A cesta de HPC nas farmácias lidera o avanço do setor em 2024. De janeiro a julho deste ano, a categoria movimentou o recorde de R$ 13,9 bilhões nas prateleiras, faturamento 16,3% superior ao do mesmo período de 2023. É a única a crescer na ordem de dois dígitos.
Os dados são resultantes de uma análise da IQVIA e foram obtidos com exclusividade pelo Panorama Farmacêutico durante a cobertura do GC Líderes – evento que atraiu mais de 500 executivos para o Espaço Apas (SP). Em cinco anos, as fabricantes do segmento agregaram R$ 5,9 bilhões às receitas do varejo farmacêutico. No mesmo intervalo do ano passado, os artigos de higiene, perfumaria e cosméticos superaram pela primeira vez a marca de R$ 10 bilhões.
Na análise por subcategorias, os produtos para cabelos encabeçam o faturamento, somando R$ 3,3 bilhões em vendas. A comercialização de desodorantes totalizou R$ 1,9 bilhão e teve aumento de 15,4% em relação aos sete primeiros meses de 2023. Os itens de proteção feminina tiveram evolução percentual maior – 15,5%, alcançando R$ 0,9 bilhão.
“Todos os itens da cesta de HPC vêm registrando desempenho consistente. Só podemos considerar como exceção os repelentes, cujo avanço de 196% esteve relacionado ao surto de dengue”, comenta Larissa Ohara, analista de marketing e inteligência de mercado da IQVIA
Cesta de HPC nas farmácias tem salto de quase R$ 6 bi em cinco anos
(faturamento da categoria em bilhões de R$)
HPC nas farmácias tem impulso principalmente com lançamentos
A performance do segmento de HPC nas farmácias tem como principais âncoras as novas SKUs. “Dos R$ 2 bilhões de incremento na receita em um ano, mais de 50% (R$ 1,1 bi) tiveram como origem os lançamentos”, reforça Larissa. Já a influência do fator preço chegou a R$ 0,6 bi. Apenas R$ 0,3 bilhão decorreu do crescimento orgânico.
Cesta de HPC nas farmácias
(incremento em um ano por variável, em bilhões de R$)
Quais nichos de farmácias mais colaboram para o crescimento?
As grandes redes que integram a Abrafarma respondem por 50% do faturamento da cesta de HPC nas farmácias. A receita de R$ 6,9 bilhões na categoria representou uma alta de 18,8% sobre janeiro a julho do ano passado. O varejo associativista e as franquias avançaram 18,8% e, com share de 20%, superaram as farmácias independentes em representatividade.
Mas mesmo os PDVs de menor porte, assim como as demais redes do setor, não podem se queixar. A evolução das vendas de higiene e beleza nesses dois nichos foi de 12,1% e 11,4%, respectivamente.
No entanto, a concentração do resultado em poucos fabricantes significa um sinal de alerta para o varejo farmacêutico. Cerca de 80% do faturamento é oriundo de apenas 32 indústrias. Unilever, L´Oréal e Beiersdorf formam 30% do resultado.