Apesar da Organização Mundial da Saúde (OMS) emitir um comunicado de que “o uso precoce de Ivermectina não combate a Covid-19”, o medicamento continua sendo um dos mais procurados nas farmácias do Acre. Segundo reportagem do portal ac24horas, na semana de 22 a 28 de março, somente em uma grande farmácia de Rio Branco foram comercializados 2.326 caixas do produto.
Em seguida, na lista dos produtos mais vendidos nas farmácias e drogarias da cidade, 10 deles estão ligados ao combate da Covid-19. O segundo item mais procurado são as máscaras; o terceiro dipirona e o quarto é seringas.
Para o farmacêutico João Vitor Braz, presidente do Conselho Regional de Farmácia no Acre, a culpa pela alta procura do medicamento tem a ver com propagandas feitas por figuras políticas e públicas, como por exemplo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, que tem promovido o vermífugo como parte de “tratamento precoce” contra a doença.
“Algumas figuras públicas vem fazendo propaganda equivocada da medicação, como se o remédio fosse ter efeito preventivo. Não há nenhum estudo científico que comprove a eficácia do medicamento”, afirma.
João contou que por conta da defesa da ivermectina no tratamento do coronavírus, houve uma procura em larga escala nessa segunda onda da pandemia por boa parte da população nas farmácias. Para ele, a facilidade na aquisição do produto está relacionada com a falta de necessidade de apresentação de receita médica.
Porém, o especialista alerta sobre os riscos do uso indiscriminado da ivermectina, que, para ele, está causando danos à saúde da população consumidora. “Ele é um vermífugo que não tem eficácia nem na prevenção e nem no tratamento da doença, pelo contrário, estudos apontam casos de hepatite medicamentosa e outras comorbidades”, declarou.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que a ivermectina, um vermífugo, não seja utilizada no tratamento de pacientes com Covid-19, independentemente do nível de gravidade ou da duração dos sintomas.
Não há comprovação que o medicamento tenha efeito benéfico em termos de diminuição da mortalidade, ventilação mecânica, internação hospitalar, tempo de hospitalização e carga viral.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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