O gasto com medicamentos no Brasil, definitivamente, não reflete a imagem acima. Mesmo sendo um dos oito maiores mercados farmacêuticos do mundo, o país ocupa somente a 32ª posição em despesa per capita com remédios.
Os dados levam em consideração as 38 nações que são membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o levantamento, cada brasileiro destina, em média, US$ 123 para a compra de medicamentos anualmente. O valor corresponde a R$ 616 de acordo com o câmbio de 27 de setembro.
Como parâmetro, o líder global Estados Unidos ostenta uma despesa de US$ 1.229, o equivalente a R$ 5.656. O Canadá e as principais economias da Europa também estão à frente do Brasil. Mas o país perde até para o México, com gasto de US$ 254 por habitante (R$ 1.253), e para localidades como Estônia e Islândia.
Gasto com medicamentos escancara problemas nacionais
O gasto com medicamentos por habitante no país ajuda a escancarar problemas crônicos. O índice de brasileiros que não realizam ou não dão continuidade a tratamentos clínicos chega a 54%, contra 50% da média mundial.
Para completar, uma distorção econômica piora esse cenário. Com base em dados da Interfarma relativos aos últimos cinco anos, o acesso a tratamentos por meio de planos de saúde quase dobrou no período, com alta de 97%. Já as compras públicas de medicamentos aumentaram apenas 31%, embora 75% da população dependa totalmente do SUS.
Outra explicação pode estar relacionada à maior dependência das importações, que resulta em gargalos e maiores custos para a produção nacional – o que impacta no preço final dos medicamentos. “A pandemia mostrou que precisamos ter mais independência para a produção de medicamentos. Países como os Estados Unidos, o Reino Unido e a Coreia do Sul já tomaram medidas nesse sentido”, avalia o presidente-executivo do Grupo Farma Brasil, Reginaldo Arcuri
