Pronunciamento contrário foi solitário – Foto: Divulgação
A última reunião do conselho da Hypera, realizada na última sexta-feira (25), marcou o retorno de João Alves de Queiroz Filho, ou Júnior, como é mais conhecido, à cúpula de administração da companhia. Dois conselheiros do grupo Votorantim também assumiram posições durante o encontro. As informações são do Pipeline.
A volta do executivo, afastado desde 2022, foi contestada por Renato Chaves, acionista minoritário e especialista em governança corporativa. O protesto foi lido durante o encontro e se baseia na suposta violação do artigo 147-§3º da Lei 6404/76, que exige reputação ilibada para candidatos ao cargo.
A irregularidade apontada pelo executivo é referente ao processo judicial e ao acordo administrativo na CVM sobre operações fraudulentas para viabilizar pagamentos de propina quando Júnior exercia o cargo de presidente do conselho de administração da Hypera. Essas operações teriam ocorrido entre os anos de 2010 e 2015.
Em 2022, ano de seu afastamento, Júnior firmou um acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União e a Advocacia-Geral da União, onde se responsabilizou a pagar uma multa de R$ 1 bilhão.
Já nesse ano, recorreu ao STF para tentar reduzir o valor da pena, chegando a um compromisso com o CVM para o pagamento de R$ 12,5 milhões entre os executivos da Hypera, com o acionista majoritário sendo responsável por R$ 10 milhões.
“Tal acordo, ainda que possa ser visto como uma solução definitiva do caso na esfera administrativa, não eliminou enormes danos à imagem do conselheiro e principalmente da empresa”, avalia Chaves.
Com mais de 25 anos de experiência nos canais farma e alimentar, Robson Xarelli assume o posto de gerente comercial de negócios de nutrição e bem-estar no Grupo Piracanjuba. O executivo assume o cargo após deixar a WP Lab, onde atuava como gerente nacional de vendas.
Formado em publicidade e propaganda pela Unip, tem em seu currículo passagens por grandes empresas como Colgate, L’Oréal, Grupo Boticário, Reckitt, Duratex e Kenvue.
Projeto permite que distribuidoras aprendem com erros e acertos de companhias parceiras – Foto: Divulgação
A mais recente visita técnica da Integração Farma levou seus associados às
sedes de três empresas em Divinópolis (MG), incluindo uma distribuidora e
duas fornecedoras. O programa, que está em sua terceira edição, tem como
principal objetivo a integração entre os associados e a troca de experiências,
para que cada participante possa visualizar as melhores práticas, avaliar e
aplicar, também, nas suas respectivas distribuidoras.
Os membros da entidade visitaram, entre os dias 24 e 25 de abril, as operações da distribuidora Divimed, da farmacêutica Farmax e da indústria de derivados de mel Napillus.
Associados na sede da Napillus – Foto: Divulgação
“Os participantes têm a oportunidade de trocar experiências, aprender com erros e acertos já praticados e isso contribui para um processo contínuo de aprimoramento de todos os participantes”, afirma Geraldo Monteiro, diretor executivo, ao explicar a importância do movimento.
Participantes avaliam visita técnica da Integração Farma
“Nossa visita foi uma experiência transformadora. Fomos recebidos com uma hospitalidade que ultrapassou expectativas. Nós imergimos nos bastidores da distribuição farmacêutica e aprendemos que é preciso agilidade, responsabilidade, controle de qualidade e de rastreabilidade. Também acompanhamos a logística, endereçamento de produtos e otimização de espaço e televendas. Foi enriquecedor”, comenta Vagner Brito, CEO da Distribuidora Asa Branca.
“A visita, sem dúvidas, ampliou nosso entendimento sobre o setor e nos inspirou a sempre buscar melhorias”, complementa. O executivo ainda garante que esses ensinamentos serão postos em prática em sua companhia.
De acordo com Patricia Austregesilo, presidente da Rede Integração Farma, a meta é fortalecer, cada vez mais, o distribuidor regional associado, para que ele possa agregar mais diferenciais competitivos ao seu negócio, levando tudo isso para o varejo.
Acordo de exclusividade pode facilitar terceira tentativa de negócio – Foto: Canva
A TOTVS, companhia brasileira de desenvolvimento de softwares, está novamente avaliando a compra da Linx, especialista em tecnologia para o varejo. A negociação reacende um antigo interesse da TOTVS, que já tentou a aquisição em duas oportunidades. As informações são do Pipeline.
As primeiras conversas aconteceram ainda em 2020, quando a Stone, atual dona da Linx, venceu a disputa, concluindo a compra por R$ 6,7 bilhões. Quatro anos depois, no final do 2024, a companhia foi novamente disponibilizada para interessados.
A TOTVS se fez presente nas negociações até fevereiro, quando anunciou publicamente sua desistência para evitar um leilão com Nayax, Advent e Constellation, que também estavam interessadas.
Novos termos para compra da Linx atraíram a TOTVS
Agora, em uma terceira oportunidade, Stone e TOTVS anunciaram um período de exclusividade para a negociação da transação, afastando o temor que esfriou as negociações em fevereiro. Mesmo com a assinatura desse termo, ambas as empresas ainda podem desistir da aquisição.
Fontes do mercado avaliaram que um acordo pode ser fechado por aproximadamente R$ 3,35 bilhões, valor que representa metade da quantia paga pela Stone em 2020.
Oito de 12 empresas farmacêuticas nacionais já acessaram cerca de R$ 3,5 bilhões em empréstimos do BNDES. Os recursos fazem parte de um plano de investimento que prevê a aplicação de R$ 20 bilhões até 2026 – sendo R$ 13 bilhões destinados à pesquisa e desenvolvimento, e R$ 7 bilhões à modernização da infraestrutura, como fábricas, equipamentos e centros de inovação.
“A agilidade e precisão com que o banco tem analisado as propostas das nossas associadas asseguram a previsibilidade necessária para que a indústria farmacêutica brasileira continue crescendo de forma sólida”, destaca Reginaldo Arcuri, presidente-executivo do Grupo FarmaBrasil, que representa as principais empresas do segmento.
“Isso é um claro reflexo de como o foco da indústria farmacêutica nacional em inovação está sendo seguido à risca, com laboratórios investindo entre 6% a 14% do faturamento líquido em P&D”, ressalta Arcuri.
Empréstimos do BNDES ressalta a importância estratégica da indústria nacional
Os investimentos na construção e expansão de fábricas que já haviam sido iniciados tiveram continuidade no ano passado. “Para 2025 nós, certamente, vamos ter um conjunto muito importante desses parques fabris iniciando suas operações”, afirma Arcuri.
Ele acrescenta que tem ficado cada vez mais evidente a importância estratégica da indústria brasileira para o país. Prova disso foram as visitas do presidente Lula nas inaugurações das plantas da Biomm e da EMS e da Ministra da Ciência e Tecnologia à Libbs em 2024.
“Me arrisco a dizer que a Indústria farmacêutica nacional está se caracterizando como uma espécie de “nova Embraer”, reconhecida pela sua qualidade mundial e instalando modernas plantas e centros de P&D não só na América Latina, mas em vários países do Hemisfério Norte, como Canadá, Servia e Itália”, ressalta Arcuri.
Atualmente, as farmacêuticas do Grupo mantêm 29 fábricas e sete centros de P&D distribuídos pelo país. O Brasil ocupa a oitava posição no ranking global do mercado farmacêutico e concentra 47% do setor na América Latina.
Só em 2024, o mercado de varejo de medicamentos no país movimentou R$ 115,5 bilhões — alta de 11% em relação ao ano anterior. As associadas do Grupo FarmaBrasil respondem por 39% desse montante.
Edifício do Associativismo: o novo hub de negócios do mercado farmacêutico / Foto: Divulgação
O mercado farmacêutico brasileiro acaba de ganhar um novo centro estratégico de conexões e oportunidades: o Edifício do Associativismo. Inaugurado no começo do mês pela Febrafar e pela Farmarcas, o novo espaço chega como um verdadeiro hub de negócios, voltado para indústrias, distribuidoras e prestadores de serviços.
Com salas de reunião, auditório e diversos espaços colaborativos, o prédio tem como propósito impulsionar a transformação do mercado, gerando valor para todos os envolvidos. A proposta é promover interações estratégicas, onde todas as partes do mercado farmacêutico podem se conectar, colaborar e criar oportunidades de negócios sustentáveis.
A Febrafar, com suas 70 redes e 17.000 lojas, e a Farmarcas, com 1.680 lojas e 11 redes associadas, tornam-se protagonistas desse movimento, oferecendo um espaço físico que vai além do tradicional.
“Este edifício será muito mais do que um local de encontro para nossos associados. Será um centro de negócios, uma plataforma para todos do mercado farmacêutico trocarem ideias, fecharem parcerias e avançarem juntos,” afirma Edison Tamascia, presidente da Febrafar e da Farmarcas.
O projeto foi estruturado a partir da locação de um prédio como monocondomínio, com 13.500 m² de área total e 8.600 m² de área de carpete, localizado em frente à estação Santa Cruz, do Metrô de São Paulo (SP).
Edifício do associativismo busca fortalecer a colaboração estratégica no setor
Com um modelo de negócio cada vez mais voltado para parcerias de longo prazo, o novo espaço surge para potencializar as relações entre as farmácias independentes e os demais elos da cadeia farmacêutica.
“Nos últimos anos, as parcerias comerciais no varejo farmacêutico passaram por uma verdadeira transformação. O que antes era uma relação transacional, focada apenas no maior desconto, agora se tornou uma aliança estratégica, em que todos crescem juntos. O Edifício do Associativismo é a materialização desse novo modelo de colaboração no mercado farmacêutico,” completa Karen Corridoni, diretora comercial da Febrafar.
Espaço aberto ao mercado
Mais do que um centro de trabalho para as redes associadas, o local foi concebido para abrir suas portas para todo o mercado farmacêutico. As 105 salas de reunião e o auditório para 250 pessoas estarão à disposição de indústrias, distribuidores e prestadores de serviços para promover workshops, treinamentos e reuniões estratégicas.
“O novo espaço surge para estimular a inovação no setor e facilitar a criação de soluções conjuntas que impactem positivamente o mercado. O objetivo é criar um ambiente onde a troca de experiências e o compartilhamento de conhecimento possam ser facilitados, beneficiando todos os envolvidos,” afirma Fábio Chacon, diretor comercial da Farmarcas.
Aliando praticidade, tecnologia e alta performance, a Katiguá apresenta suas novas creatinas em sachê, que complementam o portfólio da Linha KTG. As novidades incluem versões puras e combinadas com ativos estratégicos, como Q10, colágeno tipo II, biotina, magnésio quelato e beta-alanina.
As fórmulas foram desenvolvidas para atender diferentes objetivos de suplementação – da melhora na performance física até os cuidados com articulações, energia celular e saúde da pele. O produto está disponível em embalagens com 15 ou 30 unidades. “O objetivo é facilitar a rotina de quem busca desempenho com praticidade”, explica o diretor comercial e de marketing, Edson Oliveira
Linha KTG não se limita a creatinas em sachê
Além dos sachês, a Linha KTG da Katiguá também conta com versões em pote, para quem busca a embalagem mais tradicional do produto. Mas a suplementação não se limita à creatina.
A família também agrega BCAA, L-carnitina, cafeína, beta-alanina, glutamina e maca peruana, entre outras opções. “A linha foi pensada para entregar resultados reais com fórmulas concentradas, ingredientes de alta qualidade e versatilidade de consumo”, afirma Oliveira.
Distribuição: sistema próprio e distribuidores parceiros Diretor comercial e de marketing: Edson Oliveira – edson.oliveira@katigua.com.br
Varejista liderada por Emerson Angonese mira conversão de bandeira em cidades com mais de 10 mil habitantes | Fotos: Divulgação
Com mais de 28 anos de atuação no varejo farmacêutico, as Farmácias São Rafael estabeleceram uma meta ousada. A rede, que atua no sistema de franquia, quer chegar a 100 lojas nos próximos três anos.
Fundada em 1997, a varejista nasceu em Chapecó (SC), onde ainda mantém sua sede. Presente também no Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo, soma 56 unidades em operação e mais seis em fase de implantação. Além disso, planeja abrir dez novas lojas ainda neste ano.
O foco da expansão será o Sul do país, onde a empresa mantém o maior número de pontos de venda. “Queremos aproveitar a força da marca que já estabelecemos na região”, explica o diretor Emerson Angonese.
Farmácias São Rafael apostam em manipulação para reforçar negócio
Em paralelo, as Farmácias São Rafael apostam na diversificação das operações para fomentar o volume de negócios. A rede já atua como farmácia de manipulação há mais de 13 anos e, em 2025, anunciou sua expansão também como franquia de manipulação. “É um modelo de negócio à parte, mas, neste primeiro momento, direcionado para as farmácias já franqueadas da rede”, detalha.
Segundo o diretor, o objetivo é levar mais essa oportunidade para os franqueados aumentarem a rentabilidade da loja, oferecendo aos seus clientes a manipulação de fórmulas com a qualidade e o padrão da nossa marca.
“A manipulação já era um serviço ofertado por parte de nossas unidades e entendemos que é possível potencializá-la com o suporte de uma franquia”, avalia. O primeiro PDV nesse novo formato já está em construção, na cidade de Brusque. A meta é inaugurar de seis a oito unidades de manipulação ainda neste ano”, antecipa.
Rede de farmácias foi fundada por empresários do setor
Angonese e seu sócio Rogerson Zanandréa resolveram abrir um negócio próprio há 28 anos. Na ocasião, ambos já haviam trabalhado juntos no varejo farmacêutico e na distribuição. Com o conhecimento acumulado, o negócio prosperou e, em 2015, depois da consolidação no mercado chapecoense, a rede deu início ao plano de expansão da marca.
Foi nesse momento que surgiu a São Rafael Franchising. “Vimos que poderíamos levar nosso modelo de excelência para outros empreendedores e ajudá-los a prosperar com aquilo que aprendemos na prática”, conta.
Em 2024, a varejista registrou faturamento superior a R$ 183 milhões, crescimento de 12% em relação ao ano anterior. Em Chapecó, os sócios ainda mantêm suas lojas próprias, onde somam 15 PDVs e um market share de 20%. “Para este ano, queremos abrir mais um PDV e, no próximo, mais dois”, revela.
Franquia mantém Chapecó como centro
Mesmo com o ganho de capilaridade, a São Rafael mantém sua sede em Chapecó. “Construímos a franquia em formato de espiral, para poder concentrar o crescimento a partir da cidade”, afirma Angonese. Tal estratégia possibilitou uma presença reforçada em Santa Catarina, onde a rede de farmácias concentra mais de 40 unidades. A varejista trabalha com foco na conversão de bandeira e seu foco está em cidades a partir de 10 mil habitantes.
São Rafael quer aparecer para o mercado
Para fazer seu nome no mercado nacional, a São Rafael foi uma das redes fundadoras da Fecofar, federação que reúne varejistas de franchising e associativistas. Em pouco mais de um ano de entidade, Angonese revela já sentir os resultados positivos.
São Rafael levou expressiva delegação de 24 franqueados para networking durante a Abradilan Conexão Farma
“Antes negociávamos na condição de uma empresa com 60 lojas, o que não é pouco, mas perdíamos em competitividade contra redes nacionais com 3 mil PDVs. Hoje negociamos em condições de igualdade e conseguimos dialogar com as lideranças da indústria e distribuição”, comemora. “Além disso, por intermédio da sede da federação em São Paulo (SP), conseguimos estreitar os relacionamentos com o canal farma. Isso sem falar nos projetos conjuntos, que estão trazendo tecnologias e vendas novas para nossos franqueados”, completa.
Durante o Abradilan Conexão Farma, inclusive, a companhia levou uma delegação de 24 franqueados para os três dias de encontro. “Foi uma experiência ímpar. Muitas oportunidades de negócio, networking e ensinamentos realmente mudaram a visão que eles tinham sobre suas lojas”, finaliza.
FARMÁCIA SÃO RAFAEL Fundação: 1997
Faturamento: mais de R$ 183 milhões em 2024
Capilaridade: 56 lojas, Presente no Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul.
A indústria farmacêutica na Espanha vem registrando considerável crescimento nos últimos anos, atraindo multinacionais do setor de olho em isenções fiscais. Com isso, o país vem atenuando a tendência de êxodo de investimentos no Velho Continente. As informações são da Bloomberg Línea.
Barcelona e Madri destacam-se como principais palcos desse movimento e, segundo a Agência Médica Europeia, estão entre as cidades líderes em centros de ensaios clínicos na Europa. Companhias como AstraZeneca, Novartis e Rocheconfirmaram planos de expansão, enquanto Johnson & Johnson, Daiichi Sankyo, Eli Lilly e Sanofi já iniciaram projetos para fincar bandeira no país, com direito a articulações junto ao primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez.
A AstraZeneca, por exemplo, escolheu a capital da Catalunha como sede para um novo centro de pesquisas em 2023, logo após a reforma de sua divisão de doenças raras Alexion. A iniciativa é parte de um investimento de € 800 milhões (R$ 5,16 bilhões), que previa a criação de 1 mil novos empregos na região até 2027. Mas essas metas já foram cumpridas e atualizadas no ano passado, o que fez a farmacêutica projetar agora 2 mil postos de trabalho e € 1,3 bilhão (R$ 8,4 bilhões) em aportes financeiros. “A Espanha passou a ser um mercado-chave para a AstraZeneca globalmente e na Europa”, explica Rick R. Suarez, presidente da companhia no país.
Número de ensaios clínicos por país entre 2018 e 2023
Fonte: IQVIA
Vantagens da indústria farmacêutica na Espanha
Os incentivos da indústria farmacêutica na Espanha contemplam créditos fiscais que correspondem a 33% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Esse percentual gira torno de apenas 15% se considerados todos os mercados europeus.
A Lei Beckham, nomeada em homenagem ao ex-jogador inglês, ainda garante que estrangeiros paguem uma alíquota menor no imposto de renda. A relação das farmacêuticas com os hospitais estatais e as startups locais também foi facilitada pelo Estado.
“Para empresas menores, como a Oxolife, voltada para a fertilidade, o apoio do governo representa cerca de 50% de seus investimentos”, explica a CEO Agnès Arbat. “A Espanha é um dos países com o melhor custo-benefício da Europa para pesquisa clínica e significativamente mais barata do que a Alemanha ou a França”, complementa.
Outro aspecto favorável é a celeridade no registro de medicamentos. Enquanto chega a seis meses o tempo médio entre o envio da documentação de aprovação e o tratamento do primeiro paciente no resto do continente, esse processo pode ser concluído em até quatro meses na Espanha.
A Anvisa divulgou na última quarta-feira, dia 23, uma análise inédita sobre fabricantes de creatinas no mercado brasileiro, totalizando 41 amostras estudadas de 29 empresas. A avaliação teve como objetivo verificar a regularidade desses produtos em três aspectos específicos – teor de creatina; adequação de rotulagem e presença de matérias estranhas. As informações são da Agência Gov.
Para a pesquisa, foi realizado um levantamento das marcas mais vendidas no mercado brasileiro nas suas versões mais comuns, em embalagens de 300 gramas. A coleta de amostras ocorreu no segundo semestre de 2024, nos estados do Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
As amostras foram colhidas três vezes pelas vigilâncias sanitárias locais, para garantir a reprodutibilidade dos resultados, conforme o rito de análise fiscal estabelecido pela Lei 6.437, de 20 de agosto de 1977. As análises ficaram a cargo do laboratório do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Principais conclusões sobre as fabricantes de creatinas
A pesquisa com as fabricantes de creatinas indicou regularidade em relação ao teor esperado para esses suplementos, sem variações que pudessem caracterizar infração sanitária. Dos 41 produtos, apenas uma marca possuía teor de creatina abaixo do previsto. A variação não pode ser maior que 20% em relação ao declarado na rotulagem nutricional, além de atender ao valor de referência para este nutriente, que é de 3.000 mg.
Os resultados mostram um cenário diferente daquele encontrado em levantamentos do próprio setor produtivo em períodos anteriores. A diferença pode indicar uma autorregulação do mercado no período de 2022 a 2024. Ou seja, alguns fabricantes podem ter ajustado seus processos produtivos após as reprovações nos estudos anteriores.
Os trabalhos do laboratório também buscaram detectar a presença de matérias estranhas nos produtos analisados. Nesse quesito, todas as marcas tiveram resultado satisfatório.
Para a Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais (Brasnutri), que representa 70% do setor no país, os dados divulgados comprovam a segurança e a regularidade dos suplementos alimentares de creatina dos principais fabricantes do país.
“A iniciativa é de extrema importância para garantir informações seguras e confiáveis aos consumidores, por se tratar de uma avaliação oficial, conduzida por um órgão competente e que segue todos os parâmetros técnicos reconhecidos nacionalmente”, afirma Synésio Costa, diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Brasnutri.
Já em relação às incorreções apontadas nos rótulos, a associação dará todo o suporte técnico para as empresas adequarem as inconformidades apontadas pela Anvisa, mas reforça que as características são pontuais e não apresentam prejuízos ou riscos à saúde dos consumidores.
Problemas na rotulagem
As principais incorreções estão relacionadas a problemas de rotulagem. Dos 41 produtos, 40 traziam rótulos com algum erro de informação ou incorreção. De acordo com a regulamentação de suplementos, esses produtos devem atender a requisitos específicos em suas embalagens, que são importantes para a correta orientação do consumidor.
Entre os erros mais comuns de rotulagem, foram identificados os seguintes:
Apresentação de alegações não previstas, ou seja, o rótulo atribuía ao produto propriedades que não são autorizadas para a creatina, inclusive com alegações incorretas em língua estrangeira
Uso de palavras ou imagens que podem induzir o consumidor a uma informação incorreta ou insuficiente sobre o produto
Tabela de informação nutricional fora do padrão e não declarada no mesmo painel da lista de ingredientes
Frequência de consumo não declarada
Número de porções da embalagem não declaradas na tabela de informação nutricional
Tabela nutricional sem as quantidades de açúcares totais e açúcares adicionados
De acordo com a Anvisa, as incorreções de rotulagem poderão gerar ações de notificação aos fabricantes.
No Brasil, os suplementos alimentares são regulados pela RDC 843/2024 e pela Instrução Normativa (IN) 281/2024. A partir de 1º de setembro de 2025, todos os produtos da categoria que já estavam no mercado, mesmo antes da publicação da norma, deverão estar regularizados na agência.
Marcas analisadas
A amostra do produto Creatine Monohydrate – 100% Pure, da Atlhetica Nutrition, teve resultado satisfatório em todos os ensaios analíticos conduzidos. Todos os demais produtos possuíam incorreções de rotulagem. A única amostra com erro de teor de creatina está em processo administrativo e de apuração, o que não permite a divulgação da marca neste momento.
MARCA
PRODUTO
Darklab
Pure Creatine
Iridium Labs
Creatina Fuel
Max Titanium
Creatine
Probiótica
Creatina Monohidratada
Probiótica
Creatina Caps Monohidratada
Canibal
Creatiny Monohydrate
Max Titanium
Creatine Monohidratada (Caps)
Body Nutry Suplementos
Creatine 100% Pura – Micronizada – Monohidratada
Body Nutry Suplementos
Creatine 100% Pura – Micronizada – Monohidratada
Pro Healthy
Creatine Micronized – 100% Pure Ultra-Concetrated Powder
