A pandemia e a alta do dólar estão deslocando a produção industrial para dentro das fronteiras brasileiras. Empresas, de variados setores, já têm planos de nacionalizar a fabricação de insumos para reduzir a dependência do fornecimento asiático, especialmente o chinês. As informações são do jornal O Globo.
O fechamento das fronteiras e função da Covid-19 mostrou o impacto que essa dependência pode ter em momentos de crise. Setores mais afetados por falta de peças e insumos estudam com o governo como determinar áreas estratégicas, na tentativa de recompor cadeias de produção que foram quebradas por falta de investimento ou de competitividade.
O setor químico é um dos mais dependentes de insumos de fora. A indústria farmacêutica brasileira sofreu quando a Índia, a maior exportadora de genéricos do mundo, impôs corte nas vendas externas de remédios.
“Não é uma discussão só no Brasil, é mundial, devido às dificuldades de importação e à volatilidade cambial. A curto prazo temos estoques, mas, para médio e longo prazos, há uma discussão que é inevitável em relação ao complexo industrial”, afirma Solange Dallana, diretora de Assuntos Regulatórios e Acesso ao Mercado da EMS.
Ela afirma que sua empresa, juntamente com as demais do setor, está debatendo que produtos são essenciais para o país, para os quais faz sentido criar uma política de nacionalização e quais poderiam ser exportados.
O debate já chega às empresas estatais. Jorge Mendonça, diretor do Farmanguinhos, laboratório vinculado ao Ministério da Saúde que produz os remédios à base de cloroquina pesquisados para combater a Covid-19, afirma que tem capacidade de suprir o mercado brasileiro, caso as pesquisas apontem essa necessidade.
“Essa crise pode nos levar a repensar o modelo e a valorizar a importância da pesquisa e da produção farmacêutica no país. Sabemos que vivemos em um mundo globalizado, e isso traz vantagens, mas queremos ter uma dependência externa tão grande?”, afirma.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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