Muitas pessoas com deficiência física têm um motivo a mais de preocupação nesse período de pandemia mundial da covid-19. Entre elas, há as que moram sozinhas e não conseguem colocar e retirar a máscara de proteção sem ajuda, em razão de algum problema motor ou mesmo da ausência de braço, mão e dedos.
A assistente social Thais Mendes Louzada, que convive com paralisia cerebral, precisa de ajuda para colocar máscara protetora Foto: Divulgação
Situações tensas também acometem algumas dessas pessoas, que precisam sair de casa para compras básicas e se veem privadas de usar álcool gel ou líquido após tocarem num objeto, produto ou em dinheiro. Dependendo do grau de disfunção motora, não conseguem segurar com firmeza um frasco do desinfetante e antisséptico.
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“Há os que sofrem de um movimento involuntário de membros e isso os impossibilita de manter o cuidado de se higienizar com álcool durante uma ida a supermercado ou farmácia, por exemplo”, conta o jornalista carioca Paulo Vitor Ferreira, 40 anos, que tem pequenos comprometimentos físicos por causa da paralisia cerebral.
Atento à inserção social desse grupo, Paulo já ouviu queixas recentes de colegas cegos, que não obtêm auxílio de pedestres na hora de atravessar uma rua ou de caminhar por uma calçada irregular. O motivo também tem a ver com os desdobramentos da pandemia. “O distanciamento social em vigor limita o contato físico e o estranho tem receio de se aproximar.”
Mas a questão central de quem convive com deficiências físicas nos dias atuais é mesmo a máscara higiênica. Também tendo de conviver com paralisia cerebral, que limita o movimento de seus membros, a assistente social Thais Mendes Louzada, de 32 anos, formada pela PUC-RJ, não pode manuseá-la sozinha.
“Para utilizar esse e outros equipamentos de proteção, eu preciso de outra pessoa. É assim também com vários amigos meus”, ela diz.
Fonte: Terra
