Reanálise descarta cepa do Reino Unido em Araraquara

0

O Instituto de Medicina Tropical, da USP, informou que os três testes feitos em pacientes de Araraquara positivados com coronavírus deram negativo para a cepa do Reino Unido.

Siga nosso instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Entretanto, das 16 amostras enviadas para análise no Instituto Adolfo Lutz, 12 delas foram positivadas para a cariante de Manaus (P.1). E, por enquanto, a informação é que nenhum dos pacientes infectados com a cepa de Manaus viajou para aquela região do país. Portanto, a cepa britânica não circula em Araraquara, como havia a suspeita e depois confirmada pelo prefeito Edinho Silva no final de semana.

A informação descartando a circulação da cepa do Reino Unido em Araraquara foi dada pelo Secretário da Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, em entrevista à Globonews na manhã desta segunda-feira, dia 15.

Os estudos também mostraram que três pacientes da cidade de Jaú foram infectados com a variante de Manaus. As autoridades sanitárias passaram a suspeitar que uma nova cepa do coronavírus estaria circulando em Araraquara e Jaú por causa do aumento considerável de pessoas infectadas, evolução rápida do quadro clínico de muitos pacientes para situação grave e, principalmente, entre a população jovem.

Lockdown

Nesta segunda-feira (15) Araraquara iniciou as medidas mais restritivas e colocou em prática regras do Decreto Municipal nº 12.485 que permite o funcionamento apenas de atividades consideradas essenciais pelos próximos 15 dias.

A principal alteração do novo documento é a restrição de circulação de veículos e de munícipes pelas ruas. Somente pode circular quem trabalha em serviço considerado essencial (como supermercados, farmácias, postos de combustíveis, entre outros) e quem for utilizar um desses serviços.

Agentes de Trânsito realizaram bloqueios na Via Expressa com abordagens de veículos. Motoristas foram questionados sobre o destino e orientados a evitar sair de casa. Ninguém foi multado nesse primeiro dia de “lockdown” em Araraquara.

Fonte: Portal Morada

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/15/profarma-specialty-busca-ampliacao-nas-regioes-norte-nordeste-e-sul/

HealthTech lança selo de promoção de saúde

0

A hygia bank, banco digital nichado na área da saúde, anuncia dois lançamentos que vão revolucionar o mercado de saúde corporativa.

Siga nosso instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

O primeiro é uma solução completa e automatizada para a promoção do bem-estar principalmente no ambiente de trabalho. Modelo muito difundido e com resultados visíveis em corporações de grande porte, agora disponível para empresas de todos os tamanhos. Dividida em três planos — Básico, Plus e Premium. A proposta é potencializar o resultado das empresas a partir de hábitos saudáveis dos funcionários.

O segundo é o lançamento do selo Work Healthy is Better, uma certificação semelhante a do Great Place to Work Institute que visa reconhecer as empresas que realizam melhores ações de promoção de saúde entre os colaboradores.

Por meio dos planos oferecidos pela hygia, a empresa proporciona um programa de saúde para os funcionários que envolve serviços como check-ups com coleta domiciliar, seguros personalizados entre eles seguro odontológico, de vida, saúde, assistências médicas e, além disso, relatórios de informações estratégicas e ações de endomarketing relacionadas aos scores (pontuação) para acompanhar e cuidar da saúde dos colaboradores.

Cada plano dá acesso ao aplicativo hygia bank que disponibiliza questionários para serem respondidos pelos colaboradores sobre seus hábitos de vida como a saúde nutricional, mental e física. A partir das respostas, é desenvolvida uma pontuação de saúde (score) para que o RH que, em posse dos indicadores, possa promover um ambiente saudável e proporcionar devolutivas para os respondentes, bem como acesso aos parceiros do ecossistema de saúde da hygia como clínicas, laboratórios, restaurantes saudáveis, academias, entre outros além de descontos em grandes redes como Droga Raia, Drogaria Onofre, Drogarias Farmais, Drogasil, Hummel Artigos Esportivos, Lojas Americanas, MedCenter Clínica Médica, Nestlé, Panvel Farmácias, Petz, Philips, Tok & Stok, entre outros.

O score da saúde vai definir se a empresa receberá ou não o selo de qualidade Work Healthy is Better de melhores práticas em promoção de saúde. Ricardo Matte CCO da hygia, explica que “os profissionais da atualidade desejam qualidade de vida e trabalhar para instituições conectadas com esse propósito está cada vez mais presente nos anseios de cada um”.

Para o executivo, as empresas já estão realizando ações neste sentido com o intuito de melhorar a saúde dos colaboradores. “A ideia é contribuir com as organizações para diminuir licenças e afastamentos, evitar ações judiciais, aumentar a disposição e a produtividade. Atualmente há uma preocupação com o índice de felicidade dos funcionários, o que, consequentemente, leva as pessoas a enxergarem que a empresa dá atenção, cuida da saúde, inclusive informando a área de Recursos Humanos, por exemplo, sobre uma eventual pontuação baixa no score de saúde mental de determinado setor”, finaliza.

Fonte: Mundo RH

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/15/profarma-specialty-busca-ampliacao-nas-regioes-norte-nordeste-e-sul/

Registro de cepa do Amazonas avança em SP, preocupa cidades e causa lockdown

0

O Estado de São Paulo registrou até esta segunda-feira, 15, 25 casos da variante da covid-19 do Amazonas, dos quais 16 são de transmissão local (autóctone). A maior parte dos casos (12) foi detectada em Araraquara, que decretou lockdown para conter a propagação da doença. A preocupação tem se estendido entre prefeitos do interior do Estado, onde as medidas de combate tem sido endurecidas diante do temor de colapso do sistema de saúde.

Siga nosso instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Conforme a Secretaria Estadual da Saúde, os casos da nova variante brasileira foram detectados em Araraquara (12), São Paulo (9), Jaú (3) e Águas de Lindoia (1). Um caso relatado em Campinas ainda não foi confirmado pelo governo do Estado. Há ainda outros sete relatos confirmados da variante britânica, todos de janeiro: cinco na capital e dois em Sorocaba. Todos também são de pessoas que tiveram contado com alguém de Londres, o que descarta, por ora, a transmissão comunitária.

A pasta diz que a confirmação de novas variantes ocorre por meio de sequenciamento genético, “além da investigação epidemiológica dos casos, como históricos de viagens e contatos”. No caso de Araraquara, os 12 casos confirmados são autóctones, ou seja, não foram trazidos por pessoas que estiveram em Manaus recentemente. Parte dos casos na cidade chegou a ser classificada como sendo da cepa britânica, mas a classificação foi retificada com um ressequenciamento, aumentando o total da variante brasileira.

A secretaria pontuou que as medidas já conhecidas devem continuar, como uso de máscara, higiene das mãos e distanciamento social. “Até o momento, não há comprovações científicas de que sejam variantes mais transmissíveis ou provoquem quadros mais graves.”

O que especialistas têm apontado, no entanto, é que a nova variante, primeiramente detectada em Manaus, tem maior potencial de transmissão. Esse foi um achado de um estudo do Centro Brasil-Reino Unido de Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (grupo Cadde) divulgado em janeiro.

A situação tem preocupado prefeituras no interior de São Paulo. Além do lockdown em Araraquara, outras cidades repetiram a restrição máxima ou endurecimento das medidas, com toques de recolher, por exemplo. Em Guapiara, no sudoeste paulistas, o toque de recolher vigente vale das 14 às 6 horas, com multa para quem descumprir a medida. Em Américo Brasiliense, o lockdown adotado vale por 15 dias.

Após confirmar três casos da variante de Manaus do novo coronavírus, a prefeitura de Jaú, região central do Estado, enfrenta um novo desafio. A Santa Casa, único hospital de referência para covid-19 na cidade, estava nesta segunda-feira com todos os leitos de UTI lotados e tinha nove pacientes à espera de internação. A cidade, de 151 mil habitantes, registra média de cinco mortes por dia.

Conforme o secretário de Saúde local, Rodrigo Brandão, na primeira semana de fevereiro foram 41 mortes e, do dia 8 ao dia 14, mais 30 pessoas morreram. Ele acredita que a mortalidade maior pode estar relacionada à circulação da variante. A prefeitura se reuniu com a direção da Santa Casa para definir ações de enfrentamento ao novo cenário.

Na capital, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, disse que a rede tenta investigar a procedência do paciente detectado desde o primeiro contato com as unidades de saúde. No Hospital de Pirituba, informou, há uma ala com dez leitos voltados para internação de casos ligados à nova variante.

“Não tem como baixar a guarda, fazemos o acompanhamento dia a dia. O que a gente tem de informação é que a variante tem um grau de transmissibilidade maior, mas não teria agravamento. Precisamos ver o reflexo disso nos casos e internações”, afirmou o secretário.

O lockdown de 15 dias passou a vigorar nesta segunda-feira em Araraquara. O decreto municipal determina que só serviços essenciais podem funcionar e limita horários: supermercados até 20 horas, postos de combustíveis até 19. Em qualquer horário, as pessoas devem justificar porque estão na rua. No primeiro dia, houve pouco movimento na cidade de 238 mil habitantes.

No centro, apenas alguns estabelecimentos considerados essenciais atenderam, em meio a uma sequência de lojas com as portas abaixadas. Poucos carros e pessoas circularam. Até o início da tarde desta segunda-feira, 217 pessoas foram abordadas pela fiscalização da prefeitura em diferentes pontos.

O prefeito Edinho Silva (PT) afirma que o comitê local relacionado à covid submeteu amostras para sequenciamento de cepas após verificar mudanças no perfil da doença na cidade. “Com ritmo de contaminação muito forte. Um vírus mais agressivo e que agrava o quadro em jovens”, detalha. “Se não fizermos isso (lockdown), nas próximas duas semanas nosso sistema entra em colapso”, reforçou o gestor, que teme que o mesmo ocorra em diferentes partes do Estado. Ele diz que o intuito é, com o distanciamento, fazer a curva de contaminação cair e, por ora, não cogita prorrogar o lockdown.

A medida teve o apoio da população. “A pessoa só se conscientiza quando acontece na família dela ou próximo”, afirmou o segurança Marco Antonio Bernardo, de 53 anos. “Tem de restringir mesmo, ainda mais no carnaval”, disse o empresário José Walter Verzola. “É só sair quem precisa”, comentou o taxista Edvaldo Ferreira da Silva, de 62. Nesta segunda-feira, não havia leitos disponíveis na cidade (100% de ocupação em enfermaria e em UTI) – os internados eram 197.

Fonte: Terra

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/15/profarma-specialty-busca-ampliacao-nas-regioes-norte-nordeste-e-sul/

Estudo reconhecido pela OMS avalia efeitos da ‘Covid Longa’ em 1,2 mil pacientes em todo o país

0

OMS

OMS – Uma pesquisa desenvolvida por uma coalizão de hospitais e institutos brasileiros avalia os efeitos dos sintomas prolongados e sequelas após a cura da Covid-19, que vem sendo chamada de Covid Longa, Covid Prolongada ou Long Covid.

Siga nosso instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

O estudo, que acompanha mais de 1,2 mil pacientes que enfrentaram a doença em todo o país, foi integrado à estratégia da Organização Mundial de Saúde (OMS) para avaliar e estabelecer estratégias de combate à Covid Longa.

O estudo é um dos nove desenvolvidos pela aliança formada por Hospital Moinhos de Vento (HMV), de Porto ALegre, e Hospital Israelita Albert Einstein, HCor, Hospital Sírio-Libanês, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet).

Os especialistas avaliam a eficácia e a segurança de potenciais terapias para pacientes com Covid-19 no Brasil. O grupo já demonstrou, por exemplo, que o uso do medicamento para artrite tocilizumabe e da cloroquina não possuem efeito contra a doença.

No estudo, os participantes vêm sendo monitorados por ligações telefônicas a cada três, seis, nove e doze meses após a recuperação ou alta. O objetivo é detectar a presença de sintomas ou sequelas, tanto físicos quanto mentais, no período pós-Covid, como explica o pesquisador e médico do HMV Regis Goulart Rosa.

Os resultados definitivos devem ser conhecidos entre o fim de 2021 e o início do ano que vem. Para os próximos meses, dados preliminares já compilados devem ser apresentados.

Segundo o médico, tanto pacientes que desenvolveram a versão grave da doença quanto aqueles que não precisaram de internação podem sofrer os efeitos da Covid Longa, o que pode afetar a vida dessas pessoas mesmo meses após se recuperarem do vírus.

“A gente acaba encontrando muitos pacientes que, mesmo não necessitando de hospitalização, tiveram sintomas prolongados. Inclui fadiga, cansaço, fraqueza, principalmente fraqueza muscular, inclui também dificuldade de atenção, distúrbios do sono, principalmente insônia, sintomas de ansiedade. Esses sintomas duram o suficiente para causar uma percepção de redução de qualidade de vida para essas pessoas”, relata.

Especialmente entre os pacientes mais graves, os pesquisadores estão analisando os efeitos à luz de dados já conhecidos sobre as consequências das internações, a chamada “síndrome pós-UTI”. Nesses casos, é frequente a ocorrência de disfunções de múltiplos órgãos e sistemas, por exemplo.

“Essas disfunções acabaram gerando sequelas importantes nesses pacientes, que podem apresentar fraqueza muscular, redução da capacidade física, incluindo até dependência física pra atividades do dia a dia, disfunção cognitiva mais severa, incluindo déficit de memória, redução de velocidade da capacidade de processamento, que são domínios importantes para a pessoa retornar ao trabalho, por exemplo”, afirma.

O médico cita outro estudo brasileiro que aponta que, a cada quatro pacientes recuperados de uma pneumonia grave, um acaba morrendo. E a taxa de reospitalização também costuma ser alta, em torno de 60% no primeiro ano. “Às vezes a gente dá tchau para um paciente que teve ventilação mecânica por pneumonia e muitas vezes deveria estar dando um até logo”, comenta o médico.

Sequelas psíquicas incapacitantes

Seja em casos leves ou graves, os pesquisadores buscam aprofundar dados sobre as sequelas mentais que a Covid-19 pode acarretar. Ansiedade, depressão e estresse pós-traumático são comuns em pacientes que enfrentaram doenças como o coronavírus. Segundo Regis, tratam-se de síndromes incapacitantes.

“Antigamente se pensava que as sequelas iam ser puramente respiratórias, impactando a vida física, mas as sequelas de saúde mental e da cognição são muito frequentes e causam impacto tão grande ou até mesmo maior do que a própria saúde física”, diz o pesquisador.

Um dos desfechos avaliados pelo estudo da coalizão, por exemplo, é a taxa de retorno ao trabalho o estudo de cada infectado, segundo o médico, para a monitorar também a saúde social pós-vírus.

A descoberta dos sinais da Covid Longa indica a necessidade de rastreamento entre os casos da doença para detectar prováveis consequências, e da elaboração de um programa de reabilitação, que pode incluir fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia, entre outras especialidades.

“A boa notícia é que a maioria dessas sequelas físicas, cognitivas e de saúde mental são transitórias, os pacientes conseguem se recuperar e ter uma melhora de sua qualidade de vida a partir da reabilitação”, reflete o médico.

Instituição de uma política pós-Covid

Na reunião realizada no início do mês de fevereiro sobre a Covid Longa, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou a importância dos estudos sobre os efeitos.

“Todos precisam, desde a Atenção Básica, conhecer os efeitos da infecção nas crianças, nos grupos de risco e em todos os grupos e entender os impactos sociais e econômicos desta enfermidade. É preciso garantir a reabilitação dos pacientes. Temos 800 centros de colaboração em diversas regiões e vamos pedir que incluam a Long COVID entre as prioridades”, afirmou Adhanom.

O médico Regis Goulart Rosa acrescenta que o reconhecimento da OMS é o passo inicial para a instituição de políticas públicas para esses pacientes.

“A partir disso, se dá o pontapé inicial para que nós possamos instituir medidas de reabilitação e também prevenção de sequelas desses pacientes, principalmente naqueles mais graves”, conclui.

55 sintomas já catalogados

Um grupo de pesquisadores que revisou mais de 18 mil publicações sobre a Covid prolongada já publicados no mundo identificaram 55 principais sintomas já relatados. Confira no gráfico abaixo.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/15/profarma-specialty-busca-ampliacao-nas-regioes-norte-nordeste-e-sul/

Isolamento na pandemia da Covid-19 afasta ‘germes do bem’

0

Lavar as mãos, passar álcool gel, usar máscara e ficar longe de aglomerações fazem parte do mantra diário contra a Covid-19. Esses hábitos, porém, além de evitarem o contato com o novo coronavírus, têm limitado nossa aquisição de germes “do bem”. Após quase um ano de pandemia, cientistas já se perguntam: estamos ficando limpos demais?

Veja também: ‘Vacina de vento’: saiba como ter certeza de que foi imunizado

A questão é levantada principalmente pelos estudiosos da microbiota humana, nome que se dá ao conjunto de microrganismos que habitam o corpo. Essa população invisível aos olhos é composta principalmente de bactérias, e também por vírus e fungos, entre outros moradores. Cada parte do organismo tem o seu microbioma, como também é chamado, sendo o do intestino o mais rico e o mais importante para manter a saúde em dia.

Siga nosso Instagram

Esses “habitantes” são ganhos e perdidos graças às experiências na vida, desde a barriga da mãe. O local de moradia, o clima, a alimentação, até o sono, interferem.

Tudo que rodeia um indivíduo determina a quantidade, a qualidade e o equilíbrio dessa população. Assim, a vida restrita e esterilizada da quarentena pode representar um ponto de inflexão para a microbiota, destacam os pesquisadores B. Brett Finlay, da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), e Tamara Giles-Vernick, do Instituto Pasteur (França), em um artigo recém-publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

— Ao adotar práticas de higiene, você afeta os micróbios, bons e maus. Presumo que nossas atividades modificadas [pela pandemia] afetam muito os micróbios. O uso de máscaras influenciará os micróbios respiratórios. A limpeza intensa das mãos afetará os micróbios da pele. E a mudança na dieta, como comer mais pão feito em casa, modificará os do intestino. Deveríamos pensar nas consequências de nossas ações — diz Finlay.

Ironicamente, as práticas de higiene intensificadas pela Covid-19 podem acabar prejudicando a capacidade do indivíduo de enfrentar outras doenças mais tarde. Um microbioma saudável, explica Finlay, não é capaz por si só de prevenir doenças infecciosas, mas ajuda a superá-las.

Giles-Vernick, que assina o trabalho com Finlay e colegas de outros países, como Alemanha, Israel e EUA, destaca que esse efeito colateral da pandemia ainda não ganhou a atenção devida nas políticas públicas. Em um cenário em que desrespeitar as recomendações de combate à doença é inviável, algumas medidas poderiam minimizar os impactos na microbiota e, dessa maneira, na perda de saúde da população.

— Os governos não estão rastreando o dano potencial ou as consequências de longo prazo para o microbioma. Estão mais focados no controle da transmissão e no cuidado de quem está doente — avalia Giles-Vernick.

Os especialistas dizem que os líderes deveriam pensar em como proporcionar segurança alimentar, contato com ambientes de micróbios saudáveis (como espaços ao ar livre onde é possível estar perto da natureza, mas longe de outras pessoas, mantendo o distanciamento) e prevenção do uso indevido de antibióticos (que causam a morte de parte da microbiota se ingeridos).

O microbioma de quem enfrentou a Covid-19 também pode sofrer com medicações como a cloroquina e a hidroxicloroquina, incentivadas pelo governo Bolsonaro, ainda que estudos demonstrem que são ineficazes contra a doença. O artigo cita estudos conduzidos na África Ocidental, onde essas drogas são amplamente usadas contra a malária, que indicam consequências negativas para as chamadas bactérias “boas”.

E, como a pandemia não afeta todos de maneira igual, destaca Giles-Vernick, não se podem esquecer aqueles que, pelo contrário, não conseguem manter a higiene por falta de acesso a água limpa e sabão. Os mais pobres tendem a ter uma dieta pior no período atual que, somada à falta de saneamento, pode deixá-los mais sujeitos à baixa diversidade na microbiota.

— [O problema] realmente depende de onde você mora, do status socioeconômico, do sexo, da idade, se você tem uma doença crônica, se você é um migrante ou parte de um grupo racial ou étnico, porque todos esses fatores moldam a maneira com que você vive, se você está em maior risco para as piores consequências da Covid-19. Garantir que os habitantes de ambientes de baixa renda tenham acesso a quantidades saudáveis e suficientes de alimentos, água potável e sabão, por exemplo, é crucial — explica.

Mil dias fundamentais

Os estudos para compreender a dimensão exata dessas mudanças ainda estão em andamento, mas, pelo próprio conhecimento que se tem da formação do microbioma, já é possível apontar para um grupo que desperta maior preocupação: o dos bebês. Isso porque é nessa fase que se dá a formação mais importante da microbiota.

— Nós adquirimos o microbioma nos primeiros anos de vida. Os chamados mil dias, que vão da gestação até os dois anos, decretam o nosso futuro. O microbioma que adquirimos ali vai funcionar como a nossa impressão digital. Ele pode melhorar ou piorar depois, mas tende sempre a voltar para essas características — diz Cristina Targa, presidente do departamento científico de gastroenterologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Por isso, os bebês da pandemia, que estão em um ambiente mais controlado, sem contato com outros, sem brincadeiras fora de casa, podem, lá na frente, ser mais propensos a doenças alérgicas e autoimunes. É um padrão que tem sido observado pelos cientistas muito antes da pandemia.

Os hábitos de higiene adotados nas últimas décadas, a vida urbana e o consumo de alimentos com conservantes, entre outros fatores, são vistos como razões para essas enfermidades terem se tornado mais comuns ao longo das gerações. Os cientistas também já identificaram a conexão da “pobreza” da microbiota com a asma, a diabetes e a obesidade.

Mas quando será possível cravar que a “geração Covid” foi mesmo afetada?

— Essas são doenças de longo prazo, ainda vai levar um tempo. Se os micróbios de recém-nascidos são afetados, isso não aparecerá como asma e ganho de peso antes dos três ou até cinco anos de idade. O primeiro passo é descobrirmos se os micróbios foram impactados, e, se for o caso, pensar em modificá-los, para evitar potenciais condições crônicas — diz Finlay.

Enquanto isso, o canadense, que é autor do livro “Let Them Eat Dirt: Saving Your Child from an Oversanitized World” (“Deixe-os comer sujeira: salvando seu filho de um mundo supersanitizado”, em tradução livre), recomenda que as crianças continuem a brincar ao ar livre, explorar objetos e, inevitavelmente, levar à boca algo imprevisto.

— Já se demonstrou que estes atos podem ser benéficos para a saúde. Certamente não vão fazer mal, desde que não aumentem a exposição à Covid-19, como no caso, por exemplo, de um playground lotado.

Fonte: Yahoo Brasil 

‘Vacina de vento’: saiba como ter certeza de que foi imunizado

0

A polícia investiga três denúncias de aplicação de vacina em que a seringa estava vazia ou o produto não foi injetado. Os casos só vieram à tona porque foram filmados por parentes. Após uma idosa de 94 anos receber uma dose de ar em Petrópolis, na Região Serrana, na última sexta-feira, a prefeitura mudou o protocolo de imunização na cidade. Os técnicos de enfermagem estão sendo orientados, agora, a mostrar as seringas cheias e, depois da aplicação, elas vazias. Houve casos parecidos no Rio e em Niterói. Os acusados poderão responder por peculato — crime em que funcionário público age em proveito próprio ou alheio.

Veja também: Técnica de enfermagem investigada por aplicar ‘vacina de vento’ em Petrópolis diz que…

A presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Tânia Vergara, aconselha que os acompanhantes dos idosos prestem sempre atenção no ato da vacinação. (Veja mais abaixo algumas dicas para conferir se a imunização foi feita corretamente.)

Siga nosso Instagram

— A partir da divulgação do vídeo pelas redes sociais, instauramos o procedimento para apurar as circunstâncias da vacinação da idosa. A prefeitura está colaborando bastante com as investigações e, inclusive, já mudou os protocolos de imunização — afirmou o delegado João Valentim, titular da 105ª DP (Petrópolis).

Na imagem, é possível ver que a seringa está vazia. Após a família denunciar o que havia acontecido, a idosa foi vacinado em casa no sábado. A técnica de enfermagem foi convocada a depor na delegacia. Procurada pelo EXTRA, ela não quis falar.

A Prefeitura de Niterói também afastou uma técnica de enfermagem que inseriu a agulha no braço de um idoso no posto do Gragoatá na última sexta-feira e não empurrou o êmbolo. Com a queixa da família, o idoso foi vacinado em casa no mesmo dia.

No Rio de Janeiro, um caso semelhante ocorreu no posto drive-thru no Parque Olímpico, na Barra. Um rapaz, que seria estudante de Medicina, aplicou a agulha da seringa e não empurrou o êmbolo. A família percebeu na hora, e uma outra dose foi aplicada.

A pediatra, alergista e imunologista Fernanda Fagundes, professora de Alergia e Imunologia da Unigranrio, explicou que uma dose de ar pode causar inchaço e dores:

— A vacinação é intramuscular. Então, o que pode ocorrer é dor local e inchaço. Se, por acaso, pegar algum vaso e for injetada uma quantidade em torno de 50 ml de ar rapidamente, aí tem risco de fazer embolia.

Direitos do paciente

Professor do Instituto de Medicina Social da Uerj, Mario Roberto Dal Poz lembrou que o paciente tem direito a pedir para olhar o frasco da vacina e a seringa antes e depois da aplicação:

— Idosos têm direito a estarem acompanhados. O procedimento correto é o próprio profissional de enfermagem mostrar a seringa antes, durante e depois. Mostrando que a seringa vai ser aberta etc. Tem toda uma norma técnica, um protocolo que deve ser seguido.

É importante saber que os idosos têm direito a um acompanhante na hora da imunização. A presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Tânia Vergara, aconselha que o idoso e seu acompanhante prestem atenção no ato da vacinação.

— O recomendado é ficar de olho em todo o processo: desde a retirada da dose do frasco até a aplicação — orienta a especialista.

Atenção ao processo: Sempre que possível e evitando aglomerações, ficar atento a todo o processo de vacinação.

Conteúdo da seringa: Pedir para ver a seringa antes e após a aplicação; Verificar se o frasco com a dose aplicada está vazio.

Número do lote: Conferir se o número do lote que consta no comprovante de vacinação é o mesmo que é informado no frasco.

Fonte: Yahoo Finanças

Técnica de enfermagem investigada por aplicar ‘vacina de vento’ em Petrópolis diz que foi orientada a não falar sobre o caso

0

Investigada no caso da falsa imunização contra Covid-19 e possíveis desvios relacionados à vacinação, a técnica de enfermagem responsável por aplicar “vacina de vento” em uma idosa de 96 anos, na última sexta-feira, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, foi encontrada pela equipe do GLOBO, mas não quis se pronunciar sobre o caso. Moradora de uma cidade vizinha de Petrópolis, ela estava reunida com a família na calçada em frente à sua casa, na noite desta segunda-feira, dia 15. Visivelmente abatida, disse apenas que foi orientada a não falar nada sobre o caso. Ela será ouvida ainda nesta semana na 105ª DP, que investiga o caso.

Veja também: Governador de Nova York anuncia 1º caso da variante sul-africana do coronavírus

Afastada do cargo pela secretaria de Saúde de Petrópolis, a técnica de enfermagem estava reunida com uma idosa e crianças em um bairro simples da Baixada Fluminense. Nesta segunda, ela foi ouvida pela prefeitura e garantiu que “não percebeu o problema” e assegurou que o ato “não foi intencional, mas sim um problema com a seringa”, segundo nota da administração municipal, que segue apurando o caso e frisa que acionou tanto o Conselho Regional de Enfermagem como a Polícia Civil para acompanharem a investigação.

Siga nosso Instagram

Nesta segunda-feira, a Polícia Civil intimou duas testemunhas que trabalham no posto de imunização em sistema drive-thru, instalado em um campus da Universidade Católica de Petrópolis.

Mudança no protocolo

Com a repercussão do caso, a técnica de enfermagem envolvida foi afastada e um novo protocolo adotado pela secretaria de Saúde na hora da vacinação. Agora, para constatar se está tudo certo com a vacinação, os acompanhantes dos idosos são convidados a sair do carro e averiguar a seringa, antes e depois da aplicação, no drive thru montado na Universidade Católica de Petrópolis (UCP), onde ocorreu o problema na última sexta-feira.

Na tarde desta segunda, o frentista Yuri Costa levou o avô de 90 anos para ser vacinado, no posto da UCP. Ele falou que ficou apreensivo, após saber do episódio e que redobraria os cuidados na hora da aplicação.

— Vemos essas coisas e ficamos muito tristes, mas estávamos ansiosos para vacinar meu avô. Que sirva de alerta para todos prestarem atenção ao levarem seus idosos.

Fonte: Yahoo Finanças 

Bolsonaro diz que Brasil poderia ter vacina própria contra a Covid-19, mas ‘falta dinheiro’

0

No dia em que o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou a suspensão da vacinação contra a Covid-19 por falta de doses, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que tem um “cheque de 20 bilhões de reais” para comprar imunizantes. O produto, no entanto, está em falta no mercado, segundo o presidente.

Veja também: Com autorização de novas diligências, Supremo aperta o cerco a Pazuello

O mandatário também declarou que o Brasil poderia desenvolver uma vacina própria, mas “falta dinheiro”.

Siga nosso Instagram

“Não tem vacina, no mundo todo não tem vacina. Não é nós (sic), é o mundo todo”, declarou Bolsonaro à imprensa nesta segunda-feira 15 após passear de moto em São Francisco do Sul, Santa Catarina.

“Eu sempre falei: uma vez a Anvisa liberando, eu compraria. Tanto é que eu tenho, entre aspas, um cheque de 20 bilhões de reais para comprar vacina, a medida provisória que eu assinei agora, em dezembro do ano passado”, completou.

O mandatário se refere à Medida Provisória assinada em 17 de dezembro que libera um crédito extraordinário de 20 bilhões de reais para a aquisição de imunizantes.

Ainda de acordo com Bolsonaro, o Ministério da Ciência e Tecnologia, sob o comando de Marcos Pontes, poderia concluir o desenvolvimento de uma vacina brasileira, que seria mais adaptável às variantes do novo coronavírus que circulam no País. No entanto, segundo o presidente, “falta dinheiro”.

“Em concluindo a nossa vacina, ela poderia ser alterada também mais rapidamente para combater as mutações do vírus, porque o vírus que está aqui nem sempre é o mesmo que esta em outro país. Só tem um probleminha: só falta dinheiro.”

Fonte: Carta Capital

Governador de Nova York anuncia 1º caso da variante sul-africana do coronavírus

0

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou nesta segunda, 15, que um paciente testou positivo para a variante sul-africana do coronavírus no Estado, sendo o primeiro caso confirmado na região. O infectado, por sua vez, havia sido transferido de Connecticut.

Siga nosso instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Segundo o governador, ainda não há indícios de transmissão local da nova cepa em Nova York. No entanto, “a variante da África do Sul é algo para se observar de perto. Há indícios sobre uma letalidade maior e sobre sua relação com as vacinas”, afirmou. Os posicionamentos foram feitos em uma declaração sobre a covid-19.

Sobre a imunização, Cuomo afirmou que quase dois milhões de pessoas receberam a primeira dose das vacinas em Nova York. No entanto, lamentou que, no último dia, 6.623 pessoas tenham sido hospitalizadas em virtude da covid-19, e que 103 morreram no Estado.

Fonte: Rede Massa SBT

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/15/profarma-specialty-busca-ampliacao-nas-regioes-norte-nordeste-e-sul/

Com autorização de novas diligências, Supremo aperta o cerco a Pazuello

0

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a Polícia Federal a realizar novas diligências no inquérito que investiga eventual responsabilidade do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na crise de oxigênio em Manaus em meio à pandemia da covid-19. Segundo o magistrado, o general deverá entregar à corporação e-mails institucionais da pasta trocados com a Secretaria de Saúde do Amazonas. A decisão de Lewandowski é em atendimento a pedido do procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras.

Siga nosso instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Para aprofundar a investigação, o magistrado acatou a oitiva de novas testemunhas, tais como representantes da empresa White Martins, fornecedora de gás hospitalar em Manaus, e de servidores públicos, além de requisitar a identificação de gastos para a aquisição e a distribuição dos medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina e dos testes do tipo RT-PCR.

Segundo o documento, a PGR cita o surgimento da necessidade de melhor compreensão da dinâmica dos fatos, especialmente no tocante às comunicações entre os distintos órgãos da administração pública e às medidas adotadas para o combate à pandemia.

Lewandowski ainda autorizou que a Polícia Federal reúna informações sobre o aplicativo ‘TrateCOV’, disponibilizado pelo Ministério da Saúde para auxiliar médicos na orientação da aplicação do tratamento precoce contra a covid, embora não haja estudos que comprovem a eficácia de tratamentos contra o vírus.

“Nesses termos, requer junto ao Ministério da Saúde e à Secretaria de Saúde do Amazonas e de Manaus, os e-mails institucionais trocados entre os órgãos relativos ao combate à pandemia; oitiva dos representantes da empresa White Martins sobre os fatos investigados; obtenção de informações sobre as tratativas de transporte de oxigênio para Manaus e de remoção de pacientes de Manaus para os hospitais universitários federais administrados pela Ebserh; identificação de gastos de aquisição e distribuição dos medicamentos cloroquina e hidroxicloroquina e dos testes tipo RT-PCR e oitiva dos funcionários do Ministério da Saúde e das Secretarias de Saúde do Amazonas e de Manaus que participaram de reuniões e visitas, em especial daqueles eventualmente exonerados”, determinou Lewandowski.

Em 5 de fevereiro, em um longo depoimento prestado à PF, Pazuello tentou justificar a conduta do governo durante a crise que levou os estoques de oxigênio a zerar em Manaus, no começo do mês passado, provocando mortes. O general tornou-se alvo de inquérito, após ser acusado de omissão no avanço da doença na capital amazonense. A apuração foi aberta em 25 de janeiro e tem 60 dias para ser concluída. Enquanto o sistema de saúde entrava em colapso no estado, Pazuello, que estava na região, recomendava o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus.

Senado

Investigado pela Polícia Federal, Pazuello está na mira, também, do Congresso. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) conseguiu as assinaturas necessárias para a instalação da CPI da Covid, que pretende apurar as ações do governo no combate à pandemia. A instauração ou não do colegiado depende, agora, de decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Na semana passada, o parlamentar afirmou que vai conversar com todos os líderes partidários e com outros senadores para avaliar a “conveniência e a pertinência de se instalar a CPI ou não neste momento”.

Também na semana passada, Pazuello compareceu a audiência no Senado para tentar explicar a atuação do Executivo na crise sanitária e, assim, tentar evitar a CPI. Em quase cinco horas de depoimento, o ministro tentou se defender, por exemplo, em relação à tragédia de Manaus, onde pessoas morreram por falta de oxigênio. Ele afirmou que o governo federal não tem qualquer competência na fabricação, no transporte e na distribuição de oxigênio aos estados e municípios. “Zero competência”, reiterou. Ele disse, ainda, que o Executivo não foi informado com antecedência pelos gestores locais sobre a explosão de casos de covid-19 e a falta do produto na capital amazonense. Segundo ressaltou, o primeiro indício do problema surgiu informalmente, por meio de uma ligação do secretário de saúde do estado para o celular dele pedindo auxílio para o transporte do insumo. “Até ali, não havia nenhuma indicação de falta de oxigênio”, enfatizou.

Somente em 9 de janeiro, por meio do relatório diário da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), Pazuello disse ter sido informado do colapso dos hospitais e da falta da rede de oxigênio. Segundo o ministro, o relatório, com dados de 8 de janeiro, cita que “foi mudado o foco da reunião, pois foi relatado um colapso dos hospitais e falta da rede de oxigênio”.

Pazuello também ouviu críticas severas sobre as falhas no programa de vacinação, a demora do governo federal na compra de imunizantes, o desdém no reconhecimento de que o Brasil vive uma pandemia, a insistência na defesa de medicamentos que não têm eficiência comprovada contra a covid-19.

As declarações e explicações de Pazuello não foram suficientes para que senadores tirassem suas assinaturas do pedido de CPI.

Pedido para liberar spray

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que enviará à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de liberação emergencial do spray EXO-CD24, desenvolvido por Israel e que, segundo ele, poderá ajudar no combate à covid-19. A declaração ocorreu, ontem, por meio das redes sociais.

“EXO-CD24 é um spray nasal desenvolvido pelo Centro Médico Ichilov de Israel, com eficácia próxima de 100% (29/30), em casos graves, contra a covid. Brevemente, será enviado à Anvisa o pedido de análise para uso emergencial do medicamento”, escreveu o chefe do Executivo.

Na mesma publicação, Bolsonaro compartilhou uma postagem do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, traduzida pelo Google, na qual ele fala em cooperação de ambos os países para o desenvolvimento de medicamentos contra o novo coronavírus. “Falei ontem (sexta-feira), por telefone, com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que nos parabenizou pelo sucesso da campanha de vacinação em Israel. Concordamos em cooperar no desenvolvimento de medicamentos e vacinas contra o vírus corona. Espero que nos encontremos em breve!”, postou Netanyahu.

No último dia 12, Bolsonaro já havia falado sobre uma reunião, por meio de videoconferência, que teve com Netanyahu a respeito do spray. Ele se mostrou interessado em fazer com que o Brasil participe da terceira fase de testes do produto. “Dentre outros assuntos, tratamos da participação do Brasil na 3ª fase de testes do spray EXO-CD24, medicamento israelense que, até o momento, vem obtendo grande sucesso no tratamento da covid-19 em casos graves”, afirmou, na ocasião.

Ainda em live no dia 11, o presidente comentou sobre a medicação desenvolvida, inicialmente, para o tratamento de câncer de ovário. “É uma tremenda notícia. Espero que seja realmente eficaz no tratamento contra a covid-19. Agora pergunto a você: você tem um pai, irmão ou amigo que está ali: ‘Olha, vai ser intubado’, você vai dar um spray no nariz dele ou não? Ou vai tratar isso como uma hidroxicloroquina, porque também não tem comprovação científica? Então, o mundo, com esse tratamento off label (fora da bula), acaba descobrindo as coisas”.

Por fim, o chefe do Planalto relatou que a droga “está servindo — pelo menos experimentalmente — para pessoas em estado grave”. “Agora, sim. Está em estado grave? Toma, poxa. Vai esperar ser intubado?”, questionou. Ainda não há estudos suficientes comprovando que o medicamento é realmente eficaz contra a covid-19. (IS)

Fonte: Correio Braziliense Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/15/profarma-specialty-busca-ampliacao-nas-regioes-norte-nordeste-e-sul/