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Indústria teme falta de matéria-prima de repelentes

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Matéria-prima de repelentes
Foto: Freepik

Em meio a alta demanda, uma possível falta de matéria-prima de repelentes começa a assombrar os fabricantes do produto. O item é cada vez mais procurado devido aos mais de um milhão de casos de dengue registrados no Brasil em 2024. As informações são da Folha.

Como os itens usados na fabricação são oriundos do mercado internacional, a demora nas entregas é o grande entrave a produção. De acordo com os fabricantes, os pedidos podem demorar até 150 dias para chegar no país.

Principal matéria-prima de repelentes demora dois meses para chegar 

Os repelentes à base de icaridina já são os mais procurados do mercado, devido a seu maior tempo de ação e também por ser seguro para o uso por grávidas e crianças menores de 12 anos.

No varejo farmacêutico, de acordo com a reportagem, já é difícil encontrar o produto e algumas farmácias já trabalham reservando o item para consumidores.

O problema é que, além de a substância ser a queridinha dos consumidores, ela também é uma das que mais demora para chegar ao país, levando dois meses de viagem em navio.

“Estou pagando 30% a mais para que a matéria-prima venha de avião, da Alemanha ou da China. Ainda assim, o desembaraço na alfândega é demorado, o produto não chega antes de 30 dias na fábrica”, relata Norberto Luiz Afonso, presidente da Henlau Química. “Só tenho previsão de produzir mais 230 mil unidades”, completa.

A companhia em questão é a responsável pela fabricação da Sanlau e dos produtos de marca-própria da Drogaria São Paulo e da RaiaDrogasil.

Anvisa rechaça risco desabastecimento 

Se, por um lado, os fabricantes se preocupam com a falta de matéria-prima para repelentes, por outro, a Anvisa afirma que não haverá um desabastecimento do produto. As informações são do Correio Braziliense.

“Não há ameaça de desabastecimento desses insumos, bem como de testes de dengue”, garantiu Antônio Barra Torres, diretor-presidente da agência, durante evento organizado pelo veículo.

Na ocasião, o executivo também reforçou a necessidade de o poder público conscientizar a população sobre as práticas de prevenção contra a proliferação do mosquito da dengue.

Repelentes terão prioridade 

Outra decisão tomada recentemente pela Anvisa foi a de priorizar a análise de petições de registro e de mudança do registro dos produtos cosméticos do grupo “repelentes de insetos”.

A ação de priorização foi discutida no âmbito Grupo de Trabalho interno da agência sobre a dengue (GT-dengue).

Dengue em números 

Nos 60 dias do ano até aqui, 214 óbitos pela doença já foram registrados e outros 687 seguem em investigação. Em paralelo, as vendas de repelentes cresceu 26,4% nas farmácias, de acordo com a Linx.

A empresa de softwares para o varejo também aponta que os preços subiram em média 15%, devido ao crescimento nos custos da indústria.

Segundo Luís Fischpan, diretor do canal farmácia na companhia, o movimento é similar ao ocorrido com o álcool em gel durante a pandemia da Covid-19. “A diferença é que não havia a necessidade de importação de ativos”, destaca.

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