O mercado de cannabis medicinal no Brasil apresentou um crescimento de 22% no último ano, passando de R$ 699 milhões em 2023 para R$ 852 milhões em 2024. Com demanda em alta e um suporte regulatório mais estruturado, as projeções indicam que o setor deve chegar a cifras de R$ 1 bilhão até o fim de 2025.
Os dados fazem parte do anuário produzido pela Kaya Mind e divulgado na última terça-feira, dia 26. Os números consolidam o país como um dos mais promissores da América Latina para esse segmento, impulsionado pela diversificação no mix e por uma robusta rede de empresas nacionais e internacionais.
“A expansão da cannabis medicinal é visível no Brasil, não apenas em números, mas na maneira como a medicina integra essas opções de tratamento à rotina dos pacientes. A variedade de produtos permite que cada vez mais brasileiros tenham acesso a soluções personalizadas para suas necessidades terapêuticas”, afirma Maria Eugenia Riscala, CEO da Kaya Mind.
Atualmente, mais de 2.180 produtos à base de canabidiol estão disponíveis em diferentes formas farmacêuticas. O Brasil conta com 672 mil pacientes que utilizam tratamentos com cannabis medicinal em 80% dos municípios brasileiros, possibilitando que a cannabis medicinal atinja de forma abrangente tanto as grandes metrópoles quanto regiões mais afastadas.
Mercado de cannabis medicinal ainda é dependente de importações
A despeito dos avanços, o mercado de cannabis medicinal ainda convive com barreiras. Frascos com cápsulas e as embalagens de óleos, sprays e tópicos, por exemplo, ainda não se sobressaem nas prateleiras por conta dos entraves relativos à legalização.
Isso ajuda a explicar por que quase metade dos pacientes medicinais (47%) dependem da importação do produto que necessitam e que conseguem mediante prescrição médica. O restante recorre a farmácias (31%) e associações (22%), sendo que estas exercem um papel fundamental para quem não tem condições financeiras de cobrir os gastos.
Um alento é que, em 2024, o Brasil atraiu 413 empresas estrangeiras especializadas na produção e distribuição. “Esse avanço tende a acelerar a modernização regulatória e posicionar o Brasil como um polo competitivo e inovador no cenário global”, comenta Thiago Cardoso, chefe de inteligência e sócio da Kaya Mind.