Embora seja comum haver pouco ou nenhum sintoma na primeira semana de gravidez, cada gestação é única. Não é possível generalizar quando se fala de mulheres em fase inicial do processo de geração de uma vida. Cada uma delas tem seu metabolismo e sua experiência pessoal. O certo é que as mudanças hormonais provocam reações diferentes em cada organismo.
O excepcional é que os esses sintomas, por vezes sutis, podem aparecer, inclusive, antes do atraso da menstruação, nas primeiras semanas após a fecundação. Uma futura mamãe, atenta e curiosa poderá identificá-los. A confirmação, claro, só por meio do exame que mede a quantidade do hormônio beta hCG no sangue.
Mudanças físicas na primeira semana de gravidez
Uma das pistas de que há um bebê a caminho é o inchaço e a dor nas mamas, cujas glândulas passam a ser estimuladas para a produção de leite materno. E também o aumento do fluxo de sangue na região da aréola, que tende a adquirir tom mais escuro. Assim aconteceu com a comerciante Franciane Brito da Rocha, que viu seus seios incharem além do normal. Como estava perto de menstruar, desconsiderou a hipótese de que pudesse estar grávida.
A menstruação não veio na época prevista e Franciane conta que, em seguida à alteração das mamas, um sono surreal e uma preguiça infinita se abateram sobre ela. ‘’Parecia que, por mais que eu dormisse, não era o suficiente’’, explica.
O cansaço excessivo e a sonolência durante o dia, de fato, são sintomas do início da gravidez. Isso se dá por causa das alterações hormonais e da redução da quantidade de açúcar no sangue.
‘’Sou muito ativa e muito bem-disposta pela manhã. Mas o pior era após o almoço. Tinha dia que eu precisava me deitar, no trabalho mesmo, por 30 minutos, para recuperar as energias’’, frisa a comerciante.
Diante desses episódios, Franciane apelou ao teste de farmácia, cujo resultado foi negativo. Ela, então, aguardou cinco dias antes de fazer o exame de sangue BhCG que, enfim, confirmou a gravidez. Hoje, aos seis meses de gestação, ela aguarda a chegada de Romeu para o próximo mês de abril.
Os médicos explicam que o teste de farmácia, quando realizados fora do período adequado, costumam mesmo dar ‘’falso negativo’’ porque o nível de hormônios ainda é insuficiente para que seja possível detectá-los.
Pistas
O corrimento cor de rosa é outro sinal revelador do início da gravidez. Trata-se de um resíduo de sangue causado pelo encontro do espermatozoide com o óvulo e deslocamento do futuro embrião até o útero. Esse corrimento pode ocorrer até três dias depois da relação sexual.
Enjoos e náuseas nas primeiras horas da manhã são mais um sinal de que a cegonha está a caminho. Causados pela produção elevada do hormônio progesterona, foi o que sentiu a administradora Carolina Almeida, após o processo de inseminação artificial. No caso dela, o exame que confirmou a gravidez foi realizado doze dias após o procedimento. E o mal-estar surgiu um pouco depois.
“Sentia enjoo logo depois do café da manhã. O resto do dia passava bem. Mas se tivesse sido pelo método natural de concepção, não saberia, naquela ocasião, que realmente estava grávida’’, diz Carol, que dará à luz aos gêmeos Murilo e Matias em meados abril.
Hormônios em looping
Cólicas abdominais e inchaço da barriga ocorrem, mais uma vez, pela ação dos hormônios sobre o tecido do útero e do aparelho reprodutor feminino. Não há relação alguma com o feto, que ainda está em fase inicial embrionária no início da gestação.
Alterações de humor também são comuns na primeira semana de gravidez. Os sentimentos variam da alegria a tristeza e irritabilidade devido, novamente, à oscilação hormonal que é a responsável ainda pela repulsa a cheiros fortes. Algumas mulheres, às vezes, sequer percebem a aversão a odores de perfumes, temperos fortes, cigarro e gasolina, por exemplo. Só se dão conta após o teste positivo.