O fim de mandatos na diretoria da Anvisa está pautando negociações entre executivos e políticos ligados ao canal farma. Três dos cinco assentos ficarão livres em dezembro, e a posição de diretor de medicamentos é a mais cobiçada no momento.
Um acordo entre o Congresso e o Planalto determinou que duas das vagas sejam preenchidas por indicações do governo, enquanto o Senado apontaria o profissional restante. No entanto, representantes de diversos laboratórios farmacêutico estão reivindicando que essa última indicação seja de Daniel Fernandes Pereira, para o cargo de diretor de medicamentos.
O executivo atualmente é diretor da autarquia, e um dos dois profissionais que não encerram o mandato nesse ano. Sua nomeação é bem vista por executivos do setor, que, já há algum tempo, trocam farpas com a agência sanitária.
Mudanças na diretoria da Anvisa podem amenizar cobranças
A principal reclamação do setor em relação ao trabalho da Anvisa é a de uma suposta demora na aprovação de medicamentos, além da burocracia apontada como excessiva por muitas farmacêuticas.
Na inauguração de uma fábrica da EMS em agosto, por exemplo, o dono da empresa, Carlos Sanchez, cobrou mais agilidade da Anvisa nos processos, e foi apoiado pelo presidente Lula, presente no evento.
O episódio fez com que o diretor-presidente da agência se posicionasse, emitindo uma nota que apontava a falta de servidores como principal motivo da demora nas etapas de aprovação dos fármacos, desde então medidas como a criação de um novo órgão e a aproximação aos detentores dos registros foram adotas pela Anvisa em uma tentativa de agilizar os registros.