Libbs nacionaliza produção do contraceptivo Nextela
Farmacêutica internalizou processos produtivos para garantir abastecimento e atender 41 mil pacientes já no primeiro ano


A Libbs deu início à comercialização do Nextela neste mês de março. Considerado o mais inovador contraceptivo oral combinado dos últimos 15 anos, o medicamento acaba de chegar às farmácias brasileiras e a expectativa é atender 41 mil pacientes já no primeiro ano.
A farmacêutica 100% brasileira adquiriu a tecnologia para a produção da pílula anticoncepcional do laboratório belga Mithra Pharmaceuticals. O lançamento oficial ocorreu nesta sexta-feira, dia 28, em São Paulo (SP), e contou com a cobertura do Panorama Farmacêutico.
“Já conseguimos distribuir para cerca de 80% da demanda esperada para o Nextela. O próximo passo é iniciar o trabalho de consultoria médica em abril”, ressalta Geraldo Martins, diretor do negócios da Libbs. Segundo ele, o laboratório conta com o respaldo de um grupo de 260 consultores médicos e 250 consultores de vendas que trabalharão com o medicamento.

Geraldo Martins, diretor de negócios; Marcia Bueno, diretora de relações institucionais; Alcebiades Athayde Junior, presidente; Samanta Greghi, diretora de comunicação; Karla da Rosa, gerente de novos produtos; Juliana Brandão, coordenadora de relacionamento científico; Isabela Ayres, gerente de produto, Achilles Cruz, ginecologista e mastologista e consultor da Libbs; e Tiago Bernardi, gerente de novos produtos (Foto: Ana Claudia Nagao)
Nextela envolveu transferência de tecnologia
O Nextela começou a ser desenvolvido em 2009 e o estudo sobre sua molécula foi acompanhado de perto pela Libbs desde as fases iniciais. A farmacêutica foi uma das primeiras empresas do mundo a firmar parceria para o desenvolvimento do medicamento em 2017.
Após adiar o lançamento do produto em 2023, a companhia optou por internalizar a fabricação para ter maior controle sobre a cadeia produtiva e evitar riscos de desabastecimento. “Após a comercialização ser iniciada nos Estados Unidos e na Europa, percebemos que competiríamos com esses grandes mercados internacionais, o que poderia comprometer o abastecimento no Brasil”, avalia.
Com essa decisão, a companhia viabilizou a independência na produção e reduziu burocracias, assegurando mais agilidade na entrega do medicamento às farmácias.
Combinação inovadora
O Nextela combina o estrogênio idêntico ao natural estetrol (nunca comercializado nacionalmente) e a drospirenona. Os estudos prévios indicaram uma maior segurança para as pacientes devido ao mínimo impacto endócrino, metabólico e hemostático, sugerindo um provável menor risco de tromboembolismo venoso (TEV) em comparação com os demais contraceptivos orais combinados avaliados.
A nova pílula anticoncepcional foi aprovada pela Anvisa em 2023 e já está à venda em mais de 40 mercados, como Canadá, Estados Unidos, Austrália, Israel, Japão, Rússia e Taiwan.