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Homem que descobriu câncer durante gestação da mulher faz campanha para comprar remédio de R$ 360 mil

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Há pouco mais de um ano, Raphael Melo Voltan, de 31 anos e morador de Campo Limpo Paulista, no interior de São Paulo, teve sua vida virada de cabeça para baixo. Em abril de 2020, foi diagnosticado com câncer linfoma não-Hodgkin, que causa o aumento dos gânglios linfáticos e, a partir disso, a luta pela sobrevivência começou.

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Ao G1, Raphael conta que o diagnóstico chegou quando sua esposa estava grávida de sete meses, o que foi um baque para todos.

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‘É difícil. Você está feliz que vai ser pai e recebe a notícia que está com uma doença que mais mata no mundo. Ainda mais nós lugares que se espalhou, que são os mais fatais’, lamenta.

‘É difícil. Você está feliz que vai ser pai e recebe a notícia que está com uma doença que mais mata no mundo. Ainda mais nós lugares que se espalhou, que são os mais fatais’, lamenta.

Segundo ele, a doença se espalhou pelo pulmão, pâncreas e rins. Sem convênio médico, todo o tratamento foi feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

‘Já fiz três protocolos de quimioterapia e a doença só vem aumentando. Depois disso, fiz um exame e a doença já tinha aumentado, mesmo fazendo quimioterapia’, explica.

Foi então que o paciente foi para uma consulta médica, onde soube que todas as opções disponíveis pelo SUS já haviam sido esgotadas. Através de uma ONG, conheceu o tratamento feito com o remédio ‘Pembrulizumab’, no valor total de R$ 360 mil.

‘Seria a única chance, pois a quimioterapia só estava prejudicando meu corpo. Ela não alcançava os tumores. Eu preciso de 18 ampolas. Cada uma, em um laboratório de confiança, custa R$ 20 mil’, diz.

Com a guerra contra o tempo, seus amigos decidiram iniciar uma ‘vaquinha’ online para conseguir o dinheiro. Até o momento, já foram arrecadados R$ 70 mil por transferências e depósitos da plataforma online.

‘Eu já estava pensando em me despedir das pessoas, porque não era fácil você lutar, lutar e voltar desde o começo quando a doença está muito forte e ativa’, lamenta.

Foi com a ajuda de amigos que o rapaz entrou na Justiça para conseguir os remédios de graça. Nesta quinta-feira (1º), a Justiça deferiu uma liminar para que a Prefeitura de Campo Limpo Paulista ou o Governo do Estado de São Paulo forneçam o medicamento para Raphael. A decisão, no entanto, é provisória e cabe recurso das duas instituições.

Remédio de alto custo

Segundo o médico hematologista, Rubens Zaltron, o Pembrulizumab é utilizado em diversos tipos de câncer. Importado da Europa, onde é produzido, cada ampola custa em torno de R$ 20 mil.

‘O medicamento impede que a célula tumoral invada nosso corpo, pois não permite a interação do câncer com o PD1/PDL1. Por consequência, ocorre a redução da ação deletéria do tumor no organismo’, explica.

Apesar de ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o remédio não está na lista de medicações com cobertura da Agência Nacional de Saúde (ANS). Por isso, muitos pacientes encontram dificuldade na obtenção desta medicação pelos planos de saúde. Ele também não é oferecido pelo Sus.

Dores e alimentação

Desde o diagnóstico, as dores no corpo se tornaram uma luta diária para Raphael. ‘Sinto muitas dores. Os tumores começam a crescer e apertar os nervos e dá aquela dor de reflexo. Fica difícil respirar devido aos nódulos nos pulmões, só tossindo. É difícil até de deitar e dormir, sempre tenho que dormir meio que inclinado’, explica.

A mudança na alimentação e o impacto da notícia também fizeram com que o paciente perdesse muito peso, mas o nascimento de seu filho, hoje com 11 meses, passou a ser a sua inspiração.

‘Comecei a ter força para lutar, ter ânimo. Então, comia mesmo não tendo fome. Ele é o que me dá força, alegria, me faz esquecer todos os problemas, é muito amor’, conta.

Para evitar qualquer problema, ele explica que não pode comer alimento cru e nada industrializado, pois pode contrair alguma bactéria ou infecção.

Rede de apoio

Apesar da notícia, ele conta que o apoio recebido pela família e os amigos é essencial para a sua luta.

‘Eles acompanharam e se preocupavam comigo desde quando descobri. Isso te faz mais forte. Sua família, seus amigos estando ali, sempre querendo seu bem, te mandando mensagem. Meus amigos sempre me deram esperança. Minha mãe, meu pai e familiares sempre ao meu lado, preocupados com isso’, agradece.

Para ele, a presença de todos é importante porque a doença não afeta apenas ele, mas também quem está ao seu redor. ‘Com essa doença sofrem você e sua família, é muito doloroso. Um dia você pode estar aqui e no outro não tem certeza’, diz.

De acordo com Raphael, saber do remédio já é um motivo de gratidão, pois muitas pessoas não sabem da sua existência.

‘Vejo isso como uma porta, porque várias pessoas não sabem desse medicamento ou de outros tipos que podem obter tendo a ajuda e suporte necessário. Quantas pessoas não morrem por causa da falta de informação ou indicação?’, questiona.

Por isso, a ação iniciada pelos amigos traz boas vibrações para um futuro promissor. ‘Eles me fazem ter esperança de me curar, de me tratar. Que ainda existe uma saída’, finaliza.

Fonte: G1.Globo

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