As farmácias associativistas que integram a Abrafad voltam a registrar mais um recorde e já totalizam R$ 6,1 bilhões de faturamento. O dado considera os últimos 12 meses até agosto de 2023. Com avanço de 14,78% frente ao mesmo intervalo anterior, o grupo lidera o crescimento do varejo farmacêutico.
Com receita próxima do nível da São João, a Abrafad alçaria o top 5 do setor caso fosse uma rede de farmácias. Um avanço substancial para o projeto que teve início em 2017 a partir da união de forças de três varejistas – Melhor Compra, Soma Farmácias e Universal Farma, que administravam 973 PDVs com receita de R$ 817 milhões.
Hoje, 21 redes associativistas integram o grupo, totalizando 5.436 lojas em 20 estados. “A pandemia foi determinante para mudar nosso patamar, quando mais que dobramos o faturamento. Muito mais gratificante, porém, é detectar como o movimento associativista reverteu uma tendência de queda do varejo regional nos últimos anos”, destaca o diretor executivo Nilson Ribeiro.
O executivo refere-se à proporção histórica de faturamento do grande varejo em relação às farmácias regionais, associativistas e independentes. Em 1999, as maiores companhias do setor respondiam por 20% do mercado farmacêutico. O share saltou para 51% em 2012, mas agora recuou para 46%. “Isso demonstra como o associativismo ganhou protagonismo ao engajar pequenos e médios empreendedores e dar novo fôlego a esses empresários”, celebra.
A Abrafad, inclusive, vislumbra um amplo horizonte para expansão. “Atualmente, o Brasil reúne 5.055 redes e 53.050 PDVs independentes que não estão vinculados a nenhum grupo associativista. É um mercado de R$ 63 bilhões, mas carente de ferramentas de transformação digital e inteligência comercial”, analisa Ribeiro.
Rodada de negócios movimenta farmácias associativistas
O valor das farmácias associativistas ganhou novamente evidência na quinta edição da rodada de negócios da Abrafad. Mais de 350 executivos, representando em torno de 100 indústrias, distribuidoras de medicamentos e as próprias redes de farmácias, estabeleceram novas conexões em dois dias de programação – 18 e 19 de outubro – no Espaço Immensità, na zona norte da capital paulista.
O evento viabilizou a realização de 672 reuniões de negócios. “É um claro indicativo da crescente relevância desse segmento, capaz de contar com estrutura similar à das grandes redes, mas sem perder a essência do varejo de bairro”, entende Flávio Carniato, gerente nacional de vendas da Eurofarma.
A rodada atrai também profissionais de outros estados. Foi o caso de Eberson Farezin Vaz, gerente comercial da Catarinense Pharma (SC), que valorizou o formato do encontro. “É uma estratégia muito eficiente concentrar, em um único espaço, os principais players do setor, especialmente em um período que antecede o planejamento comercial para o próximo ano”, pontua.
Já Salomão David atua como gerente divisional da Profarma nos mercados do Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. “Estamos de mãos dadas com a Abrafad desde o início, quando ela ocupava uma sala em Belo Horizonte”, comenta.
Farmácias associativistas terão acesso a programa de líderes
A Abrafad também ampliou os esforços em torno da transformação digital e cultural das farmácias associativistas. Ao todo, 20 software houses estão homologadas pela associação, permitindo às redes afiliadas acesso a recursos de BI que centralizam as negociações, norteiam estratégias de precificação, gerenciamento de categorias, processos financeiros e contábeis. “Disponibilizamos até um sistema que identifica a performance de cada loja”, acrescenta Ribeiro.
Agora, o grupo aposta em um programa inédito de formação de líderes. “Promovemos o primeiro workshop sobre o tema durante nossa agenda em São Paulo, que se transformará em um projeto contínuo. O poder da tecnologia é uma realidade, mas sua capacidade transformadora passa pela consciência das lideranças”, conclui.
