O lucro da Panvel no quarto trimestre foi o grande destaque do balanço do conglomerado farmacêutico, divulgado na última quinta-feira, 14. A companhia registrou um ganho ajustado de R$ 33 milhões. As informações são do InfoMoney.
Em comparação com o mesmo período de 2022, o avanço foi de 36%. Mesmo sem ajustes, a alta no lucro líquido ainda apresenta um crescimento de 30,5%, totalizando R$ 31,1 milhões.
Segundo o Grupo Panvel, o avanço está ligado a uma boa gestão de caixa e a eliminação de novas pressões sobre despesas financeiras, tal qual a redução no pagamento de participações no resultado.
Não foi só o lucro da Panvel que subiu
Além do lucro, o conglomerado também apresentou avanços significativos em seu Ebitda (R$ 68,7 milhões, +17%), margem Ebitda (5,2%, +0,2%) e receita líquida (R$ 1,315 bilhão, +12,9%).
Por outro lado, suas despesas gerais e administrativas seguiram no mesmo patamar registrado nos últimos balanços, representando 2,5% da receita bruta (R$33,3 milhões).
Dívida também vem em viés de alta
O que pode dar certa dor de cabeça ao Grupo Panvel é que seu resultado financeiro líquido fechou no vermelho, com uma elevação de 3,5%, totalizando R$ 5,4 milhões.
A dívida líquida também chama atenção. Enquanto no 4T22 o montante era de R$ 77,5 milhões, ele fechou 2023 mais de três vezes maior, somando R$ 245,4 milhões em 31 de dezembro último.
Na comparação, o indicador de alavancagem financeira cresceu 0,2%, totalizando 0,6%.
Conglomerado tem ação indicada
No final de janeiro, analistas da Bolsa de Valores destacaram que as ações do Grupo Panvel devem ficar no radar dos investidores. Isso porque, na visão dos especialistas, o “inverno” para o varejo já passou.
As empresas, castigadas em meio ao ciclo de alta de juros e inflação, vislumbram uma melhora nos resultados com a queda da Selic, assim como recuperação de margens após alguns meses de desinflação em 2023.
De acordo com Victor Bueno, analista da Nord Research, o desempenho ruim afetou a visão de investidores sobre ações do varejo na bolsa, um processo que resulta, de um lado, preconceito, mas do outro, oportunidade.
“O mercado de varejo é mais cíclico e dependente de cenários macroeconômicos. Com inflação e juros para baixo, vemos um setor mais aquecido”, afirma.