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Falta de insumos faz quase 300 pacientes com câncer esperarem por exames em Sorocaba

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Quase 300 pacientes com câncer, atendidos pela Santa Casa de Sorocaba (SP), estão na fila de espera por exames de imagem. A falta de contraste, insumo que promove maior nitidez em tomografias e ressonâncias, faz com que esse tipo de exame seja suspenso.

Na Santa Casa, 240 pacientes só da oncologia e outros 30 cardíacos estão na fila de espera para fazer exames que usam o insumo.

Este não é um problema exclusivo de Sorocaba ou do Estado de São Paulo. Vários países estão sofrendo com falta do item. A Confederação Nacional de Saúde alerta que pode haver desabastecimento até de soro hospitalar e soluções parenterais usadas nas alimentações de pacientes.

‘Das clínicas de hemodiálise, 75% estão com dificuldade de comprar o insumo que é fundamental, que são os soros hospitalares. Nos hospitais, 54% estão com dificuldade de obter alguns analgésicos, como a dipirona, e outras classes de medicamentos, e 49% das clínicas de imagem com dificuldade de comprar contraste radiológico para fazer os exames de tomografia, raio X e ressonância’, explica o presidente da Confederação Nacional de Saúde, Breno Monteiro.

Na Santa Casa de Sorocaba, por enquanto, a falta é somente de contraste. Em média, o hospital usava 300 frascos do produto por mês. O setor de compras conseguiu 100 unidades para atender casos urgentes dos próximos dias. A falta desse insumo prejudica o diagnóstico de doenças e suspende exames.

‘O Conselho Nacional de Radiologia fez um comunicado de que somente daqui dois meses que esperam normalizar a situação no país. Realmente é preocupante, então toda a nossa equipe de técnicos e técnicas estão analisando cada caso e nós estamos dando prioridade para os casos de emergências’, conta o diretor presidente da Santa Casa de Sorocaba, Padre Flávio Miguel Junior.

Para quem está há dias internado à espera do exame, como o Pedro Olivio de Andrade Filho, só basta esperar. Ele veio de São Paulo visitar o filho quando infartou.

‘Eu sou uma pessoa ativa e eu vejo meus amigos aqui e as pessoas precisando de ajuda. A gente não pode mover uma cadeira’, explica.

Quem pode esperar está recebendo alta e indo para casa. Mas alguns pacientes como o Wanderley dos Santos, precisam ficar em observação. Ele sofreu um infarto há duas semanas e não aguenta mais esperar.

‘Sem exame a gente fica aqui até pegando o lugar de uma pessoa que poderia estar aqui’, conta.

A Secretaria Estadual de Saúde confirma que há dificuldade em adquirir os insumos no mercado nacional e que mantém estratégias de estoque e distribuição para que os pacientes não fiquem sem a medicação adequada para a continuidade do tratamento.

A Confederação Nacional de Saúde emitiu um alerta pedindo que o Ministério da Saúde e a Anvisa agissem para entender onde estão os problemas da produção dos insumos nas indústrias.

Em nota, o Ministério da Saúde diz que o desabastecimento extrapola as competências da pasta que é um problema de causas globais e que adotou medidas para amenizar a situação, como a inserção de alguns medicamentos na lista de produtos com redução do imposto sobre a importação.

A nota diz ainda que o ministério continua atuando em conjunto com anvisa, estados e municípios e representantes das indústrias farmacêuticas para articular ações de enfrentamento ao desabastecimento de insumos hospitalares no país.

Fonte: G1.Globo

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