A maioria das pessoas não está familiarizada com os efeitos colaterais de misturar antidepressivos e álcool. Duas cervejas ou uma bebida mista são suficientes para alterar os níveis cerebrais de serotonina, dopamina e outros neurotransmissores envolvidos no humor, motivação e inibição. Um neurotransmissor menor chamado glutamato é responsável por aumentar os níveis de atividade cerebral. O álcool interfere na liberação de glutamato, causando uma desaceleração drástica de todas as regiões do cérebro.
O álcool também aumenta os efeitos inibitórios do GABA, um neurotransmissor que atua na diminuição da energia e acalma o sistema nervoso. Semelhante a medicamentos prescritos para ansiedade, que aumentam os níveis de GABA para produzir sedação, o álcool provoca fala arrastada, perda de coordenação, sonolência e outros sinais de intoxicação.
O que acontece ao misturar antidepressivos e álcool?
A mistura de antidepressivo com bebida alcoólica faz o indivíduo se sentir mais deprimido e ansioso. Além disso, o álcool neutraliza diretamente o principal efeito dos medicamentos – moderar a química do cérebro para fazer a pessoa se sentir melhor. Embora misturar álcool com antidepressivos possa melhorar significativamente o humor naquele momento, o álcool inibe a capacidade dos medicamentos de produzir benefícios terapêuticos em longo prazo.
Sinais de intoxicação por álcool, como pensamento e julgamento prejudicados, tempo de reação retardado, perda de coordenação e habilidades motoras e sedação, podem se intensificar significativamente ao se misturar antidepressivos e álcool. Os médicos chamam essa condição de “intoxicação patológica”, marcadamente grave que envolve uma pessoa se comportando de maneira incomumente violenta ou agressiva.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico