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Hospitais públicos e privados de SP enfrentam escassez de medicamentos; pelo menos 22 produtos estão em falta no estado

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Hospitais públicos e privados do estado de São Paulo estão enfrentando escassez de medicamentos para diversas doenças. O problema, que atinge inclusive remédios de alto custo usados para o tratamento de doenças crônicas, ocorre pelo menos desde janeiro. Pelo menos 22 produtos fornecidos pelo Ministério da Saúde estão em falta no estado, segundo a secretaria da Saúde.

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De acordo com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems-SP), entre os produtos em falta nos hospitais há itens como o micofenolato, que é usado para prevenir rejeição em transplante de órgãos, alfaepoetina humana, que combate anemia em pacientes com insuficiência renal, e o ribavirina, empregado no tratamento de hepatite C.

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Em relatório publicado no último dia 12, o Cosems listou dois remédios oncológicos em falta e outros 19 remédios de alto custo com irregularidades de abastecimento, ou seja, que estão disponíveis em quantidade insuficiente no estado.

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, dentre os medicamentos que são distribuídos na rede estadual, 134 são de responsabilidade de aquisição e distribuição do Ministério da Saúde. Destes, 22 estão em falta.

Esses remédios fazem parte da lista de remédios que são fornecidos pelo governo federal, e não pelas secretarias estaduais ou municipais. São medicamentos de valor elevado, em sua maioria, e usados para tratamentos contínuos, que não podem ser interrompidos pelos pacientes.

“Outros 30 itens, aproximadamente, estão com pendências de entrega ou tiveram atraso durante o 1º trimestre deste ano, o que pode causar desabastecimento nas farmácias”, disse a pasta.

“Outros 30 itens, aproximadamente, estão com pendências de entrega ou tiveram atraso durante o 1º trimestre deste ano, o que pode causar desabastecimento nas farmácias”, disse a pasta.

Em nota, a secretaria do estado de São Paulo disse que cobrou o governo federal para a entrega dos produtos.

“A Secretaria de Estado da Saúde segue cobrando o Governo Federal e aguarda a regularização dos medicamentos. A SES ressalta que o Estado apenas redistribui os medicamentos e comunica os pacientes assim que o órgão federal realiza as entregas e as farmácias são abastecidas”, disse a pasta.

Em nota enviada à TV Globo, o Ministério da Saúde disse que trabalha com a Anvisa para verificar as causas e articular ações de emergência para resolver a situação.

Hospitais e sindicatos

Além do desabastecimento nos produtos fornecidos pelo governo federal, há relatos de dificuldades por parte das secretarias estaduais e municipais para adquirir remédios de todos os tipos.

Hospitais particulares também têm enfrentado transtornos para comprar alguns itens.

‘A gente está tendo que comprar medicamento mais caro, o que dificulta também a realização de cirurgias, inviabiliza até algumas cirurgias para alguns convênios, até cirurgia particular, porque encarece muito o custo cirúrgico’, declarou Marcelo Carlos Godofredo, diretor do Hospital Saint Nicholas, em Suzano.

‘A gente está tendo que comprar medicamento mais caro, o que dificulta também a realização de cirurgias, inviabiliza até algumas cirurgias para alguns convênios, até cirurgia particular, porque encarece muito o custo cirúrgico’, declarou Marcelo Carlos Godofredo, diretor do Hospital Saint Nicholas, em Suzano.

O sindicato dos hospitais afirmou que um dos motivos para a dificuldade de adquirir insumos é a guerra na Ucrânia, que atrapalhou a logística de entregas dos insumos importados.

‘A maior parte desses produtos químicos que são utilizados para a produção dos agentes farmacológicos no nosso país são feitos em países exatamente localizados ou nessa região onde a gente está tendo conflito, ou próxima dela, mas também na Índia, na China, que de alguma forma estão todos afetados pelo conflito’, disse Francisco Balestrin, presidente do SindHosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e Demais Estabelecimentos de Saúde do Estado).

Já o sindicato da indústria farmacêutica afirmou que a fabricação foi reduzida por causa do preço tabelado, que não seria suficiente para cobrir os custos da produção. De acordo com o grupo, não há risco de escassez para farmácias de varejo, apenas para hospitais.

‘Para a população em geral não há o risco de desabastecimento de farmácia. Quando nós falamos em dipirona, a dipirona vendida no varejo não está faltando, essa tem em profusão, porque são produtos que têm os seus preços livres’, diz Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma

‘Para a população em geral não há o risco de desabastecimento de farmácia. Quando nós falamos em dipirona, a dipirona vendida no varejo não está faltando, essa tem em profusão, porque são produtos que têm os seus preços livres’, diz Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma

O preço é controlado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, ligada a vários ministérios e à Anvisa.

Em nota, a Anvisa disse que a regulação de preços ocorre para garantir o acesso da população aos medicamentos, mas reconhece que medicamentos essenciais estão deixando de ser comercializados no país, resultando em desabastecimento e colocando em risco a manutenção de tratamentos e a segurança dos pacientes.

A agência disse ainda que é urgente discutir o aprimoramento do atual modelo da regulação, buscando promover o equilíbrio entre os lucros e os preços acessíveis para a sociedade.

Fonte: G1

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