Agradeça todos os dias por suas moléculas de RNA. Você pode até não saber que elas existem, mas elas “sabem” que você existe – e te conhecem melhor que seu amigo mais íntimo. Todos os dias, o tempo todo, em todas as suas células, moléculas de RNA acessam o DNA, coletam as instruções armazenadas nele e usam essas instruções para fabricar as 92 mil proteínas que permitem a sua existência. Sem o RNA para fazer o trabalho duro, o DNA seria só um cartão de memória inerte; suas proteínas não seriam fabricadas e você nem chegaria a morrer – pois nunca teria nascido.
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Para exercer sua função, o RNA precisa se dividir em 3 tipos. Um é o mensageiro (RNAm). Ele é o cara que anota instruções de uma proteína no DNA e leva essas instruções para a fábrica. Outro é o ribossomal (RNAr). Como o próprio nome diz, ele forma o ribossomo – e o ribossomo é a fábrica de proteínas da célula, o lugar em que elas são montadas. Por último, há o transportador (RNAt). O RNAt tem função logística. Leva os aminoácidos, que são a matéria-prima das proteínas, para os ribossomos.
Isso fez um grupo de pesquisadores do MIT pensar: o que aconteceria se você inserisse RNAm com instruções para fabricar medicamentos no corpo de um paciente? Será que os ribossomos leriam essas instruções e passariam a fabricar os medicamentos com a mesma eficiência com que produzem as proteínas originais? A resposta, publicada em um artigo científico na última sexta-feira (4), é sim. E no caso de uma doença pulmonar como a fibrose cística, o RNAm poderia ser ministrado de maneira bem simples: misturado no soro durante seções de inalação.
Fonte: Super Interessante