A falta de adesivos de nicotina nas farmácias é o mais novo entrave para o setor. Desde que o NiQuitin, da Quifa, deixou as prateleiras, em março, os pacientes não encontram alternativa ao tratamento no mercado. As informações são da Folha de S. Paulo.
Mas o problema não se limita apenas a esse produto. Usuários afirmam que também há ruptura em outros medicamentos para o controle do tabagismo. Em portais de defesa do consumidor, pessoas reclamam do desabastecimento e da falta de informação. Mas de quem é a culpa?
Falta de adesivos de nicotina na conta da Anvisa?
Segundo a Quifa, o NiQuitin foi descontinuado devido à demora para a Anvisa atualizar o registro sanitário do medicamento. A fabricante também afirma que o imbróglio já foi resolvido e que o item deve voltar a estar disponível entre dezembro deste ano e janeiro do próximo.
Sobre a aparente demora, a agência declara que a farmacêutica apresentou estudos considerados insuficientes para garantir sua eficácia e segurança após atualização. A autarquia ainda completa que, desde o dia 12 de agosto, o laboratório já está autorizado a retomar a fabricação e que “não houve qualquer impedimento relacionado à comercialização” da versão antiga neste meio tempo.
Pacientes improvisam para seguir com o tratamento
Enquanto o abastecimento do NiQuitin não volta ao normal, os pacientes procuram alternativas para controlar o vício em cigarro. As opções vão de comprar no exterior até fracionar o tratamento.
A psicanalista Raquel Eugênio optou por “importar” o medicamento por meio de uma amiga que viajou aos Estados Unidos e fez um “pequeno estoque” em casa, o que ela julga prejudicial. “Na cabeça de quem fuma, é um lembrete constante de que agora posso ter recaídas”, lamenta.
Já um aposentado entrevistado pelo veículo que preferiu não se identificar tem cortado os adesivos de nicotina de 21 mg em três pedaços, uma vez que precisa da apresentação de 7 mg. A prática é contraindicada pela bula mas, segundo o paciente, “a outra opção é voltar a fumar”.