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Perda do cromossomo masculino pode levar a problemas do coração e a morte prematura de homens, aponta pesquisa na ‘Science’

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Uma pesquisa publicada nesta quinta-feira (14) na revista científica “Science“, uma das mais importantes do mundo, traz uma nova possível explicação para os homens viverem menos tempo do que as mulheres.

O estudo, liderado por cientistas da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, constatou que a perda do cromossomo masculino em algumas células pode estar levando a problemas cardíacos nos homens.

O estudo, liderado por cientistas da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, constatou que a perda do cromossomo masculino em algumas células pode estar levando a problemas cardíacos nos homens.

Mas como isso ocorre?

Enquanto as mulheres têm dois cromossomos X, os homens têm um X e um Y (considerado o cromossomo masculino).

Muitos homens, entretanto, começam a perder o cromossomo Y em parte de suas células à medida que envelhecem. Essa perda parece ocorrer, particularmente, em fumantes – e acontece, predominantemente, em células que sofrem renovação rápida, como as do sangue.

‘O DNA de todas as nossas células inevitavelmente acumula mutações à medida que envelhecemos. Isso inclui a perda do cromossomo Y dentro de um subconjunto de células dentro dos homens”, explicou Kenneth Walsh, diretor do Centro de Biologia Hematovascular da Universidade da Virgínia.

‘O DNA de todas as nossas células inevitavelmente acumula mutações à medida que envelhecemos. Isso inclui a perda do cromossomo Y dentro de um subconjunto de células dentro dos homens”, explicou Kenneth Walsh, diretor do Centro de Biologia Hematovascular da Universidade da Virgínia.

“Entender que o corpo é um mosaico de mutações adquiridas fornece pistas sobre doenças relacionadas à idade e o próprio processo de envelhecimento’, completou.

Para entender melhor os efeitos dessa perda, os pesquisadores usaram o Crispr – uma técnica de edição genética – para criar camundongos sem o cromossomo Y em algumas células da medula.

Os camundongos que nasceram resultantes tiveram mais propensão a fibrose – espécie de cicatriz – no coração e diminuição da função cardíaca, levando à morte precoce. Além disso, os animais sofreram uma série complexa de respostas no sistema imunológico, levando a fibrose em todo o corpo.

Em humanos

Os cientistas já sabiam que os homens que sofrem perda do cromossomo Y têm maior probabilidade de morrer mais jovens e sofrerem de doenças associadas à idade, como o Alzheimer. Estima-se que a perda do cromossomo masculino afete cerca de 40% dos homens de 70 anos de idade.

Ao analisar dados do UK Biobank, um enorme banco de dados biomédico, os pesquisadores descobriram que a perda do cromossomo Y estava associada a doenças cardiovasculares e insuficiência cardíaca.

‘Particularmente após os 60 anos, os homens morrem mais rapidamente do que as mulheres. É como se eles envelhecessem biologicamente mais rapidamente’, disse Kenneth Walsh, diretor do Centro de Biologia Hematovascular da Universidade da Virgínia.

‘Particularmente após os 60 anos, os homens morrem mais rapidamente do que as mulheres. É como se eles envelhecessem biologicamente mais rapidamente’, disse Kenneth Walsh, diretor do Centro de Biologia Hematovascular da Universidade da Virgínia.

À medida que a perda de cromossomos aumentava, descobriram os cientistas, aumentava também o risco de morte.

‘Os anos de vida perdidos devido à desvantagem de sobrevivência da masculinidade são impressionantes. Esta nova pesquisa fornece pistas sobre por que os homens têm uma expectativa de vida mais curta do que as mulheres”, explicou Walsh.

Tratamento potencial

As descobertas sugerem que direcionar os efeitos da perda do cromossomo Y pode ajudar os homens a viver vidas mais longas e saudáveis.

Uma possível solução pode ser o remédio pirfenidona, aprovada pela FDA – espécie de Anvisa americana – para o tratamento da fibrose pulmonar de causa desconhecida (idiopática). A pirfenidona também é aprovada para uso no Brasil.

Além do problema pulmonar, o remédio também está sendo testado para o tratamento de insuficiência cardíaca e doença renal crônica.

Walsh acredita que homens com perda do cromossomo Y podem responder particularmente bem a esse medicamento e a outras classes de medicamentos que estão sendo desenvolvidos para combater a fibrose – embora sejam necessárias mais pesquisas para determinar isso.

‘Estudos que examinam a perda do cromossomo Y e outras mutações adquiridas são uma grande promessa para o desenvolvimento de medicamentos personalizados adaptados a essas mutações específicas’, disse o cientista.

‘Estudos que examinam a perda do cromossomo Y e outras mutações adquiridas são uma grande promessa para o desenvolvimento de medicamentos personalizados adaptados a essas mutações específicas’, disse o cientista.

Não há, hoje, uma maneira fácil de determinar quais homens sofrem perda do cromossomo Y. Um dos colegas de Walsh, Lars A. Forsberg, da Universidade de Uppsala, na Suécia, desenvolveu um teste barato do tipo PCR – como os usados ??para a Covid-19 – que pode detectar a perda do cromossomo, mas, por enquanto, o uso dele está restrito ao seu laboratório e ao do colega americano.

‘Se o interesse nisso continuar e se mostrar útil em termos de prognóstico para a doença masculina e pode levar a uma terapia personalizada, talvez isso se torne um teste diagnóstico de rotina’, ponderou Walsh.

Fonte: G1.Globo

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