Fique por dentro dos principais FATOS e TENDÊNCIAS que movimentam o setor

OMS alerta para risco de pandemia

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

 

Diante da proliferação desenfreada do coronavírus fora da China continental, com casos registrados em mais quatro países e a explosão de diagnósticos na Itália, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu ontem à comunidade internacional que se prepare para o agravamento da situação. “Temos que nos concentrar em conter (a epidemia), enquanto fazemos todo o possível para nos prepararmos para uma eventual pandemia”, afirmou, em Genebra. “No momento, não vemos avanço global incontido do vírus e não vemos mortes em alta escala”, disse. “O vírus tem potencial pandêmico? Com certeza. Estamos lá? Achamos que ainda não”, acrescentou.

Afeganistão, Iraque, Bahrein e Kuwait anunciaram os primeiros registros de contaminação. Ghebreyesus manifestou “profunda preocupação” com o aumento súbito de casos não só na Itália, mas também no Irã e na Coreia do Sul, que têm agora o maior número de casos de contaminação e de mortes fora da China continental. Menos de uma semana depois da detecção do novo coronavírus em seu território, o Irã anunciou ontem mais quatro mortes, o que eleva a 12 o total de óbitos no país. Seul divulgou um número recorde de 231 novos casos de contaminação em 24 horas. O país registra 800 pessoas infectadas e sete mortes.

A gravidade da situação levou o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, a declarar estado de alerta máximo no país. Com 2,5 milhões de habitantes, Daegu, na região sudeste da Coreia do Sul,  virou uma cidade fantasma. Mais da metade dos casos anunciados no país envolve membros de uma seita cristã. Dezoito deles retornaram de uma peregrinação a Israel, país que registrou dois casos e que estabeleceu novas medidas de proibição de entrada.

No Oriente Médio, vários países implementaram ações para conter a rápida propagação do vírus a partir do território iraniano. Armênia, Turquia, Jordânia, Paquistão e Afeganistão fecharam as fronteiras ou adotaram restrições para pessoas procedentes do Irã.

Na China continental (que exclui Hong Kong e Macau), onde o novo coronavírus surgiu em dezembro em um mercado de Wuhan (centro), a epidemia provocou mais 150 mortes em apenas 24 horas. O número representa um aumento significativo na comparação com a quantidade de óbitos anunciada no domingo — 97. Em dois meses, a doença matou mais de 2,6 mil pessoas no país. Em compensação, houve redução nos casos de contaminação, 409 contra 648 confirmados no domingo. As autoridades chinesas expressaram otimismo a respeito da evolução da doença.

Quarentena

Na Itália, as autoridades decidiram blindar cinco áreas da região norte do país para tentar frear a propagação do coronavírus após a morte, ontem, do sétimo paciente. O número de infectados acelerou em poucos dias, com 219 casos. Em três dias, entre sexta-feira e ontem, os casos de coronavírus aumentaram de forma exponencial, passando de 6 a mais de 200 na região.

O primeiro óbito de um italiano ocorreu em uma cidade próxima a Padua, na região de Veneto, que tem Veneza como capital. As autoridades identificaram 165 casos na Lombardia, onde o principal foco foi registrado na cidade de Codogno, a 60km de Milão.

Apesar das medidas rígidas adotadas pelo governo, que ordenou o fechamento de escolas e universidades, assim como de bares, discotecas, teatros e cinemas, o presidente da região da Lombardia, Attilio Fontana, pediu calma à população. “Temos certeza de que as medidas que tomamos evitarão que o contágio se propague”, disse.

A Itália é o país da Europa que registrou o maior surto do novo coronavírus, o que preocupa seus vizinhos — como França, Suíça e Áustria — e também outros continentes. Ontem, 60 passageiros procedentes da Lombardia e de Veneto, que estavam a bordo de um avião da companhia Alitalia, procedente de Roma, foram impedidos de desembarcar na turística Ilha Maurício, no Oceano Índico. Eles foram repatriados.

O confinamento das regiões mais ricas da península, motor da economia, afetou a Bolsa de Milão, que operava em queda de 4,44% antes do meio-dia. Geralmente lotada durante o horário de pico, Milão estava parcialmente vazia ontem. Os passageiros usavam máscaras de proteção nos transportes públicos. As prateleiras dos supermercados milaneses estavam quase sem nada, o que levou o prefeito da cidade, Beppe Sala, a pedir que os cidadãos racionem os produtos. O fechamento de locais simbólicos como o Duomo, a célebre catedral gótica, e do templo da ópera La Scala, preocupa a população. Em Veneza, os dois últimos dias de carnaval foram cancelados. Até o momento nenhuma fronteira foi fechada

“Temos certeza de que as medidas que tomamos evitarão que o contágio se propague”. Attilio Fontana, presidente da região da Lombardia, na Itália,

Consulado atento

O Consulado-Geral do Brasil em Milão está em contato com as associações com o objetivo de monitorar o impacto da epidemia do novo coronavírus entre a comunidade brasileira nas áreas afetadas no norte da Itália. Em nota divulgada ontem, a representação diplomática brasileira recomendou a observação “estrita e o seguimento” das medidas adotadas pelas autoridades italianas. Ainda no domingo, o consulado recomendou que sejam evitados deslocamentos não essenciais às regiões atingidas pela epidemia do COVID-19, principalmente as províncias de Lodi e Milão.

Fonte: Correio Braziliense

Veja também: Câncer é a principal doença que causa morte entre crianças e adolescentes

Siga nosso Instagram

Notícias Relacionadas

plugins premium WordPress