Principais normas para consultório farmacêutico e sala de vacinação

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Alegislação brasileira que regula a farmácia e a profissão farmacêutica evoluiu bastante nos últimos anos, inclusive no que diz respeito ao consultório farmacêutico e à vacinação. Atualmente, desde que estruturadas para isso, a farmácia e a drogaria podem oferecer os serviços de vacinação.

No entanto, essa evolução sacramentou o vínculo entre farmácia e farmacêutico: um não existe sem o outro. O estabelecimento, que passou a ser considerado como de saúde a partir de Lei Federal 13.021, de 2014, somente tem autorização para montar um consultório farmacêutico se nele dispuser de farmacêutico para realização das atividades.

Claro que se trata de um investimento a mais, porém com retornos significativos, principalmente de imagem. Quem hoje em dia não gosta de ser bem atendido, de ter com quem conversar e ter confiança no profissional de saúde? Quase todo mundo. A população é órfã de um sistema público de saúde eficiente, e nisso tem-se uma grande oportunidade para a farmácia.

Por isso, no Dia Nacional do Farmacêutico, 20 de janeiro, é importante que cada farmácia repense seu papel. Dois renomados profissionais, Cassyano Correr e Betânia Alhan, especialistas em legislação sanitária para consultório farmacêutico e salas de vacinação, relacionaram as principais normas que regulamentam essas atividades. Quem sabe não é um novo começo para 2020?

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Farmacêutico da Drogaria Búzios em atendimento dentro do consultório | Foto: Ponto Care
Normas exigidas pelas órgãos reguladores
– Lei Federal 13.021/2014: Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas. Vale destacar o artigo 7º, segundo o qual as farmácias de qualquer natureza podem dispor, para atendimento imediato à população, de medicamentos, vacinas e soros que atendam ao perfil epidemiológico de sua região demográfica.

– RDC 197/2017, da Anvisa: Dispõe sobre os requisitos mínimos para o funcionamento dos serviços de vacinação humana.

– Nota Técnica GRECS/GGTES 01/2018, da Anvisa: Perguntas e respostas sobre a RDC 197/2017, que trata dos serviços de vacinação.

– RDC 50/2002, da Anvisa: Dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.

– RDC 44/2009, da Anvisa: Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias.

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– RDC 63/2011, da Anvisa: Dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os Serviços de Saúde.

Resoluções do CFF sobre consultório farmacêutico e vacinação
– Resolução 585/2013, do Conselho Federal de Farmácia (CFF): Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico.

– Resolução 586/2013, do CFF: Regula a prescrição farmacêutica.

– Resolução 654/2018, do CFF: Dispõe sobre os requisitos necessários à prestação do serviço de vacinação pelo farmacêutico.

– RDC 222/2018, da Anvisa: Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde. Vale destacar o artigo 5º, segundo o qual todo estabelecimento farmacêutico deve dispor de um Plano de Gerenciamento de RSS (PGRSS), observando as regulamentações federais, estaduais, municipais ou do Distrito Federal.

Fonte: Revista da Farmácia

INSTITUTO DA CICATRIZ – CUIDADOS COM A CICATRIZAÇÃO

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O Instituto André Venturelli tem protocolos especializados aos cuidados com a cicatrização, seja para previnir ou para o tratamento das principais alterações inestéticas das cicatrizes do rosto e do corpo, decorrentes de acidente, cirurgia geral ou cirurgia plástica.

A aparência final da cicatriz de cirurgia plástica depende basicamente de dois fatores: como seu corpo cicatriza e como a cicatriz foi tratata pelo profissional.

Cicatriz
Sempre que ocorre uma lesão da pele ou qualquer outro tecido do corpo, acidental ou cirúrgico, haverá uma cicatriz, devido aos mecanismos próprios da cicatrização. Por isso, uma cicatriz é uma marca definitiva. No entanto, o que pode variar é a qualidade da cicatriz. Uma cicatriz de boa qualidade deve ser fina, plana, com coloração semelhante ao local em que está e bem posicionada, ou seja, ficando “escondida” ou quase imperceptível no convívio social.

Além da preocupação com o resultado final de quem pretende fazer uma cirurgia plástica, a cicatrização da pele sempre é uma preocupação a mais. Afinal, a formação de uma cicatriz não agradável pode comprometer o resultado final da operação.

Existem basicamente dois tipos de cicatrizes patológicas (queloides e hipertróficas) e outras classificadas como cicatrizes inestéticas (alargadas, deprimidas, discrômicas, alçapão, mistas).

Os dois tipos de cicatrizes patológicas são com frequência confundidos pelos pacientes e também pelos médicos em geral, pois são muito parecidos na fase inicial.

As cicatrizes patológicas podem causar dor importante e/ou coceira tão intensa a ponto de interferir no convívio social da pessoa. Portanto, o tratamento desse tipo de cicatriz não é um procedimento apenas estético.

Os outros tipos de cicatrizes que não chegam a ser patológicas, mas sim inestéticas (não estéticas ou não agradáveis – alargadas, discrômicas, retraídas, mistas, em alçapão) quase não apresentam sintomas físicos, mas de certo modo interferem no convívio social da pessoa que de alguma forma apresenta algum preconceito em expor a aparência daquela cicatriz.

Cicatriz Normal
A cicatrização é um processo natural de cura de qualquer ferimento na pele decorrente de um acidente, cirurgia ou doença, que deixa no final um sinal físico chamado cicatriz.

Uma cicatriz aceita como agradável, estética ou normal, deve ser fina, sem relevo na pele, de coloração semelhante a da pele local e, às vezes, torna-se quase imperceptível. Mas existe um período de evolução onde a aparência da cicatriz sofre alterações físicas típicas de cada fase.

Assim existem aparências não agradáveis, mas consideradas normais para a fase de amadurecimento.

Ação do tempo (Amadurecimento da cicatriz)

Geralmente, a cicatriz torna-se menos notável com o passar do tempo. Muitas cicatrizes, inicialmente inestéticas, tornam-se aceitáveis após um período variável de três a 18 meses ou mais. Isso é um processo natural de evolução da cicatriz.

Cicatrizes Patológicas e Inestéticas
A pele jovem por comumente produzir colágeno de forma mais acelerada que sua degradação tende a determinar uma cicatriz evidente (queloide ou cicatriz hipertrófica) isto é, maiores, mais elevada e espessa do que aquela que ocorre na pele de pessoas idosas. Quando a quantidade de colágeno depositada na cicatriz é menor do que devia, a cicatriz final pode aparecer deprimida, ou atrófica, em relação à pele ao redor. Essas cicatrizes são em parte devido a fatores individuais da paciente como no quelóide, mas na maioria são decorrentes da técnica cirúrgica aplicada durante a cirurgia.

Quelóide
É uma cicatriz espessa e elevada. Essa cicatriz em alto-relevo, geralmente, é limitada à pele, embora se estenda para os lados em relação ao ponto, ferimento ou incisão cirúrgica de origem. Devido ao fato de crescer e invadir pele vizinha, o quelóide é considerado por pesquisadores como um tumor benigno cicatricial. O quelóide ocorre na pele, e é um distúrbio que somente existe em humano.

Algumas regiões são acometidas com mais freqüência como os lóbulos auriculares, ombros e região torácica anterior, mas pode aparecer em qualquer região da pele em quem tem propensão a desenvolver.

 

Cicatrizes Hipertróficas
É uma cicatriz elevada decorrente de uma resposta exagerada da pele a uma intervenção cirúrgica ou ferimento, cicatriz essa que não ultrapassa os limites ou a extensão da incisão ou ferimento inicial. Apresenta tendência à regressão; distingue-se, assim, do quelóide, que geralmente estende-se espacialmente em relação ao tamanho original da incisão cirúrgica ou ferimento. Entretanto, é usualmente confundida com o quelóide; por isso, a cicatriz hipertrófica é também conhecida como “pseudoquelóide” ou quelóide falso ou não verdadero. A frequência de cicatriz hipertrófica é maior que de quelóide.

 

Cicatriz nasal hipertrófica

Cicatrizes Retraidas
Cicatriz retrátil (ou cicatriz contrátil) é aquela que se apresenta tensa e repuxando, causando contratura entre os segmentos corporais envolvidos. Pode resultar de um ferimento que provoque a perda de uma área de pele, por intervenção cirúrgica, acidente ou queimadura, podendo assim formar uma cicatriz que traciona as margens da pele. Essa tração causa um processo chamado de contração. A retração resultante, além de causar dor, pode afetar um músculo e tendões vizinhos e restringir o movimento normal. Pode ainda ocasionar um transtorno maior do sistema esquelético, como um desvio do crescimento ósseo ou da coluna vertebral. Assim, a cicatriz retrátil não é somente inestética, podendo ser também, frequentemente, considerada uma cicatriz patológica.

Cicatriz retraída de abdómen

Cicatriz Alargada
Cicatriz Alargada apresenta-se mais rasa, frouxa e esparramada. Pode resultar de cicatrizes em pele mais fina que ficaram sujeitas a tensão nas margens, ou em casos onde houve ruptura de pontos de sutura internos ou externos, e houve, a seguir, cicatrização de uma ferida aberta (cicatriz por segunda intenção).

A Cicatriz Alargada pode acontecer normalmente, em áreas de articulação, onde a cicatriz, durante o processo de cicatrização, sofre forte tensão. É um tipo de cicatriz comum, pois em alguns casos cirúrgicos a pele é esticada ao máximo para a realização do procedimento.

Cicatriz alargada de abdómen

Cicatriz alargada de cirurgia cardíaca

Cicatriz Atrófica ou Afundada
Cicatriz mais profunda (afundada) que o relevo da pele ao redor. Pode ser causada por cicatrização em pele muito fina (como de pessoa idosa), em sutura ou ferimento que evoluiu com tração nas margens ou infecção; também pode decorrer em pessoas com distúrbios de cicatrização decorrente de diabete ou qualquer outra doença metabólica, pessoas com carências nutricionais ou em regiões corporais com alterações neurológicas sensitivas como, por exemplo, as decorrentes de paraplegia por lesão medular ou ainda decorrente de uso excessivo de infiltração de corticoide para tratamento de uma cicatriz hipertrofia.

Cicatriz atrófica de plástica no abdómen

Cicatriz Discrômica
Cicatriz mais escura ou clara que a pele ao redor; pode resultar, mais comumente, em pessoas com cor de pele parda (mulatos), em cicatrizes que ficaram submetidas precocemente aos raios ultra-violetas do sol, ou em cicatrizes tratadas previamente com determinados fármacos, como ácidos e corticoides ou pela técnica cirúrgica aplicada pelo cirurgião. (ver exemplo abaixo)

 

Cicatriz Mista
Cicatriz que intercala em seu trajeto mais de um tipo cicatricial pode resultar da associação de um ou mais dos tipos de cicatrizes acima citados, ou inclusive, em combinação com uma cicatriz patológica, como o quelóide ou cicatriz hipertrófica, ou até ambas simultaneamente.

Cicatriz mista com áreas discrômica, alargada e hipertrófica

Cicatriz “em alçapão”
Cicatriz de trajeto curvo (em forma da letra “C” ou “U”), que por isso acumula líquido linfático em sua região central, o que faz que mais tarde o centro fique mais saliente que a cicatriz propriamente dita pode resultar em consequência de ferimentos onde porções de pele foram levantadas (retalhos cutâneos) por fragmentos de vidro ou por queda acidental.

Cicatriz em alçapão

Cicatriz em alçapão

Cicatrizes por queimadura
As queimaduras, assim como outros ferimentos que resultem em perda de uma grande área de pele, podem formar uma cicatriz que repuxa as margens da pele ao redor, causando um processo chamado de contração. Assim, é comum que o resultado final de uma cicatriz por queimadura seja uma cicatriz contrátil, ou também chamada de cicatriz retrátil. A contratura resultante pode afetar os músculos e os tendões vizinhos, restringindo o movimento normal (capacidade funcional) dos mesmos e, por conseguinte, da região do corpo acometida. Após algum tempo, esse fato pode ocasionar, inclusive, deformidade óssea e/ou articular.

Corrigir uma contratura envolve, geralmente, substituí-la por retalho ou enxertos de pele (transplantes de pele com irrigação sanguínea própria ou a partir do leito receptor, respectivamente). Em alguns casos um procedimento conhecido como Z-plastia pode ser usado. Novas técnicas, como a utilização de expansor de tecido (pele) vizinho à lesão, tem sido cada vez mais utilizadas. Se a contratura não for recente, o paciente pode necessitar de fisioterapia após a cirurgia para restaurar os movimentos.

Fatores que influenciam na cicatriz
O aspecto da cicatriz depende de vários outros fatores como a localização no corpo, sentido da cicatriz em relação a linhas naturais da pele, comprimento, largura, profundidade, formato da cicatriz, características genéticas de cada individuo. Por exemplo, pacientes com cor de pele escura ou de origem oriental apresentam, probabilidade, maior de risco de desenvolver cicatrizes discrômicas e/ou hipertróficas e, em contrapartida, pacientes idosos possuem maior chance de terem cicatrizes finas e mais estéticas.

Técnica cirúrgica
A qualidade de uma cicatriz é determinada pelos fatores genéticos, fatores da lesão (localização, sentido,….) e também pela técnica cirúrgica empregada pelo cirurgião. Desde o momento da incisão até o fechamento da ferida cirúrgica existe uma série de fatores que influenciam no resultado estético, no tratamento e no prognóstico da cicatriz.

Cuidados pós-cirúrgicos
O processo de cicatrização da pele leva vários meses para definir o aspecto final da cicatriz, mas durante esse processo podemos atuar para que o resultado final seja o melhor possível.

Cicatrização escura ou dolorida?
Existem muitas dúvidas sobre a cicatrização da pele, como a cicatrização escura ou dolorida. Após o procedimento operatório, alguns cuidados devem ser levados em consideração, já que o processo de cicatrização da pele leva vários meses até chegar ao seu aspecto final.

Além de uma boa técnica de sutura, usada pelo médico cirurgião, os cuidados para não ficar com uma cicatriz escura, e também para não ter uma cicatriz doendo durante o processo de recuperação, devem receber atenção. É através de curativos que funcionam como pontos falsos que se consegue proteger melhor as áreas de cicatrizes doloridas, pois os curativos diminuem a tensão do local.

Os cuidados com a alimentação, por exemplo, ajudam muito no processo de cicatrização. A vitamina C é importante para a produção de colágeno. É necessário ficar atento ainda quando se tem uma cicatriz dolorida, dura ou que esteja coçando bastante, ou até mesmo com elevação ou vermelhidão. Se esses sintomas surgirem, uma má evolução da cicatriz está sendo revelada.

Como forma de auxiliar na redução das coceiras, por exemplo, a hidratação da cicatriz com cremes à base de cremes de silicones e óleos é recomendada.

Cicatriz Avermelhada
Após o processo operatório, normalmente nos três primeiros meses, a cicatriz vermelha, assim chamada por muitos, é natural, tendo a necessidade, por parte do paciente, em atentar-se ao contato direto com o sol, o que pode ocasionar também no escurecimento da cicatriz. Para tentar evitar ainda mais que o processo de cicatrização piore, o uso de curativos em fita é uma boa opção.

Neste caso, como a cicatriz será recente, não se deve arranhar em casos de coceiras extremas, isso pode prejudicar todo o processo de cicatrização, causando dores futuras e, até mesmo, problemas mais graves.

Cicatriz Ardendo
No começo, após o processo cirúrgico e no início da cicatrização, pode ser normal sentir ardência. No entanto, se após a cicatrização completa da lesão, o local começa a arder, é o momento de procurar o cirurgião responsável para que sejam realizadas ações necessárias. É recomendável que se procure o quanto antes para evitar problemas maiores.

Tratamento de Cicatrizes
O tratamento adequado das cicatrizes, fundamental após qualquer cirurgia plástica, pode ajudar a evitar o aparecimento de cicatrizes hipertróficas e quelóides. Atualmente, os mais recentes desenvolvimentos tecnológicos se tornaram valiosas ferramentas de auxílio a técnicas consagradas como a realização de massagens com cremes específicos e a utilização de placas de silicone, usadas para acelerar o amadurecimento das cicatrizes.

Mas indiscutivelmente a técnica utilizada pelo cirurgião ao realizar a sutura (dar pontos) é o fator mais importante no resultado final da aparência da cicatriz, assim a técnica apurada (delicada), sem machucar a pele, a escolha de fios de sutura apropriados e agulhas delicadas, evitar tensão na cicatriz, são preceitos básicos para o cirurgião plástico obter uma boa cicatrização.

O objetivo final é sempre utilizar as técnicas e materiais mais refinados na tentativa de obter cicatrizes finas e praticamente imperceptíveis.

Probabilidade de formar uma cicatriz inestética
O aparecimento de um quelóide ou cicatriz hipertrófica tem sido um desafio constante (ou melhor, um tormento) no pós-operatório de qualquer tipo de intervenção cirúrgica. Porém, é na Cirurgia Plástica que esse transtorno assume proporções mais angustiantes ao paciente e, principalmente, em cirurgias estéticas. As pessoas com quelóide ou cicatrizes hipertróficas por intervenções cirúrgicas estéticas, infelizmente, sabem muito bem disso.

Entretanto, se você tem vontade de realizar uma cirurgia plástica estética e é portador(a) de quelóide ou de cicatriz hipertrófica, ou já teve essas cicatrizes patológicas no passado, mantenha o ânimo. A prevenção de um quelóide ou cicatriz hipertrófica tem sido possível e cada vez mais frequente.

Hoje conseguimos prever o risco potencial de desenvolvimento de uma cicatriz patológica ou inestética, considerando os fatores antes citados, e assim, agir para favorecer uma melhor evolução cicatricial. Para isso, o cirurgião plástico deve realizar o melhor planejamento possível na escolha das melhores medidas para esse fim. Deve examinar o tipo de pele, assim como os antecedentes cirúrgicos do paciente, para avaliar o risco do mesmo desenvolver uma cicatriz inestética, cicatriz hipertrófica ou quelóide. Para uma cirurgia plástica, assim como para qualquer outra, possuímos recursos para prevenir e reduzir, ao mínimo possível, o aparecimento de um quelóide ou cicatriz hipertrófica.

Fonte: Andre Venturelli

Sangramento de Escape – Porque Acontece?

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Sabe quando você tem um sangramento de surpresa, completamente fora da data que sua menstruação deveria vir? Normalmente é um sangramento mais leve, que dura poucos dias e parece que vem só para sujar a calcinha, não é? Esses podem ser os sangramentos de escapes, e na verdade eles podem te dizer muito sobre o seu corpo!

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Sangramento de escape é o nome que se dá a um sangramento minimo que pode ocorrer ao decorrer do ciclo menstrual ou também conhecido como escape menstrual.  Tende a ser menor do que o sangramento menstrual e em algumas vezes pode apresentar uma cor diferenciada da menstruação com sangue vivo. Aí no meio da cartela do anticoncepcional o sangue aparece do nada e isso é considerado um sangramento de escape bem característico.

Causas do Escape Menstrual
Mas você sabe o que causa e o que fazer quando o escape menstrual acontece? Também chamado de sangramento inter menstrual, o sangramento de escape pode ser causado por alguns motivos e não só por uso da pílula. Porém este sangramento pode acontecer em algumas outras situações como na gravidez, por exemplo. Porém, na gravidez a luz amarela deve-se acender com esses sangramentos pois pode apresentar alguns riscos a gestação. Mas como identificar um sangramento de escape sem estar grávida?

O sangramento de escape menstrual é caracterizado tipicamente com uso de anticoncepcionais. No meio da cartela de anticoncepcional, um sangramento aparece e pode preocupar a mulher. Isso acontece porque algumas pílulas têm maiores chances de oferecer esse risco de sangramento dependendo do organismo da usuária com determinada pílula.

Se a quantidade hormonal da pílula for menor do que o organismo da mulher necessita, o escape menstrual pode acontecer com frequência e nesses casos a recorrer ao médico é essencial para cessar o sangramento de escape.

Um sangramento de escape menstrual amarronzado com aspecto de borra de café pode acontecer devido aos hormônios da pílula. Algumas pílulas de baixa dosagem hormonal são campeões de escape, portanto ficar alerta é muito importante. O sangramento de escape pode ser equivalente há 2 colheres de sangue enquanto a menstruação equivalem até 8 colheres de sangue.

Outros Fatores Para Acontecer o Sangramento de Escape
Mulheres que tomam anticoncepcionais há muito tempo podem também ter sangramento de escape menstrual devido ao organismo “acostumar” com a pílula, e quando isso passa a acontecer com frequência, é hora de conversar com o médico ginecologista para aumentar a dose ou mesmo trocar o medicamento.

A pílula do dia seguinte é a vilã dos escapes, ela proporciona mesmo o escape menstrual para mostrar a sua eficácia. Portanto, se você tomou a pílula do dia seguinte e teve um escape marrom ou avermelhado é sinal de que a pílula funcionou como previsto para evitar a gravidez.

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Se virar rotina em mais de 2 ciclos, o sangramento deve ser investigado por um médico para serem descartados problemas tais como endometriose, síndrome dos ovários policísticos e até mesmo gravidez já que um dos tipos de escapes que podem acontecer pode ser o sangramento de nidação.

IMPORTANTE: É importante saber que mesmo tendo sangramento de escape pode engravidar, já que o ciclo menstrual continua naturalmente.

Sangramento de Escape na Gravidez
O sangramento de escape menstrual mais perigoso é o que acontece na gravidez, esse pode acontecer por deficiência hormonal ou mesmo outros fatores como descolamento da placenta, ruptura da prematura ou não da bolsa e até mesmo infecção urinária ou placenta prévia. Gestações de risco também podem ter sangramentos de escape com esforços ou relação sexual.

Sangramento de Escape Repetitivo
O importante é investigar o sangramento de escape menstrual persistente, um simples sangramento pode se tornar dor de cabeça e muito inconvenientes, pois se tornam repetitivos e em diversos dias do mesmo ciclo fazendo a mulher sangrar por muito tempo além do que de costume. Descartar a hipótese do sangramento ser da uretra ou ânus é muito importante, com um exame simples, o médico pode detectar o local exato do sangramento.

Uma medicação apropriada e tratamentos simples podem ajudar a conter esses sangramentos de escape menstrual e tornar a vida muito mais fácil sem os inconvenientes sangramentos de escape. Então resumindo: sangramento de escape pode acontecer por conta da pílula anticoncepcional, em outros casos por conta da pílula do dia seguinte, mas se você está grávida tem que ficar alerta a esses sangramentos e em qualquer um dos casos uma visita ao ginecologista fará muito bem.

Dúvidas das Leitoras:
Como parar o sangramento de escape menstrual?
Normalmente o sangramento de escape para naturalmente com o passar dos dias, mas se for algo recorrente o ginecologista pode recomendar a troca do anticoncepcional utilizado ou até mesmo a mudança de certos hábitos como o tabagismo. O uso de cigarro aumenta as chances de sangramentos de escapes e o problema pode ser sanado deixando o uso.

Como diferenciar menstruação do sangramento de escape?
A grande diferença da menstruação para o sangramento de escape menstrual está na quantidade do sangue. O sangramento de escape normalmente não é prolongado e quase sempre vem somente para sujar a calcinha, muitas vezes nem precisando de absorvente para conter.

Tem como engravidar tendo sangramento de escape?
Se você usa anticoncepcional corretamente e o sangramento de escape menstrual ocorre as chances de você engravidar são quase nulas, mas se não usa nenhuma contraceptivo com certeza existem chances.

Há outras causas para sangramento de escape?
Apesar do sangramento de escape ser mais comum entre as usuárias de anticoncepcionais, ele também pode ser sinal de outros problemas de saúde. Algumas condições que podem causar sangramentos incluem pólipos no colo do útero, miomas no útero e síndrome do ovário policístico. Se você não costuma ter sangramentos de escape e começar a apresentar sangramentos de escape repetitivos, converse com seu médico.

Qual é a cor do sangramento de escape?
Normalmente o sangramento de escape tem cor escura na cor marrom podendo ser comparada com a borra de café.

Fonte: Trocando Fraldas

MENSTRUAÇÃO PROLONGADA: CONHEÇA POSSÍVEIS CAUSAS E TRATAMENTOS

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Menstruação prolongada é quando o período menstrual ultrapassa 7 dias. O sangramento saudável, segundo o ginecologista Alexandre Rossi deve durar entre 2 e 7 dias, qualquer período diferente disso já deve levantar suspeitas. O fluxo menstrual longo é um sintoma de algumas doenças ginecológicas, como os miomas uterinos ou a síndrome do ovário policístico. E além das causas que representam quadros perigosos, o fluxo longo pode ainda ser um efeito do método contraceptivo. Saiba mais:

 

Miomas podem ser responsáveis por prolongar a menstruação

 

Quando a menstruação dura mais tempo que o normal, as primeiras suspeitas, de acordo com o ginecologista, são miomas e pólipos, tumores benignos que se desenvolvem no útero ou se fixam na parede interna do órgão. Sem uma causa bem explicitada, esses são dois tipos de tumores que provocam fluxo irregular, sangramento entre dois períodos menstruais e dores locais, principalmente na região abdominal. Além disso, também é comum a menstruação prolongada com coágulos. Isso acontece porque o sangramento mais intenso faz com que o organismo produzir os coágulos. Os tratamentos envolvem o uso de medicamentos hormonais e possivelmente cirurgia para retirar o mioma ou o pólipo.
“Não sendo estas as causas, devemos pesquisar as hormonais, que podem levar a distúrbios de ovulação, como a síndrome dos ovários policísticos e hiperprolactinemia”, acrescenta o especialista. A síndrome do ovário policístico é um distúrbio hormonal que causa um aumento no tamanho dos ovários e a presença de pequenos cistos na parte exterior deles. O tratamento é feito com a reposição hormonal, principalmente por meio do uso de pílulas anticoncepcionais.

Já a hiperprolactinemia é um quadro de excesso de produção prolactina (responsável pela produção de leite), normalmente associado a um tumor benigno na hipófise, o prolactinoma. Para tratar o problema, é possível eliminar os tumores por meio de medicamentos. Por fim, distúrbios na coagulação também podem provocar um período de sangramento maior do que o normal.

 

Menstruação prolongada e anticoncepcional

 

A pílula do dia seguinte é um método de emergência que pode provocar alterações no ciclo menstrual e tornar a menstruação mais longa. Esse contraceptivo possui uma alta dose de carga hormonal, impedindo a ovulação e alterando o muco cervical da mulher. Quando isso acontece, o organismo precisa “processar” os novos níveis de hormônios presentes no corpo e isso pode acabar alterando o momento do ciclo em que a mulher está. Com o isso, o fluxo menstrual pode ficar um pouco maior, tendo uma duração acima do normal.

 

Um outro quadro de menstruação prolongada que envolve métodos contraceptivos é com o dispositivo intra-uterino sem hormônios, o DIU de cobre. O método não apresenta hormônios, mas para que os efeitos contraceptivos entrem em ação, sua haste revestida de cobre torna o ambiente hostil aos espermatozóides e provoca alterações no endométrio, a camada que reveste o útero e é descamada durante a menstruação. Com mudanças nesse tecido, portanto, o período menstrual pode durar mais dias, principalmente nos primeiros meses de adaptação com o DIU.

 

Menstruação prolongada: como parar?

 

Segundo Alexandre, todos os casos de período menstrual acima de 7 dias devem ser investigadas por um ginecologista. Depois disso, o tratamento deve ser voltado para qualquer diagnóstico de doença, se houver, somado de medicações adicionais. “No tratamento geral podemos usar os anti-inflamatórios não hormonais no período menstrual como o piroxicam ou antifibrinolíticos como o ácido tranexâmico. Os contraceptivos hormonais também são indicados no tratamento, podendo ter efeito de até cessação da menstruação”, finaliza o profissional.

Fonte: So Delas

COMO É O TRABALHO DO FARMACÊUTICO INDUSTRIAL?

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O setor farmacêutico industrial é um dos mais promissores dentro da área da saúde. Diante desse cenário, os profissionais que trabalham nesse ambiente costumam ser bastante valorizados e requisitados, além de terem noção das suas responsabilidades e da sua importância dentro do mercado.

Ficou curioso em saber mais sobre essa profissão? Este artigo vai abordar as principais informações sobre o trabalho do farmacêutico industrial. Acompanhe a leitura e confira mais detalhes!

O crescimento favorável da indústria farmacêutica abriu espaço para que despontasse um novo ramo no mercado de trabalho. Trata-se da área farmacêutica industrial. O profissional que atua nessa área tem ficado muito valorizado no ramo da saúde.

De fato, o mercado de trabalho para esse profissional vem se tornando muito promissor, especialmente em alguns estados do Brasil que são conhecidos como verdadeiros polos industriais. Estamos falando de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, entre outros.

As atribuições do farmacêutico industrial vão muito além da mera administração, do controle de uma farmácia e das atividades industriais. A profissão também envolve a observação de normas e instruções diretas que são emitidas pela Vigilância Sanitária e pelo Conselho Regional de Farmácia. De toda forma, é essencial que o profissional esteja em constante aprendizado a fim de assegurar os melhores resultados no desempenho do seu trabalho.

Nesse sentido, a atuação do farmacêutico industrial envolve todas as fases da cadeia de produção de uma indústria, seja de forma direta ou indireta. Os setores mais comuns de trabalho dessa profissão são: cosmética, farmácia, alimentos e farmoquímica.

Entre as principais atividades que são desempenhadas por esse profissional, podemos citar:

gestão, controle e garantia da qualidade;
toxicologia ocupacional no ambiente de trabalho;
controle de qualidade microbiológica;
pesquisa de alimentos;
questões regulatórias;
engenharia industrial;
qualificação e validação;
supervisão da cadeia de produção;
farmacovigilância dos processos industriais;
controle e análise da documentação técnica;
pesquisa de substâncias e criação de novos compostos;
gestão de tarefas relacionadas ao setor de programação e controle de produção, ao registro de produtos e ao controle da qualidade;
análise e supervisão da qualidade e desenvolvimento de embalagens de produtos;
gestão de atividades relacionadas ao SAC;
gerenciamento do setor de validação de processos;
criação de um fluxograma de execução para processos de produção e controle de qualidade;
acompanhamento em etapas de auditoria sanitária.
A qualificação do farmacêutico industrial
A grande valorização do farmacêutico industrial se deve principalmente ao fato de sua alta qualificação dentro do mercado, fazendo com que esse trabalhador seja disputado por diversas empresas. Para isso, o profissional deve se formar no curso de graduação de Farmácia e se especializar na área farmacoindustrial, frequentando pós-graduação e cursos de gestão industrial farmacêutica e de controle de qualidade, por exemplo.

Até porque a área da Farmácia é ampla e apresenta muitas possibilidades. Trata-se de uma verdadeira ligação entre o campo da medicina e a sociedade, de uma forma geral. Além disso, é importante que o profissional tenha o conhecimento de outros idiomas, especialmente do inglês. A maioria das indústrias estabelece esse pré-requisito para os candidatos. Afinal, muitos livros estão escritos nessa língua.

Nesse sentido, o profissional desse ramo deve dominar conhecimentos aprofundados sobre composição farmacológica e química dos medicamentos, gestão industrial, ferramentas da qualidade, interações entre as substâncias, normas nacionais e internacionais de Boas Práticas de Fabricação, legislação sanitária do setor, quantidade de cada composto a ser utilizado no preparo de uma determinada medicação e assim por diante.

A importância do farmacêutico na indústria
O Brasil é considerado como uma verdadeira potência mundial quando o assunto é o desenvolvimento do mercado farmacêutico. O país é uma das principais nações que consomem medicamentos em todo o mundo, e essa tendência só deve aumentar nos próximos anos.

Quando se trata da indústria farmacêutica, esse profissional ganha ainda mais relevância. Afinal, ele é o maior responsável por manter o controle de qualidade dos processos medicamentosos e gerenciar as auditorias e inspeções obrigatórias por lei.

Assim, atua na análise e na elaboração de medicações, no controle de pureza, na qualidade e eficácia dos fármacos, na vigilância dos processos para evitar qualquer tipo de contaminação, nos programas de validação de procedimentos, na certificação de fornecedores, na participação em auditorias, na pesquisa de novos medicamentos e cosméticos, nas análises laboratoriais, na aprovação dos produtos finais que serão disponibilizados para o mercado, entre outras funções.

O mercado de trabalho para o farmacêutico industrial
O mercado de trabalho para o farmacêutico industrial é bastante amplo e promissor no Brasil e em todo o mundo. Esses profissionais costumam receber altos salários e apresentem boas chances de progressão na carreira dentro das empresas. Além disso, existem várias outras possibilidades de atuação, como no setor acadêmico e na área de pesquisas dentro do próprio ramo da indústria.

Essas boas oportunidades se devem principalmente ao fato de o setor industrial farmacêutico ser uma área relativamente nova e que demanda um grande número de profissionais. Mas, para que o cenário seja bem aproveitado, é necessário que o farmacêutico tenha uma boa qualificação técnica e que esteja bem preparado para atuar na área.

As dicas para se destacar na área farmacêutica industrial
Confira as principais medidas que o profissional deve colocar em prática para ter sucesso na carreira farmacêutica industrial.

Tenha o domínio do inglês
Como adiantamos, o inglês fluente é uma condição essencial para atuar na profissão. De fato, dominar um segundo ou até mesmo um terceiro idioma é uma forma de se destacar no setor farmacêutico industrial. Isso porque se trata de uma área que demanda a leitura de vários artigos científicos, bem como de normas e guias de harmonização que estão escritos na língua inglesa.

Tenha bons conhecimentos teóricos, específicos e regulatórios
A ANVISA fiscaliza e determina que as indústrias farmacêuticas estejam fielmente adaptadas às exigências sanitárias. Nesse sentido, o farmacêutico ganha especial destaque, afinal, é ele que vai desempenhar essa função. O trabalhador tem o papel de garantir a qualidade dos processos fabris, além da segurança e da eficácia dos medicamentos produzidos.

Tenha inteligência emocional
O profissional ainda precisa dominar as suas emoções. Ele deve ter capacidade de negociação e ser flexível. Além disso, as habilidades de proatividade, liderança e comunicação também são um diferencial para a carreira, pois proporcionarão que o trabalhador alcance altos cargos estratégicos dentro das empresas.

 

Como vimos, o farmacêutico industrial é um profissional que detém uma das carreiras mais concorridas e promissoras do mercado da saúde e da farmacologia. De fato, a edição de legislações nesse sentido aumentou a preocupação com a qualidade dos produtos industrializados e com o controle e a gestão da produtividade industrial.

Por fim, destacamos que também é importante valorizar o papel da rede de contatos na hora de ingressar na área. Afinal, quanto melhor a qualidade do seu networking, maiores são as chances de obter altos cargos dentro de uma organização.

Além do farmacêutico industrial, o enfermeiro é um profissional fundamental para promover o acesso da população à saúde pública e incentivar a prevenção de doenças e redução de mortes. Aproveite a visita ao blog e confira se o enfermeiro pode prescrever medicações e fazer consultas!

Fonte: Hipolabor

Cientistas criticam demora na aquisição de vacinas e apontam falta de campanhas

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CPI da Pandemia ouviu nesta na sexta-feira (11) os cientistas Natalia Pasternak e Claudio Maierovitch. A sessão foi aberta por volta das 9h45 e durou até às 17h55.

Durante a oitiva, os especialistas criticaram a demora da União para adquirir vacinas contra a Covid-19 e apontaram que a falta de campanhas por parte do governo federal prejudicou o país no combate à pandemia,

Estudos citados por Pasternak e Maierovitch na sessão apontam que a compra de imunizantes, isolamento social e campanhas de comunicação poderiam ter evitado quase 375 mil mortes no Brasil.

Os dois depoentes defenderam também que — mesmo com a gama de vacinados no país crescendo — o uso de máscara e a manutenção de outras medidas preventivas continua sendo essencial.

“Enquanto não tivermos uma quantidade enorme, uma proporção muto grande da população vacinada, temos que continuar tomando todos os cuidados, usando máscaras quando tivermos pessoas próximas ou em locais fechados”, afirmou Maierovitch.

Já Pasternak disse que os números da Covid-19 vão guiar o país para decidir quando  se deve relaxar as medidas preventivas.

“Nenhuma vacina é 100% e a eficácia dessas vacinas vai variar com a taxa de transmissão comunitária”, ressaltou. “Isso, em conjunto, vai nos levar a um momento onde a curva da doença vai decair e vai permitir, então, que a gente relaxe medidas de quarentena. Esse momento ainda não chegou. E quando temos o chefe da nação fingindo que esse momento chegou, isso confunde a população. E precisamos de uma população esclarecida.”

A participação dos cientistas na CPI atendeu a requerimentos dos senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Humberto Costa (PT-PE) e Marcos do Val (Podemos-ES) – este último, apenas no caso de Pasternak.

Os parlamentares citaram a trajetória pública e acadêmica nacional e internacional dos profissionais nas justificativas, afirmando que os cientistas teriam condições de esclarecer o país sobre a melhor forma de enfrentamento à pandemia de Covid-19.

Os cientistas Claudio Maierovitch e Natalia Pasternak apresentaram estimativas de mortes em decorrência por Covid-19 que poderiam ter sido evitadas caso o governo federal tivesse adquirido vacinas antes e adotado mais medidas de combate à pandemia.

Ao citar um estudo realizado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Maierovitch apontou que cerca de 90 mil óbitos poderiam ter sido evitados se os acordos com o Instituto Butantan e a farmacêutica Pfizer tivessem sido assinados antes.

Ainda segundo o cientista, se o Brasil tivesse tido “alguns períodos de confinamento” e “uma boa campanha de comunicação”, metade das 482.019 mortes que o país registra poderiam não ter ocorrido.

“Muito difícil falar em números. Caso tivessem sido fechados acordos precocemente, com o Butantan e com a Pfizer, teríamos evitado entorno de 80 a 90 mil mortes no país. Certamente se tivéssemos tido alguns períodos de confinamento, uma boa campanha de comunicação, nos teríamos um número de mortes muito menor. Não sei se alguém já fez essa estimativa de forma científica. Mas se formos pensar nestes números em forma de grandeza, dá para pensar em metade dessas mortes evitáveis”, afirmou.

Já Pasternak apresentou um levantamento realizado pelo epidemiologista Pedro Hallal, professor da Escola Superior de Educação Física da UFPel e coordenador do Epicovid-19, um dos maiores estudos sobre coronavírus no país. Segundo o estudo — publicado na revista científica The Lancet –, caso o Brasil estivesse na média mundial de controle da pandemia, três de quatro mortes poderiam ter sido evitadas.

“Ou seja, quando atingirmos 500 mil mortes, isso quer dizer que 375 mil poderiam ter sido evitadas com melhor controle da pandemia”, ressaltou a cientista.

Em resposta ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), Natalia Pasternak afirmou que medidas preventivas contra a Covid-19 precisam ser implementadas, de preferência, com uma campanha coordenada pelo governo federal e pelo Ministério da Saúde “para que estados e municípios tenha diretrizes claras de como proceder e possam proceder em conjunto”.

“Claro que é um grande desafio num nosso país como o nosso, com a desigualdade social tão grande como a nossa, falar em lockdown – parece hipocrisia (…) Precisamos garantir que esses poucos que tem esse privilégio, que não precisam sair e pegar transporte público, que fiquem nas suas casas e não fazendo festinhas”, afirmou.

Ela disse que, para isso, é fundamental a realização de campanhas de conscientização para as classes mais privilegiadas.

“E as pessoas que não podem [ficar em casa], temos que ampará-las, inclusive financeiramente, para que possam se proteger. E que, quando precisem se expor, tenham acesso a recursos de proteção”, completou.

Ela defendeu ainda a realização de lockdowns coordenador por região. “E não uma cidade aqui e outra ali, que são belos estudos de caso, mas que não terão efeito duradouro e prolongado na sociedade.”

Questionado sobre a possibilidade de uma terceira onda de casos de Covid-19, Claudio Maierovitch afirmou que é difícil falar em ondas no Brasil porque tivemos, na verdade, uma “escada” de infecções e mortes.

“A partir do momento que isso não se estabilizou, a tendência é termos patamares superiores. É como se lançássemos um foguete de uma altitude maior. Começamos em março do ano passado, do zero, e atingimos uma grande altitude na metade do ano passado. Recomeçamos em um patamar já superior no fim do ano passado e atingimos o triplo daquele pico anterior”, disse.

“Agora, se forem confirmadas as previsões de uma nova transmissão intensa – e há sinais importantes dados pela lotação dos hospitais em vários estados –, partimos de um patamar ainda mais alto e sem uma imunidade coletiva capaz de conter isso”, completou.

Ele disse, porém, que a esperança é que esse eventual aumento de infecções tenha uma letalidade um pouco inferior porque boa parte da população idosa já foi vacinada ou já tera sido vacinada nos próximos um ou dois meses.

O especialista afirmou ainda que essa pandemia serviu para revelar duas coisas importantes aos estudiosos da área: “primeiro, as consequências invisíveis de nosso trato com o ambiente – boa parte dos agentes infecciosos novos ou que tem dado problema para a população humana são decorrentes da invasão de ambiente em que esses organismos estavam preservados por razões econômicas”, disse.

“A segunda foi o despreparo. Todo o mundo, nos imaginávamos muito mais preparados. Sem dúvida, essa pandemia deve criar um movimento mundial de aperfeiçoamento da capacidade de detecção, identificação rápida e reação frente a pandemias.”

Para Natalia Pasternak, não houve uma ampla campanha de conscientização sobre a pandemia e posicionamentos de “figuras de autoridade” confundiram a população.

“Falta campanha. Não se conduz uma resposta à pandemia sem informação. E quando vemos figuras de autoridade que se comportam de maneira contrária à ciência, confunde as pessoas”, disse. Segundo ela, informações contrárias à ciência e a falta de campanhas informativas sobre o uso de máscara e medidas de enfrentamento à pandemia fizem as pessoas assumirem “comportamentos de risco”.

“A crença de que existe uma cura fácil, simples, barata, que bom que isso fosse verdade, ilude as pessoas, cria uma falsa sensação de segurança. E leva as pessoas a um comportamento de risco.”

Segundo Maierovitch, há banalização de mortes e a falta de comunicação clara sobre a doença contribui para isso. “Estamos vivendo uma catástrofe deste tamanho e vamos nos anestesiando para isso. Acredito que uma parte disso tem relação muito forte com a comunicação, como as mortes que têm sido banalizadas.”

Ao responder o relator da CPI, senador Renan Calheiros, Maierovitch afirmou que não há precedente na história sobre controle de epidemias sem a presença do Estado. Para ele, numa situação de crise como a enfrentada pelo Brasil a “necessidade de tomada de decisões é contínua” e não deve ser tratada por “amadores”.

“Queria trazer a lembrança que não existe precedente de controle de pandemia sem o Estado. Não existe na nossa história.  Queria trazer um exemplo (…) A necessidade de tomada de decisões é contínua. Isso exige um mecanismo de gestão que permita prosseguir, resolver problemas o tempo todo. Isso significava, por exemplo, um ministro acionar outro ministro, para, por exemplo, levar vacinas em um voo da FAB. Isso não é assunto para amador. Tem decisões que precisam ser tomadas imediatamente”, disse.

• Spray Nasal: ‘Visita brasileira surpreendeu pesquisadores israelenses’

Ao avaliar o spray nasal, em fase de desenvolvimento por pesquisadores de Israel, como um possível medicamento para Covid-19, Pasternak afirmou que a visita da comitiva brasileira ao país “surpreendeu até mesmo os pesquisadores israrelenses”. “É um remédio em fase inicial que não tinha tanto motivo para atrair tanto interesse de qualquer governo” completou.

Para Maierovitch, a troca de informações entre pesquisadores de diversos países é um procedimento normal, mas a ida presencial à Israel não era necessária.

“Uma coisa é troca de informações, estamos trocando informações o tempo todo. Quando eu vi a notícia da delegação visitar Israel, fiquei pensando o que eles vão olhar lá que precisa da presença física. Eu exercitei a minha imaginação e não consegui pensar em nada que exigisse a presença física. Mesmo que quem esteve lá, o que não parece ser o caso, fosse um grande especialista em pesquisa”, disse.

• Uso de máscara deve continuar até curva da Covid-19 cair

Questionados pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues, sobre a possibilidade de pessoas vacinas ou que já tiveram Covid-19 deixarem de usar máscara – como defendido na véspera pelo presidente Jair Bolsonaro –, os dois especialista se mostraram contrário à essa possibilidade.

“O que sabemos até agora é que mesmo pessoas que tiveram infecção e pessoas vacinadas podem ter infecção, podem voltar a ficar doentes”, disse Claudio Maierovitch.

“Enquanto não tivermos uma quantidade enorme, uma proporção muto grande da população vacinada, temos que continuar tomando todos os cuidados, usando máscaras quando tivermos pessoas próximas ou em locais fechados”, defendeu.

Natalia Pasternak defendeu que o uso de máscara e a manutenção de outras medidas preventivas continua sendo essencial.

“Não é apenas o porcentual de vacinados. Os números da Covid que vão nos dizer quando relaxar as medidas preventivas. Nenhuma vacina é 100% e a eficácia dessas vacinas vai variar com a taxa de transmissão comunitária”, afirmou.

“Isso, em conjunto, vai nos levar a um momento onde a curva da doença vai decair e vai permitir, então, que a gente relaxe medidas de quarentena. Esse momento ainda não chegou. E quando temos o chefe da nação fingindo que esse momento chegou, isso confunde a população. E precisamos de uma população esclarecida.”

• ‘Kit Covid’ não tem nenhuma base científica que apoie seu uso

Perguntados sobre a combinação de medicamentos, distribuídos em vários locais do país em conjunto e chamados de “kit covid”, Natalia Pasternak destacou que falta base científica para apoiar o uso desses fármacos de forma conjunta.

“Hidroxicloroquina é um medicamento comum e muito bom para malária – e para algumas doenças autoimunies. Mas nunca foi testado em conjunto com outros medicamentos como a azitromicina, a invermectina, a annita, e outros componentes que aparecem e somem desse ‘Kit Covid'”, disse a especialista.

“Nesse kit tem uma série de medicamentos que nunca foram testados em conjunto, com interações medicamentosa. E, no caso da hidroxicloroquina, ela sozinha tem um teste de segurança, mas junto com azitromicina já não tem, sendo que são dois medicamentos que podem ter como efeito colateral o aumento de complicações cardíacas”, continuou.

“Esses medicamentos, em conjunto, podem ter interações medicamentosas nocivas para rins, figado e podem levar pessoas para fila de transplante, como tem acontecido com usuários desse kit.”

Claudio Maierovitch destacou outro aspecto importante que é o fato de o uso indiscriminado de medicamentos poder aumentar a resistência de bactérias a antimicrobianos.

“Um dos medicamentos frequentemente incluídos no kit covid é um antibiótico, chamado azitromicina. Isso, além do procendente, é em si um problema enorme para a saúde pública, em um desafio já colocado há tempos, mas particularmente no século 21, que é a resistência de bactérias a antimicrobianos”, disse o médico.

“Na medida que são distribuídos na forma de kits, teremos cada vez menos opções para tratar infecções bacterianas importantes”, completou.

“A azitromicina tem um lugar específico para uso na terapêutica médica (…) e vem sendo ‘queimada’ por um uso irresponsável para uma indicação que não lhe cabe.”

• Especialistas dizem que outros remédios também são ineficazes contra o novo coronavírus

Renan perguntou sobre a eficácia de outros medicamentos, além da cloroquina, para o enfrentamento da Covid-19 e citou como exemplos ivermectina, zinco e annita.

“Esses medicamentos não servem para Covid-19 de acordo com as evidências acumuladas até agora”, disse a microbiologista Natalia Pasternak.

“As novas evidências precisam ser robustas. Se elas aparecerem, a comunidade científica muda de ideia. Mas as evidências acumuladas até agora, de forma realmente robusta, mostram que esses medicamentos não são indicados para Covid-19.”

Não é tradicional que tenhamos redirecionamento de fármacos para doenças virais porque é realmente muito difícil obter antivirais que funcionem bem. Então, não é nenhuma surpresa que esses medicamentos não funcionem (…) Eles não reduzem carga viral, não reduzem inflamação, não reduzem tempo de hospitalização e não aumentam sobrevida.”

Já Claudio Maierovitch entregou ao senadores um texto de um colega, que foi consultor na OMS, sobre reaproveitamento de fármacos.

“Temos uma lista grande de fármacos, vários deles em fase experimental. Muitos deles já descartados. A maior parte em que se tentou o reposicionamento (…) ainda mostram eficácia muito abaixo do desejado, mas pode ser que surja alguma coisa.”

Maierovitch relembrou também um episódio recente sobre a autorização de uso da Fosfoetanolamina, chamada de “pílula do câncer”.

“Foi aprovado um projeto de lei de autoria do então deputado Jair Bolsonaro propondo a obrigação do governo em fornecer a fosfoetanolamina para [tratamento de] câncer. Não era sequer um medicamento, uma substância produzida em um laboratório da USP”, disse.

“E, depois, se provou realmente não ser um medicamento e a lei foi derrubata pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Trago esse exemplo porque não houve institucionalidade nas decisões baseadas em ciência.”

• Tradicionalmente, doenças virais se controlam com vacinas

Em sua primeira pergunta aos especialistas, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) perguntou qual seria a melhor maneira de combater uma doença viral, como o novo coronavírus.

Natália Pasternak foi direta: “Com vacina. Doenças virais são tradicionalmente, historicamente, combatidas com vacinas”, afirmou.

“Remédios antivirais são difíceis de obter, não são fáceis como antibióticos para infecções bacterianas, que temos uma gama enorme para escolher. Antivirais são difíceis de obter porque o vírus é um parasita intracelular e se aproveita do nosso mecanismo celular para se reproduzir. Temos alguns antivirais muito específicos no mercado, geralmente para uma doença – um que só serve para gripe, um que só serve para herpes”, detalhou.

“Temos vacina para sarampo, rubéola, caxumba, para febre amarela. Varíola, única doença erradicada até hoje, é causada por vírus. Mas nunca controlamos ou erradicamos uma doença com imunidade de rebanho. Controlamos com vacinas. Tivemos varíola por milhares de anos e ela não sumiu. Só sumiu com o processo de vacinação organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que durou 10 anos”, completou

Já Claudio Maierovitch apontou que nenhum antiviral que funciona foi encontrado por acaso.

“Todos eles foram estudados com muito cuidados, com detalhes moleculares, microbiológicos, que permitem conhecer o mecanismo de replicação do vírus, como ele se relaciona com as células humanas, para desenhar moléculas capazes de interferir em cada um desses processos”, detalhou o especialista.

“Não temos no nosso arsenal nenhum que foi encontrado por acaso, que já servia para outra coisa e foi reaproveitado para combater vírus.”

• Não houve coordenação nacional da Pandemia, diz sanitarista

Ao comparar a forma como o Brasil enfrentou a pandemia de Covid-19 com a epidemia de zika vírus, em 2016, o sanitarista Claudio Maierovitch disse que não houve coordenação nacional no combate ao novo coronavírus.

“Uma estrutura de coordenação, não vimos acontecer neste período, senão para cassar responsabilidades do próprio Ministério da Saúde a medida que se constituíram grupos fora do ministério para cuidar da crise”, disse o especialista.

“Não tivemos, por exemplo, critérios homogêneos definidos para o Brasil inteiro de forma que ficou a cargo de cada estado e município definir seus próprios critérios [de enfrentamento]. Isso pode parecer democrático. Mas em uma pandemia isso deixa de ser democrático para produzir inequidades”, apontou.

“Não tivemos sequer um plano para aquisição dos imunobiológicos. Assistimos estarrecidos um desestímulo oficial para que um grande laboratório nacional assumisse a produção de vacinas”, completou, se referindo às recusas iniciais do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de comprar a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan.

“Certamente o cenário seria diferente se houvesse uma política oficial de busca por imunizantes e de acordos para a produção nacional. Certamente o Butantan poderia ter agido mais rápido e com mais pujança e uma produção mais relevante.”

• Estudo de 2020 colocou Brasil em último lugar na resposta de pandemias

Em sua fala inicial, o médico sanitarista e especialista em políticas públicas e gestão governamental Cláudio Maierovitch apresentou dados de dois estudos, um de 2019 e outro de 2020, que mostravam retratos contraditórios do Brasil no combate a doenças.

No primeiro, da Universidade Johns Hopkins, o país aparecia em 22º num índice chamado Índice Global de Segurança em Saúde, que avalia diferentes dimensões de preparação e da organização do país para responder possíveis ameaças à saúde pública.

No mesmo estudo, o Brasil era o 9º entre 195 países no quesito “resposta rápida ao alastramento de epidemias e mitigação” – os EUA ocupavam o primeiro lugar neste índice.

Já o outro estudo, realizado por pesquisadores australianos, situava o Brasil em último lugar em resposta a pandemia: 98º entre os 98 países estudados – os EUA estavam em 94º.

“Brasil e EUA estavam juntos num conjunto de países com lideranças negacionistas na definição apresentada pela Natalia Pasternak e que resistiram a imposição de medidas de contenção da pandemia”, disse Maierovitch.

“O que poderíamos ter tido, desde o início? Em primeiro lugar, a presença do estado com plano de contenção, antes de a epidemia entrar no Brasil”, afirmou. “Tínhamos experiência para fazer isso no nosso sistema de saúde.”

• Negacionismo da ciência causa mortes, diz especialista

Em sua conclusão sobre a questão do uso da cloroquina em pacientes com Covid-19, a microbiologista Natalia Pasternak afirmou que o Brasil está, pelo menos, seis meses atrasado em relação ao mundo, que já descartou o uso de cloroquina contra o novo coronavírus.

Isso é negacionismo, não é falta de informação. Negar a ciência e usar isso em políticas públicas não é falta de informação, é uma mentira. E no caso triste do Brasil, é uma mentira orquestrada pelo governo federal e pelo Ministério da Saúde. E essa mentira mata porque leva pessoas a comportamentos irracionais que não baseados em ciência.”, afirmou

“Isso não é só para cloroquina, é só um exemplo, mas serve para uso de máscaras, distanciamento social, compra de vacinas – que não foi feita em tempo para proteger nossa população. Esse negacionismo da ciência, perpetuado pelo próprio governo, mata.”

• Testes de cloroquina foram feitos fora de ordem por pressão política e popular

Ainda em sua avaliação sobre a possibilidade de a cloroquina ser usada no tratamento da Covid-19, Natalia Pasternak disse que os testes foram feitos fora a ordem devida (iniciando por estudos pré-clínicos e, depois, evoluindo para estudos de fase 1, 2 e 3) justamente por causa da pandemia e por causa da pressão popular e política muito grandes.

“Se tivessem feito na ordem, teria parado nos pré-clínicos. Por que a cloroquina não tem plausibilidade biológica e nunca funcionou nos testes em animais. Mas como existia uma pressão popular muito grande, foram feitos vários estudos”, afirmou.

Ela explicou que um estudo feito em março de 2020 em células de rins de macaco mostrou que o remédio bloqueava a entrada do vírus nessas células genéricas, onde existe um caminho biológico para ela atuar, “o que não se concretiza em células do trato respiratório”.

Ela também falou de um estudo clínico feito no ano passado com a cloroquina, de todas as maneiras possíveis: “Cobriu tudo e não funciona. Não funciona em células do trato respiratório, em macacos, em tratamento profilático. Testamos cloroquina em tudo e não funciona.”

• Cloroquina nunca teve plausabilidade biológica contra Covid-19

Ao exemplificar como se busca os fatos em questões de saúde pública e para testes de um medicamentos, Natalia Pasternak fez uma análise da cloroquina, “que ainda causa muita confusão no nosso país”.

“A primeira coisa que temos que ver é se existe plausabilidade biológica. Existe um mecanismo celular, biológico, que esse fármaco pode agir? Pode impedir a entrada na célula? Pode impedir a replicação do vírus? O que ele pode fazer?”, explicou.

“No caso da cloroquina, infelizmente, ela nunca teve plausabilidade biológica para funcionar. O caminho pelo qual ela bloqueia a entrada do vírus na célula só funciona in vitro, em tubo de ensaio. Nas células do trato respiratório, o caminho é outro. Então, ela já nunca poderia ter funcionado.”

Outro passo é examinar a probabilidade dela funcionar, ou seja, se o remédio já foi efetivo para outras doenças, para outras viroses.

“Não, nunca funcionou. A cloroquina já foi testada e falhou para várias doenças provocada por vírus, como zika, dengue, Chikungunya, o próprio Sars [causado por outro tipo de coronavírus], aids, ebola e nunca funcionou”, detalhou a microbiologista.

Ela destacou também que evidências anedóticas, como “meu vizinho e meu cunhado tomaram cloroquina e se curaram” não são evidências científicas, mas sim causos, histórias.

“E o plural de evidências anedóticas não é evidências científicas. É só um monte de evidências anedóticas. Não interessa quantas pessoas a gente conhece que usaram cloroquina e se curaram. Isso não se transforma em evidência científica. Isso precisa ser investigado porque correlação não é a mesma coisa que causa e efeito”, afirmou.

Pasternak explicou que correlações suscitam perguntas para serem investigadas, mas não uma resposta.

“Para ter uma resposta, precisamos saber uma relação de causa e efeito. Para isso, usamos estudos randomizados, controlados, duplo-cego e com grupo placebo. Esse é o tipo de estudo que consegue estabelecer uma relação de causa e feito. Correlação a gente vê em estudos observacionais, aqueles que olham para trás e observam o que já aconteceu.”

A especialista também exibiu um gráfico de curvas de casos de uma doença viral, com uma queda abruta. “Podem falar que essa queda é causada pelo “tratamento precoce”.

“Isso não é causa e efeito. É correlação. Qualquer coisa poderia estar naquela flechinha [que indica a queda de casos].”

• Ciência precisa e deve ser levada para toda a população

Em sua fala inicial, a microbiologista Natalia Pasternak afirmou que se a pandemia de Covid-19 trouxe algum benefício, foi “mostrar que ciência precisa e pode ser levada e compreendida por toda a população”.

“[Ciência] é vista por nós, cientistas, como um processo, um método, de investigação da realizada que pressupõe nossa capacidade de mudar de ideia diante de novas evidências, desde que elas sejam robustas, e da crítica de nossos pares.”

Ela ressaltou, porém, que a simples publicação de uma teoria em um periódico científico não a torna ciência – “ou, pelo menos, ciência de qualidade”.

“Também não é qualquer coisa dita por alguém de jaleco que tem phD depois do nome (…) e não é uma questão de opinião, uma questão do que eu exergo versus o que você enxerga. Não é uma visão do mundo.”

“Não é desrespeitar a opinião alheia, mas a ciência funciona buscando os fatos”, completou.

Quem são os depoentes
Natalia Pasternak é PhD com pós-doutorado em microbiologia na área de genética molecular de bactérias pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP (ICB-USP), além de ser diretora-presidente do Instituto Questão de Ciência.

Também é colunista do jornal O Globo, das revistas The Skeptic (Reino Unido) e Saúde e autora do livro Ciência no Cotidiano, além de ser a editora responsável pela revista Questão de Ciência.

Pesquisadora visitante do ICB-USP no Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas (LDV) e professora convidada na Fundação Getulio Vargas na área de administração pública, Natalia tornou-se membro, em 2020, do Committee for Skeptical Inquiry (EUA).

Claudio Maierovitch e Natalia Pasternak prestam depoimento à CPI da Pandemia
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil e CNN/Reprodução
Cláudio Maierovitch é médico sanitarista, especialista em políticas públicas e gestão governamental e mestre em medicina preventiva e social.

Também coordena o Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde da Fiocruz Brasília. Foi presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de 2003 a 2008 e diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde (entre 2011 e 2016).

Fonte: CNN

Abertas inscrições para vagas de eletricista, vendedor e outros cargos em Lafaiete

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Nesta segunda-feira, 14 de junho, o Sine Lafaiete está com 52 cargos recebendo inscrições enquanto houver limite de encaminhamento. Confira a lista abaixo.

Presencialmente, os candidatos precisam ir à Praça Barão de Queluz, número 138, centro, das 8h às 17h. Os serviços também são oferecidos pelo Sine de forma on-line, basta acessar o portal Emprega Brasil, do Ministério do Trabalho, ou aplicativo Sine Fácil. Dúvidas são resolvidas pelo telefone (31) 3769-2926.

5725862
AJUDANTE DE ELETRICISTA
VAGA PARA MORADORES DE LAFAIETE.

5754112
AJUDANTE DE ELETRICISTA
VAGA PARA MORADORES DE LAFAIETE.

5726307
AJUDANTE DE SERRALHEIRO
MORADORES DE LAFAIETE, CONGONHAS E OURO BRANCO.

5760132
ARMADOR DE FERRAGENS
VAGAS PARA CANDIDATOS DE LAFAIETE E CONGONHAS.

5756370
ATENDENTE AMBULANTE
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE, OURO BRANCO E CONGONHAS.

5745166
ATENDENTE DE FARMÁCIA
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE

5733683
AUXILIAR DE DEPARTAMENTO FISCAL
VAGA PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5733823
AUXILIAR DE DEPARTAMENTO DE PESSOAL
VAGA PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5758079
AUXILIAR DE LINHA DE PRODUÇÃO
VAGA PARA MORADORES DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5673630
BIOMÉDICO / FARMACÊUTICO BIOQUÍMICO
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5732935
BORRACHEIRO
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE, OURO BRANCO E CONGONHAS.

5707441
CALDEIREIRO
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5745256
CONFEITEIRO
TRABALHAR EM PIRANGA. TER DISPONIBILIDADE DE MORAR EM PIRANGA.

5747037
COORDENADOR COMERCIAL
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5733812
COORDENADOR DE DEPARTAMENTO FISCAL
VAGA PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5757932
CONSULTOR DE VENDAS
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5432150
COSTUREIRA
VAGA PARA CANDIDATOS DE LAFAIETE.

5754129
ELETRICISTA
VAGA PARA MORADORES DE LAFAIETE.

5717037
ELETRICISTA
REGIME INTERMITENTE
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE, CONGONHAS E OURO BRANCO.

5724568
ELETRICISTA DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5744275
ELETRICISTA DE VEÍCULOS AUTOMOTORES
VAGAS PARA CANDIDATOS CONSELHEIRO LAFAIETE.

5750452
ESTOQUISTA ENTREGADOR
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5751921
INSTALADOR DE SOM E ACESSÓRIOS DE VEÍCULOS
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5758040
INSTRUTOR MANUTENÇÃO DE COMPUTADORES E CELULARES
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5752079
LABORATORISTA DE SOLOS
VAGA PARA MORADORES DE CONSELHEIRO LAFAIETE, SÃO BRÁS DO SUAÇUI (DEMAIS LOCALIDADES EMPRESA OFERECE ALOJAMENTO).

5635155
MEC NICO DE GUINDASTE
VAGAS PARA CANDIDATOS DE LAFAIETE, OURO BRANCO E CONGONHAS.

5674948
MEC NICO DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
VAGA PARA MORADORES DE LAFAIETE.

5746957
MEC NICO ELETRICISTA
VAGAS PARA CANDIDATOS DE LAFAIETE, OURO BRANCO E CONGONHAS.

5746898
MONTADOR DE MÓVEIS
VAGA PARA CANDIDATOS DE LAFAIETE.

5754557
MOTOFRETISTA
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE

5726595
OPERADOR DE EQUIPAMENTOS PESADOS E MÓVEIS
MORADORES DE LAFAIETE E REGIÃO.

5675877
OPERADOR DE EQUIPAMENTOS PESADOS E MÓVEIS OPERADOR DE RETROESCAVADEIRA
VAGA PARA MORADORES DE LAFAIETE E OURO BRANCO;

5635216
OPERADOR DE GUINDASTE
VAGAS PARA CANDIDATOS DE LAFAIETE,CONGONHAS E OURO BRANCO

5681317
OPERADOR DE PRODUÇÃO
VAGAS E TRANSPORTE PARA TRABALHADORES DE LAFAIETE.

5753815
PROMOTOR DE VENDAS
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5740472
REPARADOR DE ELETRODOMÉSTICOS
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5753842
SUPERVISOR DE VENDAS
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5688518
TAPECEIRO DE VEÍCULOS (MONTADOR DE VEÍCULOS)
VAGA PARA MORADORES DE LAFAIETE.

5752831
TÉCNICO ESPECIALIZADO EM FIBRA ÓTICA
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5755921
TÉCNICO DE PLANEJAMENTO DE PRODUÇÃO
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE, OURO BRANCO E CONGONHAS.

5735591
TÉCNICO DE REDE EXTERNA
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5754719
TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
VAGAS PARA CANDIDATOS DE LAFAIETE, OURO BRANCO, CONGONHAS, SÃO BRÁS DO SUAÇUI, ENTRE RIO DE MINAS.

5743375
TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
VAGAS PARA CANDIDATOS DE LAFAIETE.

5757957
TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
TRANSPORTE PARA MORADORES DE LAFAIETE E OURO BRANCO.

5745660
TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
VAGA PARA MORADORES DE LAFAIETE.

5750401
VENDEDOR
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5738979
VENDEDOR
VAGA PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5756000
VENDEDOR EXTERNO
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5728977
ZELADOR
MORADORES DE LAFAIETE.

VAGA EXCLUSIVA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (PCD)

5752133
AUXILIAR ADMINISTRATIVO III
VAGA PARA MORADORES DE LAFAIETE.

5741870
AUXILIAR ADMINISTRATIVO
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE, OURO BRANCO E CONGONHAS.

5758018
AUXILIAR ADMINISTRATIVO
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

5754699
AUXILIAR DE MANUTENÇÃO DIESEL
VAGAS PARA CANDIDATOS DE CONSELHEIRO LAFAIETE.

Fonte: Correio da Cidade

Inverno: reumatologista alerta para os desafios da estação

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O inverno costuma ser desafiador para alguns pacientes com doenças reumáticas. Em sua maioria, essas doenças afetam o aparelho locomotor, ou seja, ossos, articulações (“juntas”), cartilagens, músculos, tendões e ligamentos. A queda de temperatura pode causar contração e rigidez na musculatura e isso traz dor e desconforto para esses pacientes.

De acordo com o médico Murillo Dório, especialista da Cobra Reumatologia, essa rigidez, aliada à falta de exercícios físicos (que tem uma baixa comum nesta época do ano), à inflamação nas articulações e à sensação natural do frio, faz com que os pacientes acabem sofrendo com dores constantes no inverno.

Esse panorama não envolve apenas a sensação de dor, mas aumenta a possibilidade de automedicação, distúrbios psicológicos e, por vezes, até a diminuição da renda mensal, uma vez que a rotina normal de trabalho pode ser prejudicada.

Para que os portadores de doenças reumáticas já comecem a cuidar da sua saúde e reduzam ao máximo suas dores na época mais fria do ano, Murillo traz dicas essenciais:

– Atividade física: apesar da preguiça de levantar no frio, é necessário manter os exercícios, principalmente o alongamento. Assim os músculos ficam mais preparados para as mudanças climáticas.

– Aqueça: casacos, calças e sapatos adequados são essenciais, pois quanto mais frio sentir, mais intensa a dor ficará. Ainda, a recomendação é que os banhos sejam feitos com as janelas fechadas e os ambientes aquecidos.

– Evite a automedicação: siga as orientações do seu médico sobre os medicamentos que você pode tomar nos períodos de piora da dor e mantenha o uso regular dos medicamentos já prescritos para o tratamento da sua doença reumática.

Fonte: Bem Paraná

Pressão alta e pressão baixa: entenda as causas, sintomas e qual é mais grave

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Você já deve ter ouvido falar de uma pessoa que passou mal porque estava com a pressão alta ou baixa, certo? As duas condições estão relacionadas com a forma na qual o sangue é bombeado pelo coração para que, pelas artérias, chegue a todas as partes de nosso organismo. Então, algumas pessoas acabam sofrendo de hipertensão ou hipotensão, quando o fluxo é mais alto que o normal ou mais baixo que o normal.

As doenças, no entanto, são mais complexas do que parecem, e por isso conversamos com alguns cardiologistas para esclarecer algumas questões envolvendo a pressão alta e a pressão baixa, inclusive quando acometem pessoas mais velhas.

O Canaltech conversou com a Dra. Paola Smanio, cardiologista e gestora do Centro de Diagnóstico do Grupo Fleury, que explicou que a pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio. “Há uma certa resistência para que o sangue circule em nossos vasos sanguíneos, então o coração tem que fazer força/pressão para bombear o sangue e fazê-lo chegar em todos os lugares do nosso organismo. Quando essa força para que o sangue percorra a parede das artérias é grande, significa que a pressão está alta. E ao contrário, quando não há sangue suficiente, a pressão fica baixa”, esclarece a médica.

João Vicente, doutor em cardiologia e médico assistente na Unidade Clínica de Hipertensão do InCor da FMUSP, diz ainda que medidas internacionais e nacionais estipulam que os valores normais de pressão arterial sejam de no máximo 130 x 80. Agora, vamos entender de forma mais detalhada a diferença entre as duas doenças.

Pressão alta
Vicente explica que, ao longo do tempo, a força que é exercida pelo coração para que o sangue circule nas parede arteriais pode prejudicar o próprio órgão e toda a parte vascular. Smanio também fala sobre o assunto. “Quando o problema não é tratado pode lesar o que chamamos de órgãos-alvos: retina, artérias renais e o rim. Além disso, a pressão alta é um dos principais fatores de risco para infartos e causa de muitos casos de acidente vascular cerebral e AVC”, detalha a médica.

Vicente diz ainda que a pressão arterial elevada pode levar a sintomas como tonturas, palpitações, dor no peito e na nuca, e que os valores altos podem desencadear problemas mais graves, como angina, infarto agudo do miocárdio, arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca, acidente vascular isquêmico e/ou hemorrágico e aneurisma da aorta.

Pressão baixa
Na pressão baixa, os sintomas são tontura, náuseas, “moleza” e mal-estar, visão turva, falta de concentração, aceleração de batimentos cardíacos, entre outros. Pode ser causada, muitas vezes, pela desidratação ou por medicamentos que são usados em doses superiores, como diuréticos, por exemplo.

“Algumas alterações hormonais e anemias por falta de ácido fólico e vitamina B12 também causam pressão baixa. Apesar do mal-estar, ter a pressão baixa não é considerado algo grave, a não ser que venha acompanhada de alguma doença”, comenta Smanio.

Vicente também comenta sobre a pressão arterial fraca, dizendo que as pessoas que sofrem da doença podem tanto ser assintomáticas, quando apresentar sintomas além das tonturas, como a lipotímia, quando há a sensação de perda dos sentidos e da força muscular, ou até sincopes, quando o indivíduo “liga e desliga”, ou seja, cai de forma completamente inesperada, correndo risco de se machucar. Além disso, o médico diz que doenças como infarto agudo do miocárdio, arritmias cardíacas, embolia pulmonar, acidente vascular cerebral e aneurisma da aorta podem causar a pressão baixa, e até mesmo a desidratação extrema pode provocar o problema, principalmente em idosos.

É hereditário?
Paola Smanio conta que a hereditariedade tem, de fato, grande influência sobre a nossa pressão arterial, destacando os casos de hipertensão, mas que também existem outros fatores, como a idade. “Sabemos que entre pessoas idosas é comum que a pressão seja mais alta. Já entre jovens, quando ela aparece alterada é preciso investigar, pois pode se tratar de algum outro problema que está causando essa disfunção. Também encontramos o envolvimento de fatores étnicos, pois pessoas da raça negra têm pressão mais elevada, por exemplo”, exemplifica.

Níveis seguros
O Canaltech também conversou com o Dr. Fábio Gazelato, cardiologista e diretor médico da DaVita Serviços Médicos, que explicou detalhes sobre a pressão alta e pressão baixa, principalmente em relação aos níveis seguros de medição. “De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Hipertensão Arterial Sitêmica (HAS) é caracterizada quando os valores pressóricos estão persistentemente elevados dentro de uma faixa sistólica acima de 140 mmHg ou o diastólico acima de 90 mmHg”, explica, dizendo ainda que a doença afeta cerca de 25% da população de centros urbanos.

Já a pressão baixa, a hipotensão, acontece quando há uma queda de 20 mmHg da pressão sistólica ou 10 mmHg da pressão diastólica quando a pessoa se levanta. Sendo assim, de acordo com o médico através de informações de estudos clínicos, “quanto mais próximo de valores sistólicos de 120 mmHg e 80 mmHg mais controlada estará a pressão quanto a sua doença de base”, completa.

Tratamentos
Ter pressão arterial alta é perigoso. Vicente conta que o primeiro passo para melhorar o problema é mudar o estilo de vida e controlar fatores como peso, sedentarismo, consumo de açúcar, colesterol, triglicerídios no sangue e tabagismo. “Ter uma dieta saudável, livre de gorduras e frituras, e ingerir alimentos com baixo teor de sal”, recomenda o profissional. “Nos casos em que a pressão não fique dentro da normalidade após estas medidas serem adotadas, a única forma de controle para a pressão arterial se normalizar é através do uso correto dos medicamentos, que devem ser prescritos pelo médico cardiologista”, completa.

No caso da hipotensão, Gazelato diz que a hidratação constante é essencial para aliviar os sintomas, além do uso de meias elásticas e prática de exercícios. Também há a recomendação de não se levantar rapidamente depois de um período de descanso. Caso nenhuma das prevenções amenize os sintomas, o uso de medicamentos pode ser receitado.

Pressão alta e idosos

A hipertensão arterial em idosos pode ser mais perigosa, como explica o geriatra Natan Chehter, membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia e do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. “Com a idade, existe tanto a perda da massa muscular das artérias, deixando a musculatura menos elástica, quanto fatores que ocorrem por anos de pressão alta, diabetes, colesterol e tabagismo”, explica o médico, justificando o enrijecimento das artérias, o que é chamado de aterosclerose.

Chehter completa que tanto a pressão alta quanto a pressão baixa trazem seus riscos, mas que a pressão baixa tem riscos a curto prazo, podendo causar quedas e acidentes, e mesmo os “tombos” mais simples podem acabar sendo mais perigosos quando acontecem com idosos, e em casos mais extremos podem levar ao AVC. Sendo assim, o maior cuidado deve ser com a hipertensão arterial, que precisa sempre ser acompanhada de profissionais.

Fonte: CanalTech

Dor de cabeça: tipos, cenários e sua presença entre os sintomas do pós-covid-19

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Dor de cabeça é um assunto comum, e não faltam motivos hoje em dia para usarmos este termo. Mas o fato é que todos devem estar atentos aos sinais que esta dor traz.

Com a chegada da pandemia, a dor de cabeça como em um quadro gripal é um dos sintomas relatados na covid-19, mas depois de o paciente estar livre da doença, esta dor tem aparecido entre as principais sequelas que os especialistas têm chamado de síndrome do pós-covid.

Atenção, tratamento adequado e diagnóstico precoce da situação são necessários nos casos em que a dor de cabeça não se limita apenas às preocupações do dia a dia, mas traz o risco de incapacitar o paciente para o trabalho e para a vida, pelo desconforto que perturba o paciente.

Quem fala com autoridade sobre o assunto é o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Funcional, Doutor em Neurociências, Dr. Wuilker Knoner Campos.

O médico neurocirurgião da clínica Neuron Dor em Florianópolis explica que se devem levar em consideração quatro cenários para a dor de cabeça. Atualmente, ele é o responsável técnico pela clínica Neuron Dor, e está à frente do projeto de ambulatório pós-covid, na Neurologia.

De acordo com Dr. Wuilker, tínhamos antes da pandemia uma incidência normal de cefaleias e enxaqueca na população em torno de 30% a 40%.

“Agora, com certeza, com a pandemia, essa incidência vai aumentar. Porque as consequências da doença, junto com outros problemas neurológicos e respiratórios, são o aumento dos mais variados tipos de dor de cabeça. São as cefaleias pós-covid-19.”

Quatro cenários para se observar quando há dor de cabeça
De acordo com Dr. Wuilker, que também é Doutorado em Neurociências pela UFSC, devem-se levar em consideração quatro cenários para a dor de cabeça.

Cenário 1: dor esporádica
“O primeiro cenário é a dor de cabeça que acontece de forma esporádica: após muito tempo de jejum, ou em decorrência de algum tipo de alimentação, estresse, após longos exercícios, comida ou bebida”, cita.

“Esta é uma dor de cabeça mais comum, fica identificado que é só esta dor, não tem outro sinal, e normalmente é frontal e latejante. Então esse tipo de dor de cabeça esporádica, e quando está relacionada ao estresse, também acaba afetando a parte cervical e posterior”, diz.

Neste caso, que é mais de conhecimento popular, o próprio paciente toma o analgésico que está acostumado, que já tem em casa. Porém, mesmo assim, o médico faz um alerta.

“É preciso observar. Se ela for a mais forte já sentida na vida, de forma súbita, já é um sinal de que não é um sintoma bom. Porque você nunca tem dor de cabeça, ou tem dor esporádica, e tem de repente a pior já sentida, e de forma súbita, isso pode chamar atenção para um evento vascular acontecendo”, orienta.

Então, para sintomas súbitos e fortes na cabeça, sempre é necessário lembrar-se de eventos vasculares, do tipo AVC hemorrágicos ou aneurisma cerebral, aí é a cabeça toda que dói, realmente.

“Para esses dois pontos eu chamaria atenção. Quando é aneurisma, súbito temos a dor de cabeça e na nuca, muito forte também. A grande característica deste tipo de dor de cabeça que levanta uma bandeira vermelha de alerta é justamente ser súbito, de repente e muito forte. Pode estar havendo um sangramento cerebral, e isso requer uma condução imediata para um pronto-atendimento, porque trata-se de uma emergência”, alerta o neurocirurgião.

Ainda neste primeiro cenário, há dor de cabeça relacionada a um grande esforço, por exemplo, pós-relação sexual, pós-orgásmica, ou no ato de defecar, que exija esforço físico. E esses esforços podem fazer romper vasos na cabeça e são sinais de alerta.

“E estamos falando de um quadro de diferenciar o que é uma situação habitual, e o que tem um sinal de alerta. Claro, uma dor de cabeça associada a qualquer outro sintoma neurológico, tipo uma paralisia do rosto, numa parte do corpo, sonolência excessiva, também são bandeiras vermelhas de que o paciente deve ser levado a um pronto-atendimento”, ressalta Dr. Wuilker.

“Então, qualquer coisa que passe de uma dor leve sem outros sinais de alerta, deve ser avaliado de forma mais imediata”, diz. Outra coisa é você tomar o remédio habitual e a dor aliviar, é sinal de que está seguindo o curso benigno. Não tendo as bandeiras vermelhas, a tendência é melhorar.

Se piorar, aí realmente deve-se procurar um serviço médico. Dr. Wuilker cita que deve-se observar situações de dor de cabeça esporádica. E fala da diferença entre a dor de cabeça e daquela que é maligna, do tipo que acende a bandeira vermelha ou ‘red flags’. São sinais de alerta.

Cenário 2: quando as dores de cabeça são recorrentes
Dor de cabeça recorrente exige tratamento – Foto: Reprodução/Pixabay
Outro cenário é a pessoa que tem dor de cabeça todo o dia. Pode ser a enxaqueca, mas teremos aí dezenas de tipos diferentes de dores de cabeça e enxaqueca é um tipo. “Os tipos que temos hoje são quando essa dor começa a ser recorrente, semanal, por exemplo. Mais de duas vezes no mês já é recorrente. Uma vez na semana, é sinal de alerta”, diz Dr. Wuilker.

Esta situação acaba já sendo um efeito colateral, ou seja, incapacidade funcional. A pessoa já não consegue mais ter o mesmo desempenho na sua atividade de trabalho, no seu lazer, no seu convívio de família. A dor de cabeça passa a ser uma doença, ou seja, uma disfunção cerebral que você deve tratar, porque está tendo prejuízo na qualidade de trabalho e de vida.

“É o que chamamos de cefaleia crônica diária. A grande característica é que dói a cabeça toda, em aperto, normalmente na região frontal, o pescoço também dói, tem a tensão do dia a dia. Geralmente é mais no fim do dia, depois da ‘batalha’ do dia, posições erradas, estresse do trabalho, etc”, diz o médico da Neuron Dor.

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Terceiro cenário: cefaleia do abuso de analgésicos
“Você está tomando analgésicos para melhorar e está piorando a dor de cabeça. O uso diário ou abuso de analgésicos faz com que você cada vez tenha de tomar mais para poder conter a dor de cabeça. E aí você faz com que o corpo entre num ciclo vicioso de cada vez mais necessitar de analgésicos porque aquela dose não adianta mais hoje. Então precisa aumentar. Semana que vem, a mesma dose não adianta mais. Tem gente que toma, 10, 20 comprimidos por dia para dor de cabeça, sabendo que, na verdade isso está fazendo mal”, revela o especialista.

A cefaléia crônica é uma dilatação dos vasos e isso destende, aumenta a pressão do crânio, e acaba dando essa dor. Pode ser congênito, hereditário, etc. Esse tipo por abuso de analgésico vai merecer um tratamento especial, será necessária uma medicação específica.

Outro tipo de dor de cabeça mais comum é a enxaqueca. É de um lado só e vem acompanhado de outros sintomas, que geralmente não estão na cefaleia crônica, como fotofobia (irritação com a luz), fonofobia (irritação com barulho), a pessoa precisa ficar num lugar fechado, escuro. Ela costuma não ceder com analgésico e durar mais de um dia.

Às vezes têm pacientes que entram em estados enxaquecosos, a pessoa entra numa enxaqueca e perdura até por uma semana, pode causar crise convulsiva, síndrome confusional aguda, sai da órbita, fica como se estivesse com agitação psicomotora e é levado na emergência como se tivesse com abuso de droga.

“E a pessoa na verdade está tendo uma enxaqueca que tira ela do ar. A enxaqueca pode provocar até uma paralisia num lado do corpo. Compromete a função motora, mas normalmente é reversível”, explica o médico da Neuron Dor.

Todo o estado enxaquecoso ou cefaleia crônica tem uma pré-disposição a ter AVC isquêmico no futuro. Sobre o tratamento das cefaleias e enxaquecas, começa mapeando os principais causadores, geralmente relacionados com alimentos: chocolate, queijos, condimentos, temperos industrializados, amendoim, bebida alcoólica, podem ser o estopim. Grandes períodos de jejum também. Então há essa abordagem educacional alimentar.

A abordagem medicamentosa, normalmente tem dois tipos de remédio. Um que é chamado de preventivo, ou seja, o paciente vai ter de tomar todos os dias, para que faça a modulação da dor e diminua a intensidade, até que consiga zerar essa dor.

E se mesmo assim, ocorrer uma crise, será utilizado um medicamento ‘abortivo’, ou seja, que vai abortar a crise e são medicamentos mais fortes do que os analgésicos comuns e servem para abortar as crises. Além disso, existe a acupuntura, técnicas de relaxamento, massoterapia, que podem ajudar.

Quarto cenário: cefaleia pós-covid-19

Quem já teve Covid-19 poderá ter como sequelas variados tipos de dor de cabeça – Foto: Reprodução/Pixabay
O quarto cenário, segundo Dr. Wuilker Campos, é o do pós-covid. Inicialmente, o paciente que tem covid-19 relata como uma dor de cabeça de um quadro gripal. Dói a cabeça toda, pulsa, como um quadro viral.

Saíram da infecção, algumas pessoas podem ter adquirido uma cefaleia crônica, ou seja, a bagunça que o vírus faz quando entra no Sistema Nervoso Central é a anosmia, ou perda do olfato e paladar, ou seja, o vírus entrou no SNC, e tanto o vírus quanto a informação que ele traz, devido a essa enxurrada inflamatória de células produzidas pelo próprio organismo na luta contra o vírus durante a Covid-19.

Explica Dr. Wuilker que podem acontecer três coisas em relação à dor de cabeça no pós-covid:

“Primeira, nada. Segunda, o paciente já tem uma dor de cabeça e pode piorar, necessitando de ajuste de medicação, e a terceira é aquela pessoa que não tinha nada e começou agora a ter enxaqueca, cefaleia, ou seja, ela nunca teve nada e agora tem uma doença crônica.”

“Essa é uma das ‘heranças’ que a pandemia está deixando para as pessoas. Que é justamente a dor de cabeça diária. E o tratamento segue a mesma linha dos tipos existentes. Define-se com qual tipo a pessoa ficou e a partir disso, orientamos medicamentos ou terapias”, relata o especialista.

Incidência de dores de cabeça tende a aumentar

“Vai ter de ser feita uma releitura da dor de cabeça porque vai aumentar a incidência”, opina o médico, que está à frente do projeto de ambulatório pós-covid, na neurologia da clínica Neuron Dor.

“O sintoma que eu mais vejo como ‘herança’ da pandemia é a cefaleia. Depois, alguma alteração de humor, como depressão e ansiedade, e insônia. São os grandes legados ruins que a infecção tem causado”, avalia.

“Normalmente, tratamos cerca de dois meses, a pessoa alivia e consegue sair da dor de cabeça. Mas quanto mais precoce o tratamento, maior a chance de não cronificar. Mas se demora, abusa de remédio, contribui para a cronificação da dor de cabeça. Acha que vai passar e às vezes pode ficar para sempre e inclusive, pode se tornar incapacitante. Dor de cabeça incapacita no convívio, no humor, relacionamentos, qualidade de vida, ou seja, há um risco de a pessoa morrer em vida devido às dificuldades de viver com a dor de cabeça”, alerta o médico.

Sobre a Neuron Dor

No Hospital-Dia são realizadas consultas, exames, tratamentos, cirurgias e acompanhamento de pacientes, prioritariamente ambulatoriais de baixa complexidade, utilizando alta tecnologia para internações de no máximo 12 horas. O Centro de Tratamento de Dor Crônica Neuron Dor conta ainda com acesso para ambulâncias, sala de cirurgia e apartamentos com leitos para recuperação de pós-cirúrgico.

A clínica, em sua estrutura, também oferece consultas de encaixe rápido, sala de pequenos procedimentos e curativos, estimulação magnética transcraniana, e atendimentos em psiquiatria, psicologia, fisioterapia, acupuntura, neurologia, neurocirurgia, coluna vertebral, medicina da dor e dor oncológica.

A Neuron Dor aposta também na educação do paciente e na formação de profissionais de saúde, bem como em pesquisa através de parceiras com instituições de renome.

Fonte: ND Mais