Embora a ingestão moderada de bebida alcoólica (menos de uma dose por dia) possa trazer benefícios à saúde do coração, existe um risco muito real associado à mistura de álcool com medicamentos. Isso pode tornar a medicação menos eficaz ou tóxica para o organismo. E, inclusive, pode piorar os efeitos colaterais da medicação, causar novos sintomas e piorar o quadro de saúde do paciente.
A mistura de álcool com medicamentos afeta mais quem?
As mulheres devem ter cuidado redobrado pois têm níveis de álcool no sangue mais altos do que os homens depois de ingerir a mesma quantidade de bebida. Isso ocorre porque as mulheres apresentam níveis mais baixos de álcool desidrogenase, a enzima que ajuda a quebrar o álcool no corpo.
Os idosos também devem ter um cuidado especial. Quanto mais velho for, mais tempo o corpo leva para decompor o álcool, permanecendo no sangue por mais tempo. As pessoas mais velhas também são mais propensas a tomar mais medicamentos. Então, a chance de uma interação ruim é maior.
10 medicamentos que não podem ser misturados com álcool
1) Analgésicos
Se o paciente estiver tomando ibuprofeno ou naproxeno, beber álcool pode causar dor de estômago, sangramento no estômago ou úlceras. A mistura com paracetamol também é arriscada. Álcool e acetaminofeno são quebrados no fígado. Quando o órgão está ocupado quebrando o álcool, ele não consegue lidar com o acetaminofeno e, assim, a droga se acumula no corpo e pode causar sérios danos ao fígado.
O maior risco, porém, é beber álcool com qualquer analgésico opioide, como codeína, hidrocodona ou oxicodona. Ao contrário do ibuprofeno e do acetaminofeno, esses são medicamentos prescritos para pessoas que lidam com dores intensas decorrentes de lesões, cuidados pós-cirúrgicos, cirurgia oral e enxaquecas. Combiná-los com álcool pode causar sonolência excessiva, respiração lenta e até a morte. Evite o álcool completamente se estiver tomando algum desses analgésicos.
2) Ansiolíticos e pílulas para dormir
O uso de álcool enquanto toma medicamentos para ansiedade ou pílulas para dormir também pode causar sérios problemas, deixando a pessoa sonolenta ou até inconsciente.
3) Antidepressivos e estabilizadores de humor
Todos os antidepressivos devem ser tomados com cuidado ao beber álcool. O efeito dependerá do tipo de antidepressivo, mas os riscos são reais e podem incluir sonolência, tontura, sobredosagem, piora dos sentimentos de depressão, problemas com movimentos, danos no fígado, efeitos cardíacos graves. Existem riscos semelhantes se tomar álcool com estabilizadores de humor e antipsicóticos.
4) Medicamentos para TDAH
Medicamentos para tratamentos de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), como anfetamina e metilfenidato, podem interagir com o álcool, causando tontura, sonolência, déficit de concentração, problemas cardíacos e danos no fígado.
5) Antibióticos
O metronidazol é um antibiótico comum e beber qualquer quantidade de álcool com ele causará náuseas e vômitos violentos. Outros antibióticos como nitrofurantoína, isoniazida e azitromicina podem causar reações desagradáveis quando misturados com álcool.
6) Nitratos e outros medicamentos para pressão arterial
Muitos medicamentos para pressão arterial e medicamentos antiangina (nitratos) podem interagir perigosamente com o álcool. Efeitos comuns incluem tontura, desmaio, sonolência, batimento cardíaco mais rápido ou arritmias.
7) Medicamentos para diabetes
Misturar medicamento para diabetes com álcool pode levar a níveis de açúcar no sangue muito baixos, náusea e vômito, dor de cabeça, batimento cardíaco acelerado e mudanças repentinas na pressão arterial. Esses medicamentos incluem insulina ou pílulas como metformina, gliburida e glipizida.
8) Medicamentos isentos de prescrição para gripes e resfriados
A maioria dos remédios para resfriado e gripe vendidos sem receita, como pseudoefedrina, guaifenesina e oseltamivir, contém uma mistura de diferentes analgésicos, anti-histamínicos e descongestionantes. Esses medicamentos podem deixar a pessoa sonolenta e tonta. A combinação com álcool tende a estimular casos de sonolência e tontura e aumentar o risco de overdose.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico