Bolsonaro não corrige tabela e obriga 10,5 milhões a pagar Imposto de Renda

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O presidente Jair Bolsonaro adiou mais uma vez o cumprimento de sua promessa de campanha, de corrigir a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. Na prática, a omissão representa um novo aumento dos impostos. A cada ano, mais brasileiros são obrigados a pagar IR. E quem já paga leva uma mordida ainda maior no bolso. O cálculo é que 10,5 milhões de brasileiros estariam isentos do imposto se houvesse a correção da tabela.

O presidente Jair Bolsonaro

A isenção do imposto hoje só vale para quem ganha até R$ 1.903,98 por mês (menos de dois salários mínimos). Mas, se a tabela fosse corrigida ao menos pela inflação, a isenção deveria valer para todos que ganham até R$ 4.022,89.

Promessa de campanha

A promessa inicial de Bolsonaro, feita ainda durante a campanha à Presidência, em 2018, era isentar todos os brasileiros que ganhassem até cinco salários mínimos (pouco menos de R$ 5.000 na época). No fim de 2019, o discurso mudou e o valor da promessa foi reduzido para R$ 3.000. Com a pandemia e o rombo nas contas do governo, Bolsonaro jogou a bola para frente: “Vamos tentar pelo menos em 2022 passar para R$ 3.000.” Além disso, o presidente admitiu que não conseguirá atingir o piso de isenção de R$ 5.000 até o fim do seu mandato.

Com isso, já são seis anos sem nenhum reajuste nas faixas salariais de tributação e nas deduções permitidas, como dependentes ou educação. A partir de segunda-feira (1º/3), cerca de 32,6 milhões de brasileiros terão que apresentar a declaração anual do Imposto de Renda. Destes, quase 3 milhões de pessoas poderão ter que devolver o auxílio emergencial recebido para enfrentar a pandemia de COVID-19 porque acumularam outras rendas acima de R$ 22.847,76 no ano passado.

10,5 milhões deveriam estar isentos de imposto

O estudo que mostra que 10,5 milhões não deveriam pagar imposto foi feito pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional). Segundo os dados, devido à ausência de reajustes ou às correções abaixo da inflação oficial (medida pelo IPCA), a tabela do Imposto de Renda acumula uma defasagem de 113,09% desde 1996 até o ano passado.

A isenção hoje só vale para quem ganha até R$ 1.903,98 por mês, mas o certo seria até R$ 4.022,89.

O estudo mostra que uma pessoa que ganha, por exemplo, R$ 3.000 por mês, paga hoje R$ 95,20 mensais de Imposto de Renda. Isso equivale a quase R$ 1.200 por ano, sem considerar o imposto sobre o 13º salário e férias. Se a tabela do IR acompanhasse pelo menos a inflação, essa pessoa não pagaria nada de IR.

A última vez que houve correção na tabela do IR foi em 2015, quando a então presidente Dilma Rousseff estabeleceu reajuste, em média, de 5,6% nas faixas salariais de cálculo do IR. Mesmo assim, o índice aplicado foi bem inferior à inflação daquele ano, de 10,67%. Em 2016, não houve correção, apesar de a inflação ter avançado 6,29%. O mesmo ocorreu em 2017 (inflação de 2,95%), 2018 (3,75%), 2019 (4,31%) e 2020 (4,52%).

Situação é pior para quem ganha menos

O Sindifisco afirma que os brasileiros que recebem salários mais baixos são, proporcionalmente, mais afetados pela defasagem na tabela do IR do que as pessoas com salários mais altos.

De acordo com o sindicato dos fiscais da Receita, uma pessoa que recebe R$ 5.000 por mês sofre um recolhimento de IR na fonte de R$ 505,64 por mês. Se a tabela não estivesse defasada, o imposto seria de R$ 73,28. Ou seja, ela paga R$ 432,36 (545,14%) a mais de imposto.

Para um salário de R$ 10 mil, a retenção hoje é de R$ 1.880,64 por mês, quando o correto deveria ser de R$ 900,47. A diferença nesse caso é de R$ 980,17, ou 108,85% a mais de imposto.

“A não correção da tabela do IR ou sua correção parcial em relação à inflação aumenta a carga tributária e pune de maneira mais acentuada o contribuinte de menor renda, notadamente a classe média assalariada”, declarou Kleber Cabral, presidente do Sindifisco.

Deduções também são menores do que deveriam ser

Além da mordida maior sobre salários, aposentadorias, pensões, renda de alugueis e outros rendimentos tributáveis, a defasagem na tabela do Imposto de Renda também provoca outro efeito nocivo sobre o bolso dos brasileiros: as possibilidades de reduzir o imposto são menores do que deveriam ser.

O valor limite para dedução de despesas com educação do contribuinte, seus dependentes ou alimentandos, que hoje é de R$ 3.561,50 por pessoa por ano, deveria ser de R$ 7.589,61. O desconto permitido por dependente incluído na declaração, atualmente de R$ 2.275,08 por ano, deveria estar em R$ 4.850,04.

No caso de despesas com saúde, não há limites de valor, porém existem diversas restrições. Não é permitido, por exemplo, lançar na declaração do Impostos de Renda os gastos com medicamentos comprados na farmácia, ainda que sejam de uso contínuo e essenciais à vida do contribuinte ou de seus dependentes.

Medicamentos não são supérfluos, e sim uma necessidade vital do ser humano. Deveriam compor a relação de deduções legais, pois, de acordo com o princípio da capacidade contributiva, cada pessoa deve ter sua renda tributada somente depois de deduzidas todas as despesas necessárias à sua sobrevivência” afirmou o Sindifisco no estudo.

O sindicato dos fiscais da Receita defende ainda a volta da dedução dos gastos com moradia. Até 1988 era permitido descontar do Imposto de Renda as despesas com aluguel residencial e com os juros de financiamento da casa própria.

“Essas deduções foram extintas e, mesmo morando de aluguel ou pagando o empréstimo habitacional, o contribuinte não tem mais nenhum benefício fiscal. Note-se que quem recebe o aluguel deve tributar o rendimento, mas quem paga aluguel não pode deduzi-lo. Em alguns casos, trata-se da mesma pessoa – que loca seu imóvel para alugar outro. Nesses casos, tributa-se o que o contribuinte recebe sem poder deduzir o que ele paga”, afirmou o sindicato.

Sindicato defende isenção para R$ 3.000 já em 2022

O sindicato dos fiscais da Receita Federal é a favor de uma correção parcial imediata da tabela do Imposto de Renda. A entidade defende que o governo apresente um projeto para que todos os brasileiros que ganham até R$ 3.000 fiquem isentos do Imposto de Renda já em 2022. Na prática, a medida representaria uma correção de 57,6% sobre a tabela atual, cujo limite de isenção está em R$ 1.903,98.

“Nossa proposta é de correção parcial da faixa de isenção, para R$ 3.000, em 2022. O restante da correção poderia ser fracionado em 10 anos”, afirma Kleber Cabral, presidente do Sindifisco.

Receita afirma que correção depende de mudança nas regras

Embora seja o órgão do governo responsável pela fiscalização e arrecadação dos impostos, a Receita Federal esclareceu que não tem poderes legais para atualizar a tabela do Imposto de Renda. A decisão tem que vir de cima.

Diante das promessas de Bolsonaro, havia expectativa de que o governo federal enviasse ao Congresso em 2020 um projeto que corrigisse as distorções do Imposto de Renda, tornando o imposto mais “progressivo”, ou seja, cobrando quem ganha mais e reduzindo a carga tributária sobre quem ganha menos.

“Esse é um assunto que envolve outra esfera de governo, nossos legisladores. Mas, estamos certos de que, assim que houver uma mudança nesse sentido, majorando ou ajustando os limites, a Receita Federal estará pronta para adaptar seus programas e a legislação interna”, declarou José Carlos Fernandes, auditor da Receita Federal responsável pelo programa do IR 2021, durante a entrevista coletiva que apresentou as regras da declaração, na quarta-feira passada (24/02).

O UOL pediu que o governo comentasse a situação. A assessoria do Palácio do Planalto informou que um posicionamento sobre a correção da tabela do Imposto de Renda deveria ser dado pelo Ministério da Economia. O Ministério, por sua vez, respondeu que não irá comentar o assunto.

Fonte: JT News

Veja  também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/01/bolsonaro-nao-corrige-tabela-e-obriga-105-milhoes-a-pagar-imposto-de-renda/

Acipa encabeça campanha ‘Unidos pela Vacina’ no Tocantins

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Inspirada pelo exemplo da empresária e presidente do conselho do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, a Associação Comercial e Industrial de Palmas (ACIPA) encabeça as ações da campanha ‘Unidos pela Vacina’, no Tocantins.

O projeto foi apresentado para os empresários de Palmas nesta sexta-feira, 26, durante o Café com Empresários, ação da Acipa para promover networking e promoção de negócios, com a participação da CEO do Grupo Mulheres do Brasil, Marisa Cesar. O evento online contou com a participação do vice-governador do Estado, Wanderlei Barbosa.

De acordo com o presidente da Acipa, Joseph Madeira, um contato com a empresária Luiza Trajano selou a parceria. ‘Conversamos por telefone e coloquei a Associação à disposição para contribuir. Vamos somar esforços com outros empresários e com o poder público, organizações não-governamentais visando conscientizar sobre a vacina e promover ações que ajudem o Tocantins quanto à imunização do maior número possível de pessoas’, destacou.

A Acipa instalou uma Comissão especial para cuidar da campanha no estado. Além do presidente da entidade, participam da comissão, o vice-presidente, Artur Seixas (Ortomaq), o diretor Juliano Meurer (Acomac e JLMeurer) e o diretor Ivan Inácio (Ferpam).

De acordo com Marisa Cesar, a adesão da Acipa à campanha será fundamental para expandir as ações no Tocantins. ‘Agradecemos a parceira da Acipa que vai somar com os esforços que já estamos empreendendo em todo o país’, disse.

Participaram da reunião, os presidentes das Associações Comerciais e Industriais de Araguaína, Helida Dantas; de Gurupi, Jair Sakai; e de Dianópolis, Normandes Ferreira Carvalho.

Sobre o ‘Unidos pela Vacina’

Idealizado e criado pela empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, a criação do Unidos Pela Vacina, movimento que quer facilitar a distribuição do imunizante contra a Covid-19 para todos os brasileiros até setembro.

A ideia é usar a influência dos empresários envolvidos no projeto para resolver problemas como falta de insumos para produção de vacinas, seringas e agulhas ou dificuldade de transporte dos imunizantes.

Além do time de empresários, que conta com nomes como Walter Schalka, CEO da Suzano, e Paulo Kakinoff, presidente da Gol, a ação também une forças com as 75 mil voluntárias do Grupo Mulheres do Brasil- também pensado por Luiza Trajano-, que potencializam suas vozes unindo-se a entidades como o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Café com Empresários

A edição que deu espaço para a apresentação da plataforma multilateral de permutas X por Y.Com, que possui como sócio o diretor de comunicação Romulo Troncoso, foi a primeira no retorno ao modelo on-line. A decisão foi tomada pela diretoria em assembleia extraordinária e considera a alta dos casos de Covid-19 na capital. A promoção do network foi mantida com a criação de subgrupos para a apresentação de cada empresário e do seu respectivo ramo de atuação.

Fonte: Folha do Tocantins

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/01/a-cada-100-testes-de-covid-19-realizados-em-farmacias-do-ceara-25-deram-positivo-em-fevereiro/

Pernambuco negocia compra da vacina Sputnik V direto com laboratório

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O governador Paulo Câmara anunciou uma reunião, nesta terça-feira (2), em Brasília, com a diretoria da farmacêutica União Química, produtora no Brasil da vacina Sputnik V, para negociar a aquisição direta do imunizante russo. A iniciativa é uma ação conjunta do Fórum de Governadores do Brasil. Conforme a gestão, o laboratório protocolou na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o pedido para uso emergencial no Brasil de 10 milhões de doses da vacina Sputnik V.

A empresa também informou que o imunizante será produzido no Brasil, nas fábricas de Brasília, no Distrito Federal; e Guarulhos, em São Paulo. A vacina tem origem russa e apresentou eficácia acima de 90% contra o novo coronavírus na última etapa de testes. Na última terça-feira (23), o Supremo Tribunal Federal autorizou Estados e municípios a adquirir vacinas contra o novo coronavírus, mesmo sem a certificação da Anvisa, no caso de as doses previstas no Plano Nacional de Imunização (PNI) serem consideradas insuficientes.

Novos leitos

O Governo de Pernambuco ativou, neste final de semana, mais 20 leitos de UTI para reforçar a rede estadual de combate à Covid-19. As novas vagas foram abertas no Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, localizado no bairro da Estância, no Recife. Com isso, a unidade soma 30 vagas para receber pacientes com sintomas ou diagnóstico do novo coronavírus. Além disso, outras 10 vagas de terapia intensiva devem ser disponibilizadas à população nos próximos dias. A expectativa é, nas próximas semanas, ofertar até 80 leitos para a Central de Regulação do Estado.

A rede estadual de saúde passou a contar também, neste final de semana, com outras duas vagas de terapia intensiva no Hospital Rui de Barros Correia, localizado em Arcoverde, no Sertão do Moxotó. A unidade conta agora com 10 leitos de UTI para pacientes com a Covid-19.

Ainda segundo o governo do estado, o comitê segue analisando em tempo real todos os dados do novo coronavírus, além de acompanhar o trabalho de fiscalização das medidas restritivas no Estado.

Fonte: Diario de Pernambuco

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/26/ministerio-da-saude-assina-contrato-para-compra-de-20-mil-de-doses-da-vacina-covaxin/

Ministério da Saúde abre consulta pública sobre inclusão de canabidiol no SUS

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O Ministério da Saúde abriu uma consulta pública para receber opiniões sobre a inclusão do canabidiol, no Sistema Único de Saúde (SUS), para o tratamento de crianças e adolescentes com epilepsia refratária. As contribuições podem ser feitas até 15 de março, pela internet. O objetivo é coletar opiniões, informações e críticas da sociedade e da comunidade científica sobre o tema. As informações são do G1.

O assunto veio à tona devido à solicitação de uma empresa que quer o canabidiol incluso pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no Sistema Único de Saúde (SUS). O tema chegou a ser discutido pela pasta no fim do ano passado, porém, a comissão optou por abrir a consulta.

De acordo com a Conitec, 30% dos pacientes com epilepsia são considerados resistentes aos medicamentos. Por isso, o canabidiol seria uma alternativa de tratamento para essas pessoas.

A substância em avaliação pelo ministério é chamada comercialmente de Prati-Donaduzzi, um produto de cannabis que não tem tetrahidrocanabinol (THC) – principal substância psicoactiva encontrada nas plantas do gênero cannabis. O produto tem relatório técnico feito pela Conitec e um pedido de incorporação ao SUS produzido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde (SCTIE/MS).

As contribuições da sociedade serão analisadas pela Conitec. “A expectativa é que sejam apresentadas informações sobre o uso da tecnologia em avaliação, sejam como relatos de experiência ou evidências científicas, que possam contribuir para recomendação final da Comissão”, informou a pasta.

Canabidiol no Brasil

Desde 10 de março do ano passado, está em vigor no país uma resolução que cria uma nova categoria de produtos derivados de Cannabis.

Em maio, após 35 anos de pesquisas e testes, o primeiro medicamento brasileiro feito à base de canabidiol começou a ser vendido nas farmácias no Brasil. O remédio foi desenvolvido por cientistas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (SP) em parceira com uma indústria farmacêutica do Paraná.

O fármaco a base de canabidiol comercializado no país pode ser usado somente com prescrição médica e é indicado para quadros graves e resistentes de epilepsia, em que outros medicamentos não surtiram efeito.

Participe da consulta pública clicando aqui. O prazo para envio de contribuições vai até o dia 15 de março.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Biotecnologia pode somar US$ 53 bi à economia brasileira

Biotecnologia – A Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) estima que, nos próximos 20 anos, a biotecnologia industrial pode somar cerca de US$ 53 bilhões à economia brasileira, se durante as duas décadas forem investidos US$ 132 bilhões anuais. O investimento traria cerca de 217 mil novos postos de trabalhos ao fim de duas décadas. E, se a biotecnologia alcançar esse rendimento estimado, a arrecadação de impostos seria de US$ 9,5 bilhões anuais.

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Contudo, para alcançar tais resultados, o Brasil deve inserir a bioeconomia como estratégia de crescimento. É o que preconiza o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. ‘Precisamos aproveitar esse momento para construir as bases para avançar, já que o Brasil é o país com maior potencial nessa agenda’. Ele aponta que a bioeconomia seria uma alternativa para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

‘A floresta em pé passa a gerar mais riquezas e, com isso, aumentar o seu valor frente às outras alternativas’, observou. O mesmo pensamento é compartilhado por de Ana Carolina Cagnoni, diretora de Propriedade Intelectual e Compliance da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). ‘O setor passa por uma transformação de redução de uso de compostos químicos e aumento na inserção de materiais biológicos nos medicamentos, o que pode trazer uma vantagem para o Brasil, que tem a maior biodiversidade do mundo’, salientou.

Óleos essenciais

Um exemplo disso é o Grupo Centroflora, de São Paulo, que produz óleos essenciais e ativos isolados para a indústria farmacêutica. A empresa reuniu uma biblioteca inédita de produtos naturais com extratos da flora de quatro biomas brasileiros: Caatinga, Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica. O objetivo é coletar essas plantas e encontrar as substâncias ‘mais preciosas e reunir esse acervo no que pretende ser uma das maiores bibliotecas de produtos naturais do mundo’, explica Cristina Ropke, diretora de Inovação da empresa.

Mas o avanço da bioeconomia depende do aperfeiçoamento do sistema de inovação do Brasil. O professor Roberto Berlinck, do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), ressalta que é necessária a liberação dos recursos para não interromper as pesquisas e explica que o investimento em estudos volta em forma de resultados para o país.

Atualmente Berlinck se dedica a pesquisar substâncias anti-cancerígenas da própolis vermelha, extraída de colmeias em Alagoas, que são mais raras que a própolis verde, amarela e marrom. ‘Tínhamos um conhecimento tradicional que relacionava o uso da própolis vermelha com a inibição de células cancerígenas. E isso se comprovou nas pesquisas, quando descobrimos substâncias isoladas da classe dos polifenóis (antioxidantes vegetais)’, revela.

Para obter o resultado e chamar atenção para a bioeconomia, o Instituto Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) de Inovação em Biossintéticos, em conjunto com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), estão com projeto de emenda parlamentar para desenvolver um estudo econométrico para ajudar o país a alavancar a bioeconomia. ‘A proposta é dividir esse estudo por partes, começando pelas grandes cadeias brasileiras, como cana-de-açúcar e celulose, com dados detalhados para avaliar a viabilidade econômica de produtos a partir dessas cadeias’, explica Paulo Coutinho, diretor do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos.

Fonte: Brazil Amazônia Agora

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Anvisa envia técnicos à Índia para inspeção em fábrica da vacina Covaxin

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O objetivo é avaliar as condições de fabricação das vacinas e do insumo farmacêutico usado no processo A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) enviou um grupo de técnicos à Índia para fazer uma inspeção na fábrica da Bharat Biotech, empresa que produz a vacina Covaxin. O objetivo é avaliar as condições de fabricação das vacinas e do insumo farmacêutico usado no processo.

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Segundo a agência, a inspeção vai de segunda (1º) a sexta (5). Cinco servidores foram deslocados para a vistoria. A previsão é que eles cheguem à Índia nesta sexta (26).

O processo faz parte da avaliação para que a empresa possa obter um certificado de boas práticas de fabricação, um dos documentos exigidos pela Anvisa para avaliar pedidos de uso emergencial ou registro de imunizantes no país.

No processo, segundo a Anvisa, ‘são verificados os processos de trabalho, as estruturas físicas das áreas de produção, armazenamento e laboratórios de controle de qualidade, além de toda a documentação do sistema de garantia de qualidade da empresa’.

Ainda de acordo com a agência, o pedido de inspeção foi feito em 13 de fevereiro pelo laboratório, mas agendado para março em decisão conjunta com a empresa.

Na quinta (25), o Ministério da Saúde informou ter assinado um contrato para obter 20 milhões de doses da Covaxin.

O acordo foi fechado com o laboratório Precisa Medicamentos, que tem uma parceria com a Bharat Biotech e deve receber as doses importadas da Índia. Segundo a pasta, o investimento total é de R$ 1,6 bilhão.

Apesar do acordo, a vacina ainda não tem aval da Anvisa, necessário para que as doses sejam ofertadas à população.

Em nota divulgada hoje, a agência disse que não recebeu pedido até o momento para aval a estudos clínicos nem para autorização de uso emergencial da vacina Covaxin.

Ontem, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse, em reunião com secretários de saúde, que a previsão é que a empresa solicite esse aval nos próximos dias. A empresa, no entanto, ainda não terminou os estudos de fase 3, necessários para verificar a eficácia da vacina.

A ausência desses dados levou o Ministério Público do Tribunal de Contas da União a pedir ao TCU (Tribunal de Contas da União) que adote medida cautelar para que o governo federal suspenda a compra das doses.

‘A aquisição de vacinas ainda não testadas atrasa ainda mais a vacinação dos brasileiros e coloca em risco a vida de milhões, no momento em que enfrentamos a pior fase da doença, com o recorde de mortes diárias atingido recentemente’, afirmou o sub-procurador do órgão, Lucas Rocha Furtado.

Fonte: Amexx Fomento Mercantil

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Dermatite seborreica: 40% da população será acometida pela doença, diz pesquisa

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A dermatite seborreica é uma doença crônica que traz vermelhidão, descamação e inflamação à pele. Como o próprio nome indica, o problema costuma acometer áreas ricas em glândulas sebáceas. Entre eles, está o couro cabeludo. Também reconhecida como caspa, versão mais leve da doença, a dermatite seborreica pode acometer pessoas de diferentes idades.

Segundo dados indicados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, 40% de toda a população já teve problemas com caspas – ou apresenta picos esporádicos da doença, que, embora crônica, pode ser controlada.

Ainda citando a SBD, pode-se observar que as inflamações desencadeadas pela dermatite seborreica podem ser genéticas ou até mesmo desenvolvidas por gatilhos externos, que envolvem alergia, estresse, temperaturas baixas e excesso de oleosidade. Paralelamente a isso, a presença do fungo Pityrosporum Ovale também pode ser fator decisivo para o desenvolvimento e avanço do problema.

Desmistificando

A dermatite seborreica não é contagiosa, tampouco está relacionada à falta de higiene. Os cuidados a serem tomados são de uso tópico, conforme indicação e acompanhamento de um dermatologista. Dessa forma, é possível obter controle e, em alguns casos, até mesmo cessar os sintomas.

Ainda assim, a natureza tem muito a oferecer quando o assunto é tratamento complementar: a argila verde apresenta-se como ferramenta para isso. Ao menos é o que diz Kika Chammas, farmacêutica e sócia-fundadora da empresa de cosméticos Dermare.

‘A argila verde pode ser aplicada diretamente no couro cabeludo, a fim de realizar uma esfoliação. O processo removerá as células mortas, ativando a circulação e diminuindo a oleosidade’, indica Kika. Outra opção é misturar algumas colheres do pó no shampoo já utilizado.

Kika ressalta que o tratamento é apenas uma ferramenta, que não substitui o acompanhamento especializado. ‘Mesmo sendo natural, existem cuidados. O shampoo com argila verde pode ser utilizado até duas vezes por semana, antes da lavagem tradicional. Assim, será feito um detox capilar e, com a ação antioxidante, o problema tende a diminuir’, finaliza.

Fonte:  

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/01/dermatite-seborreica-40-da-populacao-sera-acometida-pela-doenca-diz-pesquisa-2/

Pará é o 9º estado que mais vacinou no Brasil contra a Covid-19

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De acordo com dados levantados pelo consórcio de veículos de imprensa, que consolida números sobre a pandemia em todo o País, o Estado do Pará é a 9ª unidade federativa que mais vacinou entre os estados brasileiros contra a Covid-19 até o momento, ficando à frente de Rio Grande do Sul, que ocupa a 10ª posição. O número é proporcional as doses recebidas pelo Ministério da Saúde.

Ao todo, o Pará já executou 187.676 doses das vacinas contra o novo coronavírus, sendo 139.324 mil primeiras doses e 48.352 segundas doses. Somente nas últimas 24h mais 1.280 doses foram realizadas.

A taxa é de 59.46%. Abaixo de Rio Grande do Norte (73.07%), São Paulo (72.55%), Distrito Federal (72.36%), Sergipe (70,02%), Pernambuco (67,04%), Ceará (63.3%), Mato Grosso do Sul (61.43%) e Mato Grosso (60.57%).

Na última quarta-feira (24), o Estado do Pará recebeu 98.200 mil doses de vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde, e com o apoio do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp), vinculado à Secretaria de Segurança Pública (Segup), distribuiu até este domingo (28) aos 13° Centros Regionais de Saúde e diretamente para os municípios da região da Calha Norte e Marajó.

Mais vacinas – O Pará deve receber 1,5 milhão de doses de vacinas contra a Covid-19 até o dia 30 de março. A informação foi repassada pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ao governador Helder Barbalho, durante reunião na última semana, em Santarém, no oeste paraense.

O governador anunciou na terça-feira (23) que vai comprar 3 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 de laboratórios credenciados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizar a aquisição de doses por estados e municípios.

Fonte: O Liberal – Belém

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Em meio a colapso, Bolsonaro posta que ‘saúde sempre teve problemas’

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou mais uma vez o fechamento de comércios, estabelecido por diversos governadores do Brasil por causa do colapso causado pela pandemia de covid-19. Ele minimizou a importância de os hospitais estarem lotados, alegando que “a saúde no Brasil sempre teve seus problemas”.

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Bolsonaro publicou a imagem de uma matéria de 2015, sobre problemas nos leitos de saúde, e replicou uma mensagem que já tinha sido feita antes no Twitter, com exatamente as mesmas palavras, por um usuário. O Secretário da Cultura, Mário Frias, também publicou a mesma mensagem, um pouco antes do presidente, assim como outros apoiadores.

“A saúde no Brasil sempre teve seus problemas. A falta de UTIs era um deles e certamente um dos piores. Hoje, ao fecharem o comércio e novamente te obrigar a ficar em casa, vem o desemprego em massa com consequências desastrosas para o país”, diz a mensagem que tem se espalhado nas redes sociais.

O Brasil registrou ontem a pior média móvel de mortes por covid-19 em toda a pandemia. Segundo dados divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, 1.180 brasileiros morreram, em média, nos últimos sete dias. Os dados reforçam que o país está em seu momento mais letal da pandemia, com média móvel acima de mil mortos desde 21 de janeiro, há 38 dias.

Apesar dessa situação, Bolsonaro tem apresentado um discurso negacionista desde o começo da pandemia de covid-19. Inicialmente, ele afirmou que era uma “gripezinha” e que mataria poucas pessoas. Depois, passou a discursar que era preciso priorizar a economia, sem adoção de medidas de restrição ou isolamento social.

Bolsonaro também insistiu em promover a utilização de medicamentos que nunca tiveram eficácia comprovada para prevenir ou combater a covid-19. O governo federal comprou e produziu cloroquina, além de divulgar que ivermectina teria efeito contra a doença. Mas até o laboratório que fabrica internacionalmente este último remédio admitiu que ele não tem utilidade para combater o coronavírus.

O presidente também criticou muito as vacinas contra covid-19. Chamou atenção por dizer que elas poderiam causar efeitos adversos e brincou que poderiam transformar alguém em jacaré.

Bolsonaro ainda entrou em conflito com o governador de São Paulo, João Doria, por causa da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês SinoVac. Bolsonaro chegou a dizer que não ia comprar essa vacina, por desconfiar da China. Mas depois da aprovação da Anvisa para uso emergencial, o Ministério da Saúde adquiriu 130 milhões de doses, que estão sendo produzidas e aplicadas em todo o país.

Recentemente Bolsonaro tem criticado as restrições e até o uso de máscaras. No dia em que o Brasil completou 250 mil mortes, ele afirmou, sem apresentar estudos concretos sobre o assunto, que as máscaras podiam até fazer mal. Mas os principais órgãos de saúde recomendam a utilização desse produto como forma de prevenção. Já na sexta-feira, o presidente ameaçou governadores que estabelecem medidas de restrição a pagaram o auxílio emergencial, responsabilidade do governo federal.

Fonte: UOL

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Ex-ministros da Saúde recomendam lockdown para evitar colapso do país diante da nova escalada da Covid-19

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José Serra (1998-2002), José Gomes Temporão (2007-2011), Alexandre Padilha (2011-2014) e Luiz Henrique Mandetta (2019-2020) comandaram o Ministério da Saúde e, à frente do cargo, conheceram os principais desafios do SUS e os esforços para criar campanhas de alcance nacional, como a vacinação. Agora, porém, veem o país caminhar a passos largos para um colapso diante da disseminação do coronavírus, que já provocou mais de 250 mil mortes desde sua chegada ao Brasil, em março do ano passado.

Serra, Temporão, Padilha e Mandetta, ministros de quatro governos distintos, defendem medidas em comum, como a necessidade de divulgar medidas de distanciamento social e fechar estabelecimentos comerciais, ao menos nas próximas semanas, para evitar um aumento descontrolado no número de internações e óbitos.

Da mesma forma, condenam o presidente Jair Bolsonaro, que ainda menospreza os efeitos da pandemia e parece mais preocupado em alardear factoides, e o atual ocupante do ministério, Eduardo Pazuello, por não contestar os desmandos do Palácio do Planalto e falhar na logística da campanha da vacinação.

O agravamento da pandemia está levando os sistemas hospitalares de diversos estados ao colapso, assim como o SUS. O que é preciso fazer para evitar a paralisação da saúde no país?

José Serra: O Ministério da Saúde deveria estar muito mais ativo, com campanhas de conscientização, alertando a população 24 horas por dia a respeito do momento crítico e de altíssimo risco para todos. Os brasileiros sempre responderam ao chamado do Estado com responsabilidade, como na época do apagão ou da crise hídrica. Mas o Ministério parece distante e perdido. Por isso mesmo não vejo outro caminho diferente de um lockdown total de 14 dias, ao menos, para que se avalie, a partir daí, os resultados.

José Gomes Temporão: As pessoas não estão se protegendo, o distanciamento caiu drasticamente, novas cepas surgiram, as pessoas não usam máscara e se aglomeram, autoridades se omitem. A capacidade de atendimento é limitada, e se o profissional não é experiente a taxa de letalidade aumenta. Então tem que ir na raiz do problema, a circulação do vírus. Como resolve? Fechando tudo, por três semanas. Restringir horários não adianta. Todas as medidas têm que ser cumpridas: lockdown, máscara, higiene das mãos e vacinação, ampliar drasticamente o ritmo.

Alexandre Padilha: O mais importante é acelerar a vacinação, não faz sentido o Brasil estar com esse número de mortes e o sistema de saúde privado e público colapsado e o governo federal não estar acelerando as vacinas. Em segundo lugar, o ministério precisa coordenar as restrições, adaptando às realidades regionais. Não dá para adotar uma decisão única de fechamento num país heterogêneo assim. Mas, em algumas regiões, ou se faz lockdown ou será insustentável o colapso do sistema de saúde em duas semanas. E as decisões têm que ser regionais.

Luiz Henrique Mandetta: Primeiro é preciso colocar o SUS no centro da solução, ter liderança em saúde, senão vai continuar essa terra de ninguém. O segundo passo é estabelecer a velocidade de contaminação da nova cepa e simular para ver se as capitais aguentam. Se não aguentar, tem que criar mais leito, mais equipe, mais oxigênio. E vai ter que ter mais afastamento. Em alguns lugares vai ter que botar lockdown absoluto mesmo.

O ministro Pazuello (Saúde) reconheceu a piora da situação. Não caberia ao ministério organizar uma campanha nacional de conscientização, para que os cidadãos evitem circular e, com isso, reduzir as chances de contraírem a Covid?

Serra: Se ele fosse um ministro com autonomia e tivesse liberdade para tomar as decisões necessárias e urgentes, sim. Até o momento, infelizmente, ele tem seguido o roteiro do presidente, que, já sabemos, não é o aceitável para o combate à pandemia.

Temporão: Tudo teria que vir acompanhado de uma campanha de comunicação, porque as pessoas estão perdidas. A conduta do presidente é permanente, ele tem um projeto, não se trata de omissão, ele está executando um enfrentamento da doença que levou a 250 mil mortes, e o ministro participa por omissão. As próximas semanas serão terríveis. Vai ter que vacinar todo mundo, chegar a 80% da população brasileira. São necessárias 352 milhões de doses de vacina. O cenário é o pior possível, não vamos dispor disso em prazo curto.

Padilha: Tem que constituir um gabinete de crise com técnicos para estabelecer um conjunto de ações, como destravar o problema da testagem e fazer uma campanha de comunicação. É preciso envolver as equipes de saúde da família, que têm sido desprezadas pelo governo.

Mandetta: Tinha que fazer uma campanha transparente: temos uma ameaça nova, não aglomere, use máscara, o sistema de saúde não aguenta. Tinha que ter uma fala do presidente, do ministro. Propaganda nacional, com mea culpa.

Especialistas defendem que os governos estaduais criem uma comissão para encontrar soluções para o problema. É um caminho viável?

Serra: É viável e ajudaria. Mas de nada adiantará se continuarmos tentando equilibrar saúde e economia. É prioridade absoluta para a saúde.

Padilha: Defendo um comitê nacional de crise, que pode ser convocado pelo Congresso, com secretarias municipais, estaduais, o governo federal. É preciso ter uniformidade nas decisões, mas reconhecidas as diferenças regionais. É necessária participação do Judiciário, porque vão chegar ações contra o lockdown. Tem que haver mobilização nacional pela vida.

Temporão: Politicamente é pouco provável que a ideia prospere. O que realmente funcionaria seria o afastamento do presidente e a instituição de um governo de salvação nacional.

Mandetta: Para se defender da morte pode surgir um comando informal paralelo, mas que não vai ter os instrumentos que o governo legítimo tem. É perigoso ter um duplo comando nacional, e seria extremamente complexo. No final de tudo isso tem o povo, que se pergunta: escuto quem? Teremos 60, 90 dias extremamente duros, uma megaepidemia de Norte a Sul.

Existe alternativa de curto prazo para acelerar a vacinação?

Serra: Sim. Precisaríamos de mudança radical na posição do governo federal, que deve buscar comprar vacinas sem criar entraves burocráticos! Só a vacina nos tirará desse caos. Já são mais de 250 mil brasileiros mortos. O governo não pode continuar indiferente.

Padilha: Há três alternativas: aquisição imediata de vacinas da Pfizer e Janssen; autorização emergencial para incorporação da Sputnik 5; e fazer uma solicitação emergencial para ampliar sua cota de vacinas da Covax junto à OMS, passando de 10% a 30% da população.

Temporão: A Anvisa tem que ser respeitada, mas a decisão do Supremo de que governos e municípios possam adquirir vacinas, se for feita de forma articulada, poderia funcionar.

Mandetta: Estamos vacinando aos soluços porque a estratégia foi errada. Só em agosto vamos ter boa quantidade de vacina. Até lá, é liderar, explicar, dar segurança. Temos 340 mil agentes de saúde, tem que trazer esse povo pro seu lado. Tem que verificar geladeira, capacitar pessoal, trazer quem tem visibilidade nacional, abrir igrejas para vacinar, todo mundo tem que participar. O vírus está de Ferrari, e nós de carroça. Em junho teremos um Fusca.

Fonte: Época Negócios

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