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Falta de seringas e remédios é flagrada em hospital de Sorocaba

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Falta de medicamentos, de insumos, de funcionários, de médicos, de leitos e até de algodão, além de diversas cadeiras usadas pelos pacientes da hemodiálise com o plástico rasgado. Essas são apenas algumas das várias irregularidades constatadas na manhã de ontem no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), durante uma visita surpresa feita por 10 vereadores da Câmara de Sorocaba ao local. A Secretaria Estadual de Saúde em nota afirma que “nos últimos meses o atendimento no CHS dobrou em relação à média diária, o que obviamente impactou na utilização de mais remédios e insumos.”

Os vereadores chegaram ao CHS por volta das 10h30 e aguardaram cerca de 20 minutos para entrar. Eles percorreram as principais alas dos hospitais Regional e do Leonor Mendes de Barros. A visita surpresa durou cerca de duas horas. A diretora do CHS, Silvia Moreira, não acompanhou os vereadores porque, segundo uma funcionária, ela está em férias.

A visita dos vereadores começou pelo setor de emergência do Hospital Regional. Uma das primeiras constatações foram quartos vazios, embora existam várias reclamações de pacientes sobre a falta de leitos no Regional. Em seguida, um auxiliar de enfermagem que trabalha há 28 anos no CHS, Davi Antonio Kupper, 60 anos, chamou os vereadores e afirmou que os profissionais do setor e os médicos trabalham sobrecarregados por conta da falta de profissionais. “Só estão internando pacientes graves aqui. Todo mundo sofre aqui: os funcionários, os pacientes, os acompanhantes”, desabafa.

Em outro corredor, outra funcionária chamou os vereadores e relatou a falta de materiais, insumos, medicamentos e até de algodão. Segundo o vereador Hélio Brasileiro (PMDB), que é médico, os profissionais da enfermagem estão usando algodão de ortopedia, usado em gessos, para fazer a assepsia dos pacientes (limpeza e higienização). A denúncia foi feita pela auxiliar de enfermagem Francisca de Oliveira, 60 anos, que trabalha há 15 no CHS. “A gente não tem como trabalhar, pois falta até algodão”, relata.

Além disso, o vereador Francisco Martinez (PSDB) recebeu uma lista com uma relação de medicamentos que estão com o estoque zerado no CHS. No relatório consta um total de 91 produtos como albumina humana frasco de 50 ml injetável, cefalexina, cloreto de potássio, dopamina, além de medicamentos controlados. Além disso, os vereadores ainda constataram a falta de seringas de 10 ml e 5 ml, entre outros insumos usados na rotina dos hospitais.

No setor de hemodiálise do CHS mais irregularidades: várias cadeiras usadas pelos pacientes estão com o plástico rasgado. Em uma delas, papeis aparentemente sujos de sangue, foram retirados de uma cadeira, que estava em uso. O vereador Hélio Brasileiro pediu uma luva para retirar os papeis da cadeira e disse que aquilo poderia trazer contaminação para o paciente. Ele ainda questionou o fato de alguns pacientes estarem sentados diretamente nas cadeiras, sem a proteção de um lençol esterilizado. “As cadeiras rasgadas impedem a higienização correta das mesmas e isso é prejudicial para o paciente”, destaca.

CHS responde por nota 
Questionada sobre a situação encontrada pelos vereadores, a Secretaria da Saúde do Estado, enviou uma nota ao Cruzeiro do Sul. No comunicado a secretaria alega aumento na demanda e afirmou que o hospital trabalha “para a rápida reposição dos estoques, utilizando, se necessário, produtos similares para que os pacientes não fiquem sem assistência.” A pasta deixou de responder sobre a reposição de medicamentos e dos insumos como algodão e seringas, assim como se há previsão para a contração de novos profissionais.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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