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O problema dos remédios vencidos

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Uma boa parte das farmácias de Itajaí e Balneário Camboriú não segue a orientação da agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que receba da população medicamentes com validade vencida e faça o descarte correto dos produtos. O DIARINHO visitou algumas e telefonou para outras e confirmou que são poucas as que se preocupam com a medida, que tem como principal objetivo evitar a poluição do meio ambiente.

Como não há a obrigatoriedade, nem todas as farmácias dispõem dos coletores. A medida, sugerida pela Anvisa, depende da política de cada estabelecimento. Em Itajaí, há caixas para descarte nas lojas da Drogaria Catarinense, Preço Popular e Panvel.

O pessoal da farmácia do Sesi, na avenida Marcos Konder, no centro, garante que tem o serviço. Ontem, a caixa não estava por lá e o argumento é que esta semana o coletor foi levado pra manutenção.

Em Balneário Camboriú, as lojas da Droga Raia, na avenida Brasil e na Central, são os pontos de coleta. As unidades centralizam as ações do programa Descarte Consciente, apoiado ainda pelas redes de farmácias Nissei, Pague Menos e Panvel.

Na rede municipal

Em Itajaí e Balneário, os postos da rede municipal também recebem remédios trazidos pela população, bem como fazem a destinação dos próprios medicamentos usados nas unidades.

Na city peixeira, o material recolhido é levado pro almoxarifado, que encaminha pra uma empresa terceirizada responsável pelo descarte que, no caso, envolve a incineração dos medicamentos.

Neste ano a prefeitura vai retomar um projeto em parceira com a Univali envolvendo uma campanha pelo descarte consciente de remédios e outros resíduos pela população. A coordenadora do curso de Ciências Farmacêuticas da Univali, Fátima de Campos Buzzi, doutora em Química, informa que o projeto Reduzir e Reciclar tá desenvolvendo coletores que serão distribuídos pros postinhos.

Há modelo pra receber remédios e outro pra bulas e caixas. Junto com o trabalho, será feito um mapeamento das unidades. Todos os postos coletam, mas nem todos contam com local adequado para receber os materiais, diz Fátima.

Descarte incorreto provoca poluição, alerta doutora em química

Além da falta de legislação que obrigue a ter local para receber os remédios vencidos levados pelo povão, Fátima observa que é preciso melhorar a comunicação sobre a destinação correta e quem pode receber os resíduos. “Existe a falta de conhecimento da própria população”, afirma.

Hoje, a maioria dos medicamentos acaba no lixo comum. As consequências são a contaminação do meio ambiente e os riscos à saúde. Outra prática frequente tem sido o descarte no vaso sanitário. “Isso vai contaminar toda a água”, alerta Fátima.

A professora informou que o conselho Federal de Farmácia (CFF) trabalha pela criação de uma regulamentação específica, com regras detalhadas sobre o descarte de remédios.

A proposta do CFF é aplicar o conceito de logística reversa, usado para a destinação de resíduos sólidos, também para os medicamentos de uso doméstico. Ou seja, empresas que fabricam e vendem produtos poluentes devem ser responsáveis por receber os materiais usados ou vencidos e descarta-los de forma correta.

A medida, no entanto, depende de um acordo entre fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, além de órgãos do governo. Desde 2008, a Anvisa vem discutindo uma solução. O tema ganhou força com a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010.

Segundo a CFF, o Brasil é o sexto mercado mundial em volume de medicamentos vencidos. São gerados mais de 10 mil toneladas de resíduos de remédios, vencidos ou sobras, por mês, sendo que a maior parte é descartada junto com o lixo doméstico.

Fonte: Diarinho

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