Mafra debate os desafios da saúde na cadeia de suprimentos

Evento apresentou tendências para 2025 e como a tecnologia pode auxiliar os hospitais

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CADEIA DE SUPRIMENTOS
Vilson Schvartzman (Viveo), Kewton Aragão (Amil), Leonisa Obrusnik (Hospital Alemão Oswaldo Cruz) e Fernando Torelly (HCor) – Foto: Ana Claudia Nagao/ Panorama Farmacêutico

A Mafra, distribuidora do segmento de especialidades pertencente ao ecossistema da Viveo, debateu os desafios da saúde na cadeia de suprimentos hospitalares. Temas como ser eficiente ou reduzir custos fixos, a necessidade de aproximar a distribuição ao que se chama de beira do leito e a importância de contar com parceiros estratégicos foram discutidos durante o Mafra Day 2024.

O evento, que ocorreu na última quinta-feira, dia 5, em São Paulo (SP), reuniu mais de 250 participantes – entre executivos da indústria, do setor de abastecimento e profissionais de supply chain de hospitais e operadoras de saúde. O painel ainda abordou as tendências para 2025 e como a tecnologia bem aplicada pode auxiliar na gestão das empresas.

A palestra teve a participação de Leonisa Obrusnik, diretora de suprimentos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; e de Fernando Torelly, superintendente corporativo do HCor. A mediação ficou a cargo de Vilson Schvartzman, vice-presidente da Viveo. “Entendemos que as distribuidoras cada vez mais exercem um papel diferente nesse mercado. O que era basicamente uma relação negocial passou a ser uma parceria estratégica, por meio da qual os players esperam que a distribuição agregue valor, serviço e eficiência operacional para a cadeia como um todo”, avalia.

“Um evento como o Mafra Day é sempre muito importante considerando os custos muito elevados na área de supply chain. Quando temos um fornecedor que se propõe a aprimorar a eficiência nessa cadeia, devemos estar abertos para o desenvolvimento de novos projetos disruptivos”, afirma Kewton Aragão, diretor executivo de supply chain da Amil.

Importância de manter parcerias estratégicas na cadeia de suprimentos

Entre os desafios da cadeia de suprimentos para 2025, Leoniza destaca a necessidade de estabelecer parcerias contínuas e o trabalho em conjunto com toda a cadeia a fim de evitar questões que impactam a operação dos hospitais. “Uma pesquisa da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) revela, que para 80,22% dos associados, o volume de glosas (cancelamento ou redução do pagamento) e o prazo de recebimento pelos serviços prestados pelas operadoras pioraram”, afirma a executiva.

Na visão de Torelly, as operadoras mudaram o fluxo de caixa e aumentaram as glosas, sendo grande parte delas relacionadas à questão de suprimentos, seja por uso não pertinente do material, pela falta de autorização ou código errado. Para ele, um dos maiores desafios está relacionado à escolha entre ser eficiente nos custos variáveis ou reduzir os custos fixos.

“A forma de rentabilizar com a área de supply terá que ser reinventada. No passado, uma forma de aumentar a renda ocorria na troca periódica dos equipos. Hoje, a cobrança desses insumos já está embutida na diária e a rentabilidade precisará estar muito mais atrelada à eficiência na gestão de compras”, avalia Torelly.

Atendimento na beira do leito

A preocupação com o paciente será o grande diferencial competitivo no mercado hospitalar. E ela está muito atrelada à forma de atendimento de beira do leito por parte dos gestores, fornecedores e distribuidoras.

“A distribuidora, no passado, atuava como intermediária entre a indústria e o hospital. Hoje ela se tornou um operador logístico e caminha para se transformar em um parceiro que atua dentro do hospital, fazendo a individualização e entregando o pacote para o paciente diretamente no leito. Não dá mais para fazer compra spot mudando de fornecedor toda semana”, entende Torelly.

No Hospital Oswaldo Cruz, 80% das aquisições são concretizadas por meio de parceiros, com contratos de até dois anos. “Isso contribuiu para que pudéssemos trabalhar com estoques reduzidos, mas sem cair em rupturas. Trabalhamos com um planejamento inteligente que identifica se o paciente apresentou um aumento de consumo de determinado medicamento garantindo o seu abastecimento. E a maioria dos nossos estoques são repostos com a sugestão de quantidades pelo próprio fornecedor”, explica Leonisa.

A Mafra é uma das distribuidoras que já está investindo em inteligência artificial focada em pricing e planejamento. “Estamos estudamos modelos alternativos de gestão da cadeia hospitalar, que envolve a unitarização de medicamentos e manipulação de injetáveis que já se constitui em uma atuação de beira do leito”, adianta Schvartzman.

“A tecnologia vai ser um grande diferencial e as empresas têm que estar preparadas com processos novos e alternativas à gestão hospitalar já existentes. Não temos dúvida que o grande desafio é chegar ao beira leito e a Mafra está cada vez mais preparada e investindo nesse sentido”, finaliza. 

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