros’, afirmou o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM).

‘Ele aqui defendeu tudo que fez, todas as suas ideias, como uma espécie de mártir do bolsonarismo. Só que, na verdade, ele confessou uma série de crimes. Vai diminuir muito o nosso trabalho’, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE).

‘Fui acusado injustamente e caluniado como propagador de fake news, sem jamais ter produzido uma única notícia falsa. Aliás, eu não produzo notícia, não sou jornalista. Sou um cidadão com opinião’, afirmou Fakhoury.

‘Também fui injustamente acusado de financiador de discurso de ódio, sem jamais ter pago por qualquer matéria ou notícia, tudo porque eu ousei acreditar na liberdade de expressão’, continuou.

Apesar da negativa, o empresário admitiu que já financiou o Crítica Nacional, site que também propagou notícias falsas sobre o combate e a prevenção ao coronavírus.

Ele afirmou que já encerrou sua “colaboração’ e que ultimamente não tem participado do conselho do veículo porque tem ‘estado muito ocupado’.

Ao ser questionado sobre sua relação com Paulo Eneas, dono do Crítica Nacional, Fakhoury disse que ele é inquilino de um apartamento do qual é proprietário. Fakhoury disse que Eneas lhe paga o aluguel.

Ligação com Eduardo Bolsonaro

Fakhoury foi tesoureiro do PSL em São Paulo, quando o diretório era presidido pelo deputado Eduardo Bolsonaro. Atualmente, é presidente do diretório municipal de São Paulo do PTB, cujo presidente nacional, Roberto Jefferson, aliado do presidente Jair Bolsonaro, está preso.

Aos senadores, o empresário confirmou que doou R$ 200 mil para o Instituto Conservador-Liberal, idealizado pelo filho do presidente da República.

O recurso, disse, visava a realização do evento conservador CPAC Brasil. ‘Foram dois pagamentos de R$ 65 mil, um de R$ 35 mil e ainda falta mais um de R$ 35 mil’, disse.

Segundo o senador Renan Calheiros (MDB-AL), a CPI tem documentos que indicam planos de Fakhoury de comprar rádios com Eduardo Bolsonaro para implementar um projeto de direita.

O empresário confirmou que pediu ao deputado que ‘indicasse donos de rádio para que eu pudesse ir diretamente procurar e fazer uma negociação, o que não aconteceu’. ‘Ele apenas fez uma indicação’, disse.

Fakhoury afirmou ainda que, em uma das conversas com Eduardo Bolsonaro, eles chegaram a levantar a possibilidade de recorrer a um financiamento do BNDES para o projeto. ‘Mas isso nunca aconteceu, nunca comuniquei com ninguém lá’, disse.

Calheiros reforçou que também há mensagens trocadas com Eduardo nas quais Fakhoury fala em buscar a Secretaria de Comunicação do governo para tratar do assunto. O empresário disse que ‘não teve a conversa’.

Fonte: G1.Globo

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