Muito se engana quem pensa que um medicamento com inteligência artificial (IA) é coisa de ficção científica. A Insilico Medicine já trabalha em um remédio usando a tecnologia para o tratamento da fibrose pulmonar idiopática. As informações são da Bloomberg Línea.
De acordo com a Deep Pharma Intelligence, essa é a primeira vez que a IA é utilizada para descobrir e criar uma molécula para o tratamento de uma doença.
Os primeiros resultados dos testes, que ainda estão em fase intermediária, devem sair no começo de 2025. A pesquisa está sendo realizada na China e nos Estados Unidos.
Medicamento com inteligência artificial: grandes farmacêuticas querem entrar na parada
E não pense que usar a inteligência artificial para fabricar um medicamento é sonho apenas de statups aventureiras espalhadas pelo mundo. Grandes farmacêuticas, como GSK, Pfizer e Takeda já usam IA.
Essa é uma realidade que tende a se tornar cada vez mais comum. Segundo o Morgan Stanley, o uso dessa tecnologia na fabricação de remédios possibilitaria a criação de 50 novas terapias apenas na próxima década.
Esses fármacos teriam um potencial de vendas na casa dos US$ 50 bilhões (R$ 245 bilhões).
Rápido e barato
Além do potencial de salvar milhares de vidas e movimentar centenas de bilhões de reais, o processo para se ter um medicamento com inteligência artificial é mais rápido e barato.
A Insilico afirma que trabalhou com um orçamento de US$ 2,7 milhões e levou apenas 18 meses entre a descoberta da molécula e a produção de um remédio com seu uso.
Utilizando o algoritmo, o custo foi apenas um décimo do padrão e o tempo de desenvolvimento também caiu para um terço do comum.
IA na saúde já recebeu US$ 6,1 bi em investimentos
Não é só a Insilico ou as grandes farmacêuticas citadas que estão de olho na inteligência artificial. O mercado cada vez se mostra mais atento ao seu uso na saúde.
Essa já é a área que mais recebeu investimentos na tecnologia, algo em torno de US$ 6,1 bilhões. Os dados foram retirados do 2023 AI Index Report, da Universidade de Stanford.
Para os especialistas, a saúde está mais preparada para a IA e essa disponibilidade irá aumentar os investimentos ainda mais.