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OMS diz que vacinação ampla da população só deve ocorrer em 2022

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A cientista-chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, disse nesta quarta-feira (9) que uma vacinação ampla da população mundial contra a Covid-19 só deve ocorrer em 2022. Ela justificou a projeção citando desafios científicos e estruturais envolvidos na aprovação e na produção dos imunizantes.

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No primeiro ponto, Soumya lembrou que os resultados do testes de fase 3 só começarão a ser divulgados no fim deste ano e no início de 2021. “Então, será preciso passar pelo processo de avaliação e licenciamento”, disse.

Além disso, ela apontou que esta é a primeira vez que o mundo precisará de bilhões de doses de uma vacina ao mesmo tempo, e por isso as estruturas de produção precisam ser reforçadas ou expandidas. “Esse tipo de capacidade não existe em nenhuma empresa”, afirmou a cientista-chefe da OMS.

“Estamos olhando para meados de 2021, em um cenário otimista, para que um número limitado de doses cheguem aos países”, comentou, acrescentando que elas devem ser primeiro distribuídas para grupos de risco.

Bala de prata

Para Soumya, muitas pessoas têm visto a vacina como uma “bala de prata”, que “vai chegar em janeiro e que vai acabar com todos os problemas do mundo”.

“Os países e as pessoas precisam reconhecer que as primeiras doses da vacina que ficarão disponíveis devem priorizar as pessoas que têm mais altos riscos de infecção”, declarou, citando como exemplo os profissionais da saúde e trabalhadores das áreas essenciais.

“É muito importante que as pessoas saibam que, quando as vacinas vierem, elas levarão tempo para serem aplicadas em toda a população. (…) Isso vai demorar. Certamente até 2022, para ver essa mudança acontecer, nós teremos que ser disciplinados” — Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS

“É muito importante que as pessoas saibam que, quando as vacinas vierem, elas levarão tempo para serem aplicadas em toda a população. (…) Isso vai demorar. Certamente até 2022, para ver essa mudança acontecer, nós teremos que ser disciplinados” — Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS

Segurança da vacina

Ainda nesta quarta-feira (9), a OMS afirmou em nota que está satisfeita em ver os desenvolvedores da vacina de Oxford-AstraZeneca se certificando de que os ensaios clínicos têm integridade científica. Os testes dessa vacina foram suspensos na terça-feira porque um dos participantes foi diagnosticado com uma reação adversa que pode estar ligada ao imunizante (veja mais abaixo).

Em nota, a OMS afirmou: “A segurança é o principal foco dos ensaios clínicos para se encontrar uma vacina. Quando um participante tem uma doença potencialmente inexplicada, que pode ou não estar ligada à vacina em teste, a prática rigorosa é investigar. Suspensões temporárias de ensaios clínicos de vacinas não são incomuns quando há uma avaliação”.

A organização disse em nota estar satisfeita “em ver os desenvolvedores da vacina se certificando que há integridade científica dos ensaios clínicos ao observar os protocolos padrões e as regras para desenvolvimento de vacinas”.

Segundo uma reportagem desta quarta (9) do “The Financial Times”, os testes com a vacina poderão ser retomados na próxima semana. A informação foi atribuída a pessoas ligadas aos ensaios, disse o jornal. O G1 entrou em contato com a AstraZeneca para confirmar a informação, mas, até a última atualização desta reportagem, ainda não tinha obtido resposta.

O fato de a OMS ter tido que é importante desenvolver uma vacina com rapidez não significa que as avaliações devem ser deixadas de lado, afirmou a cientista-chefe da organização, Soumya Swaminathan, em um evento feito de forma remota.

“O processo ainda tem que seguir as regras do jogo. Para medicamentos e vacinas que são dados às pessoas, é preciso testar a segurança, antes de mais nada”, disse ela.

Suspensão por uma doença inesperada

A suspensão dos ensaios clínicos é um procedimento padrão que acontece sempre que surge uma doença inexplicável em um dos participantes, afirmaram em nota a universidade e a empresa.

De acordo com a universidade, em grandes ensaios clínicos, uma doença pode acontecer por acaso, sem que haja uma relação com a vacina em teste, mas é preciso que haja uma análise independente para checar isso.

Segundo a AstraZeneca, o “procedimento padrão de revisão” dos estudos foi acionado e a vacinação foi pausada “voluntariamente para permitir a revisão dos dados de segurança por um comitê independente”.

“Esta é uma ação rotineira que deve acontecer sempre que for identificada uma potencial reação adversa inesperada em um dos ensaios clínicos, enquanto ela é investigada, garantindo a manutenção da integridade dos estudos.” — AstraZeneca

“Esta é uma ação rotineira que deve acontecer sempre que for identificada uma potencial reação adversa inesperada em um dos ensaios clínicos, enquanto ela é investigada, garantindo a manutenção da integridade dos estudos.” — AstraZeneca

Nove vacinas na última fase de testes

Além da candidata da Universidade de Oxford com a farmacêutica britânica AstraZeneca, mais oito vacinas estão na terceira e última fase de testes em humanos, a última antes da liberação.

Fonte: G1 

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/09/09/quem-sao-as-10-farmaceuticas-com-melhor-posicionamento-nas-midias-digitais/

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