Science Valley participa de pesquisa clínica do quinto medicamento aprovado pela Anvisa no Brasil contra covid-19

Science Valley – A Anvisa aprovou na quarta-feira (8/9) o uso emergencial, em caráter experimental, do medicamento Sotrovimabe, da Vir Biotechnology/GSK, para tratamento da Covid-19. Esse é o quinto medicamento autorizado no Brasil para esse fim, sendo o quarto em uso emergencial.

A Science Valley Research Institute (http://www.svriglobal.com), empresa brasileira de pesquisa e desenvolvimento, focada em pesquisa clínica, junto ao Centro de Estudos do Grupo Leforte, conduziu no Brasil parte da pesquisa clínica global patrocinada pela Vir Biotechnology e em colaboração com a GSK para o VIR-7831 (sotrovimabe), um anticorpo monoclonal que apresentou resultados animadores no tratamento na fase inicial dos sintomas de pacientes adultos com Covid-19. O medicamento foi aprovado para uso emergencial no Brasil.

No cenário internacional, a agência reguladora norte-americana (FDA, do inglês Food and Drug Administration) e a agência canadense Health Canada já autorizaram o uso emergencial/ excepcional do medicamento. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, do inglês European Medicines Agency) emitiu parecer científico apoiando o uso do Sotrovimabe como uma opção de tratamento para a Covid-19. No Brasil, a fase 2 do estudo foi iniciada pela Science Valley no mês de julho, nas unidades Morumbi e Santo André (Hospital e Maternidade Christóvão da Gama) do Grupo Leforte.

O Sotrovimabe, da GlaxoSmithKline (GSK), é o quinto medicamento autorizado no Brasil para esse fim, sendo o quarto em uso emergencial. Em agosto, a agência já havia registrado o Regdanvimabe, da Celltrion Healthcare. Em março foi autorizado o Rendesivir, fabricado pela empresa Gilead Sciences. Em abril, foi liberado o uso de uma associação de outros anticorpos monoclonais, o casirivimabe e imdevimabe, produzida pelas farmacêuticas Regeneron e Roche. Em maio, foi autorizado o uso de uma associação dos anticorpos banlanivimabe e etesevimabe, produzida pela Eli Lilly.

O Sotrovimabe é um anticorpo monoclonal feito em laboratório que imita a capacidade do sistema imunológico de combater o vírus. Ele atua contra a proteína spike do Sars-CoV-2 e é projetado para bloquear a ligação do vírus e a sua entrada nas células humanas. A biotecnologia farmacêutica cria ainda uma barreira para a seleção de variantes resistentes e permite que o medicamento mantenha a atividade in vitro contra cepas mutantes do vírus.

O Sotrovimabe é indicado para o tratamento de Covid-19 leve a moderada em pacientes adultos e adolescentes com 12 anos ou mais (e que pesem pelo menos 40 kg) e que estão em risco de progressão para o estágio grave da doença. O medicamento é de uso restrito a hospitais e não pode ser vendido em farmácias e drogarias. A dose recomendada é uma dose única de 500 mg, administrada por infusão intravenosa. O Sotrovimabe não está indicado para uso em pacientes hospitalizados, que necessitem de oxigenoterapia ou que precisem de aumento na taxa de fluxo de oxigênio basal.

Mesmo durante a fase 2 da pesquisa, de acordo com o estudo feito com 583 indivíduos ao redor do mundo, a nova substância foi capaz de reduzir em 85% os casos de hospitalização ou o risco de morte, quando utilizado como monoterapia contra a doença, incluindo as variantes inglesa, brasileira e sul-africana do vírus. Diante das provas de eficácia, os resultados preliminares levantados da análise interina dos ensaios de fases 1, 2 e 3 (programa COMET-ICE), a agência reguladora decidiu aprovar a medicação para a indicação no tratamento de pacientes com Covid-19 não hospitalizados, com sintomas leves a moderados, para o uso do sotrovimab 500 mg IV em adultos e crianças (acima de 12 anos e com pelo menos 40kg).

‘Embora exista uma corrida para a busca da vacina, é necessário lembrar que os pacientes de Covid-19 continuarão sendo tratados, por conta de seus sintomas e até pelo risco de sequelas após a alta hospitalar. Daí a importância de continuarmos aperfeiçoando as abordagens terapêuticas, com o objetivo de reduzir ao máximo a mortalidade e riscos provocados pela doença’, explica Leandro Agati, sócio-fundador e CEO da Science Valley. ‘O VIR-7831, aprovado pela Anvisa, tem o potencial de colaborar para evitar um colapso na saúde pública e privada no Brasil, diante da nova onda da doença, salvando muitas vidas e melhorando a recuperação desses pacientes logo no início dos seus sintomas.’

‘Todos reconhecemos a importância de se ampliar a vacinação contra a Covid-19 e, mais que isso, a chegada de novas soluções terapêuticas que reduzam complicações em pacientes infectados. A autorização da Anvisa é muito comemorada por nós, pesquisadores e time de coordenadores de pesquisa da Science Valley, porque o uso de mais um tratamento com anticorpo monoclonal nos traz mais opções para lutar contra as variantes do novo coronavírus que circulam no Brasil’, finaliza o sócio-fundador e presidente do board científico da Science Valley, Dr. Eduardo Ramacciotti.

Fonte: Difundir

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Jovem de 22 anos desenvolve coágulos sanguíneos nos pulmões após tomar a vacina da Moderna

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Vacina da Moderna – A campeã de salto a cavalo britânica Imogen Allen, de 22 anos, pode nunca mais praticar hipismo. Isso porque dois coágulos sanguíneos se formaram em seus pulmões duas semanas depois de ela ter tomado a vacina da Moderna.

A jovem foi internada após desmaiar durante uma viagem em família, no mês passado. Os médicos a diagnosticaram com tromboembolismo pulmonar bilateral, uma doença considerada ‘rara’ pela equipe.

Os profissionais da saúde suspeitam que o uso da pílula anticoncepcional, combinada com a injeção do imunizante anticoronavírus, provocou a doença. Allen faz uso do remédio contraceptivo há cinco anos.

No momento, a atleta está tomando medicamentos anticoagulantes, com a finalidade de afinar o sangue e de iniciar outros procedimentos para o caso. O tratamento terá de ser feito a vida toda.

A atleta ainda deve ser submetida a uma cirurgia de risco, o que deve interromper seu sonho de ser detetive policial, informou reportagem do jornal do Reino Unido Daily Mail, publicada na quarta-feira 15.

Fonte: Contra Fatos

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Covid-19: mais 2,2 milhões de doses da Pfizer chegam ao Brasil

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Chegaram na tarde deste domingo (19), no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), mais 1,14 milhão de doses da vacina contra a covid-19 da Pfizer. Pela manhã, já havia chegado outro carregamento do mesmo tamanho, totalizando 2,28 milhões de doses. Os imunizantes produzidos pelo laboratório norte-americano serão disponibilizados a todo o país.

Até o final de 2021, segundo a Pfizer, serão entregues 200 milhões de doses do imunizante por meio de dois contratos de fornecimento da vacina. O primeiro, fechado com o Ministério da Saúde em 19 de março, prevê a entrega de 100 milhões até o final de setembro. Já o segundo, assinado em 14 de maio, prevê mais 100 milhões de doses entre outubro e dezembro.

Vacinação

De acordo com a última atualização do Ministério da Saúde, 222,3 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 foram aplicadas no país, sendo 141,8 milhões de primeiras doses e 80,5 milhões de segundas doses ou doses únicas.

Ainda segundo a pasta, foram distribuídas, até o momento, 267,6 milhões de doses aos estados e ao Distrito Federal. Desse total, 259,4 milhões já foram entregues e 8,2 milhões estão em processo de distribuição.

Fonte: Bocão News

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Estudo em São Paulo testa uso da estimulação magnética contra depressão em idosos

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O tratamento da depressão é um desafio no caso de quem tem acima de 60 anos. Em geral, os idosos chegam aos consultórios usando outras medicações e, muitas vezes, o diagnóstico está camuflado por outras queixas. Agora, o Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) estuda uma técnica, sem medicamentos, que pode ser alternativa ao tratamento de um dos transtornos mentais mais relacionados aos suicídios nessa faixa etária.

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A estimulação magnética transcraniana repetitiva é uma técnica não invasiva que estimula pequenas regiões do cérebro. Era utilizada normalmente em algumas doenças neurológicas e psiquiátricas, como Parkinson, e passa a ser estudada no tratamento para depressão em idosos.

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A grosso modo, os neurônios não se comunicam bem durante a depressão. Com isso, eles não conseguem liberar os neurotransmissores, responsáveis pela sensação de bem-estar e recompensa. Por isso, o paciente tem a sensação de desânimo. A estimulação magnética faz os neurônios voltarem a se comunicar. A área estimulada está ligada a memória, atenção e planejamento. E isso também traz uma melhora cognitiva.

‘Como não é um tratamento farmacológico, ele não tem interação medicamentosa e não interage com outros órgãos. Isso é importante para o público idoso’, explica o psiquiatra Leandro Valiengo, coordenador do Serviço Interdisciplinar de Neuromodulação do instituto.

Vida renovada

O advogado Wagner Daniele durante quatro anos relutou em procurar ajuda médica. Temia o preconceito. ‘As pessoas falam ‘Ah, esse cara é vagabundo’. Por mais que você queira lutar, você não encontra forças. Falta motivação para fazer as coisas que dão prazer. Por isso, o estigma’, relata. Quando decidiu que não dava mais para ‘se virar sozinho’, como diz, buscou os métodos convencionais de tratamento. Passou por cinco psicólogos, além de terapeutas de linhas diferentes.

Insatisfeito, abandonou tudo. Literalmente. Depois de 35 anos como advogado bem-sucedido, fez ano sabático. Era 2019. Não tinha vontade nem de correr, uma de suas paixões, e deixou de falar até com os mais chegados. Bebia – uma garrafa de aguardente durava dois dias. Fazia isso em casa, sozinho.

No ano passado, encontrou a saída na pesquisa do HC em uma busca na internet. Com o tratamento, retomou a vida. Voltou a trabalhar e hoje é consultor imobiliário. ‘O tratamento deu motivação. Estou bem melhor do que antes.’

Eficácia

Valiengo alerta, porém, que alguns pacientes melhoram; outros, não. A eficácia do tratamento é a mesma dos antidepressivos, em torno de 50% a 60%. Conclusões estatísticas mais precisas serão possíveis apenas ao fim do estudo. Desde o ano passado, a pesquisa já tratou 60 idosos acima de 60 anos – a meta é alcançar 110, o que deve acontecer na metade do ano que vem.

Embora comum nos Estados Unidos, onde foi aprovada em 2008, a técnica ainda é pouco conhecida no Brasil. Por aqui, sua validação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) data de 2012. Outro fator que dificulta a popularização são os custos da sessão, entre R$ 300 e R$ 500. E não há cobertura de convênios.

Christiane Machado Santana, diretora Científica da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), alerta ainda para a necessidade de mais pesquisas sobre essa técnica. ‘Não é um método muito usado. Mas é interessante pensar em uma forma praticamente isenta de efeitos adversos para uma população tão exposta a medicamentos. Mais pesquisas são necessárias para que se torne um método alternativo válido para o tratamento da depressão em idosos’, observa.

Essa é a mesma opinião do psiquiatra Lucas F. B. Mella, especialista em psicogeriatria, coordenador do Serviço de Psiquiatria Geriátrica e Neuropsiquiatria da Unicamp. ‘É uma boa alternativa de tratamento, mas ainda pouco frequente na prática clínica.’

O Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP oferece a pesquisa sobre estimulação eletromagnética para idosos acima de 60 anos com depressão. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail pesquisa.neuropsiquiatria@gmail.com. As vagas estão abertas e o tratamento é gratuito.

Fonte: O Sul

Saúde discutiu ofertas improváveis de vacina contra Covid e compra de luz germicida no auge da pandemia

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Em pleno período de escalada da Covid-19, o Ministério da Saúde mobilizou a sua cúpula e alguns dos principais técnicos para ouvir ofertas improváveis de vacina e até promessa de luminária germicida. Os encontros ocorreram principalmente de janeiro a março deste ano, na gestão do general da ativa Eduardo Pazuello, e foram registrados de forma precária nas agendas oficiais. A pasta diz não ter feito ata de nenhuma reunião.

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As principais produtoras de imunizantes afirmam que não trabalham com intermediários, mas a Saúde teve ao menos 13 encontros com vendedores sem credenciais das fabricantes. Em alguns casos, as ofertas eram de volume incompatível com a produção daquele momento.

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Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação pelo jornal Folha de S.Paulo mostram que a primeira conversa desse tipo foi em 20 de janeiro, quando a Ample Develop ofereceu 100 milhões de vacinas CoronaVac em reunião com o então secretário-executivo da Saúde, coronel da reserva Elcio Franco. Naquele período, o Instituto Butantan já tinha contrato de exclusividade com o laboratório chinês Sinovac.

A Ample prometia negociação direta com o governo chinês ‘com pagamento parcelado ou pagamento futuro, com até 5 anos para pagar, dependendo do quantitativo contratualizado’. Nove meses após o começo da vacinação no Brasil, o governo federal distribuiu cerca de 94 milhões de doses da Coronavac, ou seja, número inferior ao prometido pela Ample.

Há militares, líder religioso e empresários sem tradição de negócios com a Saúde na lista de vendedores recebidos. As conversas não avançaram nem sequer para memorandos de intenções. Para funcionários da Saúde que acompanharam as reuniões, a gestão Pazuello não adotou um filtro rígido para dispensar logo na raiz as ofertas improváveis de venda de vacinas. Eles também dizem que militares e nomes indicados por políticos eram recebidos com maior facilidade.

Número 2 da Saúde à época, Franco conversou sobre vacinas com Henry Morita, identificado como ‘ex-operações especiais do Exército’ na agenda de 25 de janeiro. O registro no site da Saúde não informa o tema da reunião, mas Morita levou proposta de doses da AstraZeneca e da Covaxx, uma farmacêutica americana.

O primeiro modelo, com 400 milhões de unidades, seria fornecido pela Davati, empresa dos Estados Unidos que meses mais tarde entraria na mira da CPI. Isso porque o policial militar Luiz Dominghetti, que também dizia representar a Davati, afirmou à Folha de S.Paulo ter recebido oferta de propina do então diretor de Logística da Saúde, Roberto Dias.

Morita não quis explicar a conversa com a Saúde. ‘Não espere de mim nenhum tipo de colaboração, pois como militar experimentado em combate, operador das forças especiais que fui, a regra é clara: ‘Não colaboramos com os inimigos do nosso país!”, disse ele à Folha de S.Paulo.

Franco centralizou as discussões do ministério sobre vacinas e outros produtos para Covid-19. Ele assinou documento em 29 de janeiro determinando que todas as ofertas fossem direcionadas ao seu gabinete, papel revogado na gestão de Marcelo Queiroga.

As conversas sobre vendas improváveis de vacina também foram feitas no momento em que o governo Bolsonaro recusava imunizantes como o da Pfizer, só contratados em 19 de março. Além de vendedores de vacina, Franco recebeu em 27 de janeiro a Alloy Iluminação. A reunião foi intermediada pelo coronel Ricardo Mazzon, segundo documentos da Saúde. A empresa ofereceu ‘luminária germicida’, conforme a pauta do encontro.

A Alloy tem no seu portfólio nas redes sociais produto que promete ‘exterminar o COVID-19, assim como outros vírus e bactérias presentes no seu ambiente!’. Procurada, a empresa não explicou o que ofertou ao ministério. Mazzon disse que não iria conversar com a Folha de S.Paulo, ‘esquerdista e lazarenta’, e afirmou que a reunião era privada.

Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirma que produtos com luz UV (ultravioleta), por exemplo, até podem funcionar, inclusive contra a Covid, mas oferecem risco à saúde. A agência tem notas técnicas sobre o manejo seguro desses equipamentos.

Ainda em janeiro, a Saúde passou a receber propostas até caricatas. A Biomedic afirmava ao ministério que tinha em mãos 300 milhões de doses da AstraZeneca. A oferta da empresa levantou suspeita na pasta, que acionou a fabricante. A AstraZeneca respondeu então que era falsa.

Mesmo assim, Franco abriu as portas para representantes da Biomedic e da empresa Adexmed juntos em 23 de fevereiro. Após o encontro, o número 2 da pasta acionou a Polícia Federal. O alerta da AstraZeneca e a apuração aberta pela PF, porém, não fizeram a Saúde interromper as agendas por ofertas improváveis de vacinas.

Conforme publicou a Folha de S.Paulo, o general Pazuello gravou vídeo em 11 de março prometendo comprar vacinas de um grupo que representaria a empresa World Brands. A venda seria de 30 milhões de doses da CoronaVac, sem aval da fabricante ou do Butantan, e por quase o triplo do valor oferecido pelo laboratório paulista.

Em paralelo, o grupo de Dominghetti, da Senah (Secretária Nacional de Assuntos Humanitários) e do IFB (Instituto Força Brasil), teve cinco encontros com nomes da cúpula da Saúde, como Franco, de 22 de fevereiro a 16 de março.

Eles levaram ofertas como a da Davati por vacinas da Janssen e da AstraZeneca. A Davati admitiu à Folha de S.Paulo que nunca teve as doses na mão.

Os encontros da cúpula da Saúde com intermediários sem aval das fabricantes fizeram a CPI da Covid no Senado considerar que a pasta abriu uma espécie de mercado paralelo de imunizantes, enquanto recusava ofertas de empresas credenciadas.

A Pfizer não teve resposta para 53 emails enviados ao governo Bolsonaro, segundo o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A empresa chegou a procurar toda a cúpula da Saúde e também membros do Planalto.

O ministério também recebeu, em 10 de fevereiro, um grupo levado por assessores do deputado federal Charlles Evangelista (PSL-MG) para negociar ‘carta de intenção’ sobre a vacina da chinesa Sinopharm, segundo pauta da reunião. Procurado, o gabinete do deputado não explicou a proposta nem disse para qual grupo intermediou a reunião.

Em 24 de março, um assessor de Franco recebeu a empresa Uptime para tratar da vacina da Covaxx. A firma, que já havia conversado com o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, disse que apenas acompanhou um empresário interessado na venda.

A Saúde ainda teria avisado que só faria compras ‘de forma direta com o fabricante e não por um intermediário’, segundo a Uptime. Integrantes do Ministério da Saúde receberam também a empresa Huzza Alpha para tratar da venda de 40 milhões de doses da AstraZeneca. A empresa confirmou o contato, mas não disse em qual data e com quem se reuniu.

Cobrada via Lei de Acesso à informação, a Saúde não disse quem recebeu e em quais datas realizou encontros para tratar de vacinas. Repassou apenas uma lista incompleta de empresas que teriam buscado o governo. Na relação há a BR MED, por exemplo, mas a empresa afirma que apenas se reuniu com membros da Saúde para tirar dúvidas sobre a compra de vacinas para imunizar os seus colaboradores. A Saúde nem sequer lista todas as conversas com empresas nas agendas oficiais.

Além de omitir o encontro com a World Brands, a pasta não registrou conversas feitas em março e abril -já na gestão Queiroga- com representantes da Berna Biotech, que desenvolve a Coronal. A negociação também não avançou.

Procurados, Ministério da Saúde, Franco e Pazuello não se manifestaram sobre as reuniões.

O Instituto Força Brasil afirmou que apenas marcou reunião na Saúde para a Davati, mas não ofereceu vacinas ao governo. Representante da Biomedic declarou que a investigação da Polícia Federal já foi arquivada. Procurada, a PF não se manifestou.

A empresa chegou a ser alvo de busca e apreensão. A Biomedic afirmou à Folha de S.Paulo que foi vítima de ‘quadrilha internacional’ e recomendou direcionar os questionamentos ao Ministério da Saúde. ‘Eles deviam ter a informação de que as vacinas só seriam vendidas por farmacêuticas. Se eles já tinham essa informação, por que eles marcavam reuniões com as empresas?’, declararam.

SAÚDE FEZ AO MENOS 13 REUNIÕES POR OFERTAS DE VACINA SEM AVAL DAS FABRICANTES

Pasta abriu portas para negociações improváveis de imunizantes no momento de escalada de casos e óbitos da Covid-19. Agendas foram registradas de forma precária e não há ata das reuniões

Grupos recebidos no ministério:

– Ample Develop: proposta de 100 milhões de doses da CoronaVac;

– Henry Morita/PRD Trading: proposta de AstraZeneca, via Davati, e Covaxx;

– Empresários levados pelo gabinete do deputado Charlles Evangelista (PSL-MG): negociações por vacina da Sinopharm;

– Biomedic e Adexmed: oferta de até 300 milhões de doses da AstraZeneca. Empresas foram alvos da PF, mas Biomedic diz que investigação foi arquivada;

– Davati, Senah e Instituto Força Brasil: empresas na mira da CPI levaram, em parceria, ofertas de até 400 milhões de doses da AstraZeneca, além de vacinas da Janssen;

– World Brands: grupo que representaria a empresa foi recebido fora da agenda por Pazuello para negociar 30 milhões de doses da CoronaVac. Ministro gravou vídeo prometendo a compra;

– Uptime: empresa diz que acompanhou vendedor que afirmava ter doses da Covaxx, mas reconheceu ter negociação barrada por ser intermediária;

– Huzza Alpha: empresa levou proposta de 40 milhões de doses da AstraZeneca. Não informou por qual autoridade foi recebida nem quando.

Fonte: Jornal de Brasília

Investigação centrada na Precisa

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Na reta final dos trabalhos, a Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga irregularidades e omissões dos governos federal e estaduais no combate à pandemia de coronavírus (CPI da COVID) vai investigar mais a fundo a Precisa Medicamentos, empresa que está no centro do escândalo para a compra de vacinas contra a pandemia. Essa intensificação teve início na sexta-feira com a Polícia Federal realizando busca e apreensão de documentos na sede da empresa em São Paulo. A operação, solicitada por senadores integrantes da CPI, foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo da operação era encontrar o contrato firmado entre a Precisa e o laboratório indiano Bharat Biotech, responsável pela produção da vacina Covaxin. Segundo as investigações reveladas pela CPI, a Precisa intermediou com o ministério da Saúde a compra do imunizante no valor de R$ 1,6 bilhão.

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Os senadores agora vão se debruçar sobre o material recolhido pelos agentes federais para completar as lacunas do depoimento da diretora da Precisa, Emanuela Medrades. Os agentes da PF também procuraram todos os documentos relacionados à negociação, que deveriam ter sido entregues à CPI da COVID em seguida ao depoimento de Emanuela, em julho. Segundo o requerimento de 34 páginas apresentado pelos senadores ao STF, em vez do documento, a Precisa enviou um memorando de entendimentos (MOU) à comissão. A empresa teria alegado ser o único “instrumento negocial celebrado com o laboratório indiano”. Essa justificativa contradiz o depoimento de Emanuela Medrades diante da CPI.

Na comissão, ao ser indagada sobre o contrato, Emanuela confirmou a existência do documento, mas se limitou a dizer que uma cláusula de confidencialidade a impedia de comentar detalhes sobre o acordo. Os senadores queriam esclarecer qual era a dinâmica imposta no documento assinado entre o laboratório indiano e a intermediadora brasileira. O objetivo era identificar de que forma ocorreria a remuneração da Precisa Medicamentos na negociação, especificamente “nos lucros totais”.

Diante da lacuna de informações, a CPI solicitou à Precisa que apresentasse “todos os instrumentos contratuais e eventuais aditivos firmados com a empresa Bharat Biotech e, em especial, aqueles que regulam a forma de remuneração da Precisa pela Bharat, mesmo que contenham eventual cláusula de confidencialidade”. Em resposta por e-mail, a Precisa informou que o MOU era o único documento relacionado ao negócio. Em julho, a Bharat Biotech veio a público informar que havia rescindido um memorando de entendimento para vender vacina para a Precisa Medicamentos. Em nota, o laboratório afirmou ter ciência de que circulavam documentos falsos envolvendo seu nome. Também informou que estava em contato com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para obter as autorizações necessárias.

Na sexta-feira, a defesa da Precisa Medicamentos se manifestou sobre a operação. Os advogados da empresa afirmaram, em nota, que se trata de uma operação “inadmissível”. Ressaltaram que a empresa está colaborando com a CPI da COVID e com os outros órgãos fiscalizadores. Na avaliação dos defensores da Precisa, a CPI está cometendo “abusos”, e senadores, mostrando “ambições eleitorais”. Os representantes legais compararam as ações aos procedimentos da Operação Lava-Jato.

‘A empresa entregou todos os documentos à CPI, além de três representantes da empresa terem prestado depoimento à comissão. Francisco Maximiano, por exemplo, prestou depoimento e respondeu a quase 100 perguntas, enviou vídeo com esclarecimentos, termo por escrito registrado em cartório, além de ter sido dispensado de depor por duas vezes pela própria CPI. Além disso, seus representantes, sempre que intimados, prestaram depoimentos à PF, CGU, além de ter entregue toda a documentação ao MPF e TCU”, detalharam os advogados da Precisa.

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Depoimentos

A expectativa para esta semana fica por conta da promessa feita pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL) de apresentar seu relatório na sexta-feira. Segundo já informou Renan, a apresentação do documento não vai significar o fim das investigações, que se encerram em 5 de novembro. Na terça-feira os senadores vão colher o depoimento do ministro da Controladoria-Geral, Wagner Rosário, e na quarta-feira que deve depor é Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da Prevent Senior. A empresa é acusada, segundo denúncia anônima de médicos, de usar hidroxicloroquina e ivermectina em pacientes no início da pandemia como testes para comprovar eficácia dos medicamentos contra a COVID-19. Segundo a denúncia, pacientes não eram informados e teriam ocorrido mortes por causa da medicação.

Fonte: Estado de Minas online

Franquia de farmácia de manipulação tem crescimento exponencial em plena pandemia

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Rede com 42 anos de existência cresce 500% por conta da alta lucratividade e solidez do segmento, conquista investidores no Brasil e inicia expansão internacional.

A história da farmácia de manipulação se confunde com a própria história da medicina humana, onde boticários e curandeiros manipulavam ervas e promoviam saúde na antiguidade. Impossível determinar ao certo o surgimento dessa ciência, que foi aos poucos sendo engolida pela indústria farmacêutica, e teve seu retorno ao mercado brasileiro na década de 70.

Exatamente aí, no início desse processo de ressurgimento do mercado magistral, que foi inaugurada na cidade de São José do Rio Preto, interior do estado de São Paulo, a Biomagistral Farmacêutica, sendo considerada uma das primeiras farmácias de manipulação do nosso país.

O ressurgimento e crescimento do mercado magistral foi tímido até pouco mais de uma década, quando pacientes já cansados do atendimento em saúde mecanizado e de serem tratados como números, passaram a buscar na farmácia de manipulação o atendimento farmacêutico humanizado e personalizado.

Atualmente, segundo o Panorama Setorial Anfarmag 2020, o setor magistral soma R$ 6,96 bilhões de faturamento anualmente, com margem de crescimento relativo acima da inflação do país, de 2017 para 2019, de 5,8%, enquanto a evolução do PIB do Brasil foi de apenas 2,2% no mesmo período, segundo dados do IBGE, na comparação com a série histórica, enquanto o PIB do país caiu 4,2% de 2014 a 2019 em valores corrigidos pela inflação, o faturamento das farmácias de manipulação cresceu 10,8%. (Fonte Anfarmag)

Importante ressaltar que esses dados foram coletados pela Anfarmag, Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais, no ano de 2020, em plena pandemia e crise econômica mundial, sendo por esse motivo, um dos setores para sólidos e seguros para investimento no pais.

Neste período de pandemia, a farmácia de manipulação atendeu muitos profissionais de saúde e pacientes que nunca tinham tido contato com esse serviço, mostrando sua importância social. Um desdobramento positivo dessas novas relações estabelecidas pode ser a continuidade da expansão do mercado. As pessoas querem atendimento personalizado, de acordo com suas necessidades e características, e a ciência vem demonstrando os benefícios dessa abordagem para a saúde. Essa é uma variável que impacta o setor, pois a farmácia de manipulação é especialista em produtos sob medida.

Além do crescimento em faturamento bruto, a farmácia de manipulação, por ser uma empresa de transformação de matéria prima em produto final, sem passar por redes de distribuição, têm uma das maiores margens de lucro líquido do mercado nacional.

Seguindo essa grande tendência, a Biomagistral Farmacêutica se destacou como uma franquia solida e segura para se investir, visto a ampla experiência adquirida nos 42 anos de atuação.

A empresa também é referência no seguimento veterinário, onde a manipulação dos medicamentos é feita de acordo com o peso do animal e palatabilidade, ou seja, as formulas são desenvolvidas para facilitar a administração do tratamento em formatos lúdicos como biscoitos e petiscos. A manipulação veterinária é uma grande tendência mundial, que agrada não somente o pet, mas também o veterinário, o tutor, e o empresário da farmácia de manipulação veterinária, onde a margem de lucro chega a ser maior do que na manipulação humana.

A empresária e farmacêutica magistral Dra. Myrcia Marconatto relata que o processo de transformação da empresa em franquia foi gradativo e natural. “Nós nascemos como uma farmácia de manipulação homeopática e tradicional e aos poucos fomos ampliando nossos laboratórios, estrutura física, equipamentos e equipe. Ao longo dos 42 anos, a empresa cresceu, expandiu sua atuação para o segmento magistral veterinário e industrial, e incorporou um grupo de investimentos. Nossa extensa experiência no segmento magistral fez com que o processo de franquia fosse natural, e estamos muito felizes com o sucesso do grupo no franchising. ‘

De acordo com ela, o crescimento da rede foi tão surpreendente, que atualmente a empresa está abrindo sua primeira unidade no mercado internacional, mais precisamente em Leiria, Portugal.

Maiores Informações: www.grupobiomagistral.com.br

Fonte: DL News

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Projeto de extensão da UFPR orienta sobre descarte correto de medicamentos

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Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), inúmeros trabalhos e pesquisas desenvolvidos nos cursos de graduação e nos programas de pós têm como foco a discussão e a promoção da saúde e da preservação ambiental. Há também as ações extensionistas. Entre elas, o projeto de extensão Educação em Saúde Ambiental (ESA), coordenado desde o início de 2018 pela professora Cristiane da Silva Paula de Oliveira, do Departamento de Saúde Coletiva.

Orientar a população sobre o descarte correto dos medicamentos vencidos ou em desuso – em farmácias que disponham de coletores – é o principal objetivo do ESA. ‘Por tratar-se de produto com compostos que podem contaminar o meio ambiente, a proposta de uma coleta diferenciada e encaminhamento para tratamento e destinação final ambientalmente corretos tomou força no município’, celebra a coordenadora do projeto.

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Seis alunas dos terceiro e quarto períodos do curso de Farmácia e professoras que ministram disciplinas na graduação participam e auxiliam nas atividades. Ao todo, são dez integrantes. Na visão de Jéssica Cristina Pereira Borges, de 19 anos, atuar no projeto é uma experiência enriquecedora que tem reflexos na formação pessoal e profissional dos extensionistas. A jovem destaca a importância das ações para orientação da comunidade.

‘Divulgar conteúdos sobre descarte correto de resíduos, sustentabilidade e consumo consciente permite aproximar o conhecimento que adquirimos na graduação da população em geral, e entendermos, desde já, nossa responsabilidade como futuros profissionais da saúde’. A farmacêutica em formação acredita que, com informação e atitudes condizentes, é possível fazer de onde vivemos um lugar melhor.

A história do ESA

O ESA foi criado com base no ‘Projeto-piloto para descarte de resíduos de medicamentos domiciliares no município de Curitiba’, proposto em 2013 e desenvolvido em conjunto pela secretarias municipais de Saúde e de Meio Ambiente de Curitiba, pelo Departamento de Design da UFPR, pelo Conselho Regional de Farmácia do Paraná, pelo Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Paraná e apoiadores.

A finalidade do piloto: incentivar a participação voluntária de farmácias para receberem medicamentos vencidos ou em desuso que eram, com frequência, descartados incorretamente pela população no lixo comum ou na pia de casa, explica Cristiane.

A participação da Universidade, inicialmente, ocorreu por meio do Departamento de Design, com atuação da professora Carla Spinillo e de alunos que desenvolveram materiais gráficos e peças publicitárias. Na segunda etapa, outros departamentos da Universidade passaram a contribuir por meio de com ações educativas.

A ideia de um projeto de extensão voltado para crianças surgiu em 2015, inspirada no piloto desenvolvido. Fizeram parte desse movimento a docente Dulce Dirclair Huf Bais, do Setor de Educação, e as professoras Camila Klocker Costa, Deise Prehs Montrucchio e Josiane de Fátima Gaspari Dias, do Departamento de Farmácia. A professora Carla, alunos bolsistas dos cursos de Farmácia e Design e da Pós em Ciências Farmacêuticas também participaram.

Orientação para adultos e crianças

Antes da suspensão das aulas em decorrência da pandemia de Covid-19, graduandos e docentes do projeto promoviam atividades com alunos de escolas municipais de Curitiba, de 3ª a 5ª séries. Após assistir a uma palestra com informações sobre medicamentos, o grupo era conduzido a um jogo de tabuleiro chamado Trilha da Saúde.

Os pequenos respondiam a perguntas durante a apresentação e, no momento da brincadeira, reforçavam o aprendizado. A coordenadora do ESA explica que as crianças atuam indiretamente como disseminadoras dos conhecimentos, ao transmiti-los aos pais ou responsáveis.

A ação já foi realizada com cerca de 1.400 estudantes da rede de ensino municipal, informa Cristiane. Locais recomendados para armazenar medicamentos em uso, prazos de validade e motivos pelos quais não é correto o descarte no lixo comum, na pia ou no vaso sanitário. Essas e outras informações foram repassadas nos encontros promovidos nas escolas. Os integrantes do ESA reforçam ao público infantil a ideia de que é o adulto da casa que deve manusear o medicamento e fazer o descarte adequado.

Ações durante a pandemia

Em 2020, devido à pandemia, as atividades do ESA ficaram restritas à modalidade remota. Para o público adulto, pelas redes sociais. Para os pequenos, por meio da elaboração de materiais informativos, como cartilhas com historinhas e passatempos. Além de recomendações para o procedimento de descarte de medicamentos, são trabalhados assuntos relacionados à saúde ambiental, como coleta seletiva e sustentabilidade. Um blog do projeto de extensão está em construção e abordará temas relacionados à saúde ambiental, como água potável e resíduos.

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A pedido da Secretaria Municipal de Educação, parceira das atividades, uma palestra sobre descarte correto de medicamentos, ministrada por integrantes do projeto da UFPR, será transmitida em formato de vídeo-aula para estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. De acordo com Cristiane, a previsão é de que a gravação ocorra nas próximas semanas. O vídeo será disponibilizado posteriormente no canal TV Escola Curitiba, no YouTube.

Fonte: Bem Paraná Online

Eliziane Gama: “O que o governo fez na pandemia foi um crime contra a humanidade”

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Integrante da bancada feminina no Senado, a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) tornou-se uma das parlamentares mais atuantes da CPI da Covid.

Integrante de três núcleos temáticos da Comissão Parlamentar de Inquérito (hospitais do Rio de Janeiro, contratos da VTCLog e uso de medicamentos sem comprovação científica), a parlamentar afirma nesta entrevista a O Antagonista que a CPI tem elementos suficientes para denunciar o presidente Jair Bolsonaro ao Tribunal Penal Internacional.

‘Não temos dúvida que temos elementos e materialidade para imputar esse crime internacional e a CPI fará isso, sem dúvida alguma’, disse Eliziane, que foi presidente da CPI da Pedofilia no Maranhão. A investigação da Assembleia Legislativa se debruçou sobre os assassinatos cometidos pelo mecânico Francisco das Chagas, no episódio que ficou conhecido como ‘caso dos meninos emasculados’.

Após a ação da CPI da Pedofilia, o Brasil foi denunciado à Organização dos Estados Americanos por descumprimento dos direitos das crianças e adolescentes.

Para ela, mesmo que a CPI conclua seus trabalhos na semana que vem, o colegiado chega ao final com a ‘missão cumprida’. ‘O Brasil não teve um plano nacional de enfrentamento à pandemia efetivo. Nem teve nem nada. Nem efetivo, nem construído’, disse a senadora.

Leia os principais trechos da entrevista:

Como a senhora avalia os trabalhos do colegiado ao longo de quase seis meses de trabalho?

Eu acho que a CPI contribuiu muito com o Brasil. Ela contribuiu muito para que a vacina chegasse ao braço dos brasileiros, na medida que as nossas ações forçaram o governo federal a fazer novos contratos, agilizando, assim, o processo de vacinação. A CPI também ajudou muito o Brasil no combate à corrupção, na medida que a gente bloqueou alguns contratos fraudulentos e evitou que outros contratos fraudulentos viessem a ser firmados, como é o caso da pseudo compra das 400 milhões de doses da Astrazeneca [por meio da Davati]. As vacinas poderiam ser adquiridas com um acréscimo de propina de US$ 1 por dose.

No caso da Precisa, o contrato foi suspenso após a atuação da CPI. Ali também não viria a vacina para o Brasil, porque a gente viu claramente que a Precisa sequer, naquele momento, tinha autorização por parte da Anvisa. Também houve o desdobramento de alguns desses casos: como a demissão, a saída de alguns servidores do Ministério da saúde que estavam no olho do furacão dessa organização criminosa, como era o caso do Roberto Dias [ex-diretor de logística do Ministério da Saúde]. Então, acho que a CPI deu uma grande contribuição para o Brasil.

Há aproximadamente um mês, a senadora Simone Tebet disse que, do ponto de vista do objetivo inicial da CPI, a comissão poderia ser encerrada com esse objetivo cumprido. A senhora concorda com esse raciocínio?

Não há dúvida. Terminando semana que vem, ou não, já cumprimos ao papel que a CPI se propôs. Qual foi o objetivo da CPI? A análise das ações do governo federal no enfrentamento da pandemia e o caso específico do Amazonas [crise de oxigênio de Manaus]. A gente viu claramente que, quando o Amazonas precisou de oxigênio, o governo federal mandou 120 mil comprimidos de cloroquina. Mandou 11 profissionais para fazer a distribuição do kit-Covid, criou um aplicativo de automedicação quando, neste momento, já havia sido constatado, pela OMS, a ineficácia desses medicamentos. O governo federal insistiu em uma tese que foi logo foi abandonada pelas autoridades no mundo inteiro. Em um primeiro momento, não havia esperança. Então era natural se agarrar ao que tinha na época: ivermectina, cloroquina, enfim. Depois, não. No segundo mês da pandemia, a OMS já disse que esses remédios não tinham eficácia. Se no segundo mês de pandemia a gente já tinha essa informação, imagina um ano depois. Então, mesmo no caso do Amazonas, com um ano depois, contra as recomendações internacionais, o governo ainda insistiu nisso. E descobrimos isso através da investigação que nós fizemos.

Faltou de fato um plano de enfrentamento à pandemia?

O Brasil não teve um plano nacional de enfrentamento à pandemia efetivo. Nem teve nem nada. Nem efetivo, nem construído. No final da primeira fase da pandemia, o governo começou a desenhar alguma coisa, mas não houve uma política nacional neste sentido. Houve uma desorganização geral. O Supremo Tribunal Federal teve que agir para que os estados pudessem ter autonomia de atuação. Nem isso, o governo federal queria permitir. O Supremo teve que dar essa autonomia aos estados para que eles pudessem trabalhar. Se não fosse isso, o caos poderia ter sido muito maior. Nós temos mais de meio milhão de mortos no Brasil, mas se não fosse essa ação do STF e a ação da CPI, a quantidade de mortes seria muito maior no país. Se o governo federal tivesse seguido as orientações de saúde que foram apresentadas lá no início, teríamos metade do número de mortos hoje.

O que está diante de nós: um cenário muito terrível, catastrófico, após o governo federal não fazer o que deveria ter sido feito. Nas análises técnicas, o Brasil tem pelo menos 300 mil mortes evitáveis. Isso constará no relatório final da CPI. Por isso, vamos encaminhar o relatório ao Tribunal de Haia. Porque, de fato, foi um crime contra a humanidade. Tentar implantar a imunidade de rebanho, da forma como foi apresentada, como foi o caso da Prevent Senior, é muito grave. É gravíssimo. É você utilizar seres humanos como cobaias. Alguns deles morreram de Covid e não foram registrados como vítimas do coronavírus.

Se não fosse a CPI, talvez não soubéssemos desses fatos. Esses fatos chegaram à tona através da CPI.

Sobre o Tribunal de Haia, a CPI tem provas suficientes para denunciar o presidente da República por crimes contra a humanidade?

Acho que não é difícil fazer essa imputação. E tenho um exemplo: aqui no Maranhão, nós tivemos um caso e eu fui presidente de uma CPI de combate à pedofilia que investigou os crimes cometidos por Francisco das Chagas, que matou 40 crianças. O Brasil foi denunciado à OEA e depois condenado. Não havia para as crianças um ambiente adequado para brincar de forma segura, por isso elas foram vítimas. Elas transitavam em uma área de matagal e foram presas fáceis. O Brasil foi condenado internacionalmente por isso. No caso do Tribunal de Haia, ele é específico para pessoas. Mas, quando você vê o caso específico da implantação da imunidade de rebanho e que nós tivemos um presidente da República que vai pra rua, sem máscara e que tira a máscara do rosto de uma criança; que vai para a rua e pega nas mãos das pessoas, incentivando as pessoas ao contágio, isso é seríssimo.

Além disso, quanto mais rápido você passa pela curva da epidemia, mais rápido a economia se recupera. Então, se você tem o retardo da passagem pela pandemia, automaticamente tem uma proeminência do impacto na economia. Então, até nisso, não há uma defesa considerável. Ele claramente foi para a linha de frente do contágio. Ele não foi para a linha do enfrentamento [à pandemia]. E estamos falando da maior autoridade do país. Não temos dúvida que temos elementos e materialidade para imputar esse crime internacional e a CPI fará isso, sem dúvida alguma.

Durante a CPI, a bancada feminina, apesar de, inicialmente, não ter assento no colegiado, teve uma participação decisiva em alguns momentos. A senadora Simone Tebet conseguiu extrair do deputado Luís Miranda a confirmação de envolvimento do líder do governo no caso Covaxin. Mas no primeiro momento, a base governista não queria a participação das mulheres na CPI. Como a senhora avalia a participação da bancada no colegiado?

Nós brigamos muito para conseguir assento no colegiado. Eu cheguei à CPI, participei da primeira sessão, tive aquele primeiro embate com o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), e eu fui muito firme. Ali, o presidente Omar [Aziz] decidiu de forma imediata a fim de que as mulheres falassem no colegiado. Se não fosse isso, teríamos problemas em participar. Pois teríamos que falar como não membros e nem sempre eles conseguem falar por causa da sessão plenária [por ordem, os titulares fazem as primeiras perguntas, depois os suplentes e no final os parlamentares não membros da CPI].

A decisão dele de dar voz foi histórica para o Brasil, digo histórica porque nos deu a possibilidade de apresentar um projeto de lei para que nenhuma comissão do Senado deixe de ter a participação feminina. E isso foi fruto exatamente do que aconteceu na CPI e da atitude do Omar Aziz. Por conta da resistência muito grande inicialmente, ele submeteu [a possibilidade da participação feminina como integrantes titulares da comissão] ao colegiado e assegurou o nosso direito à participação. A gente tem participado de todas as sessões. Em nenhum momento, houve ausência das mulheres na CPI. Então, isso foi fruto de uma ação conjunta. Foi uma batalha vencedora, educativa? Uma batalha que foi um divisor de águas no Senado Federal.

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Fonte: O Antagonista

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Anvisa tem menor quadro de pessoal desde 2001 e orçamento mais baixo desde 2006

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Em uma pandemia, como a do coronavírus, a atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é essencial. Ao longo de 2020, a agência reguladora teve de controlar o fluxo de pessoas vindo do exterior, analisar medicamentos que poderiam ser utilizados no combate à doença e começar a avaliar testes, segurança e eficácia das vacinas desenvolvidas para imunizar a população contra a Covid-19.

Diante de uma tarefa desse porte, seria natural que a Anvisa estivesse com quadro de pessoal e orçamento reforçados. Não foi o caso. A agência teve o menor número de servidores ativos desde 2001 – quando nem mesmo tinha realizado um concurso – e o menor orçamento desde 2013 em termos nominais. Caso sejam corrigidos pela inflação, o padrão mais justo, os valores pagos no ano passado são os menores desde 2006.

O levantamento foi feito pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, com base em dois sistemas. O Siga Brasil, mantido pelo Senado Federal, permite consultar dados orçamentários, que levam em conta os valores pagos, incluindo os restos a pagar. Já o Painel Estatístico de Pessoal (PEP), do Ministério da Economia, tem informações sobre o quadro funcional.

O gráfico a seguir mostra a evolução no número de servidores ativos da Anvisa desde 1999 em dezembro de cada ano.

‘É uma coisa estarrecedora pensar que a Anvisa tem menos servidores hoje do que antes de fazer seu primeiro concurso. Isso tem vários significados’, salienta o médico sanitarista e ex-diretor da agência reguladora Claudio Maierovitch. Atualmente na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Maierovitch foi presidente da Anvisa entre 2003 e 2005.

O médico lembra que a Anvisa foi criada em 1999, e, em 2001, ainda contava com o quadro herdado do Ministério da Saúde. O primeiro concurso do órgão foi realizado em 2004. Isso fica nítido no gráfico diante do crescimento de servidores entre aquele ano e 2005. Assim, durante a maior pandemia do último século, a Anvisa contava com menos servidores ativos do que após sua primeira seleção pública.

‘O primeiro significado é que não há reposição quantitativa, e isso certamente tem limitado a capacidade da Anvisa para realizar todas as funções que ela é obrigada a fazer’, prossegue Maierovitch. ‘As primeiras atividades que sofrem com isso são as descentralizadas. A área de portos e aeroportos e fronteiras, que são onde estão os quadros mais antigos, com as pessoas que estão se aposentando. Com isso, fica mais frágil a fiscalização direta da Anvisa’, acrescenta.

Outro ponto abordado pelo ex-presidente da agência é a falta de renovação nos quadros. Isso porque, como lembra Maierovitch, ‘no início da Anvisa, uma das grandes perspectivas era trazer gente e formar essas pessoas. Existia a visão de que o grande patrimônio era investir em seus quadros’. Com a falta de renovação, ‘isso ficou estagnado’, avalia.

Não foi só o número de pessoas disponíveis para realizar o trabalho que caiu no período. O orçamento da agência também diminuiu paulatinamente desde 2017, chegando no ano passado ao menor valor nominal desde 2013. O gráfico a seguir mostra os valores nominais e reais pagos pela agência (incluindo restos a pagar) desde 2003. No caso dos valores deflacionados, eles estão corrigidos pelo IPCA de dezembro de 2020.

Uma explicação para a queda nos valores pagos poderia ser o quadro reduzido de servidores. Não é, contudo, o que revelam os números do orçamento separados por ação orçamentária. Os gastos com salários, aposentadoria e benefícios representavam 65% do orçamento em 2013. Esse percentual passou para 85,3% em 2020. Em valores nominais, as despesas saíram de R$ 415 milhões para R$ 623 milhões.

‘Os recursos aprovados por referencial monetário pela Secretaria de Orçamento Federal do Ministério da Economia para a Anvisa no ano de 2020, foram suficientes para atender as despesas com ações de vigilância sanitária, conforme programação orçamentária e demais despesas decorrentes do enfrentamento à pandemia do COVID-19’, disse, em nota, a agência reguladora.

O órgão admite, entretanto, que a situação de pessoal é desafiadora. ‘A Anvisa vem, sistematicamente, perdendo servidores do seu quadro, o que acaba gerando sobrecarga ao seu efetivo e trazendo desafios cada vez maiores para que a agência mantenha sua atuação. A falta de reposição de servidores da agência implica em prejuízo ao trabalho’, informou.

De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, a Anvisa aguarda autorização do Ministério da Economia para realizar concurso.

Fonte: Metrópoles

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