Venda de antidepressivos cresce 23% no primeiro trimestre

0

Só no primeiro trimestre de 2021, a venda de medicamentos genéricos antidepressivos cresceu 23% em unidades ante o mesmo período de 2020.

De acordo com a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, os dados são da PróGenéricos com base em informações do IQVIA, empresa que audita o varejo farmacêutico.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


Cadastre-se para receber os conteúdos também no WhatsApp  e no Telegram

Jornalismo de qualidade e independente
Panorama Farmacêutico tem o compromisso de disseminar notícias de relevância e credibilidade. Nossos conteúdos são abertos a todos mediante um cadastro gratuito, porque entendemos que a atualização de conhecimentos é uma necessidade de todos os profissionais ligados ao setor. Praticamos um jornalismo independente e nossas receitas são originárias, única e exclusivamente, do apoio dos anunciantes e parceiros. Obrigado por nos prestigiar!

Leia também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/18/pague-menos-compra-extrafarma-por-r-600-milhoes/

Estudo aponta Brasil entre países com melhores oportunidades para o e-commerce

A PayU, fintech global dedicada a soluções de pagamentos online, acaba de divulgar o estudo “A próxima fronteira: os mercados mais promissores para os líderes emergentes do comércio eletrônico a partir de 2021′. O informe destaca o crescimento sem precedentes dos gastos online, impulsionado pela situação da pandemia e por mudanças estruturais como a disseminação dos aparelhos celulares e o avanço da inclusão digital. Os dados foram levantados a partir da rede de centenas de milhares de comerciantes online da PayU e de fontes externas. No Brasil, o comércio eletrônico cresceu 32% no ano passado de acordo com fontes externas e deu um salto de 50% no âmbito da plataforma PayU.

‘Os novos hábitos vieram para ficar, o que configura um dos momentos mais oportunos para o ingresso de novos comerciantes no mercado brasileiro’, afirma Leonardo Esposito, que assumiu há um mês o cargo de country manager da PayU no Brasil.

De acordo com o relatório, as vendas online no Brasil não se restringem aos bens e serviços nacionais. A consolidação da atuação de players internacionais como Alibaba, Wish e Amazon e a facilidade de acesso a plataforma de pagamentos transnacionais online deram outra configuração ao mercado. Até 2024, espera-se que as vendas internacionais representem 25% do comércio eletrônico no Brasil.

Setores – Entre os setores analisados, o Brasil se destaca pelos gastos em moda e acessórios. O gasto nesse segmento cresceu mais de 500% na plataforma PayU entre 2019 e 2020. Os dados externos apontam para um avanço de 13% dos gastos online nessa categoria entre 2020 e o final de 2021, movimentando mais de 5 bilhões de dólares.

No setor de cosméticos e estética, a previsão registrada no relatório é de que sejam movimentados no comércio eletrônico no país cerca de 2,8 bilhões de dólares, ou mais de três vezes o previsto para o México, segundo país com mais gastos no segmento.

No segmente de educação, os gastos em comércio eletrônico no país cresceram 14% entre 2019 e 2020. ‘O crescimento dos gastos nesse segmento vem crescendo ao longo do período de pandemia e devem manter a tendência este ano’, afirma Esposito.

Além do caso brasileiro, o estudo indica que a América Latina em geral exibe as tendências de crescimento mais promissoras e consistentes e reúne as melhores condições para se converter em um novo destino global do comércio eletrônico para os líderes emergentes do e-commerce, em especial para empresas online omnichannel de rápido crescimento que buscam se destacar em suas áreas de atuação.

‘Nunca houve momento melhor para se dedicar ao comércio eletrônico’, afirma Mario Shiulisashki, diretor executivo da PayU Globoal Payments. ‘Novas regulações e inovações estão ampliando a segurança dos pagamentos e transações online e a conquista de novos mercados será fundamental para ampliar a base de clientes, especialmente para empresas online baseadas em mercados maduros mais saturados’, diz.

Fonte: A Gazeta do Amapá

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/21/e-commerce-brasileiro-teve-alta-de-40-em-acessos-em-um-ano-por-conta-da-pandemia/

Projeto de visitação médica digital é destaque no mercado nacional

Visitação médica – A transformação digital nas empresas ocorria de forma gradual, até o início da pandemia do Coronavírus. Desde o ano passado, a inovação e a tecnologia se tornaram uma condição obrigatória para aqueles que desejam destaque no mercado. Mesmo sendo fundamental, o investimento digital nas companhias ainda precisa aumentar. Segundo uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), em 2020, apenas 23% das empresas brasileiras trabalhavam com o digital como prioridade máxima.

Siga nosso instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Investindo continuamente em inovação e tecnologia, o Laboratório Teuto desenvolve o projeto de Visitação Médica. O objetivo é promover a conexão entre os profissionais de saúde e a educação, por meio da ciência. Além de fazer com que o Laboratório seja conhecido na sua essência, em relação aos seus atributos de valor e propósito, pelos vários profissionais de saúde e classe médica, esclarecendo a imagem institucional da empresa.

A digitalização faz parte do planejamento da companhia, que preza pela qualidade e evolução nos negócios. ‘Estamos trabalhando com as melhores práticas, estratégias e tecnologias focadas no relacionamento com o cliente. Para isso, disponibilizamos conteúdos técnicos científicos atuais e relevantes, que ajudam a promover com excelência nosso programa de visitação médica’, declara o gerente hospitalar, Jadir Rodrigues.

Segundo Jadir, a iniciativa da companhia visa atender à necessidade dos profissionais de saúde e classe médica. ‘Estamos contribuindo com o seu desenvolvimento por meio de educação continuada com um relevante conteúdo científico, estabelecendo um alto nível de relacionamento. Além de melhorar a experiência desses profissionais com os medicamentos Teuto, através de uma prestação de serviços que agreguem valor’, revela o colaborador.

Para a consultora do projeto, Flávia Melo, o mercado precisava de um projeto que incentivasse os profissionais. ‘Estamos levando conhecimento para as pessoas que atuam na área da saúde. O diferencial do nosso material é a qualidade das informações, que são as mais recentes e explicativas. Nossa equipe também possui formação em Farmácia, com um diferenciado background na assistência farmacêutica hospitalar’, explica.

Vitor Hugo, consultor, conta que o projeto é uma forma de aproximar a área da saúde com o Teuto. ‘Com a Visitação Médica reforçamos os nossos valores e filosofia, o que acaba nos aproximando cada vez mais dos profissionais do setor hospitalar, confirmando que somos solução completa em saúde há mais de sete décadas, sendo sinônimo de qualidade e confiança’, reforça o colaborador.

A materialização do projeto de Visitação Médica é um trabalho conjunto de algumas áreas-chave da empresa, como Garantia, Comercial, TI, Farmacotécnico, Regulatório, Jurídico e Compliance, em parceria com a IQVIA Brasil, líder global no uso de informação, tecnologia, análises avançadas e expertise. A empresa trabalha um novo conceito visual para a Unidade Hospitalar, valorizando a cultura de qualidade, integridade e alta performance do Teuto para os médicos.

Compliance

Desde 2010, o Teuto possui um programa de Compliance, que estabelece procedimentos específicos a serem seguidos pelas áreas, de acordo com as interações que elas têm com agentes públicos, reafirmando a transparência e a ética em negociações com terceiros. O programa possui vários treinamentos em seu escopo, que vão desde a integração de novos colaboradores, treinamentos para força de vendas, para Conselheiros de Compliance, entre outros.

O programa estabelece ainda procedimentos específicos a serem seguidos pelos colaboradores, com o objetivo de reforçar o compromisso da companhia com a transparência e ética dos negócios, valores que pautam a história da companhia há mais de sete décadas.

Sobre o Teuto

Há mais de sete décadas no coração do Brasil, com o mais completo parque farmacêutico da América Latina e solução completa em saúde, o Teuto é referência para o mercado nacional e internacional. A companhia, que é sinônimo de qualidade e confiança, proporciona mais qualidade de vida aos seus fornecedores, colaboradores, clientes, parceiros e pacientes, por meio da excelência no desenvolvimento, produção e comercialização de seus produtos, e valoriza a responsabilidade socioambiental, reafirmando que ‘Se é Teuto, é de confiança’.

Fonte: 365news

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/10/plano-gratuito-da-clinicarx-viabiliza-servicos-clinicos-em-pequenas-farmacias/

Butantan recebe novo lote de IFA da CoronaVac nesta semana

0

Com a produção de CoronaVac interrompida desde o dia 13 de maio, o Instituto Butantan recebe nesta semana 3 mil litros de insumos para retomar a produção e entregar 5 milhões de doses do imunizante. A entrega está prevista para quarta-feira (26).

Após a retomada da produção, a expectativa é entregar mais 5 milhões de doses da vacina. A estimativa está abaixo do esperado. A previsão inicial era de receber 4 mil litros de insumos para gerar 7 milhões de doses da vacina. A redução foi anunciada pela China no dia 18.

O Butantan e o governador de São Paulo, João Doria, afirmaram que recentes ataques do presidente Jair Bolsonaro à China têm interferido diretamente no cronograma de liberação de novos lotes de insumos pelos chineses. Na semana passada, Doria reiterou que o atraso se deve a uma “questão política e diplomática”, mas demonstrou confiança em uma liberação em breve.

Em depoimento à CPI da Covid do Senado nesta terça, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo negou que atritos do governo Bolsonaro com a China tenham atrapalhado na remessa de insumos de vacinas ao Brasil.

Na quinta-feira (20), em reunião com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, com governadores, Doria pediu ajuda para evitar atrasos na liberação dos insumos e propôs ainda a compra de vacinas chinesas ainda em aprovação pela Anvisa por meio do Fórum dos Governadores, em vez do Ministério da Saúde.

No encontro, o embaixador se comprometeu com a liberação de insumos suficientes para produzir 16,6 milhões de doses não só dá CoronaVac, mas também da Oxford/AstraZeneca, produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Fonte: R7 Notícias

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/18/anvisa-conclui-que-frascos-de-coronavac-nao-estao-com-menos-doses-2/

Governo envia 600 mil testes rápidos para o MA depois de cepa indiana

1

O Ministério da Saúde enviará 600 mil testes rápidos de detecção da covid para o Maranhão neste domingo (23.mai.2021). O objetivo é aumentar a testagem no Estado em pontos estratégicos para realizar um bloqueio para tentar conter a variante indiana no país.

A informação foi divulgada pelo ministro Marcelo Queiroga em entrevista à imprensa neste sábado (22.mai).

O Maranhão registrou 6 casos da cepa B.1.617, identificada na Índia, em passageiros do navio Mv Shangon Da Zhi, ancorado no Estado. Um dos tripulantes, um indiano de 54 anos, está intubado em estado grave em hospital da rede privada de São Luís.

Vigilância genômica

Queiroga explicou que a prioridade, no momento, é realizar a vigilância da variante, o rastreamento e bloqueio sanitário no Maranhão para impedir uma transmissão comunitária da cepa indiana.

Para isso, os testes rápidos de antígenos serão utilizados em pessoas assintomáticas e sintomáticas. Os locais de testagem e abordagem serão em aeroportos, rodoviárias, locais de grande movimentação e nas e vias de acesso em São Luís e demais municípios maranhenses.

Caso o teste dê positivo, a pessoa será encaminhada para fazer o exame RT-PCR com identificação da cepa. O paciente será monitorado e deverá cumprir o isolamento de 14 dias na residência.

2,4 milhões de testes para outros Estados

O ministério da Saúde informou que 2ª feira (24.mai) terá uma reunião com o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) para pactuar a distribuição de 2,4 milhões de testes rápidos para outros Estados brasileiros.

Marcelo Queiroga disse que, no momento, a prioridade deverá ser enviar estes exames para cidades em região de fronteira, principalmente com a Argentina e Paraguai, para monitoração da variante.

Monitoramento em São Paulo

Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, o Ministério da Saúde iniciará, na próxima semana, um monitoramento e testagem em São Paulo.

Os pontos de testagem rápida serão instalados no Terminal Rodoviário Tietê, com foco nos ônibus e veículos com origem do Maranhão, e nas principais rodovias de acesso à cidade, como a Fernão Dias e a Dutra.

Anvisa também informou que aumentará a vigilância nos aeroportos e o reforço para o uso correto de máscaras e para a higienização das mãos.

Fonte: Poder 360

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/23/preco-de-testes-rapidos-de-covid-19-varia-de-r-75-a-r-90-em-uberaba/

Presidente da CPI diz já ter prova de dolo de Bolsonaro contra vacina

0

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, já vê elementos para responsabilizar Jair Bolsonaro por omissão no combate à pandemia, que já matou quase 450 mil brasileiros.

Aziz afirmou, em entrevista à coluna, que, em sua avaliação, os depoimentos prestados até agora já mostram que Jair Bolsonaro ‘nunca quis comprar vacinas’.

A avaliação de Aziz deu um passo além no que ele vinha afirmando nos últimos dias, em que ele criticara o governo, mas ainda não afirmara categoricamente ver que as primeiras semanas de investigações já provaram a responsabilidade de Jair Bolsonaro na tragédia da pandemia.

‘A declaração de Pazuello de que falava com o presidente uma vez na semana ou a cada 15 dias demonstra claramente o ‘grande’ empenho que eles tinham para combater a Covid. Se eu fosse presidente, meu gabinete iria para o Ministério da Saúde. Ora, (se) eu estou numa guerra, (eu faria isso). Como é que pode o Pazuello dizer isso? Que conclusão você tira disso? Nunca quiseram a vacina’.

Leia os principais trechos da entrevista:

O que a CPI já constatou sobre a conduta do governo na pandemia, com mais de 440 mil mortos por Covid?

Está comprovado que a gente nunca teve um planejamento para enfrentar a pandemia. Tudo era feito no acaso, principalmente o que houve em Manaus, onde tentaram criar um aplicativo e deu no que deu. Manaus foi usada como cobaia. Isso é brincadeira! A gente identificou que eles apostavam no tratamento precoce, e não na vacina. Nunca foi intenção comprar vacina. Foi o grande erro do governo. Enquanto o mundo apostava na vacina, o Brasil apostava no tratamento precoce, imunização de rebanho e protocolos que não funcionaram.

Já está caracterizada ao menos uma omissão do presidente Bolsonaro?

A declaração de Pazuello de que falava com o presidente uma vez na semana ou a cada 15 dias demonstra claramente o ‘grande’ empenho que eles tinham para combater a Covid. Se eu fosse presidente, meu gabinete iria para o Ministério da Saúde. Ora, eu estou numa guerra. Como é que pode o Pazuello dizer isso? Que conclusão você tira disso? Nunca quiseram a vacina. No lugar do presidente, eu ligava para os EUA, União Europeia, pegava um avião para a China atrás de insumo. 80% das nossas commodities vão para a China. Como é que não negocia? Eu fui governador. Quando havia uma rebelião em prisão, eu falava com o secretário de Segurança 50 vezes ao dia.

Omar Aziz e Randolfe Rodrigues, presidente e vice-presidente da CPI da Covid

Como a CPI responsabilizará autoridades?

O presidente não acordou e disse que cloroquina salva, que não precisa de isolamento social e defendeu imunização de rebanho. Alguém colocou isso na cabeça dele. Por isso, perguntamos tanto sobre esse ministério paralelo. Descobrimos que tentaram mudar até a bula da cloroquina (na verdade, o fato já era de conhecimento público antes da CPI). Você tem que chegar a quem orientou o presidente. Flávio Bolsonaro disse, num tom jocoso, que o presidente era orientado pelo pastor Silas Malafaia.

Mas, ao atribuir esse aconselhamento pró-cloroquina a pessoas que não são autoridades do governo, como a médica Nise Yamaguchi ou, mesmo que em tom jocoso, Silas Malafaia, não estariam os depoentes governistas querendo proteger Bolsonaro ou salvar a própria pele?

Já sabemos quem estava nessa reunião para mudar a bula da cloroquina: o Jorge Oliveira (ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência e atual ministro do TCU), o general Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e atual ministro da Defesa), a doutora Nise Yamaguchi e outro médico cardiologista. (Foi) quando o presidente da Anvisa disse que não faria aquilo nunca. E o Braga Netto disse: ‘Não, isso é só uma coisa’, e tirou por menos. Mas, se o presidente da Anvisa tivesse topado, hoje a bula da cloroquina estaria como se servisse para Covid. Quem determinou isso? Temos que ir atrás.

Que tal o depoimento de Eduardo Pazuello?

Ele foi preparado para ter uma versão de que um manda e o outro obedece (em relação a Jair Bolsonaro). O media training dele foi craque. Queria fazer um desses também! Ele inocenta o presidente de qualquer ação, mas acho que os fatos falam por si. O que ele deu foi uma versão, e essa versão não são os fatos. Não dá para esconder os fatos durante o tempo que ele passou no ministério e as declarações de Bolsonaro.

Por que essa versão não se sustenta?

Nenhuma versão dele se sustenta. Vale também uma acareação entre ele e o Fabio Wajngarten. Em 2 de setembro, Pazuello recebeu um documento da Pfizer. Dois meses depois, segundo disse o Wajngarten, o dono de uma rede de TV (Marcelo de Carvalho, o dono da Rede TV!) ligou para Wajngarten e disse que a Pfizer havia enviado o documento, sem resposta. Ora, não era o Pazuello que estava negociando as vacinas? Por que o Wajngarten também estava negociando? Havia duas frentes de negociação? O Ministério da Saúde e a Secretaria de Comunicação da Presidência, que não tinha nada a ver com isso? O Ministério da Saúde respondeu documentos sem levar nada para a frente. Alegaram que não negociaram com a Pfizer num primeiro momento porque o contrato era leonino. Mas, depois, assinaram o contrato da mesma forma. Mas não podemos esquecer que o presidente Bolsonaro disse publicamente a seguinte frase: ‘Não, o Brasil tem 210 milhões de habitantes, eles é que têm o interesse de nos vender a vacina, não somos nós’? Isso é brincar com a vida.

Senadores tiveram cautela excessiva com Pazuello, por se tratar de um general?

Não acho. Senadores chamaram o Pazuello de ‘ajudante de ordens’, de ‘mentiroso’ centenas de vezes. Pelo habeas corpus, ele tinha de ser tratado com respeito. O habeas corpus não era só para Pazuello não se incriminar.

Omar Aziz, presidente da CPI da Covidf

Como foi sua conversa com o comandante do Exército, general Paulo Sérgio?

Antes do primeiro depoimento, eu liguei para o comandante do Exército e disse que quem falaria à CPI não seria um general, mas um ex-ministro da Saúde. Isso foi para não misturarmos as coisas. Uma coisa é o Exército, e outra é o Pazuello. Ele concordou. No dia seguinte, o comandante do Exército me ligou dizendo que o Pazuello havia tido contato com dois assessores contaminados com Covid. Um senador quis pedir o exame, mas eu recusei. Não vou desrespeitar um general. O comandante do Exército vai mentir para mim? Não posso duvidar da palavra do comandante. Se fosse o Pazuello, era outra coisa. Um dia antes de Pazuello depor, na última terça-feira, eu liguei novamente. Perguntei ao comandante se Pazuello iria à CPI fardado. O comandante negou e disse que já havia conversado com Pazuello.

Há possibilidades concretas de a CPI quebrar sigilo de autoridades? Eduardo Pazuello e Ernesto Araújo estão na lista.

Sim.

O senhor negou a prisão de Fabio Wajngarten, quando ficou comprovado que ele mentiu. O senhor é totalmente contrário a prender depoentes que mintam na CPI?

Não mesmo. Naquele momento, Wajngarten dava uma grande contribuição à CPI. Ele trouxe a carta que foi entregue a seis pessoas do governo. Se eu aceito a prisão naquele momento, a CPI acabava naquele dia. O STF daria o direito de as pessoas não prestarem depoimento. Ninguém iria mais depor. Veja bem como as coisas mudam. Você acha que o Lewandowski ficou satisfeito com o habeas corpus que deu ao Pazuello depois que viu o depoimento dele? Acho que não. Com o habeas corpus, o cara foi lá e mentiu, fez o que quis, tentou desmoralizar a CPI. Lewandowski concedeu ao ex-ministro o direito de ficar calado para não se incriminar. O que Pazuello disse? Que responderia a todas as perguntas, com a versão que queria, mentindo descaradamente. Qualquer criança viu que ele estava mentindo. Ninguém é menino ali.

Então não tem nenhuma regra de que pode mentir na CPI que ninguém será preso?

Não, não tem mesmo.

Fonte: Metrópoles

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/17/em-duas-semanas-cpi-e-devastadora/

Tropa de choque do governo segura avanço do PL da maconha medicinal

0

Enquanto o Senado Federal se concentra na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, governistas da Câmara dos Deputados tentam mostrar força em temas caros ao governo. Em uma dessas frentes, a base aliada garantiu, com apoio do presidente Arthur Lira (PP-AL), a instalação da comissão especial que vai discutir o voto impresso.

Mas a atuação desse grupo não é apenas proativa, é também reativa. Nessa linha, aliados buscam frear o avanço do Projeto de Lei (PL) 399/2015, que autoriza o cultivo, no Brasil, de Cannabis sativa – planta também usada para produzir a maconha – para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem se pronunciado contra a matéria repetidas vezes. Ele já adiantou que, caso o texto seja aprovado pelo Congresso, vai vetá-lo. Ainda assim, a palavra final cabe ao Congresso, que pode derrubar vetos presidenciais.

Apesar de ter sido apresentado em 2015, o texto ainda está no início da tramitação, em uma comissão especial na Câmara dos Deputados. Até chegar à mesa do presidente da República para sanção ou veto ainda precisa ser aprovado pela Câmara e analisado pelo Senado.

Na última terça-feira (18/5), enquanto o governo se via às voltas com depoimentos de ex-ministros na CPI, o governo atuava para adiar a votação do projeto da Cannabis na comissão especial. Isso porque o projeto tem apreciação conclusiva, o que significa que só vai a plenário se houver recurso.

Temendo a aprovação do texto na comissão especial, o governo se movimentou para promover a substituição de membros do colegiado. Para o relator, Luciano Ducci (PSB-PR), as trocas ocorrem devido à maioria atual no colegiado pelo avanço da proposta. ‘Nós temos margem para vencer na comissão’, disse o deputado ao Metrópoles, que defende a liberação para uso medicinal.

Ainda assim, Ducci acredita que quem perder na comissão deve conseguir levar a votação ao voto de todos os 513 deputados. Na comissão, são 35 membros.

Para o cientista político Gabriel Elias, da Plataforma Brasileira de Política de Drogas, a atuação do governo nesse assunto é uma maneira de mobilizar a base eleitoral do presidente Bolsonaro, que tem forte influência religiosa.

‘Chamou muita atenção que nessas últimas semanas o governo deu muita a prioridade a isso. O governo está sofrendo ataques fortes na CPI do Senado, na Polícia Federal, na investigação no Ministério do Meio Ambiente e, ainda assim, nesta semana, a cúpula do governo ligou para líderes partidários e dos blocos para coordenar uma substituição dos membros da comissão por quem seja contrário ao projeto’, ressalta Elias.

As comunidades terapêuticas, por exemplo, tocadas por instituições evangélicas e católicas, tratam dependentes químicos. Muitas vezes, o tratamento envolve forte viés religioso, o que é questionado por autoridades de saúde pública. O governo federal já repassou quase R$ 400 milhões para as comunidades desde 2016. Desse valor, 63% (ou R$ 242 milhões) foram pagos depois que o presidente tomou posse.

Para o relator, a atuação incisiva do governo no tema faz parte do jogo da política, mas é ‘uma visão muito limitada do processo’. ‘Ou, às vezes, é uma estratégia de polemizar isso agora, porque daí a gente não discute vacina. Vamos discutir cloroquina versus Cannabis, que daí a gente esquece da discussão sobre a falta de vacinas’, afirma Ducci.

Na próxima terça-feira (25/5), haverá uma comissão geral em Plenário da Câmara para debater o tema com demais parlamentares, incluindo aqueles que não são membros do colegiado. Segundo Ducci, serão feitas apenas alterações técnicas no texto, nada que mude a essência do projeto.

Segundo Elias, o debate em torno da Cannabis entrou em evidência especialmente após os Estados Unidos terem mudado a política sobre drogas ao longo dos últimos 10 anos. No entanto, ele observa que isso ocorreu ao mesmo tempo em que houve um avanço conservador no Brasil.

O drama das famílias que lutam para importar os medicamentos também gerou uma comoção na opinião pública, o que aumentou o apoio à maconha medicinal na sociedade brasileira.

‘É um tema que, apesar das controvérsias, tem crescido na sociedade. Especialmente nessa pauta de Cannabis medicinal, tem sido difícil para muita gente tradicionalmente conservadora nesses temas se posicionar contra isso. Apesar de ter uma base muito radicalizada, como a base bolsonarista é, acredito que hoje tem uma maioria forte na sociedade favorável ao projeto, que pode levar a maioria dos parlamentares a se posicionar dessa forma’, entende o cientista político.

Nos três anos de funcionamento, a comissão levou membros para outros países para conhecer como funciona a produção da Cannabis para fins medicinais, houve um intenso debate com centenas de especialistas e deputados avaliam que o tema está maduro para ir a votação.

Uso medicinal

Medicamentos fabricados a partir derivados da planta da Cannabis podem ser utilizados no tratamento de doenças como Alzheimer, Parkinson, glaucoma, depressão, autismo e epilepsia. Além disso, já existem evidências conclusivas da eficácia dos canabinoides contra dores crônicas; no tratamento de câncer, apresentando efeitos antitumoral e também contra enjoos causados pela quimioterapia e no tratamento da espasticidade causada pela esclerose múltipla.

Segundo o relator Luciano Ducci, o projeto vai ajudar as famílias de pacientes que fazem uso de derivados da Cannabis, por não terem respondido bem a outras terapias ou por enfrentarem efeitos colaterais severos com os medicamentos disponíveis no mercado.

Um desses pacientes é a esposa do deputado Daniel Coelho (Cidadania-PE), que usa o óleo de Cannabis para o tratamento de um câncer. Na reunião desta semana, ele fez um depoimento emocionado sobre como a maconha medicinal é importante para o bem-estar da esposa e da família. Coelho também informou que deve ser substituído como membro titular da comissão.

Se tiver que escolher entre perder votos, perder eleição, mas com isso salvar vidas? Escolho salvar vidas. Quer saber a verdade sobre a cannabis medicinal? Assista inteiro. https://t.co/UXHQO7vtIs

– Daniel Coelho (@DanielCoelho23) May 18, 2021

‘Veneno de cobra’

As vozes contrárias ao projeto alegam que o texto vai facilitar o acesso à maconha no país. Um dos representantes desse grupo é o deputado Osmar Terra (MDB-RS), que já foi ministro da Cidadania no governo Bolsonaro e autor de reiteradas declarações negacionistas sobre a pandemia de Covid-19.

Terra defende o uso do canabidiol (CBD) artificial, ou seja, sem o tetrahidrocanabinol (THC), a substância psicoativa. O CBD e o THC são os dois principais compostos da planta Cannabis sativa. O argumento do deputado é o de que não é ideal utilizar a maconha de forma medicinal, apenas uma parte, para o tratamento de doenças.

‘Para pressão alta, se usa uma molécula do veneno de jararaca. Então para se combater a hipertensão não se toma todo o veneno’, sustenta.

No entanto, essa tese de isolamento da molécula do CBD é refutada pela ciência. A professora da Universidade de Brasília (UnB) Andrea Gallassi, coordenadora do Centro de Referência sobre Drogas e Vulnerabilidades Associadas, explica que existe um efeito bioquímico conhecido como ‘comitiva’, segundo o qual uma substância tem efeito potencializado se estiver em conjunto com outras.

‘Tem doenças que se beneficiam de altas doses de canabidiol e baixas doses de THC. E tem doenças que se beneficiam de altas doses de THC e baixas doses de canabidiol. Em ambas as possibilidades terapêuticas, é preciso os dois juntos, porque a composição desses dois canabinoides juntos, em proporções diferentes ou até em proporções iguais (50% de um e 50% de outro), vai depender do quadro clínico a ser tratado’, explica Gallassi.

Isso significa que o canabidiol não atua de forma isolada, precisando das outras substâncias para ter efetividade no uso terapêutico. ‘Não adianta discutir somente os compostos isolados. Canabidiol sem THC ou só o THC sozinho’, prossegue.

‘O fato é: o efeito comitiva já é, do ponto de vista científico, bastante consolidado. O uso combinado, em proporções diferentes tem efeitos terapêuticos maiores do que somente usar o canabidiol de maneira isolada, ou seja, sem o THC’, prossegue a professora.

O primeiro medicamento à base de Cannabis sativa autorizado no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Mevatyl, tem 50% de sua composição de THC. O produto recebeu autorização em 2017 e é indicado para o tratamento de adultos que tenham espasmos relacionados à esclerose múltipla.

Plantio da maconha

A grande inovação do projeto de lei em discussão na Câmara é justamente a legalização do cultivo da Cannabis no Brasil. No entanto, há diversas restrições: o plantio poderá ser feito apenas por pessoas jurídicas, como empresas, associações de pacientes e organizações não governamentais – e sob amplo monitoramento. Permanece não existindo previsão para o cultivo individual para uso em caráter recreativo.

Para o deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), a proposta ‘vai abrir portas, sim, para o plantio desenfreado e para a criação de uma indústria da agrocanabis [sic], e a maconha vai chegar com mais facilidade ainda nas nossas famílias’.

Também contrário, o deputado Diego Garcia (Podemos) alega que o projeto original foi totalmente alterado no seu substitutivo, ampliando o seu escopo e criando uma nova indústria no Brasil. O texto permite as atividades de cultivo, processamento, pesquisa, transporte, produção, industrialização, manipulação, comercialização, importação e exportação de produtos à base de Cannabis para fins medicinais, cosméticos e têxteis.

‘As restrições apresentadas no substitutivo não são suficientes para impedir o aumento do narcotráfico, ao mesmo tempo que dificultam o combate às plantações ilegais. O Brasil é um país de tamanho continental. Se essa proposta for aprovada, o controle das plantações legais e ilegais será praticamente impossível’, entende ele.

O relator, porém, rebate argumentos de quem afirma que o projeto vai permitir o plantio em todo o território nacional, ressaltando que no relatório há proibições expressas a produtos fumígenos e destinados a uso recreativo, bem como uso para outras fins, como ritualístico e religioso. ‘Desafio qualquer um que acha que abre margem para fins recreativos a mostrar onde está isso.’

Ducci ressalta ainda que a autorização exige receituário médico de cor amarela ou azul. A receita amarela é específica para medicamentos de uso controlado, como entorpecentes ou psicotrópicos. Já a receita azul é obrigatória para medicamentos que podem causar dependência. Tranquilizantes e antidepressivos, por exemplo, estão enquadrados nessa segunda classificação.

Mais sobre o projeto

O projeto tramita na Câmara desde 2015, apresentado pelo deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE). O texto foi apresentado no mesmo ano em que a Anvisa passou a autorizar a importação de medicamentos à base de Cannabis.

Apesar da autorização, o uso desses medicamentos é burocrático e os custos são elevados, dado que o plantio não é permitido atualmente em território nacional. Muitos pacientes precisam recorrer à Justiça para garantir o direito de importá-los.

‘Quem não tem dinheiro não tem acesso. O que nós queremos é democratizar o acesso para todas as pessoas, com um produto produzido no Brasil, controle de qualidade e baixo custo’, frisa o relator.

Os dois únicos medicamentos aprovados pela Anvisa e produzidos pela indústria farmacêutica no país custam mais de R$ 2 mil. As importações também não costumam ser baratas, pois os produtos são comprados com o preço em dólar.

Recentemente, a associação Abrace Esperança divulgou a venda de um óleo de cannabis mais acessível, visando pacientes de renda baixa. O óleo com 30 mililitros custará R$ 79 e pode durar um mês.

Além do uso medicinal e veterinário, o projeto também permite o uso da planta da Cannabis para fins industriais e científicos. Por exemplo, o cânhamo industrial, uma versão da planta que não causa efeitos alucinógenos, devido à baixa concentração de THC encontrada. O uso industrial da planta pode resultar na produção de cosméticos, produtos de higiene pessoal e até suplementos e gêneros alimentícios.

Fonte: Metrópoles

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/17/stj-empurra-para-anvisa-decisao-sobre-maconha-medicinal/

Pfizer pede que Anvisa mude temperatura de armazenamento de sua vacina

A Pfizer entrou com pedido na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para obter uma autorização de flexibilização do armazenamento de sua vacina contra a covid-19 após o descongelamento. O imunizante já é aplicado no Brasil.

Até o momento, a vacina da Pfizer tem permissão para ser armazenada nas temperaturas de 2º Celsius a 8ºC por até cinco dias. Contudo, a farmacêutica apresentou estudos que apontariam a estabilidade da substância quando guardada nesta condição por mais tempo.

Para definir as condições de conservação de uma vacina, a Anvisa avalia os estudos de estabilidade desenvolvidos pelo laboratório. A previsão é de que a avaliação seja concluída até a próxima semana.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


Cadastre-se para receber os conteúdos também no WhatsApp  e no Telegram

Jornalismo de qualidade e independente
Panorama Farmacêutico tem o compromisso de disseminar notícias de relevância e credibilidade. Nossos conteúdos são abertos a todos mediante um cadastro gratuito, porque entendemos que a atualização de conhecimentos é uma necessidade de todos os profissionais ligados ao setor. Praticamos um jornalismo independente e nossas receitas são originárias, única e exclusivamente, do apoio dos anunciantes e parceiros. Obrigado por nos prestigiar!

Leia também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/18/pague-menos-compra-extrafarma-por-r-600-milhoes/

Tripulante de navio com variante indiana internado no MA tem quadro clínico grave, diz secretaria

0

O indiano de 54 anos, internado em uma UTI de um hospital particular de São Luís com a variante indiana do coronavírus (chamada de B.1.617), permanece com quadro clínico grave. A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) na noite deste sábado (22).

O paciente foi entubado neste sábado após apresentar piora no quadro clínico. Ele está internado desde o dia 14 de maio, quando o navio no qual era tripulante, MV Shandong da Zhi, chegou ao litoral maranhense vindo da Malásia.

Em nota, a secretaria informou que os 23 tripulantes embarcados no navio estão assintomáticos e seguem em quarentena. O monitoramento tem sido feito por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIVES). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) monitora o caso.

Testagem

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou ainda, que neste sábado, foram recebidas 102 amostras de pessoas que tiveram contato direto e indireto com os tripulantes do navio. A SES reforçou que não há confirmação de transmissão local da variante indiana.

As amostras serão processadas pelo Laboratório Central do Maranhão (Lacen/MA) e em seguida, enviadas para o Instituto Evandro Chagas (IEC), em Belém, para sequenciamento genômico.

Ainda neste sábado, pelo menos 40 das 100 pessoas que tiveram contato com os tripulantes do navio, testaram negativo para a Covid-19. A informação foi confirmada por Carlos Lula, secretário estadual de Saúde e presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).

Além do Maranhão, o Ceará monitora dois casos e o Pará outros dois casos suspeitos da cepa indiana.

O que se sabe sobre a chegada ao Brasil da cepa indiana da Covid-19

Cepa indiana no Maranhão

O Maranhão confirmou na quinta-feira (20), os primeiros casos da variante indiana do coronavírus (chamada de B.1.617) no Brasil. Os seis casos da variante no país foram detectados em tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, que saiu da Malásia e chegou ao litoral maranhense em 14 de maio.

Um dos infectados foi internado em um hospital particular da capital, em São Luís. Os outros estão isolados dentro do navio, em alto mar, a cerca de cerca de 35 quilômetros da costa. Dois deles retornaram à embarcação depois de serem medicados em hospital.

ENTENDA: por que a nova cepa preocupa o Brasil e o mundo

As seis pessoas confirmadas com a nova cepa fazem parte do grupo de 23 tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, que conta, no total, com 15 tripulantes que apresentaram testes positivos para a Covid-19. Oito seguem sem sintomas da doença.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a variante B.1.617 está sendo classificada como um tipo “digno de preocupação global”.

A análise genética revelou que essa variação apresenta mutações importantes nos genes que codificam a espícula, a proteína que fica na superfície do vírus e é responsável por se conectar aos receptores das células humanas e dar início à infecção.

Em linhas gerais, tudo indica que esses “aprimoramentos” genéticos melhoram a capacidade de transmissão do vírus e permitem que ele consiga invadir nosso organismo com mais facilidade.

Fonte: G1.Globo

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/24/vacinas-da-pfizer-e-oxford-sao-efetivas-contra-variante-indiana-da-covid-19/

Ministério da Saúde distribuiu máscaras chinesas com suspeita de falsificação

0

O Ministério da Saúde importou e distribuiu máscaras chinesas com suspeita de falsificação, sem garantir a segurança e eficácia dos produtos para uso por profissionais de saúde. A pasta não agiu para averiguar se a suspeita se confirma ou não, o que levou à paralisação das caixas de máscaras em galpões nos estados.

Documentos da Receita Federal sobre a importação dessas máscaras da China registram que o ministério foi o “importador” e “adquirente” dos produtos, com fabricação atribuída à Dongguan HuaGang Communication Technology. Outros documentos sobre o destino dos equipamentos mostram que a pasta foi responsável por distribui-los aos estados.

Foram importadas pelo menos 200 mil máscaras, do tipo KN95, a um custo unitário de US$ 1,70 (R$ 8,99, pela cotação do dólar de quarta-feira, 19). O total envolvido é de US$ 340 mil (R$ 1,79 milhão). O Ministério da Saúde diz que essas máscaras foram doadas, mas não revela quem foi o doador. O material integrou lotes enviados aos estados para destinação a profissionais de saúde.

A importação, distribuição e falta de garantia sobre a segurança e autenticidade do material envolvem todas as gestões no Ministério da Saúde do governo de Jair Bolsonaro. A importação ocorreu em 12 de abril de 2020, na gestão de Luiz Henrique Mandetta. A distribuição e a falta de certificação sobre a eficácia das máscaras seguiram pelas gestões de Nelson Teich, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga.

A suspeita de falsificação e inutilização do material se somam a outras irregularidades na distribuição de máscaras pelo governo Bolsonaro. Em 17 de março, a Folha de S.Paulo revelou que o ministério comprou e distribuiu máscaras chinesas impróprias para uso por profissionais de saúde. O produto, também KN95, contém a expressão “non medical” na embalagem.

A empresa contratada para distribuir o material pertence a um empresário que atua no mercado de relógios de luxo suíços. Ao todo, foram importados 40 milhões de máscaras. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou que o produto não poderia ser usado em hospitais. Diante disso, os estados passaram a distribuir o material a quem não é profissional de saúde.

O caso passou a ser investigado na CPI da Covid no Senado. Em seu depoimento na quarta-feira (19), Pazuello foi questionado sobre o assunto e admitiu saber da recomendação contrária da Anvisa e não ter agido para resolver o problema. Já as outras máscaras KN95, sobre as quais recai a suspeita de falsificação, tiveram o uso interditado pela Anvisa em junho, por não proporcionarem proteção adequada a profissionais de saúde. A decisão seguiu ato similar da FDA (Food and Drug Administration), a “Anvisa” dos EUA. Entre as máscaras estão as fabricadas pela Dongguan HuaGang.

Uma nova resolução, em setembro, reforçou a interdição, estendida a distribuição e comércio. Faltavam critérios mínimos de filtração de partículas. Neste ano, descobriu-se que as amostras usadas para análise das máscaras eram falsificadas. A FDA informou que circulam falsificações de diversos fabricantes chineses. Como amostras verdadeiras tinham laudos satisfatórios para filtração, a Anvisa revogou a interdição, em nova resolução em março, seguindo deliberação idêntica da FDA.

Mesmo com a nova medida, máscaras seguem estocadas e sem uso nos estados, pois não há uma comprovação sobre falsificação ou autenticidade dos produtos. Durante todo o período de interdição das máscaras, desde junho, não houve um recurso à Anvisa contra a medida, nem do fabricante nem do importador, segundo documentos da própria Anvisa.

Também não houve explicação ao MPF (Ministério Público Federal) sobre a suspeita de falsificação ou sobre a eficácia dos equipamentos. Tampouco houve apresentação de laudos do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) para atestar a autenticidade e segurança das máscaras. O MPF em Brasília investiga a compra e distribuição do material pelo ministério.

À Folha a Anvisa afirmou, em nota, que a falsificação foi constatada em produtos distribuídos ao mercado, e não somente em amostras; que cabe ao importador garantir segurança e eficácia; e que o uso por profissionais de saúde só está liberado se laudos do fornecedor ou fabricante comprovarem atendimento a normas técnicas das máscaras N95 e PFF2, indicadas para uso hospitalar.

A reportagem questionou o Ministério da Saúde se, como importador, garante a segurança e a eficácia das máscaras e se já descartou a suspeita de falsificação. Não houve resposta da pasta. O ministério também não respondeu para quais estados distribuiu os produtos.

Em nota, a pasta limitou-se a dizer: “As 200 mil máscaras KN95, recebidas em abril de 2020, foram doadas, portanto, não há contrato de compra. As máscaras foram distribuídas antes de qualquer deliberação da Anvisa.” No Rio Grande do Norte, por exemplo, há 23,7 mil máscaras paradas em estoque desde a interdição pela Anvisa. Parte do material chegou a ser enviada a hospitais, para uso por profissionais de saúde, mas acabou sendo recolhida diante da decisão da agência.

Até agora, não houve um atestado de segurança dos equipamentos pelo Ministério da Saúde, segundo gestores do estado.

“As máscaras interditadas continuam em quarentena, sem uso. E não chegou nenhum comunicado da Anvisa“, afirma Ralfo Medeiros, coordenador de Assistência Farmacêutica da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Norte.

O estado foi um dos primeiros a alertar sobre irregularidades nas máscaras distribuídas pelo Ministério da Saúde. Uma investigação teve início no MPF no estado, transferida depois para a Procuradoria da República no DF. Segundo a Anvisa, se houver dúvida sobre autenticidade dos produtos, é preciso fazer um contato direto com fabricantes “e outros na cadeia de suprimentos”. “Casos de suspeita de irregularidades devem ser encaminhados à agência para apuração. Até o momento não recebemos denúncia de possível falsificação”, afirma a Anvisa.

Conforme a agência reguladora, não houve necessidade de recolhimento das máscaras. “A Anvisa atua pautada por provas e não há provas de irregularidade.” Mesmo assim, segundo a Anvisa, o uso por profissionais de saúde só é possível se laudos comprovarem o atendimento às normas técnicas adotadas para N95 e PFF2.

Uma nota técnica da Anvisa de 8 de abril fez ressalvas ainda sobre máscaras fixadas com elástico ao redor da orelha, como é o caso das KN95, e não atrás da cabeça. “O governo americano tem alertado que, até o momento, nenhum certificado de conformidade foi expedido para máscaras com tirantes de fixação ao redor da orelha, e que esta característica compromete a vedação necessária para a adequada filtragem, não havendo nenhuma máscara aprovada com essa característica”, afirma o documento.

O MPF, por sua vez, num parecer de 13 de abril, afirmou que máscaras interditadas pela Anvisa “não podem ser utilizados para uso médico/hospitalar, a não ser nos ambientes considerados de baixo risco e que não demandem máscaras cirúrgicas ou N95 e PFF2”.

Fonte: Folha de Pernambuco

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/15/kn95-x-pff2-conheca-as-diferencas-entre-as-mascaras/