O segmento de medicamentos hospitalares e de especialidades movimentou 628 milhões de unidades e R$ 65 bilhões em vendas no Brasil nos últimos 12 meses (dados até abril deste ano). O montante representa 40,3% do total do faturamento do mercado farmacêutico brasileiro, que somou no período R$ 158 bilhões.
Conhecido como non-retail, o setor é responsável pelo consumo e venda de medicamentos e insumos hospitalares junto à esfera institucional, como hospitais, clínicas, unidades de saúde públicas e privadas. As distribuidoras atuantes no mercado institucional detêm hoje 19,1% de participação frente aos 14,1% de instituições públicas que compram diretamente de laboratórios farmacêuticos.
Os dados são da IQVIA e foram encomendados pela ABRADIMEX, que congrega as 17 maiores distribuidoras de medicamentos especializados, excepcionais e hospitalares do país e responde por 70% do market share do segmento.
“Os números mostram claramente a importância crescente da distribuição de medicamentos especiais frente aos desafios do mercado institucional. O abastecimento do mercado será crítico daqui em diante e cada vez mais distribuidores que atendem o segmento de especialidades terão um papel estratégico”, afirma Cesar Bentim, diretor de Relacionamento com Parceiros Estratégicos na IQVIA.
O desempenho das áreas terapêuticas de medicamentos especiais
A venda de vacinas contra a Covid-19 foi a grande responsável pelo salto de faturamento e unidades com comercialização direta dos laboratórios para provedores ou pagadores institucionais. No ano anterior (até abril de 2021), o mercado brasileiro teve 556 milhões de unidades negociadas e R$ 49 bilhões em vendas.
O setor público lidera compras de medicamentos de HIV e vacinas de toda ordem. Está à frente também de classes terapêuticas como de anticoagulantes (89%), cardiovasculares (71%), imunológicos (62%) e gastroenterais (59%).
Na esfera privada, os medicamentos oncológicos respondem por 84% das vendas, contra 16% no setor público, totalizando R$ 14,5 bilhões. Soluções hospitalares (74%) e remédios para trombose (69%) também somaram bons resultados nas vendas.
Classe terapêutica | Privado | Público | Vendas R$ |
Vacinas | 4% | 96% | 19,1 bi |
Oncologia | 84% | 16% | 14,5 bi |
Imunologia | 38% | 62% | 6,3 bi |
Sistema Nervoso Central | 53% | 47% | 3,5 bi |
Anti-infecciosos/ Fúngicos | 67% | 33% | 3,4 bi |
Muscular/Esquelético | 68% | 32% | 1,8 bi |
Gastro | 41% | 59% | 1,5 bi |
Hormônio | 52% | 48% | 1,4 bi |
Coagulação de sangue | 11% | 89% | 1,4 bi |
Trombose | 69% | 31% | 1,1 bi |
Cardiovascular | 29% | 71% | 1,1 bi |
Soluções hospitalares | 74% | 26% | 0,9 bi |
HIV | 0% | 100% | 0,9 bi |
Ginecologia/ Urologia | 68% | 32% | 0,8 bi |
Outros | 58% | 42% | 7,2 bi |
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico