Tatiane Machado tem dias movimentados. Em uma manhã, pode aplicar injeções em crianças, checar informações sobre remédios para os pacientes e medir a pressão de uma fila de idosos. Apesar das tarefas e do jaleco, ela não é médica: é farmacêutica e dá expediente na Drogaria Venancio de Copacabana. No bairro conhecido pela grande quantidade de pessoas da terceira idade, seu cotidiano demanda múltiplos talentos. “Há aqueles que vêm medir a pressão mas, na verdade, querem é falar da vida”, comenta a dublê de psicóloga. “Muitas vezes o trabalho vai além do receituário”, diz. Por trás de tanta procura está um fenômeno que se espalha pelas ruas. Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o número de salas clínicas em drogarias do estado saltou de 36 para 83 no último ano, com lojas que chegam a realizar, em média, 300 atendimentos ao mês. “Trata-se de um recurso que facilita a interação dos profissionais de saúde com os pacientes e desafoga o sistema público”, opina Sergio Mena Barreto, presidente da instituição.
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“É uma mão na roda para quem precisa resolver coisas simples mas não tem tempo de encarar um hospital”, acrescenta Mena Barreto. Além disso, em muitos casos, o atendimento profissional pode até estimular o paciente a se preocupar com seu bem-estar. “O pessoal da loja me deu força e voltei para a academia”, conta orgulhoso Pedro Oliveira, aposentado de 64 anos e frequentador de uma sala clínica da Pague Menos. Nunca é demais, porém, lembrar o que diz a propaganda: “Se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado”.
Fonte: Veja Rio
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