De acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, metade das crianças brasileiras não recebeu todas as vacinas previstas no Calendário Nacional de Imunização em 2020. Há quem aponte a pandemia do coronavírus como responsável pela baixa taxa de imunização, mas este não é um problema novo. 2015 foi o último ano em que a cobertura vacinal atingiu os 90% de imunizações infantis. Para ajudar a levar conhecimento sobre o assunto, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), com apoio da SBMF (Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica), inicia neste mês o ‘Esquadrão da Vacina’, uma campanha de vacinação de abrangência nacional.
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A primeira ação do movimento contará com informações enviadas via WhatsApp, além de uma equipe para responder dúvidas da população. Contará ainda com a participação da CUFA (Central Única das Favelas) para realização de ações em 12 comunidades do país, com uso de outdoor, panfletagem, spots nas rádios comunitárias, carros de som e displays em 120 pontos comerciais. A campanha tem também a participação da atriz e cantora Roberta Rodrigues, que cresceu na comunidade do Vidigal, Rio de Janeiro. Ela usará suas redes sociais para ajudar na conscientização da população sobre a importância da vacinação, e também fará parte do webinar, mais uma ação prevista a ser realizada pela Interfarma em abril.
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‘A queda no índice de vacinação deveria ser uma preocupação de todos, pois há possibilidade de doenças, que até então estavam erradicadas ou controladas, reaparecerem. A vacinação é crucial para termos um país mais saudável, livre de surtos e epidemias. Este é o fator principal que nos fez realizar a campanha Esquadrão da Vacina’, explica Elizabeth de Carvalhaes, presidente da Interfarma. ‘O sarampo, por exemplo, tinha sido declarado eliminado do País e das Américas pela Opas e OMS (Organização Panamericana de Saúde e Organização Mundial da Saúde) em 2016, mas em 2018 o Brasil voltou a registrar surtos da doença’, continua.
Segundo o Ministério da Saúde, em 1930 as doenças infecciosas e parasitárias representavam 45,7% dos óbitos do Brasil, índice que caiu para 4,3% em 2010. Na década de 1980, sarampo, poliomielite, rubéola, síndrome da rubéola congênita, meningite, tétano, coqueluche e difteria causaram 5,5 mil óbitos em crianças de até 5 anos no país, enquanto em 2009, foram 50 óbitos.
Apesar dos números inegáveis que demonstram a eficácia e importância da vacina, há muitos pais que se recusam a vacinar seus filhos, fomentando um movimento perigoso que pode colocar em risco a vida das crianças e trazer de volta tais doenças. Os motivos são diversos, desde questionarem a segurança, por temerem os efeitos colaterais, ou por acreditarem que não estão suscetíveis a elas, já que muitos nem chegaram a conhecê-las, graças à chegada das vacinas no Brasil e no mundo.
Segurança
Até chegar aos cidadãos, toda vacina licenciada para uso passa antes por um rigoroso processo de produção e avaliação, desde estudos e pesquisas, passando por inúmeros testes até ser validada e disponibilizada nos postos de saúde. Além disso, no Brasil, elas são avaliadas e aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), órgão vinculado ao Ministério da Saúde. E mesmo depois de licenciadas, o acompanhamento de eventos adversos é constante, permitindo a continuidade de monitoramento da segurança do produto. ‘Um dos maiores avanços contra as doenças são as vacinas, que revolucionaram o combate às doenças infecciosas e derrubaram a mortalidade infantil. Sua segurança e eficácia, mesmo sendo questionadas, continuam sendo a principal ação sanitária de imunização de massa. Queremos conscientizar as pessoas que elas salvam vidas’, afirma Elizabeth.
O Programa Nacional de Imunizações do Brasil é um dos maiores do mundo e disponibiliza na rotina de imunização 19 vacinas, cuja proteção inicia nos recém-nascidos, podendo se estender por toda a vida. Tal como ocorre nos países desenvolvidos, o Calendário Nacional de Vacinação do Brasil contempla não só as crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas.
“As vacinas são oferecidas de graça e as pessoas não precisam ter medo de saírem de casa para se vacinarem. Dá pra ir de máscara e usar álcool gel para se proteger. As unidades básicas de saúde estão preparadas e seguindo protocolos para o atendimento. O mundo está preocupado com a vacina da covid-19, mas não podemos esquecer que temos outras 19 vacinas disponíveis nos postos de saúde para evitar outras doenças’, diz o infectologista Dr. Eduardo Motti, da SBMF.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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