A ideia de um procedimento que envolva anestesia geral, em muitas pessoas, gera um desconforto. Porém, já imaginou passar por um processo cirúrgico que necessite de grandes cortes, reposição de tecidos ou mesmo quebra de ossos, sentindo cada movimento e estando consciente? Felizmente, a anestesia existe e é um processo seguro, que torna a cirurgia confortável tanto para o paciente, quanto para o cirurgião, e pode ser local, regional ou geral.
“Mesmo com a sedação, é possível controlarmos os batimentos cardíacos, musculatura, respiração, circulação, pressão arterial, oximetria e ondas cerebrais do paciente, monitorizando até mesmo se está com dor”, revela a cirurgiã do São Cristóvão Saúde, Marta Lima.
A especialista destaca ainda os avanços da tecnologia, novas drogas, aparelhos de monitorização e a expertise da equipe e do profissional anestesista atualmente, que influenciam nos resultados positivos desta etapa.
Tipos de anestesia
A depender do procedimento, o tipo de anestesia também pode variar. As anestesias regionais atuam em apenas uma parte do corpo, sendo subdivididas em anestesia de neuroeixo (raquianestesia e peridural), que irá retirar a sensibilidade apenas da metade do corpo, e anestesia periférica, que age apenas sobre um nervo em específico de uma região do corpo, podendo o paciente permanecer acordado ou induzido a dormir.
Nos casos de anestesia geral, o objetivo é eliminar a dor (analgesia), provocar o sono, o relaxamento neuromuscular e manter a pressão arterial e frequência cardíaca em níveis normais. “Cirurgias por vídeo, ou em casos como bariátrica, retirada da vesícula biliar e apendicite, são exemplos de métodos que precisam de anestesia geral”, exemplifica a médica.
Assim, o anestesiologista é o profissional responsável por regular a dose de medicação, de acordo com o tempo de duração do procedimento. Se a pessoa passou por uma cirurgia que causa dor, por exemplo, a equipe pode retirar a droga hipnótica, mas manter o analgésico, o que causa sonolência.
Recomendações médicas
Não há contraindicações específicas para anestesias. Porém, alguns indivíduos são alérgicos a certas medicações e seus componentes; há ainda condições de saúde particulares, como diabetes e pressão alta. Para esses casos, medicações alternativas são utilizadas e é de extrema importância que a equipe médica conheça o quadro geral do paciente.
As escolhas variam com o tipo de operação, condições físicas e emocionais. “Os médicos avaliarão os exames pré-operatórios e indicarão a melhor opção. Converse com seu médico cirurgião e com seu anestesista, tire todas as suas dúvidas e principalmente siga todas as orientações passadas”, ressalta Marta.
A especialista destaca ainda que o consumo de medicamentos de uso contínuo deve ser informado aos especialistas, que irão determinar ou não uma interrupção nos dias que antecedem a cirurgia. “O jejum é parte fundamental do processo e o paciente deve fazer a sua parte para que tudo ocorra da melhor forma possível”, acrescenta a médica.
Afinal, é muito comum ficar ansioso antes de um procedimento importante e, por isso, ela recomenda a todos que busquem informações e orientações da equipe especializada: “É normal ter medo, mas lembre-se de que podemos ir com medo, mas com dúvidas, jamais”, finaliza.