AstraZeneca nega qualquer violação de contrato com a UE por vacinas

O laboratório AstraZeneca negou nesta quarta-feira (26) qualquer violação de contrato pelas vacinas anticovid com a União Europeia (UE), que pediu na justiça multas pesadas pelos atrasos nas entregas.

Veja também: Pfizer vai testar segurança e eficácia da vacina em gestantes brasileiras

Durante uma audiência em um tribunal em Bruxelas, a UE acusou a AstraZeneca de “violação flagrante” de contrato, uma acusação que o laboratório negou taxativamente.

Siga nosso Instagram

“Não houve nenhuma violação manifesta do contrato. É chocante ser acusado de fraude”, disse a um painel do Tribunal o advogado da AstraZeneca, Hakim Boularbah.

Na abertura dos trabalhos, o advogado da UE, Rafael Jeffareli, tinha acusado o laboratório de violar o contrato assinado entre as partes ao “desviar 50 milhões de doses” para países fora da União Europeia.

Neste contexto, a UE pediu a aplicação de uma multa contra a AstraZeneca de pelo menos 10 milhões de euros (quase 12 milhões de dólares), além de uma penalidade adicional de “10 euros por dose por dia de atraso”, caso o calendário de entregas não seja respeitado.

Os advogados das duas partes tiveram um audiência nesta quarta-feira com um juiz de medidas provisórias no tribunal de primeira instância de Bruxelas.Em caso de necessidade, outra audiência acontecerá na sexta-feira.

A AstraZeneca entregou no primeiro trimestre apenas 30 milhões de doses das 120 milhões que estava obrigada a fornecer por contrato.Para o segundo trimestre, o grupo prevê entregar apenas 70 milhões das 180 milhões de doses inicialmente prometidas.

Em 26 de abril, a Comissão Europeia, que negociou os pedidos em nome dos Estados-membros, anunciou que recorreu à justiça para arbitrar o conflito com o laboratório anglo-sueco, que fornece uma das quatro vacinas anticovid autorizadas até o momento na UE.

Os 27 países-membros do bloco exigem receber as doses prometidas para o primeiro trimestre de 2021. De acordo com a Comissão, o contrato expira em meados de junho.A UE considera que o laboratório terá que pagar multas se não cumprir o calendário.

Na avaliação de Boularbah, “a urgência não é mais a vacinação da Europa, mas a vacinação da população mundial”.

A polêmica entre o laboratório e a UE envolve a interpretação de dois aspectos centrais do contrato: de um lado a origem das vacinas para os países europeus e, do outro, a noção de “melhor esforço razoável” para cumprir as metas de entrega.

Procedimento “sem fundamento”

Os europeus criticam o fato de o laboratório farmacêutico – que desenvolveu a vacina em parceria com a Universidade de Oxford – não ter utilizado suas duas fábricas britânicas, mencionadas no contrato, para as entregas à UE.

A AstraZeneca trabalha com outras duas fábricas no território da UE, situadas na Holanda e Bélgica, mas Bruxelas considera que as doses produzidas em território britânico também deveriam ser incluídas nas entregas devidas aos países europeus.

Para a UE, o laboratório privilegiou o fornecimento ao Reino Unido em detrimento de suas obrigações com o bloco e, argumenta, comprometeu recursos europeus para o desenvolvimento da vacina e a ampliação das capacidades industriais do laboratório.

Um funcionário da Comissão Europeia próximo ao caso afirmou à AFP que a AstraZeneca entrega atualmente a média de 10 milhões de doses por mês, muito abaixo do ritmo previsto.

O grupo farmacêutico nega que tenha deixado de cumprir suas obrigações e denuncia um procedimento “sem fundamento”.

“Não há obrigação de utilizar locais (de produção), talvez seja o que a Comissão deseja, mas não está previsto no contrato”, afirmou Hakim Boularbah, advogado da AstraZeneca, em uma audiência de procedimento em 28 de abril.

A audiência judicial acontece no momento em que a vacina da AstraZeneca enfrenta uma clara desconfiança entre cidadãos europeus pelos muito raros casos de trombose que pode provocar.

Dinamarca, Noruega e Áustria desistiram de utilizar o fármaco em suas campanhas de vacinação.Vários países limitaram o uso da vacina às pessoas de mais idade.

Fonte: Correio Braziliense Online

Um comprimido poderia combater a covid-19?

0

Depois das vacinas, as companhias farmacêuticas estão agora na corrida para desenvolver um tratamento que possa ser tomado em casa com um copo d’água quando os sintomas aparecerem.

Porque embora prevenir seja melhor do que remediar, como diz o ditado, saber tratar continua sendo crucial.

O que é um antiviral?

Já existem antivirais para outros vírus, como o HIV, causador da Aids, e da gripe.

No começo da pandemia, o financiamento e as pesquisas se concentraram no desenvolvimento das vacinas, o que explica em parte o atraso no desenvolvimento de antivirais contra o coronavírus.

“Os vírus são pequenas máquinas que precisam de certos componentes para se replicar”, explica Daria Hazuda, bioquímica que trabalha há anos nestes tratamentos.

“Os antivirais costumam ser pequenas moléculas químicas, desenvolvidas para interferir neste maquinário”, diz.

“Eles introduzem uma mutação no vírus e quando isto ocorre várias vezes, estas mutações reduzem a capacidade do vírus de se replicar”, acrescenta.

Ao conter a doença, pode-se evitar os casos graves, as hospitalizações e as mortes.

Os projetos em andamento

Atualmente há dois projetos relativamente avançados, aprovados em mais de mil pessoas.

O primeiro é o do laboratório farmacêutico americano Merck, em associação com a empresa de biotecnologia Ridgeback Biotherapeutics. O produto se chama Molnupiravir.

Desenvolvido inicialmente para tratar a gripe, foi modificado para que possa ser tomado na forma de comprimido, que deve ser ingerido duas vezes ao dia por cinco dias.

O tratamento tem sido muito bem tolerado pelas poucas centenas de pessoas que já o receberam. Exames de várias dezenas delas mostraram que o vírus já não era detectável depois de cinco dias para todos os tratados com Molnupiravir, mas ainda era detectável em 26% do grupo placebo.

Os resultados dos testes em outros 1.450 adultos são esperados para o outono.

O segundo projeto é da empresa farmacêutica suíça Roche, em colaboração com a empresa americana Atea Pharmaceuticals.

Denominado AT-527, o tratamento está sendo testado com 1.400 participantes na Europa e no Japão, desta vez a partir dos 12 anos.

“Esperamos solicitar a aprovação dos reguladores no final do ano e lançar o medicamento em 2022”, disse à AFP o diretor-geral da Atea, Jean-Pierre Sommadossi.

Um terceiro projeto, menos avançado, é desenvolvido pela Pfizer.

Diferentemente dos demais, o tratamento, denominado PF-07321332, foi desenvolvido especificamente contra o Sars-CoV-2, vírus causador da covid-19. Está sendo testado em cerca de 60 adultos e os resultados são esperados no fim de junho.

Um desafio: ser ingerido rapidamente

8Tanto a Merck quanto a Roche exigem que o medicamento seja tomado nos cinco dias seguintes ao aparecimento dos sintomas.

Isto se deve a que o vírus se replica mais durante a primeira semana.

“Quanto antes se tratar com um antiviral, melhor será o resultado”, diz Daria Hazuda, que dirige a pesquisa sobre o medicamento da Merck.

Isso explica o relativo fracasso do Remdesivir, o único antiviral contra a covid-19 aprovado até agora. Produzido pelo laboratório americano Gilead Sciences, deve ser tomado por via venosa no hospital.

Isso significa que os pacientes estarão com a doença em estágio muito avançado para obter algum benefício real.

Uma vez que os comprimidos estiverem disponíveis, o principal desafio será diagnosticar os pacientes precocemente.

Benefícios: prevenção e variantes

Mas estes antivirais também deveriam poder ser usados na prevenção: por exemplo, quando o membro de uma família se infecta, os demais podem tomar o tratamento para evitar desenvolver a doença.

Por último, especialistas confiam na capacidade dos antivirais para continuar sendo eficazes contra as variantes, assim como contra outros coronavírus, inclusive, potencialmente alguns ainda desconhecidos.

Esta é uma vantagem significativa sobre outro tratamento existente, os anticorpos sintéticos.

Além de ser restritivos porque são injetados por via intravenosa, os anticorpos são muito específicos para o vírus que combatem, e portanto é pouco provável que sejam eficazes contra futuros coronavírus.

Fonte: Correio Braziliense Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/06/farmacias-venderam-mais-de-52-milhoes-de-comprimidos-do-kit-covid/

Estudo da UnB mostra que atazanavir pode ter ação contra a covid-19

0

Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) investigaram a possibilidade do uso do medicamento atazanavir como tratamento alternativo contra a covid-19, que pode diminuir o número de internações em leitos de UTI por complicações da doença. Os resultados da pesquisa estão no artigo DFT, Molecular Docking, and ADME/Tox Screening Investigations of Market-Available Drugs against SARS-CoV-2, publicado no periódico Journal Brazilian Chemical Society, da Sociedade Brasileira de Química.

Conduzido por Joabe Araújo, mestrando no Programa de Pós-Graduação em Nanociência e Nanobiotecnologia (PPGNano) da UnB, o estudo aponta que o fármaco atazanavir, antirretroviral indicado para tratamento do HIV, agente causador da aids, pode ter ação contra o Sars-Cov-2.

Apesar das respostas promissoras, ainda são necessários estudos clínicos para que, de fato, seja comprovada a eficácia do atazanavir frente à covid-19. A execução dessa etapa de testes está sendo discutida pelos pesquisadores integrantes do estudo, já que estudos clínicos são imprescindíveis para elucidar a eficácia do remédio. Ainda não há, contudo, previsão de data para início dessa fase da pesquisa.

Além de cientistas da UnB, instituição líder do projeto, também auxiliaram pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e do Departamento de Pesquisa de Recursos Naturais do Governo do Canadá (Natural Resources Canada, no original em inglês).

Estudo

Na pesquisa da UnB, foi apontado como o atazanavir pode atuar inibindo a proteína 3CLpro, responsável por mediar a replicação e transcrição do vírus. Essa ação causa a redução da carga viral do novo coronavírus no organismo do paciente infectado, o que pode vir a auxiliar de maneira efetiva em sua recuperação.

Os pesquisadores adotaram métodos da química computacional, com avaliações in silico – feitas por meio de simulação em computador – a partir das técnicas de docking (encaixe, em tradução livre) molecular, em que há interações entre as moléculas de um composto e uma determinada proteína ou enzima alvo. A partir da reação, é possível entender os tipos de interações que devem ocorrer.

Foram utilizados, ainda, cálculos quânticos da teoria do funcional da densidade (DFT) – density functional theory, no original em inglês – adotada para descrever a estrutura eletrônica da matéria, e avaliadas as propriedades farmacológicas e toxicológicas por predições via software.

O fármaco e seus análogos foram analisados matematicamente quanto ao tempo dos processos de absorção, distribuição, metabolização e excreção. A partir disso, é possível elucidar se o composto possui boas propriedades farmacológicas e alta toxicidade ou não.

Etapas

Nos testes toxicológicos in silico, o atazanavir apresentou resultados negativos para carcinogenicidade – substância ou agente que estimula o aparecimento de carcinomas ou câncer – e mutagenicidade.

No teste de predições das propriedades farmacológicas, o atazanavir atravessou a barreira hematoencefálica, estrutura de permeabilidade que protege o Sistema Nervoso Central, inibidora de fármacos no organismo. A travessia demonstra o potencial terapêutico da substância contra a principal proteína da Sars-Cov-2.

Outros cinco medicamentos foram analisados no estudo quanto à eficácia no tratamento contra a covid-19: amantadina, usado em pacientes com Parkinson; cloroquina, aplicada no combate à malária; oseltamivir, usado no tratamento e profilaxia da gripe; rimantadina, contra infecções causadas pelo influenzavirus A; e zanamivir, para tratamento e profilaxia da gripe pelos vírus influenza A e B.

Segundo os pesquisadores, os medicamentos foram escolhidos a partir de uma triagem na literatura científica de potenciais drogas candidatas no enfrentamento à covid-19. Destes, foram selecionados fármacos com autorização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Depois, foi utilizada a substância darunavir como controle, principal inibidora da proteína 3CLpro.

A investigação sobre a ação dos medicamentos foi feita a partir de resultados de interação e afinidade molecular entre os fármacos e a proteína-alvo 3CLpro, por meio do teste de encaixe molecular. Em relação aos outros fármacos testados pelo grupo, o atazavanir teve maior afinidade molecular para se ligar a proteína em questão, em especial quando comparado ao darunavir.

Fonte: Correio Braziliense Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/08/19/medicamentos-para-hiv-e-hepatite-c-serao-testados-em-estudo-com-pacientes-com-covid/

Deputados e debatedores divergem sobre cultivo de Cannabis no Brasil

0

A Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira (26), por mais de quatro horas e 30 minutos, uma comissão geral para debater o cultivo no Brasil, exclusivamente para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais, da Cannabis sativa, planta também usada para produzir maconha.

O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) , considerou o debate histórico. ‘Com o enfrentamento da questão, o Brasil se somará a outros que se debruçaram sobre ela e encontraram, na medida das possibilidades, a melhor solução’, disse, em mensagem lida pelo deputado Eduardo Bismarck (PDT-CE) .

A participação do ativista Norberto Fischer, pai da primeira brasileira autorizada pela Justiça a importar produtos terapêuticos a base de Cannabis, em 2014, resumiu o debate no Plenário. ‘Se pararmos para ouvir os discursos, todos reconheceram e aceitam o uso medicinal, o gargalo está no plantio’, disse.

A comissão geral sobre o cultivo e uso medicinal de Cannabis foi realizada a pedido do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) , presidente da comissão especial sobre o Projeto de Lei 399/15 , e mais 12 parlamentares (REQ 1116/21).

Teixeira defendeu o substitutivo apresentado pelo relator, deputado Luciano Ducci (PSB-PR) , ao texto original do deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE) . Devido ao caráter conclusivo, o texto, se aprovado na comissão especial, poderia seguir para o Senado, mas deverá haver recursos para a análise em Plenário.

‘Se o Parlamento se negar a aprovar este projeto de lei – e não acredito que o fará -, concederá ao Poder Judiciário a solução do problema dos medicamentos a base de Cannabis’, disse Teixeira. Ainda não foi marcada a votação do parecer de Luciano Ducci. Antes, o relator deverá apresentar complementação de voto.

Posições distintas

Ao realizar uma comissão geral, os parlamentares reúnem-se no Plenário da Câmara dos Deputados para discutir assunto relevante. São convidados para o debate autoridades, especialistas com notório conhecimento, integrantes de entidade da sociedade civil e pessoas com experiência no tema em questão.

Nesta quarta-feira (26), parlamentares e convidados acabaram formando dois grandes blocos. Embora tenha havido amplo apoio ao uso medicinal, houve divergências, já que a parte contrária ao substitutivo de Luciano Ducci só aceita o uso do canabidiol, uma das cerca de 480 substâncias presentes na Cannabis.

Na visão dos deputados David Soares (DEM-SP) , Dra. Soraya Manato (PSL-ES) , Eros Biondini (Pros-MG) , Francisco Jr. (PSD-GO) , Greyce Elias (Avante-MG) , João Campos (Republicanos-GO) , Osmar Terra (MDB-RS) e Pastor Eurico (Patriota-PE) , a proposta ainda em análise na comissão especial é desnecessária.

Esses parlamentares argumentaram que produtos derivados do canabidiol já são regulamentados no País pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Bastaria assegurar a oferta no Sistema Único de Saúde (SUS). João Campos afirmou que já existe discussão neste sentido com o Poder Executivo.

Já os deputados Alex Manente (Cidadania-SP) , Alice Portugal (PCdoB-BA) , Chico D’Angelo (PDT-RJ) , Eduardo Costa (PTB-PA) , Jandira Feghali (PCdoB-RJ) , Natália Bonavides (PT-RN) , Rafafá (PSDB-PB) , Sâmia Bomfim (Psol-SP) e Zacharias Calil (DEM-GO) afirmaram que só o plantio poderá baixar os custos.

Eles saíram em defesa do parecer de Luciano Ducci, ressaltando que não há no texto nenhuma linha tratando da legalização da maconha, do cultivo individual ou do uso recreativo da Cannabis. Para Ducci, quem se opõe ao parecer tenta confundir a população, pratica desonestidade intelectual e propaga mentiras.

Os deputados Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) , Caroline de Toni (PSL-SC) , Diego Garcia (Pode-PR) , Eli Borges (Solidariedade-TO) e Pastor Marcos Feliciano (Republicanos-SP) manifestaram-se totalmente contrários à proposta. Em linhas gerais, acham que será o início da liberação das drogas no País.

‘Quem produz droga para vender como uso recreativo não pedirá autorização da Anvisa‘, comentou o deputado Tiago Mitraud (Novo-MG) , em reação aos críticos da proposta. ‘Isso é igual ao argumento que o governo Bolsonaro aplica para liberar armas, de que o criminoso não vai pedir porte na Polícia Federal.’

O deputado Ricardo Izar (PP-SP) aproveitou a participação na comissão geral para oferecer um depoimento pessoal. ‘Luto contra a doença de Parkinson há dez anos. Já experimentei o canabidiol. Nas vezes em que usei o medicamento, a qualidade do meu sono e os tremores melhoraram muito’, afirmou.

Mais depoimentos

Entre os 28 convidados que compareceram ao debate, houve depoimentos de familiares de pacientes que usam medicamentos ou sofrem com dependência química, de representantes de entidades favoráveis e contrárias à proposta, de médicos com estudos sobre Cannabis e resultados positivos ou negativos.

‘São 77 milhões com dor crônica no Brasil que poderiam se beneficiar, e o SUS não tem de pagar’, disse Carolina Nocetti, da Academia Americana de Medicina Canabinoide. ‘A diferença de remédio para droga é a dosagem, que só médicos podem definir’, afirmou Sergio Paulo Guimarães, teólogo e advogado.

‘O Conselho Federal de Medicina não concorda com o plantio de Cannabis em território nacional’, disse Emmanuel Fortes Silveira Cavalcanti, do CFM. ‘São os mesmos que autorizam ivermectina e cloroquina’, afirmou Leandro Cruz Ramires da Silva, da Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal.

‘Um deputado contra a penicilina nos anos 1930 estaria fora da realidade da época’, disse o neurocientista Sidarta Ribeiro, sobre a evolução das pesquisas sobre Cannabis. ‘Não podemos confundir boas intenções com boas práticas médicas’, afirmou Marcelo Allevato, da Associação Brasileira de Psiquiatria.

‘Mesmo que haja pena de morte, continuaremos plantando, porque traz saúde e qualidade de vida’, disse Margarete Santos de Brito, da Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal. ‘Famílias estão sendo usadas por quem quer legalizar as drogas’, afirmou Michele Colins, vereadora em Recife.

‘Preocupa a aprovação de mais uma droga lícita, já temos o álcool’, disse o delegado Aristóteles Sakai de Freitas. ‘Atendemos 19 mil pessoas, são juízes, políticos, artistas, médicos’, afirmou Cassiano Teixeira, da Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace), apontada como referência nacional.

‘Por falha de governo, a regulação é deficiente’, disse Rodrigo Mesquita, da Comissão Especial de Assuntos Regulatórios da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). ‘Precisamos clareza sobre as regras, para seguir à risca, de modo ético’, afirmou Tarso Araújo, da Associação Brasileira das Indústrias de Canabinoides.

Plantio restrito

O parecer de Luciano Ducci legaliza o cultivo da Cannabis no Brasil, mas impõe restrições. Poderá ser feito apenas por pessoas jurídicas (empresas, associações de pacientes ou organizações não governamentais). Seguirão proibidos no País o cultivo individual, bem como cigarros, chás e outros derivados da planta.

A versão original de Fábio Mitidieri liberava a venda de medicamentos oriundos da Cannabis ao alterar a Lei Antidrogas ( Lei 11.343/06 ). ‘Algumas moléstias podem ser tratadas com sucesso, de modo eficaz e seguro, em relação a outras drogas que não apresentam respostas satisfatórias em determinados casos’, defendeu.

Atualmente, a Lei Antidrogas proíbe em todo o território nacional o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, com exceção para aquelas plantas de uso exclusivamente ritualístico religioso e no caso de fins medicinais e científicos.

Autoridade sanitária dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou produtos oriundos da Cannabis. Outros 50 países já autorizam o uso terapêutico. No Brasil, a Anvisa não classifica os itens como medicamentos, mas autoriza a importação com receita médica e poderá avaliar a fabricação no País.

Fonte: Agência Câmara

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/25/78-dos-brasileiros-sao-favoraveis-a-cannabis-para-uso-medicinal-segundo-pesquisa/

Estabelecimentos ainda desrespeitam norma sobre produtos lácteos

0

As regras da Norma para Comercialização de Alimentos para Lactantes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL), criada para a promoção do aleitamento materno, são desrespeitadas por seis em cada dez estabelecimentos comerciais.

Os dados foram levantados por uma pesquisa coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e realizada no Rio de Janeiro, São Paulo, Belém, Florianópolis, Ouro Preto, João Pessoa e Brasília.

A NBCAL é uma norma central da política pública de proteção do aleitamento materno, que já completa 40 anos, e foi atualizada ao longo das últimas décadas. Ela define obrigações e impedimentos, como a proibição da comercialização de fórmulas infantis, mamadeiras, bicos, chupetas e protetores de mamilo.

No caso de leites, fórmulas infantis e outros produtos para a primeira infância, deve ser disponibilizada advertência quando forem indicados para crianças com menos de três anos. Também não são permitidas mensagens que coloquem em dúvida a capacidade das mães de amamentarem.

O estudo foi realizado entre novembro de 2018 e novembro de 2019, avaliando 1.400 estabelecimentos comerciais que vendem alimentos lácteos, como supermercados, mercados e farmácias. Desse universo, 60% apresentaram alguma infração da NBCAL, com índices maiores em São Paulo e Belém e menores em Florianópolis e Belo Horizonte.

As principais irregularidades foram encontradas nos compostos lácteos, nos leites e nos alimentos de transição. Os tipos de estratégias comerciais infratoras mais comuns foram a falta de advertência em produtos permitidos, de 92%, e 6,6% em anúncios que não poderiam ser divulgados segundo a NBCAL.

Já quanto aos tipos de promoção comercial, as mais frequentes foram a combinação de exposição especial e desconto nos preços (42,9%), desconto de preço (31,3%), exposição especial (16%) e práticas que juntam mais métodos (10%).

Assédio

A pesquisa também analisou o assédio e as estratégias de promoção da indústria de alimentos junto às unidades e aos profissionais de saúde. Das instituições examinadas – como hospitais e maternidades -, metade relatou ter tido algum tipo de oferta por essas empresas, como equipamentos eletrônicos e obras. Nas instituições públicas avaliadas, o índice foi maior, de 66,7%.

Já entre os profissionais consultados pelo estudo, 80,8% disseram ter recebido algum tipo de brinde de empresas do ramo alimentício. Na área pública, todos os entrevistados relataram essa prática, enquanto no setor privado o índice foi de 87,5%. Dos que participaram de eventos científicos, 65% admitiram ter tido patrocínio dessas companhias.

Do total de profissionais ouvidos, 46% manifestaram não conhecer a NBCAL, enquanto 54% responderam ter ciência da norma e de suas regras.

O pesquisador responsável pelo estudo, Cristiano Boccolini, da Fiocruz, destacou a importância do levantamento para identificar a influência do setor privado nas escolhas de pais e mães sobre a alimentação de seus filhos por meio das estratégias comerciais de produtos lácteos e para promover o aleitamento materno.

‘O aleitamento materno é direito humano universal, declarado pelo Unicef em 2016. Contribui para o alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável, por reduzir a mortalidade infantil, a promoção da saúde, a erradicação da fome. Ele faz parte das garantias constitucionais brasileiras, direito à alimentação e direito à saúde. Tem política nacional de atenção à saúde da criança’, disse.

Ações governamentais

A coordenadora de Saúde da Criança do Ministério da Saúde, Janini Ginani, informou que a pasta criou no ano passado um grupo de trabalho para discutir a fiscalização do cumprimento da NBCAL. Ela defendeu a importância de reverberar a NBCAL entre quem não conhece as regras, especialmente profissionais de saúde.

Janini Ginani disse que vem dialogando com a coordenação de Residência Multiprofissional do Ministério da Educação para inserir o tema nos currículos de formação dos profissionais de saúde.

Ginani também defendeu uma atualização da norma para dar conta das novas estratégias de marketing das empresas, que evoluem rapidamente.

A representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Renata Ferreira, informou que a revisão de regras relacionadas à NBCAL foi incluída na agenda regulatória da Agência 2021-2023.

Fonte: Agência Brasil

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/05/em-defesa-do-leitinho-das-criancas-composto-lacteo-nao-e-leite/

Variante indiana do coronavírus é confirmada em passageiro

0

Um passageiro que desembarcou no último fim de semana em São Paulo de um voo vindo da índia está infectado com a variante indiana do coronavírus. A informação foi confirmada pelo Laboratório Central de Saúde Pública de São Paulo, o Instituto Adolfo Lutz.

O laboratório terminou, nesta quarta-feira (26), o sequenciamento genético da amostra e confirmou a infecção pela variante indiana. O passageiro desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos no sábado (22), mas o homem de 32 anos, mora em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.

Em nota, a Anvisa informou que ele embarcou na Índia com destino ao Brasil depois de apresentar um exame RT-PCR negativo, desembarcou em São Paulo sem apresentar sintomas, assinou o termo de controle sanitário, em que se comprometeu a manter-se em isolamento por 14 dias e embarcou em outro avião com destino ao Rio de Janeiro.

O caso foi identificado porque o passageiro fez um novo teste em um laboratório privado no aeroporto de Guarulhos a pedido da empresa onde trabalha. Segundo a Anvisa, o laboratório informou o resultado positivo quando o passageiro já tinha chegado ao Rio de Janeiro.

Segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo, as ações de rastreamento começaram a ser feitas na sequência. Foi solicitada a lista completa dos passageiros do voo, nomes de todos os funcionários do aeroporto, laboratório e dos contatos do passageiro para isolamento e monitoramento.

As equipes de vigilância do Rio de Janeiro também foram notificadas sobre o caso.

Fonte: Agência Brasil

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/04/vacina-indiana-e-eficaz-contra-variante-brasileira-do-coronavirus-diz-estudo/

Covid-19: lote com 629 mil doses da vacina da Pfizer chega ao Brasil

0

Um novo lote, com 629,4 mil doses da vacina da Pfizer/BioNTech, chegou ao Brasil hoje (26). A remessa veio por avião, que aterrissou no aeroporto de Viracopos, na cidade de Campinas (SP).

Segundo o Ministério da Saúde, com essas novas doses o total de imunizantes do consórcio das farmacêuticas chegou a 3,4 milhões até agora. A pasta informou que a previsão é de recebimento de outros 12 milhões de doses no mês que vem.

Armazenamento

A Pfizer entrou com solicitação juntamente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na semana passada para flexibilizar o armazenamento e temperaturas de refrigeradores mais comuns, ampliando o tempo de armazenamento em temperatura de 2 graus Celsius (°C) a 8 °C, que atualmente é de no máximo cinco dias.

Caso seja aprovado pela Agência, a mudança vai facilitar o armazenamento das doses, permitindo que cidades sem estrutura para acondicionar o imunizante em temperaturas baixíssimas possam ter melhores condições de receber e aplicar as doses do imunizante.

Fonte: Agência Brasil

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/20/agencia-reguladora-dos-eua-autoriza-tempo-maior-de-armazenamento-da-vacina-da-pfizer-para-1-mes/

SP recua e adia a flexibilização

0

O governador João Doria anunciou, ontem, o recuo na flexibilização do horário de funcionamento e da ocupação máxima de igrejas, restaurantes, salões de beleza, academias de ginástica, shoppings, espaços culturais e outros estabelecimentos comerciais e de serviços prevista inicialmente para começar em 1º de junho. Com a decisão, a atual fase emergencial foi prorrogada até 14 de junho, com a permissão de atendimento ao público em comércios e serviços entre 6h e 21h e com a ocupação limite de 40%, “exatamente nos moldes que vem operando atualmente”, destacou o governador. O motivo atribuído à decisão é o aumento de casos e internações por covid-19.

O estado se encontra em curva ascendente na média móvel (calculada com base nos últimos sete dias) de novas internações desde 6 de maio, quando registrava 2.195. Na última terça-feira, a taxa foi de 2.595 novas hospitalizações ligadas à covid-19 por dia, semelhante à registrada em meados de março e superior ao recorde de 2020, que foi de 1.972 em 16 de julho.

Para tornar ainda mais preocupante a situação em São Paulo, o sétimo caso de infecção pela cepa indiana passou por São Paulo, antes de seguir para Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, onde reside. O homem, de 32 anos, desembarcou em Guarulhos, vindo da Índia, no último sábado. Ao chegar, fez exame RT-PCR num laboratório no próprio aeroporto, mas foi liberado e embarcou em outro voo para o Rio, antes do resultado da análise.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou o caso positivo à secretaria municipal de Saúde de São Paulo quando o homem já havia ido para o Rio, onde se hospedou num hotel ao lado do aeroporto Santos Dumont. No domingo, foi de carro para outras cidades do estado e, depois, retornou à capital, na segunda-feira, submetendo-se ao isolamento. Por dois dias, circulou por três cidades e teve contato com dezenas de pessoas.

Em nota, a Anvisa disse que o passageiro, quando passou pelos controles da Anvisa em Guarulhos, apresentou PCR negativo realizado 72 horas anteriores e não tinha sintomas. O Instituto Adolfo Lutz confirmou a infecção. (Colaboraram GB e GC)

Fonte:

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/05/27/iniciar-flexibilizacao-da-quarentena-em-sao-paulo-pode-ser-prematuro-dizem-especialistas/

Amazon cogita loja física e CVS reage

amazon

Pode parecer uma mera coincidência, mas que demonstra o acirramento da concorrência no varejo farmacêutico dos Estados Unidos.

Nesta quarta-feira, a Amazon aproveitou o anúncio da compra dos estúdios MGM para informar que estuda investir em farmácias físicas. As informações foram veiculadas pela Business Insider. Hoje, um dia após ver suas ações despencarem com o movimento da concorrente, a CVS Health revelou que vai incorporar 150 produtos de marca própria ao portfólio das lojas.

A Amazon mencionou, inclusive, que as farmácias começariam a ser instaladas nos pontos das lojas da rede Whole Foods, com mais de 500 unidades. O objetivo é usar as lojas como espécies de showrooms para alavancar os negócios da Amazon Pharmacy, farmácia online lançada em novembro com a proposta de entregar medicamentos e outros produtos de saúde em até dois dias.

Analistas do mercado financeiro estimam que, somente nesta quarta, a perda de valor de mercado das empresas do varejo farmacêutico chegou a US$ 6 bilhões.

Marca própria de beleza no radar da CVS

Já a CVS vai ampliar a oferta de marca própria nas categorias de suplementos e vitaminas e de higiene íntima para mulheres. Mas a principal novidade é o lançamento da linha Goodline Grooming Co., antes restrita a roupas masculinas e que agora passará a contar com produtos para barba e pele, lâminas de barbear, além de xampu, condicionador, massageador facial e produtos para unhas 100% veganos e livres de crueldade com animais.

A rede ressaltou que os novos produtos nasceram a partir de feedbacks dos consumidores e do comportamento de compra no ponto de venda. Mas especialistas do setor acreditam que o avanço da Amazon acelerou alguns passos.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


Cadastre-se para receber os conteúdos também no WhatsApp  e no Telegram

Jornalismo de qualidade e independente
Panorama Farmacêutico tem o compromisso de disseminar notícias de relevância e credibilidade. Nossos conteúdos são abertos a todos mediante um cadastro gratuito, porque entendemos que a atualização de conhecimentos é uma necessidade de todos os profissionais ligados ao setor. Praticamos um jornalismo independente e nossas receitas são originárias, única e exclusivamente, do apoio dos anunciantes e parceiros. Obrigado por nos prestigiar!

Biomm prepara dois estudos de medicamento contra a Covid-19

Biomm aposta em parcerias internacionais para crescer com biológicos

A Biomm anunciou ao mercado que encaminhará à Anvisa, nos próximos dias, um pedido de autorização para realizar estudos clínicos de fase 3 do leronlimabe. O objetivo é utilizar o medicamento em pacientes hospitalizados com a Covid-19 e que precisam de oxigenação.

A farmacêutica brasileira conduzirá dois estudos, sendo um para pacientes com quadro moderado da doença e outro para os que estão em estado grave.

Em abril deste ano, a companhia firmou um acordo exclusivo para fornecer o medicamento no mercado brasileiro. A fabricante norte-americana CytoDyn Inc. é a responsável pelo desenvolvimento do leronlimabe. A condução dos ensaios clínicos no Brasil ficará a cargo da Academic Research Organization (ARO) do  Hospital Israelita Albert Einstein.

Essa é mais uma das muitas parcerias internacionais da Biomm para trazer terapias inovadoras ao Brasil, com foco em especialidades e doenças de alta complexidade. Em novembro do ano passado, o laboratório formalizou um acordo com a indiana Enzene Biosciences, que garante a exclusividade de licenciamento, fornecimento, comercialização e distribuição do biossimilar Teriparatida, para o tratamento da osteoporose.

Já em dezembro, a Bioom estabeleceu parceria com a biofarmacêutica chinesa Bio-Thera para as vendas do biológico Bevacizumabe, destinado ao tratamento de diferentes tipos de câncer.

“Os medicamentos biológicos trazem soluções que antes não eram possíveis aos pacientes, com tratamentos mais eficientes e menos indolores”, ressalta o CEO Heraldo Marchezini.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


Cadastre-se para receber os conteúdos também no WhatsApp  e no Telegram

Jornalismo de qualidade e independente
Panorama Farmacêutico tem o compromisso de disseminar notícias de relevância e credibilidade. Nossos conteúdos são abertos a todos mediante um cadastro gratuito, porque entendemos que a atualização de conhecimentos é uma necessidade de todos os profissionais ligados ao setor. Praticamos um jornalismo independente e nossas receitas são originárias, única e exclusivamente, do apoio dos anunciantes e parceiros. Obrigado por nos prestigiar!